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sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Estudo da parashá Vayishlach (e enviou) - Os anjos do Eterno

 



Estudos da Torá


Parashá nº 8 – Vayishlách (E enviou)

Bereshit/Gênesis Gn. 32:3 – 36:43

Haftará (separação) Os 11:7-12:12; Ob 1:1-21 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Mt 26:36-46; 1Co 5:1-13


Tema: Os anjos do Eterno


RELEMBRANDO


Na semana passada, estudamos sobre a vida e a posterior saída de Yaacov e sua família da casa de Lavan, e também falamos sobre a sabedoria do obediente.


A PARASHÁ DA SEMANA


A parashá inicia com o encontro de Yaacov com seu irmão Esav, e todo o drama que esse encontro trouxe. Lemos sobre a luta do patriarca com o mensageiro do Eterno e a consequente troca de seu nome devido a forma como ele agiu com o anjo.

Esav vai para um lado e Yaacov para outro.

Uma nova crise ocorre na vida do patriarca quando Dináh é estuprada por Siquém, o príncipe de uma cidade do mesmo nome. Os filhos de Yaacov sentem-se ultrajados e orquestram uma vingança matando todos os homens da cidade, depois de enganá-los e fazerem se circuncidarem.

Rachel morre ao dar a luz a Binyamin, o décimo segundo filho de Yaacov, que retorna para seu pai Isaque. Este morre com 180 anos, conforme vemos em Gn 35.28,29. E a parashá termina com a genealogia de Esav.

Yaacov e Esav apesar de serem irmãos gêmeos eram diferentes na aparência e no comportamento, conforme vimos na parashá passada. Desde o ventre de sua mãe eles viviam em combate, e depois do problema da benção que Yaakov tomou de Esav e da consequente separação que enfrentaram, agora a Torá descreve para nós o reencontro deles após muitos anos. E nessa descrição, faz um clima de suspense. Porém, lendo as Escrituras vemos a palavra que HaShem disse a Rebeca em Gn 25.23 a respeito de seus filhos se cumprindo através da história de Israel e Edom, e a Haftará em Obadias nos confirma isso.

Após termos visto o resumo desta porção, entremos no assunto deste estudo, pois temos muito a aprender e alguns dogmas a retirar de nosso pensamento.



Estudo do Texto da Parashá


Iniciemos o estudo do tema, “os anjos do Eterno”, que veremos essa semana, dentro do contexto do TaNaK, o contexto original, lendo alguns versos do início dessa parashá. Repare na palavra sublinhada, pois tem importância em nosso estudo:


Yaacov mandou mensageiros adiante dele a seu irmão Esav, na região de Seir, território de Edom. E lhes ordenou: "Vocês dirão o seguinte ao meu senhor Esav: assim diz teu servo Yaacov: Morei na casa de Lavan e com ele permaneci até agora. Tenho bois e jumentos, ovelhas e cabras, servos e servas. Envio agora esta mensagem ao meu senhor, para que me recebas bem". Quando os mensageiros voltaram a Yaacov, disseram-lhe: "Fomos até seu irmão Esav, e ele está vindo ao seu encontro, com quatrocentos homens". Gênesis 32:3-6


Você pode reparar que nos versos acima, a palavra mensageiro está sublinhada. E no decorrer deste estudo você poderá entender algumas coisas a respeito dessa palavra. Note que aqui nestes versos traduzidos para o português não aparece a palavra “anjo”, mas nos versos anteriores a eles aparece, veja:


Yaacov também seguiu o seu caminho, e anjos de D’us vieram ao encontro dele. Quando Yaacov os avistou, disse: "Este é o exército de D’us!" Por isso deu àquele lugar o nome de Machanáyim. Gênesis 32:1,2


Note que nestes dois versos surge a palavra “anjos”. E aparentemente estes versos e os que lemos antes não tem nada em comum. Mas é apenas uma aparência, pois a mesma palavra aparece no texto hebraico, porém em um bloco traduziram como “anjos” e em outro como “mensageiros”. Em ambos os blocos a palavra hebraica que aparece é מַלְאָך Malakh.

Você entende corretamente o contexto de “anjos”? Passemos então ao conceito dessa palavra, que na atualidade, quando se fala em “anjo”, a primeira coisa que as pessoas costumam pensar é em um ser com aparência humana, com asas como as de pássaros, e que passa o dia todo voando e cantando. Mas o que o TaNaK,  a Escritura Sagrada, nos diz a respeito dos anjos? Como os antigos judeus entendiam questão dos “anjos”? Será que o conceito comum está de acordo com o que dizem as Escrituras?

Na biblioteca da Kahal Teshuvah Brasil no Telegram podemos encontrar um estudo entitulado “o contexto sobre os anjos na Escrituras”, que em seu paragrafo inicial diz, que biblicamente e historicamente, o judaísmo antigo e, mais precisamente, o judaísmo farisaico, acreditavam piamente na ressurreição dos mortos e não na reencarnação dos mortos, acreditavam em anjos celestes e em shedim, isto é comprovado também, pelo historiador Flávio Josefo e por outros historiadores da época. Entretanto, o judaísmo moderno se afastou drasticamente das suas origens bíblicas devido as várias assimilações e diásporas aos quais foram submetidos, hoje em dia o judaísmo rabínico, que se diz herdeiro do judaísmo farisaico, criou doutrinas e crenças completamente diferentes dos seus irmãos do passado, sendo assim anti bíblicas. Hoje, algumas correntes do judaísmo rabínico rejeitam a ideia de anjos celestes, da ressurreição dos mortos e da existência dos shedim (traduzido como demônios), inventando teorias que não tem apoio nas Escrituras hebraicas.

De acordo com o site Yeshua Melekh, anjo no original hebraico é descrito pela palavra מַלְאָך Malakh, que significa “mensageiro”. Ainda segundo o mencionado site, esta palavra vem de uma origem desconhecida e aparece em todo o TaNaK mais de 200 vezes. Mas a palavra “anjo” surgiu ao se traduzir “malakh - mensageiro” do hebraico para o grego, que tornou “ángelos” e mais tarde para o latim “angelus”, o conceito original de mensageiro é mantido. Posteriormente, os dogmas foram sendo criados e distorcendo o real sentido da palavra nos diversos textos.

Há outras palavras que tem origem nesse termo hebraico e que vale a pena destacar, segundo o dicionário de Abraham Hartzamri e Shoshana More-Hartzamri, são as palavras “trabalho, obra, arte, ofício, objeto e utensílio”, que no hebraico é מְלָאכָה melakhah, a mesma raiz. Podemos perceber, por meio da semelhança na escrita das palavras, que elas estão ligadas de alguma forma. Alguns estudiosos acreditam que melakhah é derivado de malakh, mas outros dizem que ambas as palavras tem sua origem comum desconhecida, mas o fato é que: A maioria dos estudiosos concordam que estas duas palavras tem um sentido comum.

Quando compreendemos que as duas palavras estão ligadas, podemos analisar melhor o significado da palavra malakh, podendo ser compreendido também como aquele que trabalha ou executa uma obra, ou seja, podemos traduzir também como um “executor” ou “obreiro”.

Voltemos então a pergunta: O que são anjos? A definição de anjos no conceito judaico, não tem o mesmo sentido de anjos na visão ocidental, ou seja, a visão cristã. Para ambas as visões, o termo “anjo” significa mensageiro, porém, para a cultura judaica, ou melhor dizendo, para o contexto do TaNaK, qualquer ser da criação pode ser um anjo, como por exemplo, seres humanos, fogo, vento, morte, átomo, leis da física etc, qualquer coisa da criação o Eterno pode usar como anjo (mensageiro). Já no conceito ocidental cristão, anjos são mensageiros também, mas são seres metafísicos, espirituais, com formas definidas que agem entre os mundos físicos e materiais, seres místicos com inteligência divina, algo que chega a ser quase divino.

Analisemos o que diz o TaNaK, sobre a forma comum de traduções que trazem o termo “anjo” que em sua originalidade é mensageiro. Observe o seguinte texto:


"Então Izevel/Jezabel mandou um mensageiro (מַלְאָ֔ךְ - malakh) a Eliyahu/Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se de certo amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles." Melakhim Aleph/1 Reis 19.2


Preste atenção que nesse verso o termo malakh – mensageiro, não se trata de um ser espiritual, mas sim um homem comum que estava a serviço de Izevel sendo enviado como mensageiro à Eliyahu. Vemos que aqui “anjo” não significa apenas seres espirituais, mas também podem tratar-se de homens comuns, que estão fazendo serviços comuns, sem qualquer ligação com atividade sobrenatural.

Note um outro texto que mostra também o que estamos falando aqui.


"Então Elisha/Eliseu lhe mandou um mensageiro (מַלְאָ֣ךְ - malakh), dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será curada e ficarás purificado." Melakhim beth/2 Reis 5.10


Mais uma vez, perceba que “anjo” nesse texto está exercendo um papel mais voltado para coisas ligadas o serviço do Eterno. Porém, mesmo assim podemos notar que continua se tratando de um homem comum. E vemos que este anjo é uma pessoa que leva uma mensagem na qual carrega toda a autoridade de seu autor, isto é, como se a própria pessoa que enviou a mensagem estivesse ali falando através daquele mensageiro.

É através deste entendimento que vem do povo de Yisrael, o contexto original, que observamos os profetas falarem como se fosse o próprio Eterno em alguns momentos, pois uma vez que estes homens são os malakhim-anjos do Eterno, estão sob a autoridade de D’us para falar as suas palavras. E sabemos também, que em muitos momentos, quem fala pela boca dos profetas ou estes mensageiros, é o verbo do Eterno. Veja um exemplo:


"Assim diz o Eterno: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor a quem eu vos tenha vendido? Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas transgressões vossa mãe foi repudiada." Yesha'yãhu/Isaías 50.1


Mostramos este exemplo, mas encontramos muitos outros em todo o TaNaK, deixando claro como é comum a relação entre o profeta e o Eterno, indicando o profeta falando em nome do Eterno. Veja ainda como isso é claro, por exemplo, no livro do profeta Hagay/Ageu.


Então Ageu, o mensageiro (מַלְאַ֧ךְ - malakh ) do Eterno, falou ao povo conforme a mensagem do Eterno, dizendo: Eu sou convosco, diz o Eterno.” Hagay/Ageu 1:13


O texto mostra sem dúvida: “Hagay, o anjo do Eterno”. Vemos também nas Escrituras que os sacerdotes também são anjos do Eterno. Vamos a mais um texto para demonstrar:


"Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro (מַלְאַ֥ךְ - malakh) do Eterno dos Exércitos." Malakhy/Malaquias 2.7


Vale a pena observar também, que o nome do profeta Malaquias, em hebraico “malakhy”, quer dizer literalmente “meu anjo”. E segundo o site Yeshua Melekh, devemos ressaltar ainda, que anjo do Eterno é todo aquele que deseja fazer a obra Dele, sendo um simples homem, tendo revelação sobrenatural ou apenas ensinando a respeito dos mandamentos da Torá.

Além dos anjos bons, que falam o bem, existem também os anjos maus, que anunciam a maldade.


"O que prega (מַלְאָ֣ךְ - malkh) a maldade cai no mal, mas o embaixador fiel é saúde." Mishlê/Provérbios 13.17


Notemos que no texto em hebraico afirma literalmente “o anjo mau cai no mal”. Perceba que o tradutor evita usar a palavra “anjo” para que o leitor não pense em demônios. Porém, entendemos claramente pelo texto, que o que o autor quis mostrar é um homem comum que faz más obras.

O mencionado site diz que além do aspecto humano de “anjo”, também encontramos nos textos do TaNaK outra característica bastante peculiar que devemos analisar a respeito da palavra “malakh”. Porém, “anjo” nesse outro sentido, não é um homem, e nem um ser espiritual com aparência humana. Vejamos um texto:


"E ha'Elohim mandou um anjo (מַלְאָ֥ךְ - malakh) a Yerushalayim para a destruir; e, destruindo-a ele, o Eterno olhou, e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo (לַמַּלְאָ֤ךְ - lammalakh) destruidor: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo (וּמַלְאַ֤ךְ - ummalakh] do Eterno estava junto à eira de Ornã, o jebuseu." Divrê hayamim aleph/1 Crônicas 21.15


Geralmente as pessoas ao lerem esta passagem pensam em um ser espiritual com aparência humana matando e destruindo tudo pela frente. Mas será que é isso mesmo? Para ficar claro que não é isso, e entendermos bem, basta verificarmos o contexto.


"E Ghad veio a David, e lhe disse: Assim diz o Eterno: Escolhe para ti, ou três anos de fome, ou que três meses sejas consumido diante dos teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance, ou que três dias a espada do Eterno, isto é, a peste na terra, e o anjo (umalach) do Eterno destrua todos os termos de Yisrael; vê, pois, agora, que resposta hei de levar a quem me enviou. Então disse David a Gad: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Eterno, porque são muitíssimas as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens. Mandou, pois, o Eterno a peste a Yisrael; e caíram de Yisrael setenta mil homens." Div'rê hayamim aleph/1 Crônicas 21.11-14


Segundo o autor do site Yeshua Melekh, o escritor do texto bíblico deixa bem claro que a “espada do Eterno” é a “peste”. Do mesmo modo, o anjo do Eterno é o que gerou a peste. Mas perguntamos, o que tem a ver a “espada” com a “peste”? Isto é um forma de descrever algo em textos, se chama antropomorfismo, ou seja, atribuir forma humana. O redator utiliza de objetos palpáveis e materiais para ilustrar uma ação do Eterno que é invisível, mas isso não quer dizer literalmente que o Eterno estava com uma espada na mão. Do mesmo modo, a ação do “anjo” é liberar a peste sobre Yisrael, mas isso não quer dizer que este “anjo” seja um ser espiritual com aparência humana, mas pode simplesmente ser uma ação da natureza que desencadeou a migração dos insetos que cobriu todo o Yisrael. Isso tem relação com o que definimos no início deste estudo, quando relacionamos a palavra “melakhah” e “malakh”. Ou seja, neste caso, o malakh é um agente da natureza que executou uma obra conforme os desejos do Eterno. Este agente pode ser até mesmo um forte vento, ou tempestades, ou até mesmo um incêndio. Neste caso, não sabermos o que gerou esta migração, mas o fato é que o executor fez com que a peste chegasse a Yisrael, e isso nada tem a ver com um ser espiritual com aparência humana.

Há uma outra passagem em Tehilim que mostra de forma bastante clara a questão das ações naturais como anjos de HaShem. Vejamos o texto:


"Como operou os seus sinais no Egito, e as suas maravilhas no campo de Zoã; E converteu os seus rios em sangue, e as suas correntes, para que não pudessem beber. Enviou entre eles enxames de moscas que os consumiram, e rãs que os destruíram. Deu também ao pulgão a sua novidade, e o seu trabalho aos gafanhotos. Destruiu as suas vinhas com saraiva, e os seus sicômoros com pedrisco. Também entregou o seu gado à saraiva, e os seus rebanhos aos coriscos. Lançou sobre eles o ardor da sua ira, furor, indignação, e angústia, mandando maus anjos (מַלְאֲכֵ֥י - malakhê) contra eles. Preparou caminho à sua ira; não poupou as suas almas da morte, mas entregou à pestilência as suas vidas." Tehilim/Salmos 78.43-50


Observe que o Salmista enumera uma série de pestes que são eventos da natureza, mas depois o Salmista chama-os de “maus anjos”. O salmista confirma o que vimos anteriormente, onde dissemos que os anjos são executores dos desígnios do Eterno, onde até mesmo a peste pode ser um anjo do Eterno. Um outro detalhe importante a ressaltar é que, o anjo mal não é um demônio, pelo contrário, conforme vemos estes anjos são anjos do Eterno com o objetivo de executar algum tipo de dano ao homem que desobedece aos mandamentos do Eterno, por isso são chamados de “maus anjos”, mas isso não quer dizer que estes anjos sejam seres malignos.

Há também, além das ações naturais sendo descritas como anjos, temos um outro caso peculiar, onde até mesmo um sentimento humano é um anjo.


"Os lábios de justiça são o contentamento dos reis; eles amarão o que fala coisas retas. O furor do rei é mensageiro (מַלְאֲכֵי - malakhê) da morte, mas o homem sábio o apaziguará." Mish'lê/Provérbios 16.13-14


Vemos então, que uma simples raiva que um rei sente, é descrito como um anjo da morte, ou seja, o desejo do rei em punir o insensato é o ponto inicial para a execução da pena de morte.

Com o que vimos até agora, podemos entender que quando o Eterno quer trazer uma mensagem boa, uma advertência, um aviso, uma benção seja de qualquer forma, ele manda um malach (anjo), e este como vimos, muitas vezes são homens. Porém, quando os seres humanos não obedecem aos preceitos do Eterno, ou se desviam do bem, praticam algo ruim, vem a justiça de D’us, essa pode ser a morte, sofrimento, doenças etc. Dessa forma, o malach (anjo) que traz o julgamento, é chamado de Satan (acusador, opositor), mas porque?

A resposta é que, quando deixamos os caminhos certos, a punição vem através da ferramenta criada pelo Eterno, como se fosse uma prova, dizendo para D’us: “olha, viu Eterno, posso puni-lo porque ele não é mais protegido por suas boas ações.” Ele tem como missão apontar nossos erros, nos acusar para que possamos entender onde estamos errando e termos a chance de mudarmos nossas atitudes e pensamentos.

Então, de acordo com o estudo que temos na biblioteca da Kahal Teshuvah no Telegram, entendemos que os anjos são qualquer coisa da criação que age conforme a vontade de D’us. Temos que entender que toda criação, leis, a matéria, espaço, estrelas tudo, foi feito para nos ajudar na evolução e para voltar a pureza do “Gan Edem”, e cumprir o plano de redenção. Vemos ainda, que nada foi criado para nos confundir, apesar da confusão na mente de muitos, devido aos ensinos errados. O Eterno também não criou seres místicos para que sejam idolatrados, como muitas vezes acabam sendo, pois a idolatria é um método criado por homens guiados pela sua má inclinação.

Para finalizar, podemos ver ainda a palavra malakh-anjo sendo aplicada a seres celestes enviados pelo Eterno. Vejamos um texto da Torá.


"Mas o Anjo[Malach] de Adonai lhe bradou dos céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui" Bereshit/Gênesis 22:11



Como sabemos que não existem seres humanos nos céus, e assim o que lemos no texto é um malakh celestial, nos mostrando que também pode ser um ser celestial. Isso nos mostra que devemos analisar com muito cuidado cada contexto. Vejamos um outro exemplo:


"E apareceu-lhe o anjo (malakh) do Eterno em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia" Êxodo3:2


Claro que um ser humano jamais poderia estar em uma chama de fogo e não se queimar, a aparição foi tão gloriosa que Moshê temeu olhar diretamente para o anjo (malakh) do Eterno, como pode ser lido no verso 6. Vejamos ainda outro texto:


"Então Adonai abriu os olhos a Bilam, e ele conseguiu ver o anjo (malakh) do Eterno, que estava no meio caminho, e a sua espada desembainhada na mão: pelo que inclinou a cabeça, e prostrou-se sobre a sua face" Números 22:31


Vemos no texto que o Eterno precisou abrir os olhos de Bilam para que ele pudesse ver um ser espiritual, porque com os simples olhos humanos ele não estava conseguindo ver um ser celeste, se este fosse um ser humano Bilam conseguiria vê-lo naturalmente.

Concluindo nosso estudo, vejamos um texto que mostra o motivo do Eterno enviar os malachim-anjos, quer sejam eles homens, quer sejam elementos da natureza, um sentimento humano, ou até um ser celestial.


"Mas, na verdade, habitaria Elohim na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus, não te poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado." Melakhim aleph/1 Reis 8.27


O que as Escrituras expressam é que a existência do Eterno é tão poderosa, que a sua própria existência compromete a terra e os céus. Por isso, o Eterno não pode se manifestar em sua forma completa diante dos homens, já que o Eterno é uma força, um poder, pois se assim o fizesse, nem os homens, nem a terra poderiam suportar, e tudo deixaria de existir. Por este motivo, o Eterno ao se comunicar com os homens, ele envia seus mensageiros, e quando esses são seres celestiais, carregam uma parcela da Existência de HaShem, e esta parcela é chamado de malakh-anjo, este anjo, trazendo a autoridade do próprio Eterno, executa aqui a Sua obra.

Com tudo isso que vimos, concluímos que a palavra malakh-anjo pode assumir muitos aspectos, mas todos eles estão muito distantes do que pensam a maioria das pessoas. As Escrituras quando estudadas em seu contexto correto dá as respostas exatas, e retira toda sombra de ensinos errados que são passados desde tempos passados.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Dicionário Português-Hebraico e Hebraico-Português, Abraham Hartzamri e Shoshana More-Hartzamri, Editora Sêfer

- El Midrash Dice Bereshit – O Midrash disse

- https://abibliajudaicanoseucontextojudaico.blogspot.com/2010/11/anjos-diabolicos-nao-existem-segundo-o.html

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/4969209/jewish/O-Que-So-Anjos.htm

- https://www.yeshuamelekh.com.br/o_conceito_tanaico_de_anjos



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