Votação que indica o pastor Marcos Feliciano, para presidir Comissão de Direitos Humanos é suspensa
Votação que indica o pastor Marcos Feliciano, para presidir Comissão de Direitos Humanos é suspensa. A votação que indica o pastor Marcos Feliciano
(PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
foi adiada, após impasse e protesto de ativistas de movimentos sociais e
ligados aos homossexuais que fizeram pressão para que a sessão fosse
cancelada. Além disso, os deputados Érika Kokay (PT-DF) e Chico Alencar
(PSOL-RJ) apresentaram uma questão de ordem questionando o perfil do
indicado pelo PSC para ocupar o cargo. O atual presidente da comissão,
deputado Domingos Dutra (PT-MA), decidiu encaminhar a questão de ordem
para a Mesa Diretora da Câmara. “Vou devolver para os líderes e para o
presidente da Câmara o abacaxi que criaram. Quem pariu Mateus, que o
embale”, disse.
Segundo os parlamentares, Feliciano não
teria o perfil para ocupar o cargo já que, por várias vezes, deu
opiniões consideradas racistas e homofóbicas. Em postagem no twitter, o
religioso afirmou que “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por
Noé”, mas voltou atrás após a repercussão negativa. A deputada alega que
Feliciano não se caracteriza como um defensor das minorias exigido pelo
trabalho da comissão. Já ele, por sua vez, argumenta que é favorável
aos direitos humanos, mas sem obrigatoriamente seguir as pautas de
movimentos sociais. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) disse esperar que
haja uma solução política para o cargo e que seja indicado outro nome
pelo PSC.
Logo após o encerramento da sessão, a
assessoria do pastor usou as redes sociais para culpar os ativistas pela
interrupção da sessão. “Sessão interrompida após tumulto do ativismo
gay”, postou. Ainda segundo relato da assessoria de imprensa, o deputado
teria se sentido coagido pelos protestos. “Com lágrimas nos olhos Dep.
Marco Feliciano é escoltado p/ seguranças e quase agredido p/ ativistas,
após sessão ser cancelada”, comentou a assessoria do parlamentar.
Alguns parlamentares sugeriram o nome da
deputada Antônia Lúcia para a presidência da comissão, pois assim
estaria mantido o direito do PSC de ocupar o cargo, conforme acordo
feito pelas lideranças com base no princípio da proporcionalidade
partidária. Essa indicação precisaria ser referendada pelo PSC, que já
havia indicado Feliciano para a presidência do colegiado e Antônia Lúcia
para a vice-presidência.
Já o líder do PSC, deputado André Moura
(SE), afirmou que o partido não pretende rever a decisão de ter indicado
o nome de Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos. “Em
18 anos, nunca vi uma situação dessas. Não tenho condições de votar nele
(Feliciano)”, afirmou o deputado Nilmário Miranda (PT-MG),
ex-secretário de Direitos Humanos do governo Lula.
O PSC ficou com a presidência da
Comissão depois de acordo de líderes. Antes da votação, o PMDB, o PSDB e
o PP cederam suas vagas para o PSC, que ficou com cinco vagas de
titular. A bancada evangélica se uniu para apoiar o nome do pastor. “Vim
aqui respaldar o nome dele. Ele tem formação humanista e cristã” disse
João Campos (PSDB-GO), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, e
suplente da Comissão.
O pastor precisa da aprovação de pelo
menos dez dos 18 integrantes para assumir o cargo, cujo mandato é de um
ano. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara voltará a se
reunir nesta quinta-feira, às 9h30, para eleger o novo presidente do
colegiado. O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), informou que a reunião, no entanto, será fechada.(Informações
EM)
Extraído de http://www.amigodecristo.com/2013/03/votacao-que-indica-o-pastor-marcos-feliciano-para-presidir-comissao-de-direitos-humanos-e-suspensa.html.