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sábado, 22 de março de 2025

O Filho Pródigo no Contexto Original - Um paralelo com a Casa de Yisrael e Yehudah

 


O Filho Pródigo no Contexto Original - Um paralelo com a Casa de Yisrael e Yehudah


Talvez você não saiba, mas há uma forte ligação entre a parábola do Filho Pródigo e a profecia sobre as duas casas de Yisrael e Yehudah. Essa parábola registrada na Bessorah (evangelho) de Lucas 15:11-32, tem um significado profundo que vai além de um simples relato sobre arrependimento individual. Yeshua frequentemente ensinava por parábolas para ilustrar verdades já reveladas no TaNaK, e essa história ecoa diretamente as profecias sobre a restauração de Yisrael. Para compreendê-la corretamente, precisamos analisá-la à luz do TaNaK e das profecias sobre a Casa de Yisrael e a Casa de Yehudah.

O Contexto Original e o Retorno ao Eterno

Essa parábola conta a história de um jovem que pede a seu pai sua parte da herança, pois queria sair pelo mundo, deseja sair da presença do pai. Ele queria buscar e viver experiências na vida, mas isso longe do pai. Demonstrando assim sua rebeldia. De onde Yeshua estava tirando isso? Será que ele tirou ensino de algum lugar? Com certeza!! Nada que Yeshua ensinava era aleatório, seu ensino vinha da Torah e dos profetas. 

O conceito de um "filho rebelde" já aparece em Devarim 21:18-21: Se um homem tiver um filho obstinado e rebelde que não obedece a seu pai nem à sua mãe e não os escuta quando o disciplinam, o pai e a mãe o levarão aos líderes da sua comunidade, à porta da cidade, e dirão aos líderes: "Este nosso filho é obstinado e rebelde. Não nos obedece! É devasso e vive bêbado". Então todos os homens da cidade o apedrejarão até à morte. Eliminem o mal do meio de vocês. Todo o Israel saberá disso e temerá.

O filho teimoso que desonra seus pais deveria ser levado à comunidade para julgamento. No entanto, a parábola de Yeshua enfatiza os conceitos de arrependimento e a misericórdia do Eterno, em sintonia com Yechezkel 18:21-23, onde o Eterno afirma que deseja que o ímpio se arrependa e viva.

Como disse acima, na parábola, o filho mais novo pede sua herança antecipadamente e a desperdiça em uma terra distante. Yeshua traz nessa parábola o que aconteceu com a casa de Yisrael, representando aqueles que se afastam do Eterno, deixando Seus mandamentos para seguir os caminhos das nações. Sua situação de miséria e fome reflete Tehilim 119:67 – Antes de ser afligido, eu me extraviava, mas agora guardo a tua palavra.

Aquele filho rebelde da parábola em certo ponto se arrepende, e decide voltar para casa de seu pai, mesmo que seja como um empregado da casa. Quando decide retornar, ele não pede privilégios, mas apenas deseja ser tratado como um servo. No entanto, o pai corre para recebê-lo, veste-o com roupas novas e faz uma celebração. Esse gesto simboliza o amor do Eterno por aqueles que se arrependem, como descrito em Hoshea 14:1-2 e Tehilim 103:13 – Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Eterno se compadece dos que o temem. O mesmo ocorre com os remanescentes espalhados pelas nações, que ao perceberem o erro e se arrependem realmente, encontram no Eterno um pai que os aguarda retornar.

Já o filho mais velho, que sempre esteve com o pai e serviu fielmente, reage com ressentimento ao ver seu irmão ser recebido com festa. Ele representa aqueles que permanecem nos caminhos do Eterno, mas não compreendem Sua misericórdia para com os arrependidos. Isso se assemelha à atitude de Yonah, que ficou descontente com a compaixão do Eterno sobre Nínive (Yonah 4:1-2).

A Ligação com as Duas Casas de Yisrael

Como já mencionei, a parábola tem um significado profético relacionado às duas casas de Yisrael e Yehudah. No TaNaK, vemos que após a morte de Shlomoh, o reino foi dividido:

  • O Reino do Norte, chamado Casa de Yisrael ou Efraim, afastou-se dos caminhos do Eterno, praticou idolatria e foi espalhado entre as nações (Melechim Bet 17:6-23).

  • O Reino do Sul, chamado Casa de Yehudah, manteve a Torah e o Templo, mas também enfrentou períodos de rebeldia e exílio.

Na parábola:

  • O filho mais novo (pródigo) representa a Casa de Yisrael, que abandonou os mandamentos do Eterno, foi exilada e se misturou com os gentios. Seu afastamento e degradação entre os estrangeiros simbolizam o cumprimento de Hoshea 1:9 – "Vocês não são meu povo".

  • O filho mais velho representa Yehudah, que permaneceu mais fiel à Torah, mas teve dificuldade em aceitar o retorno daqueles que estavam afastados. Isso reflete a resistência dos líderes de Yehudah na época de Yeshua em aceitar os arrependidos de Yisrael.

A alegria do pai ao receber o filho perdido cumpre as promessas do Eterno de restaurar Seu povo disperso. Como está escrito em Yechezkel 37:15-23, o Eterno promete reunir Yisrael e Yehudah novamente como um só povo, colocando sobre eles um único líder e trazendo-os de volta à aliança.

A Mensagem Final: O Chamado ao Arrependimento

Assim, vimos que a parábola do filho pródigo não é, como muitos entendem, apenas uma história de perdão individual, mas uma midrash profetica sobre a restauração das tribos perdidas de Yisrael. O Eterno deseja que todos retornem a Ele, pois como disse em Yechezkel 18:31-32 – Lançai de vós todas as vossas transgressões... fazei-vos um coração novo e um espírito novo; pois por que morreríeis, ó Casa de Yisrael?

O ensino de Yeshua estava em harmonia com a visão das Escrituras, pois ele mesmo declarou: "Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas da Casa de Yisrael" (MattiYahu 15:24). Assim, essa parábola não é apenas sobre um filho rebelde, mas sobre todo Yisrael sendo chamada de volta ao Eterno e à sua aliança.

Que o Eterno lhe abençoe!

Rav Marcelo Peregrino Silva (Moshê Ben Yosef)

quarta-feira, 19 de março de 2025

Estudo da Parashá Vayakhel - Nem toda oferta é aceita

 

Estudos da Torá

Parashá nº 22Vayakhel (Ele reuniu)

Shemot/Êxodo 35:1-38:20

Haftará (separação) 1Rs 7:40-50 e

B’rit Hadashah (nova aliança) 2Co 9:1-15; Hb 9:1-14.


Tema: Nem toda oferta é aceita


Imagine que você está construindo algo muito especial – um lar para alguém que ama profundamente. Você convida várias pessoas para ajudar, mas percebe que alguns não estão realmente comprometidos. Alguns trazem materiais de qualquer jeito, sem preocupação com a qualidade. Outros até contribuem, mas, ao mesmo tempo, minam a obra, falando mal do projeto ou duvidando de sua importância. O que você faria? Aceitaria qualquer ajuda ou escolheria apenas aqueles que realmente compartilham da sua visão e valores?

Essa é exatamente a situação que encontramos na Parashá Vayakhel. Antes do pecado do bezerro de ouro, o Eterno pediu ofertas para a construção do Mishkan a todos no meio de Yisrael. Mas depois do pecado, Ele restringiu esse chamado apenas aos filhos de Yisrael, excluindo aqueles cuja lealdade não estava confirmada. Mas por quê? O que isso nos ensina sobre servir ao Eterno?

Hoje, vamos mergulhar nesse tema e descobrir verdades profundas sobre compromisso, purificação e restauração messiânica. Afinal, será que o Eterno aceita qualquer serviço? Será que estar entre o povo de Yisrael significa, automaticamente, estar qualificado para participar da Sua obra?

Se essas perguntas despertam sua curiosidade, continue até o fim, porque há algo muito importante para aprender!


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

A Parashá Vayakhel nos apresenta Moshé reunindo o povo de Yisrael para transmitir as instruções do Eterno sobre a construção do Mishkan (Tabernáculo). Logo no início, Moshê relembra a importância do Shabat, destacando que nem mesmo a obra sagrada do Mishkan deveria ultrapassar o mandamento de descansar no sétimo dia. Isso ensina que, por mais grandioso que seja um projeto, nada deve se sobrepor à ordem do Eterno.

O povo de Yisrael trouxe ofertas voluntárias para a construção do Mishkan, desde ouro, prata e tecidos até habilidades e talentos artísticos. O texto enfatiza que os corações das pessoas foram movidos pela vontade de contribuir. Esse detalhe destaca a importância da generosidade e da participação ativa na obra do Eterno.

Dois artesãos foram escolhidos para supervisionar a obra: Betsalel, da tribo de Yehudá, e Oholiav, da tribo de Dan. O Eterno lhes concedeu sabedoria e habilidade para conduzir os trabalhos. Isso nos ensina que os talentos vêm do Eterno e devem ser usados para propósitos elevados.

Um momento surpreendente ocorre quando Moshé precisa dizer ao povo para parar de trazer doações, pois já havia material suficiente para a obra. Esse episódio ressalta a abundância que surge quando as pessoas contribuem de coração.

A Parashá descreve a confecção do Mishkan e de seus utensílios, incluindo a Aron HaBrit (Arca da Aliança), o Menorá (candelabro de ouro), o Mizbeach (altar) e as cortinas detalhadas do Tabernáculo. Cada elemento tem um simbolismo profundo, apontando para a santidade e a presença do Eterno no meio do povo. A Parashá Vayakhel nos ensina que a verdadeira construção não é apenas física, mas espiritual, baseada na obediência e no desejo sincero de viver segundo os mandamentos do Eterno.

ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

וַיַּקְהֵ֣ל מֹשֶׁ֗ה אֶֽת־כָּל־עֲדַ֛ת בְּנֵ֥י יִשְׂרָאֵ֖ל וַיֹּ֣אמֶר אֲלֵהֶ֑ם ֚אֵלֶּה הַדְּבָרִ֔ים אֲשֶׁר־צִוָּ֥ה יְהוָ֖ה לַעֲשֹׂ֥ת אֹתָֽם

vayakhel mosheh et-kal-adat bney yisrael vayomer alehem eleh hadevarym asher-tsivah HaShem laasot otam.

Mosheh reuniu toda a comunidade dos filhos de Yisrael e lhes disse: Isto é o que o Eterno ordenou fazer. Ex 35:1


Ao estudarmos essa parashá, nós podemos perceber que há uma mudança de linguagem do Eterno em relação aos pedidos de doação para o Mishkan antes e depois do pecado do bezerro de ouro, isso é algo profundo e muito significativo. Se você for uma pessoa observadora percebeu que eu sublinhei os termos “filhos de Yisrael”, isso está intimamente ligado com nosso assunto. Apesar de algumas traduções apresentarem outros termos neste trecho, o hebraico, como pode ser visto, traz exatamente o que marquei. Vejamos então a diferença entre os dois momentos:

- Antes do pecado, em Shemot 25:2, o Eterno ordena: Fala aos filhos de Yisrael que me tragam uma oferta; de todo homem cujo coração o mover voluntariamente, tomareis a minha oferta.

Aqui, o convite é universal dentro do acampamento, aceitando a doação de qualquer pessoa motivada de coração.

- Depois do pecado, em Shemot 35:1 e 4-5, a instrução muda: Mosheh reuniu toda a comunidade dos filhos de Yisrael e lhes disse: Isto é o que o Eterno ordenou fazer. Isto é o que o Eterno ordenou: Tomai do que tendes uma oferta para o Eterno; cada um de coração generoso a trará: ouro, prata e bronze...

Agora, o chamado é dirigido especificamente aos filhos de Yisrael, sem mencionar aqueles que estavam no meio do povo, como a erev rav (multidão mista que saiu do Egito com Yisrael). Mas como podemos entender isso, e de onde se tira tal conclusão? Como sempre, observando o texto em um nível mais profundo que o meramente superficial ou literal. Observando os textos em hebraico e os contextos culturais judaicos.

A mudança na ordem divina sobre quem poderia contribuir para a construção do Mishkan (Tabernáculo) após o pecado do bezerro de ouro revela princípios profundos sobre o relacionamento do Eterno com Seu povo. Como vimos acima, antes do pecado, a doação voluntária era aberta a todos os que saíram do Egito, incluindo o “erev rav”, os representantes de 70 nações que saíram com os hebreus; depois do pecado, apenas os filhos de Yisrael foram chamados a participar da doação. Essa mudança não foi apenas um detalhe administrativo, mas uma lição espiritual e profética de grande impacto. Para compreendermos essa transição, exploraremos três aspectos essenciais: a necessidade de um compromisso genuíno; o princípio da purificação após o erro e a conexão entre essa seleção e a restauração através do messias.

Antes de continuar nosso estudo vamos observar o que Bruno Summa, em um de seus comentários dessa parashá no livro Sha’arei Torah – Portões da Torah – Shemot 5, diz sobre este fato intrigante nessa porção.

Ele diz que o nome dessa parashá é divido à maneira única como Moshê se dirige à congregação de Yisrael utilizando o termo “Vayakhel” - וַיַּקְהֵ֣ל - “e convocou”, fazendo uma abordagem que ainda não se tinha visto e que também não se voltaria a ver em toda a Torah. Segundo o autor, todas as vezes que Moshê se dirigia aos “filhos de Yisrael”, a Torah utiliza expressões dos verbos “le’emor – dizer e “ledaber” – falar. Então como normalmente se faz ao estudar a Torah, quando se vê alga que chame a atenção, busca-se mais sobre aquilo. Assim, o autor se pergunta, por que justamente no início dessa parashá, aquela que por vias de fato fala sobre a construção do Mishkan, o símbolo do perdão pelo pecado do bezerro de ouro, Moshê aborda Yisrael através de “Vayakhel”, uma convocação de todo o povo? E no livro o autor faz toda um comentário e apresenta um comentário de Rashi sobre o fato de verdadeiramente não ter sido Moshê quem convocou o povo. No entanto, mais à frente nesse comentário, o autor vai começar a falar sobre a mencionada alteração da ordem do Eterno para os doadores. Ele começa afirmando que a Torah se dá ao trabalho de repetir os detalhes sobre o Mishkan. E que para muitos, as duas últimas parashot são desnecessárias e aparentemente não possuem nada de novo que não havia ainda sido dito. Porém, há um minúsculo detalhe logo no primeiro versículo que serve para mudar completamente a forma como a repetição sobre a construção do Mishkan deve ser compreendida.

Segundo o autor, o capítulo 35 repete a doação que HaShem já havia ordenado anteriormente para a construção do Mishkan, mas se compararmos ambos os momentos, aquele que ocorreu antes do pecado do bezerro de ouro com aquele que ocorreu após o pecado, veremos que há um detalhe que diferencia ambas as situações profundamente. O autor mostra os versos que já citamos acima, e explica que enquanto no capítulo 25, quando o Eterno fala sobre a doação que o povo deveria levar para a construção do Mishkan, Ele diz que a doação deveria ser feita por “kol ish” – todo homem, no entanto, no capítulo 35, após o pecado do bezerro de ouro, o Eterno diz que a doação deveria ser feita pelos “bnei Yisrael” – filhos de Yisrael. Isso é, antes do pecado, HaShem estava aceitando a doação de todo homem, Yisrael e erev rav, porém após o pecado, HaShem apenas aceitaria doações de Yisrael e não mais de estrangeiros. Estes foram os que levaram Yisrael a transgredir e cometer idolatria, por isso, agora o Eterno mudou sua forma de agir e estabelece uma divisão profunda por trás do mandamento da Tzedakah. A idolatria associada às nações do mundo, mesmo aquela entre aqueles que servem a HaShem por outros meios que não seja pela Torah, impurifica a alma humana e o torna como um membro do erev rav. E, o autor continua, como membro desse grupo, sua doação se distingue da doação que HaShem demandou a Yisrael, uma distinção vista na forma como HaShem retribui quem faz a doação. Ou seja, a Torah está dizendo que a Tzedakah é um ótimo mandamento para que um homem saiba em que lado ele está, se ele é Yisrael ou se ele é erev rav. Com tudo isso, percebemos que o Eterno olha para a kavanah, a intenção do coração do homem. Ele vê quem realmente deseja servi-lo e quem está ligado à idolatria. E se HaShem sabe quem são os fiéis, Ele os chama a um compromisso, vejamos então como se dá o chamado.

1. O Chamado para um Compromisso Genuíno

No primeiro chamado para as ofertas, em Shemot 25:2, o Eterno diz: Fala aos filhos de Yisrael que me tragam uma oferta; de todo homem cujo coração o mover voluntariamente, tomareis a minha oferta.

Esse convite aberto refletia a fase inicial da jornada de Yisrael, onde ainda havia uma inclusão ampla de todos que estavam no meio do povo, incluindo a erev rav (multidão mista) que saiu do Egito junto com eles. O Eterno queria que todos tivessem a chance de se aproximar e participar da construção do lugar de Sua presença.

Porém, o pecado do bezerro de ouro demonstrou que nem todos no meio do povo estavam verdadeiramente comprometidos com Ele. Muitos ainda carregavam influências da idolatria egípcia, e isso ficou claro quando o povo, pressionado pela erev rav, construiu o ídolo. Você pode se perguntar: Mas o Eterno não sabia que o erev rav faria o povo transgredir? Sim, sabia. Porém, era preciso mostrar na pratica que aqueles que não tem um coração voltado ao Eterno, não permanece no meio do seu povo, por mais que desejem.

Após esse episódio, a ordem muda em Shemot 35, onde Moshê se dirige apenas aos filhos de Yisrael, excluindo aqueles cuja lealdade ao Eterno era questionável. Isso nos ensina que o serviço ao Eterno não pode ser feito por aqueles que ainda não decidiram abandonar a idolatria e a rebeldia. E também comprova que nem todos que dizem querer servir ao Eterno, realmente vá servir.

Esse princípio é ecoado pelos profetas, como em Yirmiyahu/Jeremias 7:9-10, onde o Eterno repreende os que tentam servi-lo sem um coração puro: Roubareis, matareis, e adulterareis, e jurareis falsamente, queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes, e então vireis e vos apresentareis diante de Mim, nesta casa que se chama pelo Meu nome, e direis: Estamos salvos! – apenas para continuardes a cometer todas essas abominações?

O Eterno exige um compromisso genuíno, não apenas palavras ou rituais vazios. Ele chama os de coração íntegro para firmarem um verdadeiro compromisso de seguir suas palavras por amor e dedicação.


2. O Princípio da Purificação Após o Erro.

O pecado do bezerro de ouro exigiu uma purificação no meio do povo. Moshê deixa claro que a separação entre os que estavam verdadeiramente ao lado do Eterno e os que permaneceram rebeldes era necessária. Em Shemot 32:26, ele faz um chamado decisivo:

Quem é por HaShem, venha até mim!

Essa mesma separação pode ser vista nos ensinamentos de Yeshua. Em Matityahu (Mateus) 7:21-23, ele alerta que não basta dizer "Senhor, Senhor", mas é preciso fazer a vontade do Pai: Nem todo aquele que Me diz: 'Senhor, Senhor' entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai que está nos Céus. Muitos Me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos em Teu nome, e em Teu nome não expulsamos demônios, e em Teu nome não fizemos muitos milagres?' Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci. Afastai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade!

Fazer a vontade do pai é cumprir Torah, obedecer aos seus mandamentos, viver segundo o caminho que ele preparou. A purificação após o erro não é apenas um conceito do TaNaK, mas uma verdade espiritual contínua. O Eterno sempre dá a oportunidade de retificação, mas exige ação concreta e mudança de coração.

O mesmo princípio é reforçado em Ma’assei HaShlichim (Atos dos Emissários) 3:19, onde Kefa exorta o povo: Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham tempos de refrigério da presença do Eterno.

Ou seja, não basta estar entre o povo – é preciso estar purificado e comprometido para realmente fazer parte da obra do Eterno. As doações para a obra, ou seja, seu tempo, dedicação, e vida, precisam ser de alguém que verdadeiramente esteja purificado, fazendo teshuvah. Isso é o apontamento para o futuro, quando o messias retornará e implantará o Reino do Eterno restaurando todas as coisas para o Eterno, e os purificados farão parte dele.


3. O Mishkan e a Restauração Messiânica

O Mishkan não era apenas um local físico, mas um símbolo da presença do Eterno entre o Seu povo, já estudamos sobre isso. Em Shemot 25:8, Ele declara: E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles.

Isso aponta proféticamente para a restauração messiânica, onde o propósito final do Eterno é habitar novamente entre o Seu povo, ou seja, dentro de cada indivíduo.

A exclusividade da doação para a construção do Mishkan após o pecado do bezerro de ouro tem um paralelo direto com a forma como o Reino do Eterno será estabelecido nos tempos do Mashiach. Em Yechezkel (Ezequiel) 44:9, o profeta fala sobre a entrada no Santuário futuro: Assim diz HaShem: Nenhum estrangeiro, incircunciso de coração e incircunciso de carne, entrará no Meu santuário, de todos os estrangeiros que estão no meio dos filhos de Yisrael.

Isso significa que a restauração final não será para aqueles que desejarem estar presentes, mas sem terem tido compromisso com HaShem, mas para aqueles que realmente têm um coração circuncidado, ou seja, um compromisso verdadeiro com o Eterno.

Shaul (Paulo), em Romanos 2:29, reforça esse conceito ao dizer: O verdadeiro judeu é aquele que o é no interior, e a verdadeira circuncisão é a do coração, no espírito, e não na letra; o louvor desse não vem dos homens, mas do Eterno.

Assim como no Mishkan, onde apenas os filhos de Yisrael os fiéis puderam participar da construção, no Reino do Mashiach é a mesma coisa, apenas os que realmente servem ao Eterno, cumprindo sua Torah, em verdade e retidão, terão parte na restauração final.

Concluindo nosso estudo, a mudança na ordem divina para as doações da construção do Mishkan nos ensina uma verdade poderosa: o Eterno oferece oportunidades a todos, mas após a manifestação da idolatria e da rebeldia, apenas aqueles que realmente desejam segui-lo permanecem.

O compromisso com o Eterno precisa ser verdadeiro e ativo – palavras vazias não bastam.

A purificação após o erro é essencial – não podemos misturar santidade com impureza.

O Mishkan era um reflexo da presença do Eterno, e assim será no Reino Messiânico – somente aqueles que têm um coração circuncidado farão parte dele.

Assim como Moshê fez o chamado: Quem é por HaShem, venha até mim!, hoje cada pessoa precisa escolher se realmente quer estar na obra do Eterno ou apenas entre o povo de forma superficial. A prática é mais importante que a aparência.

Que possamos sempre buscar essa verdadeira conexão com o Eterno, com um coração puro e uma vida de obediência!


Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


quinta-feira, 13 de março de 2025

Estudo da Parashá Ki Tissá - Teshuvah e a Misericórdia do Eterno

 


Estudos da Toráh

Parashá nº 21Ki Tissá (Quando realizar)

Shemot/Êxodo 30:1-34:35

Haftará (separação) 1Rs 18:1-39 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Lc 11:14-20; Atos 7:35-8:1; 1Co 10:1-13.


Tema: Teshuvah e a Misericórdia do Eterno


Todos nós erramos. E o erro deve ser um acidente no percurso. Em algum momento da vida, tomamos decisões impulsivas, falhamos em nossos compromissos ou nos afastamos do caminho correto. Mas e quando a falha é grande? Quando sentimos que rompemos algo tão precioso que parece impossível recuperar? Será que o Eterno ainda nos dará uma segunda chance?

A história das segundas tábuas da aliança e a revelação dos 13 Atributos de Misericórdia aqui na parashá Ki Tissa responde essa pergunta de forma poderosa. Após o terrível pecado do bezerro de ouro, Yisrael parecia estar além do perdão. O Eterno poderia ter os rejeitado para sempre. No entanto, Ele optou por restaurar a aliança, mostrando que Seu perdão é real, mas exige esforço e transformação.

Esse estudo mergulha nessa narrativa profunda e atual, trazendo reflexões sobre como o Eterno age com aqueles que erram, o que Ele espera de nós quando buscamos honestamente e como podemos aplicar essas lições em nossa vida diária. Se você já se perguntou se ainda há esperança após uma grande falha, este estudo é para você.

Vamos juntos descobrir o caminho da renovação conhecido como teshuvah e da misericórdia?


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

O Eterno ordena que cada filho de Yisrael, ao ser contado, entregue meio shekel como oferta. Esse valor não muda para ricos ou pobres, ensinando que todos são iguais diante d'Ele. Além disso, a oferta serve como resgate pela alma, nos lembrando de que tudo pertence ao Eterno.

São dadas as instruções para a preparação do óleo da unção, que seria usado para consagrar o Mishkan e os kohanim. Também há uma fórmula do incenso sagrado, com ingredientes específicos, proibidos para uso pessoal, demonstrando que aquilo que é santo deve permanecer separado.

O Eterno escolhe Betsalel e Aholiav, capacitando-os com sabedoria e habilidade para construir o Mishkan e sua mobília. Isso nos ensina que as habilidades que temos vêm dele e devem ser usadas para Sua glória.

Mesmo com a construção do Mishkan, o Eterno reforça a santidade do Shabat, mostrando que nem mesmo a obra do Tabernáculo pode sobrepor o descanso planejado. O Shabat é um sinal perpétuo entre o Eterno e Israel.

Enquanto Moshê está no monte recebendo as Tábuas da Aliança escritas pelo próprio Eterno, o povo, impaciente com sua demora, pressionou Aharon para fazer um bezerro de ouro . Eles proclamam: "Este é o teu Elohim, ó Yisrael, que você tirou da terra de Mitzrayim!" (Shemot 32:4). O Eterno, irado, diz a Moshê que destruiria o povo e faria dele uma nova nação. No entanto, Moshê intercede fervorosamente , lembrando as promessas feitas a Avraham, Yitzchak e Yaakov. O Eterno aceita a súplica de Moshê e não a vingança. Ao descer do monte e ver a idolatria, Moshê quebra as Tábuas e ordena que os levitas executem os que persistiram no pecado. Cerca de três mil homens caem naquele dia.

Moshê volta ao Eterno e pede perdão pelo povo, até oferecer sua própria vida em troca. O Eterno, então, permite que Yisrael continue sua jornada, mas declara que não andará mais no meio do povo devido ao seu pecado. Isso abala Moshê, que clama para que a presença do Eterno continue com eles. Nesse momento, Moshê faz um dos pedidos mais profundos da Toráh: "Mostra-me, por favor, a Tua glória!" (Shemot 33:18). O Eterno responde que ele não pode ver Sua face e viver, mas permite que Moshê veja Suas costas, revelando Seu caráter misericordioso.

Depois do pecado do bezerro de ouro, Moshê sobe novamente ao monte Sinai para receber as segundas tábuas, pois as primeiras foram quebradas. Desta vez, o Eterno instrui Moshê a lavrar as tábuas por si mesmo, simbolizando que, após o pecado, o povo precisaria demonstrar esforço e arrependimento para recuperar novamente a aliança. Neste momento, o Eterno se manifesta de maneira única e proclama os 13 Atributos de Misericórdia (Shemot 34:6-7), onde revela Sua compaixão, paciência e perdão para aqueles que realmente se arrependem. Esta passagem se torna essencial para a relação entre Yisrael e o Eterno, sendo recitada até hoje em momentos de súplica.

Quando Moshê desce do monte Sinai com as segundas tábuas, algo extraordinário acontece: seu rosto resplandece com a glória do Eterno. Esse brilho era tão intenso que os filhos de Yisrael tinham medo de se aproximar dele. Para poder falar com o povo, Moshê passa a cobrir seu rosto com um véu, retirando-o apenas quando entrava na presença do Eterno. Esse detalhe simboliza a profunda conexão entre Moshê e HaShem, além da necessidade de um líder espiritual ser um canal entre o povo e o Criador.

ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

A parashá Ki Tissá nos apresenta um dos momentos mais dramáticos da história de Yisrael: o pecado do bezerro de ouro e suas consequências. O povo, impaciente com a demora de Moshê no monte Sinai, construiu uma imagem de ouro e a declararam como seu elohim, violando um dos princípios mais fundamentais da aliança com o Eterno. O castigo não tarda, e a ira divina ameaça consumir a nação. No entanto, Moshê intercede e clama pelo perdão, iniciando um processo profundo de reconciliação entre o Criador e Seu povo.

É nesse contexto que surgem as segundas tábuas da aliança e a revelação dos 13 Atributos de Misericórdia, um dos momentos mais sublimes da Toráhh. Esses acontecimentos não são apenas relatos históricos; eles carregam lições fundamentais sobre arrependimento, paciência, esforço humano e a natureza do perdão divino.


1.As Segundas Tábuas e o Esforço do Homem

Lavra para ti duas tábuas de pedra como as primeiras, e escreverei nelas as palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste. Shemot 34:1


O primeiro detalhe marcante sobre as segundas tábuas é que, ao contrário das primeiras, elas não foram esculpidas pelo próprio Eterno, mas por Moshê. Conforme podemos ver no texto acima.

Essa diferença carrega um significado profundo. As primeiras tábuas foram um presente divino, um pacto imutável. Mas após a quebra desse vínculo pela desobediência do povo, as segundas tábuas incluem o envolvimento humano no processo das peças de reposição. Isso nos ensina que, quando erramos, não basta esperar o perdão; é preciso agir, reconstruir e demonstrar um compromisso renovado com o Eterno. Isso é teshuvah!

Essa ideia é reforçada pelas certezas de Yisrael. No Talmud Bavli (Tratado Rosh Hashaná 17b), é ensinado que, quando o Eterno revelou os 13 Atributos de Misericórdia a Moshê, Ele estava ensinando que, se o povo clamar a Ele sinceramente e fazer sua parte no retorno, isto é, uma teshuvah sincera, não voltará de mãos vazias.

Rashi comenta que os 13 Atributos da Misericórdia refletem a bondade infinita de D'us, mesmo diante dos erros humanos. Ele explica que este é um modelo de como o Eterno deseja que os seres humanos ajam em suas relações: com paciência, perdão e compaixão. O Talmud (Tratado Rosh Hashaná 17b) ensina que a recitação dos 13 Atributos tem o poder de invocar a misericórdia divina quando feita com sinceridade. Além disso, o Midrash nos lembra que as segundas tábuas, feitas por Moshê com a assistência divina, simbolizam um esforço conjunto, onde o ser humano tem um papel ativo na reconstrução da conexão espiritual.

No Guia dos Perplexos, Maimônides interpreta os 13 Atributos como uma descrição da maneira como D'us age no mundo. Ele ressalta que D'us, sendo perfeito e imutável, não "muda de humor". Os atributos representam a forma como percebemos Suas ações, como bondade, paciência e perdão, em nossa realidade limitada.

Nachmânides entende os 13 Atributos como um convite para a imitação divina. Ele acredita que, ao emular os atributos de misericórdia de D'us em nossas vidas cotidianas, podemos nos aproximar d’Ele e nos tornar melhores seres humanos.


2. Os 13 Atributos de Misericórdia – O Caráter do Eterno.

Quando Moshê sobe ao monte Sinai para receber as segundas tábuas, o Eterno se revela de maneira única e proclama os 13 Atributos de Misericórdia, como lemos em Shemot 34:6-7. Esse momento é essencial porque nos ensina quem o Eterno é e como Ele lida com os que buscam retificação.


HaShem, HaShem, El rachum vechanun, erech apayim, verav chesed ve'emet. Notzer chesed la'alafim, nose avon, vafesha vechata'ah venake…


HaShem, HaShem, D’us misericordioso e compassivo, lento para irar-se, rico em graça e verdade; ele mostra graça à milésima geração, perdoa as ofensas, os crimes e os pecados; entretanto, não isenta a culpa…


Esses atributos descrevem o Eterno como compassivo, paciente, perdoador, justo e fiel, sempre pronto para restaurar aqueles que se voltam a Ele. No Midrash Shemot Rabbah 46:1, os sábios explicam que, ao ensinar esses atributos, o Eterno estava dizendo a Moshê: Sempre que Yisrael errar e clamar por mim desta forma, eu os perdoarei.” Isso significa que o perdão não é automático, ele exige reconhecimento do erro, confissão e mudança de atitude.

Mencionamos acima sobre os 13 Atributos de Misericórdia, mas o que são eles?

Os 13 Atributos de Misericórdia são uma revelação do caráter compassivo do Eterno a Moshê, após o pecado do bezerro de ouro. Eles demonstram que, mesmo diante do erro, há um caminho para o arrependimento e o perdão. Aqui estão os 13 Atributos de Misericórdia, conforme proclamados pelo próprio Eterno:

  1. HaShem – O Eterno é misericordioso antes que o homem peque.

  2. HaShem – O Eterno continua sendo misericordioso mesmo depois que o homem peca e se arrependeu.

  3. El – O Eterno é poderoso para conceder misericórdia.

  4. Rachum – Ele é compassivo e cuida das necessidades do homem.

  5. Chanun – Ele é gracioso e concede bênçãos mesmo sem méritos.

  6. Erech Apayim – Ele é paciente e não pune imediatamente os pecadores.

  7. Rav Chesed – Ele tem grande bondade, estendendo misericórdia além do que merecemos.

  8. Ve'emet – Ele é fiel à Sua palavra e cumpre Suas promessas.

  9. Notzer Chesed La'alafim – Ele preserva a segurança para milhares de gerações.

  10. Nose Avon – Ele perdoa os pecados cometidos intencionalmente.

  11. Nose Pesha – Ele perdoa as transgressões cometidas por rebeldia.

  12. Nose Chata'ah – Ele perdoa os pecados cometidos por erro ou negligência.

  13. Venakeh – Ele purifica aqueles que se arrependem sinceramente.

Continuemos nossa busca pelo entendimento que está nessa parashá, vamos ao que os profetas falaram sobre o assunto.


3. A Relação com os Profetas – O Chamado ao Retorno

Os profetas sempre reafirmaram a mensagem de Shemot 34: o Eterno é justo, mas também está pronto a perdoar aqueles que se arrependeram. Por exemplo leia Hoshea 14:2-5. Nessa passagem o profeta mostra que a verdadeira tristeza não é apenas em rituais, mas na transformação interior. O Eterno quer um povo que o busque com sinceridade, não apenas com palavras vazias.

Miquéias 7:18-20 apresenta o Eterno como Aquele que perdoa iniquidades e mantém misericórdia para com Seu povo. Essa ideia está em harmonia com os atributos revelados em Êxodo 34 e reforça a mensagem de que HaShem não deseja a destruição do pecador, mas sua redenção e retorno.

Sempre mostramos que o profeta Yirmiyahu profetiza um futuro em que a Toráhh será escrita nos corações, essa será a Toráhh do Messias. Veja:


Porei a minha Toráhh no seu interior, e a escreverei no seu coração. Jr 31:33


Isso reflete a essência das segundas tábuas: não basta que a Toráhh esteja apenas diante de nós, é necessário internalizá-la e vivê-la diariamente. Não basta apenas aprender a Toráhh, conhecer seus segredos e mistérios, se não praticá-la, vivê-la no dia a dia.


4. O Ensino de Yeshua e dos Emissários

Yeshua reforçou a importância da misericórdia e do retorno sincero ao Eterno. Ele incorporou esses atributos em seus ensinamentos e ações. Em Matitiahu 5:7, no Sermão da Montanha, o mestre exorta: Bem aventurados os misericordiósos, porque eles alcançarão misericórdia. Em Lucas 15, ele ensina a parábola do filho pródigo, que ilustra como o Eterno sempre está pronto a perdoar aqueles que voltam arrependidos.

Seus apóstolos também enfatizaram essa temática, Shaul (Paulo), em Efésios 4:32, ensina a serem bondosos uns com os outros, perdoando como o Eterno os perdoou pelo messias, já em Rom 2:4, afirma:


Ou será que você despreza as riquezas da sua bondade e paciência, não reconhecendo que a bondade de Elohim o leva ao arrependimento?


Esse texto mostra que o propósito da misericórdia do Eterno não é incentivar o erro, mas abrir caminho para a transformação.

Kefa diz em sua carta:


O Eterno é paciente para conosco, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. 2Pe 3:9


Esse ensino reflete diretamente os 13 atributos de Misericórdia, pois o Eterno deseja que nos aproximemos dele, mas espera nossa iniciativa para mudar. Devemos e podemos aplicar o aprendizado que as Escrituras nos ensinam em nosso dia a dia.

Dessa forma vejamos alguns meios pelos quais podemos colocar em aplicação em nossa vida diária:

- Aprender com os erros

Assim como Yisrael recebeu uma segunda chance, nós também temos a oportunidade de recomeçar quando erramos. O importante é aprender e crescer. Desde que haja arrependimento e sabedoria para lidar com as consequências do erro.

- Clamar ao Eterno pelos 13 Atributos

Quando enfrentamos dificuldades, podemos clamar ao Eterno com essas palavras, confiando em Sua compaixão.

- Ser paciente e misericordioso com os outros

Se o Eterno nos trata com hold, também devemos agir assim com nossos irmãos.

- Fazer da Torah parte do nosso servirem

As segundas tábuas foram lavradas por Moshê, simbolizando esforço. Devemos estudar e aplicar a Toráhh todos os dias.

- Buscar estar na presença do Eterno

Moshê voltou com o rosto resplandecente porque esteve com o Eterno. Quanto mais nos aproximamos Dele, mais refletimos Sua luz.

Concluindo nosso estudo, aprendemos que o relato da história das segundas tábuas e dos 13 Atributos de Misericórdia nos ensina que o Eterno é compassivo e paciente, mas também deseja compromisso e transformação verdadeira. O perdão divino não significa que nossos erros sejam ignorados, mas sim que o Eterno nos dá a chance de mudar e caminhar em Sua luz. Se vivermos segundo esse princípio praticando verdadeiramente, exercendo misericórdia e buscando a Toráhh em nosso interior, seremos um reflexo da misericórdia do Eterno no mundo.


Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)