A
origem do homem ainda é um assunto muito discutido no meio acadêmico devido ao
tratamento que as religiões dão sobre o assunto, principalmente o Judaísmo e o
Cristianismo. Segundo Pearlman (2009, p.102)[1],
“a Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação especial, o que significa
que Deus fez cada criatura “de acordo com a sua espécie”(Gn 1.24)”. Se cada
criatura foi criada conforme a sua espécie, então como a ciência afirma que se
desenvolveram? Já em relação ao homem, a Bíblia descreve, ainda, de acordo com
Pearlman (2009, p.102), “fica clara a declaração de que Deus criou “o homem à
sua imagem” (Gn 1.27)”. Conforme segue em seu texto, o autor menciona que em
oposição à criação especial, surgiu a teoria da evolução, ensinando que todas
as formas de vida se originaram de uma só forma e que as espécies mais elevadas
surgiram de uma forma inferior. Diversas teorias e postulados foram se formando
com o passar dos anos, no entanto, será tratado aqui as principais: a geração
espontânea, a teoria de Lamarck e a teoria de Darwin.
Geração Espontânea
Esta teoria, também chamada de “abiogênese”[2], aborda as visões
históricas da origem da vida. Foi elaborada há mais de 2.000 anos, e seu
criador foi Aristóteles. Ele afirmava que: a vida surge espontaneamente de uma
matéria bruta e não-viva e que era possuidora de um “principio ativo” ou “força
vital”. Um dos argumentos usados por ele, por exemplo, era o das larvas e
insetos que surgiam próximos de alimentos como carnes e frutas estragadas.
No
ano de 1668, Francesco Redi contrariou a teoria de Aristóteles. Ele realizou
pesquisas que provaram que a vida não surgia espontaneamente de matérias
não-vivas. A teoria de Redi é chamada de biogênese, e envolve a idéia de que a
vida se origina de uma vida já preexistente. A experiência de Redi foi feita
com moscas, e ele provou que estas não se originavam da carne, mas sim de
outras moscas já preexistentes. Apesar desta descoberta, a teoria de
Aristóteles voltou a vigorar com a evolução do microscópio e o descobrimento de
micróbios e bactérias, pois ninguém acreditava que seres que não eram visíveis
a olho nu poderiam se reproduzir, portanto a única forma de que estes
organismos poderiam ser originados era a partir da abiogênese.
Aproximadamente
em 1860, o francês Louis Pasteur, definitivamente conseguiu provar que a
abiogênese não acontecia. Para chegar a esta conclusão, Pasteur realizou uma
experiência usando um frasco com “pescoço de cisne”, pois tinha um gargalo em
forma de curva. Ele preparou um caldo de carne muito nutritivo, e colocou
dentro do frasco. O caldo foi colocado sobre a chama por alguns minutos. E após
o resfriamento, pôde ser verificado que este líquido permaneceu intacto, sem a
presença de micróbios e bactérias, tudo isso graças á curvatura que segurava os
micróbios vindos do ar, para que não se juntassem com o líquido estéril. Quando
o gargalo era quebrado, os micróbios que estavam presos na curvatura do gargalo
apareciam dentro do caldo, com isso, foi possível perceber que mesmo depois de
fervido, o líquido poderia sustentar os micróbios com vida. Com esta
experiência de Pauster, a teoria da biogênese foi aceita por todos, enquanto as
idéias da abiogênese foram definitivamente descartadas. Mas isso resultou em
uma nova dúvida, quando e como surgiu a primeira vida? Novas idéias foram
criadas para esclarecer estas dúvidas: extraterrena, autotrófica e
heterotrófica.
Teoria do Desenvolvimento de
Lamarck
Lamarck[3]
explicando sua teoria desenvolveu duas Leis: A Lei do Uso a
Desuso e a Lei da herança dos Caracteres Adquiridos.
Na Lei do Uso a Desuso, quanto mais uma parte ou órgão do
corpo é usada, mais se desenvolve; contrariamente as partes que não são usadas
enfraquecem, atrofiam chegando até a desaparecer.
Já na Lei da herança dos
Caracteres Adquiridos,
qualquer animal poderia transmitir aos seus descendentes aquelas
características que se atrofiavam pelo desuso ou se desenvolveram pelo uso.
Portanto, de acordo com Lamarck as novas espécies
aparecem, por evolução, devido a aquisição ou perda de caracteres. Numerosos
exemplos da natureza foram usados por Lamarck para explicar as suas leis.
Assim, podem ser citados:
A girafa
habita local onde o solo é seco e com pouca vegetação. Obrigada a comer brotos
de árvores a girafa foi se esticando para cima. Esse hábito provocou o enorme
pescoço e as pernas anteriores, meio longas do que as posteriores.
As cobras evoluíram a
partir de ancestrais que apresentavam pernas a corpos curtos. Obrigados, por
modificação ambiental, a rastejar a passar através de aberturas estreitas,
acabavam sendo ápodes os de corpo alongado.
As membranas
entre os dedos das aves
aquáticas resultaram do uso durante a natação.
Aves pernaltas
como as garças, teriam desenvolvido as pernas, esticando-as para manter o corpo
fora da água, em regiões inundadas.
Plantas de
regiões desérticas teriam diminuído a superfície das folhas, para evitar a
transpiração; tais folhas acabaram transformadas em espinhos. Para
conservar água os caules adquiriram a consistência suculenta.
A primeira
suposição da Lamarck é válida: o uso e o desuso provocam alteração nos
organismos. Assim, sabemos que os atletas desenvolvem seus músculos através do
uso, enquanto que a paralisação das pernas, por exemplo, determina atrofia. A
falha está na segunda hipótese: caracteres adquiridos por uso e desuso nunca
são transmitidos aos seus descendentes.
O golpe
definitivo no lamarquismo foi dado por Weismann, nas suas famosas experiências
cortando caudas de camundongos por sucessivas gerações e mostrando que não
havia atrofia dessa apêndice. Ele foi o autor da teoria da "continuidade
do plasma germinativo", pela qual o germe é imortal, sendo as alterações
provocadas pelo meio ambiente na soma não transmissíveis aos descendentes.
Teoria do Desenvolvimento de Darwin
A
teoria proposta por Darwin[4] conhecida como Darwinismo,
propõe em resumo, que na luta pela sobrevivência, os indivíduos portadores de
variações (características) adaptativas às condições ambientais levam vantagem
competitiva sobre os indivíduos que não as possuem. Os adaptados deixam mais
descendentes, e os não adaptados são eliminados. A essa eliminação diferencial
dos indivíduos de uma espécie, Darwin denominou seleção natural. A seleção
natural, atuando continuamente sobre uma espécie, pode modificá-la
gradualmente, a ponto de originar uma nova espécie. As idéias de Darwin podem ser assim resumidas:
Os
organismos vivos têm grande capacidade de reprodução. Apesar disso, já que o
suprimento alimentar é reduzido, poucos indivíduos chegam à idade de
procriação. Disso decorre que os organismos com as mesmas exigências
alimentares competem entre si, "lutando" constantemente pela
existência.
Os
organismos apresentam variações hereditárias e, portanto, transmissíveis.
Algumas variações são mais favoráveis à existência do que outras, num
determinado ambiente. Disso decorre que os organismos com as variações mais
favoráveis num determinado ambiente, onde estarão mais capacitados a sobreviver
e a se reproduzir nele do que os que possuem variações desfavoráveis.
Assim,
cada geração sucessiva fica mais bem adaptada ao ambiente. Darwin só não foi
mais completo porque não soube explicar a razão pela qual existiam tantas
variações em indivíduos pertencentes à mesma espécie. Mais tarde com a
aceitação dos cientistas em relação às teorias genéticas de Mendel o porquê
destas variações veio à tona.
Relação entre as Teorias de Lamarck e
Darwin
Tanto para Lamarck
como para Darwin
o meio ambiente exerce um papel muito importante no processo evolutivo. De
acordo com Lamarck o ambiente é o principal fator que provoca modificações nos
organismos. Já para Darwin o ambiente apenas seleciona as variações mais
favoráveis.
De acordo com
a moderna teoria sintética, os processos básicos da evolução são quatro:
Mutação, Recombinação genética, Seleção natural e isolamento
reprodutivo.
Os três primeiros constituem as fontes da variabilidade genética, sem a qual
não pode ocorrer modificação. A seleção natural e o isolamento reprodutivo
orientam as variações em canais adaptativos.
Sob a
designação de variabilidade enquadra-se as diferenças existentes entre os
indivíduos da mesma espécie. Ao se observar qualquer população de organismos
verifica-se a existência de inúmeras diferenças (variações) entre os organismos
que a compõem. Assim, nunca existem dois indivíduos idênticos. Mesmo os
chamados gêmeos idênticos, quando atentamente observados, diferirão em alguns
caracteres. A diversidade entre os organismos da mesma espécie é determinada
por dois fatores: Recombinação genética e mutação. Entende-se por Recombinação
genética as novas combinações dos gene, já existentes em
uma dada população.
Nos estudos de
Genética já verificamos que as novas combinações gênicas resultam dos processos
de segregação independente e permutação. Quanto a mutação constitui a matéria
prima da evolução, produzindo novos genótipos e fenótipos. É importante
salientar que a mutação ocorre espontaneamente, ou seja, nunca aparece como
resposta do organismo a uma situação ambiental.
Diante do que foi exposto pode-se realizar um
questionamento. A evolução é possível? De acordo com Kreeft e Tacelli (2008, p.
158)[5],
os cientistas e filósofos não acordaram essa possibilidade, e nem se a natureza
das espécies torna a evolução possível. Segundo os autores muito ainda
[1]
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. São Paulo. Editora Vida. 3ª
Edição, 2009. 414 páginas.
[2] Abiogênese. Disponível em <
http://www.colegioweb.com.br/biologia/a-geracao-espontanea-ou-abiogenese.html>
Acessado em 24 de Set2012.
[3] Teoria do Desenvolvimento de Lamarck.
Disponível em < http://www.colegioweb.com.br/biologia/a-evolucao-segundo-lamarck.html>
Acessado em 24 de Set2012.
[4]
Darwinismo. Disponível em < http://www.colegioweb.com.br/biologia/o-darwinismo.html>
Acessado em 24 de Set2012.
[5]
KREEFT, Peter. TACELLI, Ronald K. Manual de Defesa da Fé – Apologética Cristã.
Editora Central Gospel. Rio de Janeiro, 2008. 624 páginas.
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