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quarta-feira, 11 de junho de 2025

Estudo da Parashá Behaalotechá - Luz Contínua: Quando a Instrução do Eterno Ilumina Mesmo na Escuridão

 


Estudos da Torá

Parashá nº 36 – Behaalotechá (Quando você acender)

Bamidbar/Números 8:1-12:16

Haftará (separação) Zc 2:14-4:7 e

B’rit Hadashah (Aliança Renovada) Jo 19:31-37; Hb 3:1-6


Tema: Luz Contínua:

Quando a Instrução do Eterno Ilumina Mesmo na Escuridão


Ao iniciar a leitura e estudo da porção Behaalotechá, encontramos uma imagem profundamente simbólica: o acendimento contínuo da menoráh. Esta imagem não representa apenas uma ação ritualística e muito menos uma obediência legalista, mas um chamado prático e constante para manter a luz viva diante do Eterno. A Luz, que nas Escrituras representa as instruções divinas, e que deve permanecer acesa mesmo quando nossos olhos não veem mais nenhuma claridade ao redor. A pergunta que ecoa para todos os que desejam andar no caminho do Eterno é: “Onde em minha vida preciso da luz constante do Eterno?”

Neste estudo buscaremos compreender essa luz não apenas como símbolo, mas como realidade prática – que nasce da confiança firme na Palavra do Eterno e nos transforma. Veremos isso pela Torá, pelos Profetas, e pelos ensinos de Yeshua e seus talmidim.


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

O Eterno ordena a Aharon que acenda as lâmpadas da menorá de forma que iluminem diante dela. A instrução aponta para a santidade contínua, a luz permanente que deve ser elevada diante do Eterno.

A porção também demonstra mais uma vez, que os levitas são separados para o serviço no Mishkan. E para isso passam por um processo de purificação com água, raspagem de todo o corpo e apresentação diante da congregação. Eles são os substitutos dos primogênitos para o serviço exclusivo ao Eterno.

Nessa parashá, ainda é apresentada a possibilidade, para aqueles que estavam impuros por contato com mortos e não puderam celebrar Pessach no tempo correto, de realizá-lo no segundo mês, o chamado Pessach Sheni – mostrando a misericórdia e justiça do Eterno

A Torá demonstra que o povo só se movia quando a nuvem sobre o Mishkan se levantava. Se a nuvem permanecesse, eles ficavam acampados, mesmo que fosse por dias ou anos. Isso ensina confiança total na condução do Eterno. E relata também que são feitas duas trombetas de prata para convocar a congregação e sinalizar os movimentos no acampamento, bem como nas batalhas. Eram usadas ainda em festas e momentos de alegria diante do Eterno.

No segundo ano após a saída do Egito, o povo parte do Sinai e segue jornada pelo deserto, com a Arca da Aliança indo adiante. O povo começa a reclamar por causa de dificuldades e falta de carne. O Eterno envia fogo em Taverá e depois codornizes em grande quantidade, mas os que reclamaram com avidez são punidos em Kivrot-Hataavá.

A porção conclui com Miryam e Aharon falando contra Moshê por causa de sua esposa cuxita. O Eterno os repreende, dizendo que com Moshê Ele fala claramente. Miryam é punida com lepra e fica isolada por sete dias até ser curada pela intercessão de seu irmão e líder Moshê.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

Ao iniciarmos nosso estudo dessa semana, observemos primeiramente o que diz o texto que começa essa porção da Torá, Bamidbar 8:1-2:


O Eterno disse a Moshê: Fale a Aharon: Quando você acender as lâmpadas, as sete lâmpadas devem projetar a luz para a frente, diante da menoráh.


A menoráh é o símbolo da presença contínua do Eterno no meio do povo, e a chama que jamais se apaga representa nossa resposta à Sua presença: uma vida de obediência diária. No hebraico, o termo usado é “behaalotechá”בְּהַעֲלֹתְךָque vem da raiz העלה - haaláh, que significa "subir", "elevar", e não apenas “acender”. Ou seja, acender as lâmpadas é mais que produzir luz: é elevar a chama, trazer um movimento ascendente da alma rumo à instrução do Eterno. É um chamado para que a nossa vida não fique em escuridão nem seja conduzida pela instabilidade das circunstâncias.


1. A Luz da Instrução: Da Menorá ao Coração

A menoráh, cuja construção foi instruída com detalhes em Shemot 25:31–40, é feita de uma só peça de ouro puro – como uma única essência da vontade do Eterno. Isso demonstra que HaShem deseja que nós devemos ser moldados com um único material, a Torá. Suas sete lâmpadas não apenas iluminam o espaço físico do Mishkan, mas apontam para a permanência da instrução do Eterno. O salmista declara:


Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho. Tehilim 119:105


Aqui está a resposta: a luz do Eterno é a Sua Palavra, Sua Torá. Precisamos dessa luz nos momentos de incerteza, nas decisões silenciosas, nos becos da vida em que não vemos saídas. A firme confiança não nasce do que sentimos, como muitos pensam, mas da luz que permanece acesa em nós por causa da Palavra do Eterno.


2. A Luz que Exorta e Restaura

Vemos no TaNaK os profetas sempre repetindo as instruções do Eterno e orientando o povo a está na vontade de HaShem. Por exemplo o profeta Yeshayahu (Isaías) anuncia:


Ó casa de Yaakov, vinde, e andemos na luz de HaShem. Yeshayahu 2:5


E também:


O povo que andava em trevas viu uma grande luz; sobre os que habitavam na terra da sombra da morte resplandeceu a luz. Yeshayahu 9:2


A luz aqui é a restauração da instrução do Eterno, vinda em tempos de escuridão – idolatria, injustiça, exílio. Assim como a menoráh era limpa e reacendida diariamente, os profetas nos ensinam que mesmo em meio ao colapso da nação, a luz do Eterno pode brilhar, se buscarmos voltar à obediência.

Outro exemplo de orientação e menção à luz como apontamento para a obediência à Torá encontramos em Yirmeyahu (Jeremias) 4:22 e 23. Note que se lermos desde o início percebemos uma profecia que fala sobre as transgressões de Yehudah, sua queda e consequentemente sua falta de luz, e também fala que se mudarem seu posicionamento o Eterno os recebe novamente. Sugiro uma leitura e meditação do mencionado capítulo do profeta.


3. A Luz Encarnada em Obediência

Nos escritos dos emissários, conhecido por muitos como Novo Testamento, vemos o Messias Yeshua e seus Talmidim seguirem com essa mesma linha de interpretação e ensino. Yeshua ensina aos seus talmidim:


Vocês são a luz do mundo. A cidade construída sobre o monte não pode ser escondida. Da mesma forma, quando alguém acende uma candeia, não a cobre com uma vasilha, mas a coloca no suporte para iluminar a todos os que estão na casa. Assim, que sua luz brilhe diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai que está nos shamaym. Matityahu 5:14-16


Yeshua não se apresenta como “deus”, mas como um servo obediente que vive a Torá, ensinando que a luz se expressa em boas obrasmaasim tovim – que refletem a instrução do Eterno. Os talmidim, como Kefa (Pedro), declaram:


Vocês, porém, são o povo escolhido, os kohanim do rei, a nação santa, o povo pertencente a D’us! Por quê? Para louvar Aquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Kefa Alef (1Pedro) 2:9


Ou seja, somos chamados a levar essa luz – não de maneira teórica, mas por meio de atos que manifestam a instrução viva do Eterno em nós, mesmo quando o mundo está em trevas. Devemos seguir o exemplo do próprio Yeshua e de seus talmidim, e antes deles os profetas. Nossa vida, por mais difícil e atribulada que seja, deve manifestar essa luz, a obediência à Torá, a palavra de HaShem. A luz que guia quem está na escuridão.


4. Detalhe Hebraico de Aprofundamento

Antes de concluirmos, é importante destacar a importância do contexto original e do conhecimento da língua hebraica. A palavra “ner” נֵר (lâmpada/luz) aparece frequentemente com a ideia de transmissão de sabedoria e vida. Por exemplo em Mishlei 6:23, lemos:


Porque o mandamento é uma lâmpada (ner), e a instrução (torá) é luz...


Aqui, o paralelismo poético hebraico deixa claro: a lâmpada é o mandamento específico; a luz é o todo da Torá. Nesse entendimento, quando mantemos os nerot (lâmpadas) acesas, cada mandamento obedecido, a luz da Torá brilha de forma completa em nossas vidas. Por isso a Torá e os profetas chamam de justos os que vivem conforme os mandamentos de justos, como Yeshua disse que os talmidim são luz. Apagar um só mandamento é perder parte da claridade.

Concluindo nosso estudo, vamos refletir na pergunta que fiz no início desse estudo. “Onde em minha vida preciso de luz constante do Eterno?” A resposta deve sempre ser: em todo lugar onde ainda caminho com meus próprios olhos.

A luz do Eterno não depende do nosso entendimento ou emoções, mas da permanência diária na obediência. Ela não é uma filosofia com pensamentos humanos e religiosos, é luz verdadeira que advém da prática diária em amor ao Eterno. A menoráh era acesa mesmo em momentos de silêncio divino, em dias comuns do deserto, quando tudo parecia estar perdido. Assim também, nossa vida deve estar acesa mesmo quando não vemos milagres, pois a maior luz é a constância na fidelidade ao Eterno.

Leiamos juntos Tehilim 43:3


Envia a tua luz e tua verdade, para que sejam meu guia; deixa que me guiem a teu santo monte, aos lugares onde habitas.


Que a chama da instrução do Eterno jamais se apague em cada um de nós, mesmo quando não vemos raízes, mesmo quando não sentimos sua presença. Porque a luz verdadeira é aquela que vem da obediência.

Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Moshê Ben Yosef


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