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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Estudo da Parashá Ki Tetse - A alegria da esposa redimida.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 49 – Ki Tetse (Quando saíres)

Devarim/Deuteronômio 21:10-25:19

Haftará (separação) Is 52:13-54:17 e

B’rit Hadashah (Aliança Renovada) Mt 19:3-12, 1Co 9:4-18


A alegria da esposa redimida.


Há cenas nas Escrituras que, à primeira vista, parecem duras, até desconfortáveis. Entre elas, encontramos o mandamento de Devarim 21:10-13, sobre a mulher cativa em tempos de guerra. O texto nos choca porque toca em um dos momentos mais sombrios da humanidade: a guerra, onde o instinto e a violência costumam governar. Mas, surpreendentemente, a Torá nos revela nesse cenário de dor um raio de luz, um princípio de dignidade, paciência e redenção.

Quando olhamos com atenção, percebemos que o Eterno está nos ensinando não apenas sobre disciplina e controle dos impulsos humanos, mas também sobre Seu próprio amor e maneira de agir com Yisrael. A mulher cativa se torna, no plano profético, a imagem da esposa redimida, Yisrael, que passou pela vergonha, pelo exílio e pela solidão, mas que é novamente acolhida pelo seu marido, o Eterno, por meio do messias, como anuncia Yeshayahu 54.


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

A parashá Ki Tetse reúne uma grande variedade de mandamentos que orientam a vida do povo de Yisrael em sua caminhada de obediência ao Eterno. Nela, encontramos instruções que abrangem tanto questões familiares como sociais, econômicas e até de guerra, mostrando que a santidade deve permear todas as áreas da vida.

O texto começa tratando das situações de guerra, quando um israelita deseja tomar uma mulher cativa. O Eterno ordena que até mesmo em tempos de conflito haja respeito e dignidade no tratamento dela. Em seguida, fala-se sobre os direitos de herança do primogênito, que devem ser respeitados independentemente da afeição do pai pelas esposas, e também sobre o destino do filho rebelde que não obedece à voz dos pais. Conclui-se essa seção com a instrução de que um homem executado não deve permanecer na estaca durante a noite, pois Yisrael é chamado a ser santo e não pode profanar a terra.

O Eterno também dá mandamentos que demonstram sensibilidade e cuidado para com os animais, como no caso de devolver o boi perdido ou libertar a mãe ao tomar os filhotes de um ninho. Há ainda instruções práticas para proteger a vida, como a necessidade de construir um parapeito no telhado. Outros mandamentos proíbem misturas de espécies diferentes, seja no campo, nos animais ou nos tecidos, para que Israel mantenha a ordem estabelecida pelo Criador.

A parashá também enfatiza a pureza no matrimônio e a justiça nos relacionamentos. Há leis sobre acusações de adultério, sobre divórcio e sobre a impossibilidade de o homem tornar a casar-se com sua primeira esposa após tê-la despedido. O recém-casado é lembrado de seu papel principal: alegrar sua esposa no primeiro ano de união. Além disso, o texto protege os mais frágeis da sociedade — o estrangeiro, o órfão e a viúva — ordenando que não se torça o direito deles e que as sobras da colheita sejam deixadas em favor deles.

O respeito pelo próximo se expressa também no campo econômico: proíbe-se cobrar juros do irmão, ordena-se pagar o salário do trabalhador no mesmo dia e se estabelece que os pesos e medidas devem ser justos. Até os animais são lembrados, com a ordem de não amordaçar o boi que debulha.

Outro ponto marcante é a lei do levirato (yibum), que assegura a descendência do irmão falecido através do casamento com o cunhado. Essa instrução reforça a importância da continuidade do nome dentro de Israel.

Por fim, a parashá conclui com a recordação da maldade de Amalek, que atacou Israel no caminho, e o mandamento de apagar a sua memória debaixo dos céus.

Assim, Ki Tetse mostra que a vida em obediência ao Eterno não se limita ao templo ou aos momentos de culto, mas se manifesta em cada detalhe da vida cotidiana, seja no campo, na casa, no trabalho, no casamento ou até mesmo em tempos de guerra. Como está escrito: “Agora, Israel, que é que o Eterno teu Elohim pede de ti, senão que temas ao Eterno teu Elohim, que andes em todos os seus caminhos, que o ames e o sirvas de todo o teu coração e de toda a tua alma; que guardes os mandamentos do Eterno e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem?” (Devarim 10:12–13).


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

No estudo que compartilhei ano passado sobre a parashá Ki Tetse, observamos como o mandamento da mulher cativa mostra a necessidade de frear o ímpeto do soldado, impondo-lhe tempo de espera, reflexão e teste de intenções. Era uma lição contra a precipitação, contra a ilusão da beleza momentânea, e a favor de um vínculo verdadeiro e duradouro. Na ocasião observamos profeticamente aquela mulher cativa se tornar noiva como representação dos remanescentes do Eterno. (Para ler o estudo acesse: https://souperegrinonaterra.blogspot.com/search?q=ki+tetse)

Hoje, queremos avançar dessa reflexão prática para uma visão profética mais profunda. O que significa essa imagem da mulher cativa para a relação do Eterno com Seu povo? Como ela se conecta com a haftará de Yeshayahu 54, onde Yisrael é descrita como a esposa abandonada que volta a ser amada?

Neste estudo, intitulado “A Alegria da Esposa Redimida”, vamos perceber que a mulher cativa é uma sombra da restauração de Yisrael e Yehudah, junto com pessoas das nações que se voltam para o Eterno. E veremos que o Mashiach, como representante do Eterno, cumpre o papel do esposo, chamando a esposa de volta ao lar da aliança, da mesma forma como o Eterno fez com Hoshea, o profeta.

Antes de qualquer coisa, vamos ler o texto de Yeshayahu 54, refletir em alguns pontos e depois damos continuidade no contexto deste estudo. A leitura é feita durante a live de comentários desse estudo.

Agora que lemos o texto do profeta, vamos entrar no estudo propriamente. Primeiro vejamos um pouco do contexto histórico do profeta Yeshayahu. De acordo com o Manual Bíblico da SBB, até este ponto do livro, este profeta se preocupou mais com a ameaça da Assíria. Tanto que o capítulo 39 faz transição para o grande período seguinte, o tempo do domínio babilônico. Há algumas discussões acerca do tempo da escrita do livro de Yeshayahu e se ele escreveu todo o livro ou mais duas pessoas posteriores teriam completado. Os profetas recebiam do Eterno visões detalhadas do futuro. Elas eram registradas de forma fragmentada, muitas vezes em códigos e sem ordem cronológica. Em 587 a.E.C, Yehudah foi devastada pela segunda vez (a primeira tinha sido em 598). O Beit Hamkdash (Templo da Santidade) foi destruído. A falsa esperança divulgada na época, de que o Eterno protegeria Yerushalaim em toda e qualquer circunstância foi desmascarada, e milhares de pessoas foram exiladas, conforme pode ser lido também em Yirmeyahu (Jr) 52:28-30. Dos capítulos 40-55 de Yeshayahu, o autor se dirige aos exilados abatidos.

Embora o Eterno os houvesse castigado pelas transgressões e idolatria, conforme haviam sido advertidos tantas vezes, ele ainda os amava. O povo podia confiar no Eterno, desde que voltassem ao caminho correto. O Eterno, diferente dos outros deuses tinha o poder de ajudá-los e sempre cumpre suas promessas. Isso é verdade até hoje! Este conjunto de capítulos onde 54 está inserido, estão repletos de esperança e consolo, por isso são conhecidos como “O Livro da Consolação de Yisrael”. Eles também vislumbram uma realidade profética que transcende ou ultrapassa em muito as circunstâncias de Yisrael do século 6 a.E.C. Os capítulos anteriores falavam de um rei que havia de vir, da descendência de David, isto é, o messias Rei. No entanto, estes capítulos falam de um “servo” futuro que realizaria os propósitos do Eterno, tendo que pagar um alto preço para isso, ou seja, fala do messias “Servo sofredor”. Sabemos que as duas partes de profecia falam do messias filho de David e do messias filho de Yosef, e sabemos que não são dois messias, mas um e apenas um que cumpre os dois papéis. O ponto de interseção entre os dois é justamente o que faz com que seja a mesma pessoa agindo em tempos diferentes, um tempo no futuro próximo da profecia, falando do messias sofredor, e outro tempo no futuro distante, com o retorno do servo sofredor como messias filho de David, o Rei.

Agora que entendemos um pouco do contexto histórico, vamos desenvolver mais o contexto profético observando a mulher cativa e a esposa abandonada no tempo.


1. A mulher cativa e a esposa abandonada

Nesta parashá, em Devarim 21, o soldado é instruído a não tomar a mulher cativa por impulso, isto é, não consumar sua união com ela sem antes observar alguns requisitos prescritos pelo Eterno, e um deles é dar-lhe um tempo de transformação e luto pela perda dos seus parentes. Somente depois que ela tivesse plena consciência de tudo a união poderia ser consumada. Isto exigia paciência da mulher para chorar sua amargura e tristeza, mas principalmente do homem, para aguardar o tempo certo da aceitação da mulher em se unir a ele.

Da mesma forma, em Yeshayahu 54, Yisrael aparece como a esposa abandonada, estéril por não ter tido filhos, ferida pela vergonha do exílio, mas que será acolhida novamente pelo seu marido. A profecia amplia a visão mostrando a complexa situação da mulher, que é um apontamento para os remanescentes da casa de Yisrael e de alguns gentios aproximados, que estavam vivendo em outros povos, mas foi recolhido pelo rei vencedor. E lhe é dito para deixar de lado a tristeza e a amargura e cantar e gritar de alegria pela restauração e aproximação com o Eterno.

Ambas as imagens revelam que o amor verdadeiro não se baseia na pressa ou no instinto, ou seja, não é no nosso tempo e nem do nosso jeito, mas respeitando o processo de transformação no tempo do Eterno. Na hora certa tudo acontecerá, e na verdade, muito já está acontecendo. Assim como a mulher cativa passa por um tempo de luto antes de ser recebida, Yisrael passa pelo exílio e pela disciplina antes de experimentar a restauração. Observe o seguinte verso: “Porque o teu Criador é o teu marido; HaShem Tzevaot é o seu nome; e o Santo de Yisrael é o teu Redentor.” Yeshayahu 54:5. O que nos leva ao segundo tópico, a respeito do messias como esposo profético.


2. O Messias como esposo profético

O Eterno é incorpóreo e indivisível, e por isso não pode ser literalmente marido no sentido humano. Mas, nas profecias, Ele tem se colocado como esposo de Yisrael para expressar resgate, intimidade, compromisso e amor eterno. O Mashiach, como representante do Eterno, por ser humano, cumpre esse papel terreno de conduzir o povo de volta à aliança.

Assim como Hoshea foi chamado pelo Eterno a viver, simbolicamente a dor e a restauração de um casamento, também o Mashiach representa esse vínculo: ele é o noivo que vem buscar a noiva desgarrada. Conforme podemos ver nos seguintes textos na visão de Yochanan conhecida como Apocalipse:


Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou. Ap 19:7.


Vi a cidade santa, a nova Yerushalaim, que descia do céu, da parte do Eterno, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. Ap 21:2


Um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas aproximou-se e me disse: “Venha, eu lhe mostrarei a noiva, a esposa do cordeiro.” Ap 21:9

Esses textos mostram que profeticamente o messias, o cordeiro, é o representante do Eterno, e que o termo noivo ou marido é um apontamento profético para o messias que o Eterno escolheu, e o que acontecerá no futuro. Ele não força, não invade, mas espera que ela faça teshuvah, que abandone os ídolos e volte ao lar. Veja: “Desposar-te-ei comigo em justiça, em juízo, em benignidade e em misericórdias.” Hoshea 2:19.

Profeticamente, isso aponta para a restauração de Yisrael e Yehudá, mas também para a inclusão de pessoas das nações que, deixando suas antigas práticas, passam a ser parte da casa do Eterno, obedecendo aos seus mandamentos e seguindo os passos do messias, como a mulher cativa que abandona seus adornos e se torna esposa dentro de Yisrael, seguindo o marido que a resgatou. E isso nos encaminha ao próximo ponto.


3. A alegria da esposa redimida

O clímax da profecia em Yeshayahu 54, conforme lemos, é a alegria da esposa que antes era estéril, solitária e rejeitada, mas agora é mãe de muitos filhos e cheia de honra. Essa é a alegria da esposa redimida: saber que a vergonha passou, que a rejeição foi temporária, e que a aliança de paz será eterna. Observe o seguinte verso: “Ainda que os montes se retirem, e os outeiros sejam abalados, contudo a minha bondade não se apartará de ti, nem o pacto da minha paz será removido, diz HaShem, que se compadece de ti.” Yeshayahu 54:10. A congregação nazarena, depois de resgatada e do tempo de espera passado, passa a ter alegria de pertencer ao povo e servir ao Eterno.

Essa alegria não é apenas para Yisrael histórico que voltou do exílio babilônico, e nem apenas para a Casa de Yisrael espalhada pelas nações desde 722 a.E.C, mas também para cada geração do povo do Eterno, inclusive para aqueles das nações que se unem ao pacto. O Messias chama todos para serem parte da noiva fiel, não por força, mas por amor, paciência e transformação, ou seja, a obediência é primordial. Assim, para que essa alegria possa ser concretizada na vida dessa mulher, isto é, das pessoas que formam a congregação nazarena, é preciso que se aproximem do Eterno através de atender o chamado do messias, o enviado do Eterno e da aceitação das condições estabelecidas. O resultado dessa aceitação é a alegria de viver a eternidade com o Eterno.

Sendo assim, concluindo nosso estudo, vimos que o mandamento da mulher cativa em Devarim 21 parecia estranho, mas, na verdade, é um retrato da sabedoria do Eterno: não basta conquistar por fora, é preciso conquistar o coração. Da mesma forma, o Eterno conquista Yisrael não pela força, mas pelo amor paciente e transformador.

Yeshayahu 54 nos mostra a esposa redimida, restaurada da vergonha para a honra, da esterilidade para a frutificação, da rejeição para a aliança eterna. Esse é o destino de Yisrael, de Yehudah e também das pessoas oriundas das nações que se unem ao Eterno por meio do testemunho do messias e fazem teshuvah.

O Mashiach, como noivo profético, convida todos a esse casamento. E nós, como esposa, somos chamados a responder com fidelidade, gratidão e alegria. Veja:

O ruach e a noiva dizem: Vem! E todo aquele que ouvir diga: Vem! Quem tiver sede, venha; e quem quiser beba de graça da água da vida (Torá). Ap 22:17.

Portanto, vivamos como a esposa redimida, com alegria, santidade e confiança firme nos mandamentos do Eterno. Quem ama o Eterno segue os seus mandamentos, e a alegria da esposa é saber que nunca mais será abandonada.

Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Moshê Ben Yosef


segunda-feira, 1 de setembro de 2025

A Bíblia, uma reflexão.

 



A Bíblia, uma reflexão. 

Enquanto terminava de ler um livro sobre escrita criativa, um dos exercícios que a autora passou para fixação do conteúdo, me levaram a pensar e comecei a refletir sobre a Bíblia. Resolvi então escrever algumas palavras sobre ela. A Bíblia é um livro formado por outros livros e também de cartas. Pensando bem, até seu próprio nome traz esse sentido, justamente por ser um conjunto de livros. A Bíblia não foi escrita de uma vez como um livro comum geralmente é escrito. Ela foi escrita durante vários anos, séculos e até milênios, por autores diferentes que viveram em localidades diferentes. Apesar de ter sido escrita por pessoas diferentes em localidades também diferentes, a língua original fora inicialmente o hebraico, a língua do povo a quem é referido seus textos, seja arcaico ou antigo, tendo sido feitas cópias posteriores em grego e aramaico. Partes dela foram escritas originalmente em placas de argila, depois em peles preparadas e outras em papiro.  Sendo no entanto, traduzido para muitas línguas e distribuídos em muitas nações. Atualmente, encontra-se diversas versões e modelos diferentes para gostos variados.


No entanto, não é porque a Bíblia está em quase todos os países do mundo, em formas múltiplas, que as pessoas dão-lhe a devida importância que deveria ter um livro tão antigo e com o valor que tem em si. Diz-se desse livro, ser a palavra de D'us e um manual de vida. Mas se isso é verdade, como tantas pessoas não absorvem e vivem seus ensinos? Como pode aqueles que a transportam em seus braços dizendo seguir seus ensinos não saberem o básico de seus textos? Pois muitos estão com ela em sua mão, contudo não em seu coração. Vários grupos de pessoas a utilizam como um guia da vida religiosa, como os judeus a quem é atribuída a origem dos textos, os cristãos, e aqui estão inclusos suas diversificadas vertentes, que se apossaram dela e absorveram mudando parte de seu entendimento para que fosse adequado à sua forma de pensar e de viver bem como também pessoas de outras religiões.  


A este livro é dado uma grande importância, cujo conteúdo gerou inúmeros filmes, séries e livros em todo o mundo. No entanto, isso não inibiu, as más interpretações que infelizmente, também geraram guerras, perseguições e até algo que em seus textos são contrários que é a idolatria. Tema que é muito recorrente em alguns meios religiosos que utilizam a Bíblia levando até mesmo a crimes, como exploração religiosa e estelionato. 


Porém, este livro pode ser a solução para muitos problemas que assolam as vidas das pessoas, mas por não ser levada a sério, fica relegada à um mero livro religioso. As instruções de vivência e práticas constantes em seu texto poderiam mudar a história de alguém que esteja passando por crises familiares ou no casamento. Alguém que esteja com problemas financeiros também poderia receber ajuda com sua leitura, pois há instruções a respeito de vida financeira em suas páginas. O problema é que nada disso se torna prático nas vidas que simplesmente deixam esse livro em algum canto da casa e às vezes no painel do carro pegando sol e poeira.


A Bíblia é uma fonte de águas cristalinas para qualquer sedento que sorva sua refrescância com tamanha sede, como a de um transeunte que encontra um oásis no deserto escaldante. Ela também serve de purificação para aquele que está sujo e deseja limpar-se. É pão e carne para o faminto. Remédio para o doente e uma lanterna para quem está caminhando na escuridão. A Bíblia, também conhecida como Escritura, só pode ser tudo isso, se as pessoas a desejarem, a estudarem e acima de tudo, a praticarem cotidianamente em suas vidas. Quando isso acontece, eles deixam de apenas possuir ou carregar a Bíblia, eles passam a ser a própria Bíblia. Como é o caso de alguém relatado em suas páginas como sendo o messias. Cuja vida foi exemplo de prática das palavras desse livro e que ensinou a viver e praticar.


A Bíblia contém a Palavra do Criador, sua vontade e orientação para o bem viver do ser humano que decide buscar a verdade. O Criador pode transformar sua vida através das palavras desse livro, dos ensinos do messias relatado neste livro. E se você está lendo este texto, pode também refletir sobre ele e perceber que o Eterno deseja que mude algo em sua vida. Estudar e praticar as palavras da Bíblia é o que pode te aproximar de D'us. Deixe de considerar esse livro como mais um livro, ou de achar que dá valor a ele, sem nunca tomar uma atitude verdadeira de praticá-la. Mude seu estado agora! Aproveite a oportunidade! Corra até ela e comece a lê-la.


Rav Moshê Ben Yosef 


   

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Estudo da Parashá Shoftim - Enviarei um profeta, não Deus.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 48 – Shoftim (Juízes)

Devarim/Deuteronômio 16:18-21:9

Haftará (separação) Is 51:12-53:12 e

B’rit Hadashah (Aliança Renovada) Mt 5:38-42, 1Co 5:9-13


Enviarei um profeta, não Deus.


A história de Yisrael é marcada por encontros com o Eterno que moldaram a identidade de um povo chamado a ser luz entre as nações. No entanto, o contato direto com a voz do Eterno no Sinai trouxe temor e tremor tão intensos que os filhos de Yisrael pediram a Moshê que fosse ele, e não mais o Eterno, a lhes transmitir as instruções. Esse pedido foi acolhido pelo próprio Eterno, que prometeu levantar, no futuro, um profeta do meio dos irmãos de Yisrael, semelhante a Moshê, para que o povo pudesse continuar recebendo Sua vontade sem perecer diante de Sua manifestação grandiosa.

Essa promessa é o coração de Devarim 18:18–19, onde está escrito: “Um profeta lhes suscitarei do meio de seus irmãos, como tu; e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras que ele falar em meu Nome, Eu o requererei dele.”

O tema que exploraremos aqui é simples e profundo: o Eterno não prometeu enviar a si mesmo, ou um deus, mas um profeta humano, do meio dos irmãos de Yisrael. Um homem que falaria em nome do Eterno, não por si mesmo, mas transmitindo fielmente Suas palavras. Nosso objetivo é compreender a promessa desse profeta, sua ampliação através dos demais profetas, e como Yeshua e seus talmidim a confirmaram.


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

A parashá Shoftim traz instruções fundamentais para o ordenamento do povo de Yisrael na terra que o Eterno lhes deu. O centro dessa porção é a justiça, que deve ser exercida com retidão, sem parcialidade e sem corrupção. Está escrito: “Juízes e oficiais designarás em todas as tuas portas… e julgarão o povo com juízo justo. Não torcerás o juízo, não tomarás suborno, porque o suborno cega os olhos dos sábios e perverte as palavras dos justos. Justiça, somente justiça perseguirás, para que vivas e herdes a terra que o Eterno teu Elohim te dá.” (Devarim 16:18–20).

O Eterno ordena que a justiça seja o fundamento da vida em comunidade, porque sem ela não há paz, nem permanência na herança da terra. Nessa porção também se estabelecem limites claros contra práticas de idolatria e instruções sobre como lidar com falsos profetas, que falam em nome do Eterno sem que Ele os tenha enviado. O critério é simples: se a palavra não se cumpre, não veio do Eterno.

Shoftim também apresenta a instrução sobre o rei: o povo poderia pedir um rei, mas este deveria ser diferente dos reis das nações. Ele não deveria multiplicar cavalos, mulheres ou riquezas, nem voltar o povo ao Egito. Acima de tudo, deveria escrever para si uma cópia da Torá e nela meditar todos os dias da sua vida, para que o seu coração não se elevasse sobre seus irmãos e para que guardasse os mandamentos do Eterno. Assim, o rei não é exaltado, mas servo da instrução do Eterno.

Outro ponto importante são os leviyim e os sacerdotes, que deveriam ensinar a Torá e serem sustentados com as ofertas, pois não tinham herança na terra. O Eterno é a sua herança. Há também instruções sobre guerras: antes de lutar, os oficiais ofereciam a paz; quem tivesse medo, construído uma casa nova ou plantado uma vinha ainda não desfrutada, poderia voltar para casa. Isso demonstra que a guerra de Yisrael não era apenas força humana, mas dependia da confiança no Eterno, que luta por seu povo.

Finalmente, Shoftim ensina que mesmo em meio ao campo de batalha a santidade deveria ser preservada, e que quando um crime de sangue não tinha autor conhecido, o povo deveria assumir responsabilidade, realizando o ritual da bezerra cujo pescoço era quebrado, declarando a inocência da cidade mais próxima. Assim, toda a parashá Shoftim mostra que a vida em Yisrael deve ser guiada pela justiça, pela obediência ao Eterno e pela santidade em todas as áreas: no julgamento, no governo, na guerra e na vida cotidiana. O centro de tudo é a palavra do Eterno, que deve estar diante de nós continuamente.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

Esta parashá gira em torno de um princípio central: a justiça e a obediência ao Eterno devem reger toda a vida de Yisrael. Entre instruções sobre juízes, reis, guerras e responsabilidade coletiva, encontramos uma promessa singular, melhor dizendo uma profecia: Levantarei para eles um profeta semelhante a você dentre os parentes deles. Porei minhas palavras em sua boca, e ele dirá tudo o que lhe ordenar. Quem não ouvir minhas palavras, que ele falará em meu nome, prestará contas de si mesmo a mim. (Devarim 18:18-19)

Esse anúncio não foi feito de maneira vaga ou meramente simbólica, mas em resposta direta ao pedido do povo: “Não ouvirei mais a voz do Eterno meu Elohim, nem mais verei este grande fogo, para que não morra”, que pode ser lido em Devarim 18:16 sobre o ocorrido em Shemot 20:19. O povo reconheceu sua fragilidade diante da voz do Eterno. A solução não foi abolir o contato com o divino, mas estabelecê-lo por meio de um homem escolhido, alguém que carregasse a palavra de Elohim em sua boca. Historicamente, Moshê foi esse homem. Entretanto, profeticamente a Palavra do Eterno se referiu ao messias. É sobre isso que nos aprofundaremos.

Logo, o coração dessa profecia, de acordo com o texto da Torá, está firmada em duas verdades fundamentais:

- O profeta seria humano, do meio dos irmãos, não uma manifestação divina.

- Sua autoridade viria do fato de falar somente o que o Eterno colocasse em sua boca.

Portanto, pelo que estamos vendo, esse profeta deveria transmitir a vontade do Eterno, expressa através da Torá, e a obediência a ele seria equivalente à obediência ao próprio Eterno. É importante destacar um fato claríssimo na profecia, o Eterno enviaria um homem, não ele próprio, nem um ser divino ou híbrido, nem mesmo um suposto filho legítimo do Criador do Universo. É preciso aqui entender o conceito de filho do Eterno conforme já mencionamos em outros estudos. Se você acompanha nosso estudos já deve ter lido ou ouvido a respeito, no meu canal no YouTube, Sou Peregrino da Terra, você encontrará estudos sobre o assunto. Não mencionarei aqui para não alongar muito. Vejamos agora o que os demais profetas tem à dizer, ampliando o entendimento sobre essa vinda do profeta, o messias de Yisrael.


1. O Profeta Prometido nos Escritos dos Neviyim

Os profetas posteriores retomam e ampliam essa promessa mostrando que tal profeta viria em um tempo futuro, apesar de alguns tentarem dizer que era Yehoshua ben Num, sucessor de Moshê e outros. Entretanto, todos os profetas cumpriram de certa forma partes da missão messiânica, mas a plenitude só pelo messias mesmo, e ainda assim, em sua primeira manifestação o messias cumpriu apenas parte das profecias. Lembrando que não existe um cheklist do Eterno para o messias cumprir e confirmar que veio de uma vez. O fato é que não se trata apenas de um homem falando em nome do Eterno, mas de uma nova dimensão em que a palavra de Elohim alcançaria a todos os desejosos de servirem à HaShem. O messias ensinaria as pessoas a viverem em obediência e ao praticarem isso, não seria mais necessário que lhes ensinasse ou mediasse entre o Eterno e o povo.

Observemos por exemplo Yirmeyahu 31:31-34, pois anuncia uma renovação da aliança, onde a Torá não estaria apenas em tábuas de pedra, mas gravada no coração. Isto é, internalizado nos servos e demonstrado em suas práticas. Isso ocorre por causa do Ensino de Torá que o profeta traria. Nesse quadro, vemos que após o profeta cumprir seu papel renovando a aliança, o conhecimento do Eterno não dependeria mais de um mediador distante, mas estaria acessível a todo o povo, uma vez que a Torá estaria sendo sua prática diária. E é por entender dessa forma, que Rav Shaul ensinou em 1Co 15:24-28 a respeito do final dos tempos, quando Yeshua, o messias, entregará ou devolverá a soberania e domínio confiados à ele pelo Eterno, após ter concluído todas as profecias, observe o texto:


...então, na consumação, quando ele entregar o Reino ao Eterno, o Pai, depois de ter dado fim a todo governo, sim, a toda autoridade e poder. Porque ele deve governar até colocar todos os seus inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser vencido será a morte, pois ele porá todas as coisas em sujeição debaixo de seus pés. Mas ao dizer que todas as coisas lhe foram sujeitas, é óbvio que a palavra não inclui o Eterno, pois é ele quem sujeita todas as coisas ao Messias. Quando todas as coisas tiverem sido sujeitas ao Filho, ele mesmo se sujeitará ao Eterno, que tudo lhe sujeitou, para que o Eterno seja tudo em todos.


Outro exemplo claro é encontrado em Yechezkel 36:26-27 que fala de um coração novo e um espírito de obediência, este faria com que o povo andasse nas instruções do Eterno. O espírito de obediência, pelo contexto original não é um ser, mas um mover do Eterno, ou seja, uma capacitação dada ao que busca, anseia, deseja viver segundo à vontade de HaShem a fim de terem cada vez mais condições de obedecerem.

Também vemos uma ligação nos escritos de Yoel 3:1–2 (2:28–29 dependendo da versão de bíblia que tenha) ampliando ainda mais, pois mostra a profecia sendo derramada sobre filhos e filhas, jovens e velhos, mostrando que o Eterno estenderia a voz profética para além de uma única figura, ou seja, o messias ensinaria e todos poderiam seguir.

Assim, fica claro nos textos vistos acima que os anúncios não anulam a singularidade da promessa de Devarim 18, pelo contrário, confirmam a missão do profeta. Este, assim como Moshê seria aquele que inauguraria esse tempo, conduzindo o povo a uma nova percepção da voz de Elohim. Diferentemente da crença em que o messias seja o Eterno ou o filho igual ao Eterno e outros dogmas ensinados pelo sistema religioso. No tópico seguinte vamos ampliar o entendimento de que Yeshua é esse profeta prometido pelo Eterno.


2. Yeshua como Profeta Semelhante a Moshe

Em seu ministério, entendendo seu papel, Yeshua se apresenta como esse profeta prometido. Ele não veio com discursos de sua própria autoridade, mas como alguém que transmitia apenas o que recebeu do Eterno. Sua vida justa e ensino revelaram paralelos claros com Moshê e a profecia mencionada nesta parashá. Veja alguns exemplos:

- Origem e missão: Assim como Moshê foi levantado do meio de seus irmãos para conduzir Yisrael, Yeshua também veio como filho de Yisrael, da tribo de Yehudá, chamado a guiar seu povo de volta à obediência ao Eterno.

- Mediador da palavra: Moshê transmitiu a Torá escrita; Yeshua enfatizou que a Torá deveria ser vivida no coração, por meio de prática. Ele disse: “Eu não vim abolir, mas tornar plena (Mattityahu 5:17), ou seja, revelar o pleno sentido da obediência.

- Dependência do Eterno: Moshê falava ao povo as palavras que o Eterno mandava que ele transmitisse, não falava dele mesmo. E na única vez que o fez foi proibido de entrar na terra de Kena’am, No episódio de bater na rocha. Yeshua afirmou: “As palavras que eu vos digo não são minhas, mas do Pai que me enviou” (Yochanan 14:24). Sua afirmação ecoa diretamente o que foi profetizado em Devarim 18:18.

A humanidade de Yeshua é o centro dessa identidade, pois ele não era um deus feito homem, nem o Eterno feito homem, mas um homem cheio da palavra do Eterno, levantado para cumprir uma missão profética. No tópico seguinte observaremos como os talmidim compreenderam essa profecia.

Observe os paralelos da vida de Moshê e Yeshua no tocante ao cumprimento da profecia sobre ser o profeta demonstrado no quadro abaixo:


Moshê

Yeshua

Referência

Foi levantado do meio de seus irmãos, descendente de Levi, de Yisrael.

Veio do meio de seus irmãos, descendente de Yehudá, de Yisrael.

Devarim 18:18 / Mattityahu 1:1-2

Foi mediador entre o Eterno e o povo no Sinai, transmitindo a Torá.

É mediador da palavra do Eterno, chamando à obediência plena à Torá.

Shemot 19 /

Yochanan 17:8

Realizou sinais e maravilhas para confirmar sua missão.

Também realizou sinais e maravilhas pelo poder do Eterno.

Shemot 14 / Ma’asei 2:22

Libertou Yisrael da escravidão do Egito.

Chamou o povo a ser liberto da yetzer harah (má inclinação).

Shemot 12-14 /

Yochanan 8:34-36

Subiu ao monte para receber a Torá.

Subiu ao monte para ensinar a Torá em seu sentido mais profundo.

Shemot 24 /

Mattityahu 5–7

Intercedeu pelo povo diante do Eterno após o pecado do bezerro de ouro.

Intercedeu por seus talmidim para que fossem guardados na verdade.

Shemot 32 /

Yochanan 17:15-17

Não falou por si mesmo, mas apenas o que o Eterno lhe ordenou.

Declarou que suas palavras não eram dele, mas do Pai que o enviou.

Devarim 18:18 / Yochanan 14:24

Anunciou que viria um profeta semelhante a ele.

Foi reconhecido como esse profeta pelos talmidim.

Devarim 18:18 /

Ma’asei 3:22-23


3. O Testemunho dos Talmidim

Quando lemos os textos nazarenos com os olhos treinados no contexto original das Escrituras, ou seja, Torá e profetas, notamos com clareza a forma de pensar dos seguidores de Yeshua do primeiro século. Com isso, fica muito nítido que os dogmas seguidos pelas pessoas das religiões foram criados posteriormente. Os discípulos de Yeshua reconheceram nele o cumprimento dessa promessa. Podemos ver por exemplo, em Ma’asei HaShlichim (Atos dos Apóstolos) 3:22-23, Kefa (Pedro) cita diretamente Devarim 18:18-19, afirmando que Yeshua era esse profeta prometido. Também o Shaliach Shaul (apóstolo Paulo), em suas viagens, ensinava que Yeshua era o anunciado pelos profetas, aquele que viria guiar o povo a um arrependimento verdadeiro, conforme vemos ainda em Ma’asei HaShlichim 13:27-31.

Os talmidim não apresentavam Yeshua como uma entidade divina, mas como homem escolhido e aprovado pelo Eterno, como está escrito: “Homens de Yisrael, ouvi estas palavras: Yeshua, homem aprovado por Elohim entre vós, com milagres, maravilhas e sinais que Elohim fez por ele em vosso meio” (Ma’asei 2:22).

A mensagem era clara, já que o profeta prometido veio em forma humana, falando em nome do Eterno, e sua autoridade residia justamente nessa obediência plena. Mas espere que não basta o messias ensinar as pessoas a obedecerem aos mandamentos, é necessário que cada um receba o ensino e viva-o plenamente em sua vida correndo o risco de serem cobrados por HaShem se não o fizerem. Observem isso no último tópico a seguir.


4. A Responsabilidade de Ouvir o Profeta

O Eterno não apenas prometeu enviar um profeta semelhante a Moshê. Ele estabeleceu uma condição, deixou claro o peso de terem de ouvir suas palavras: “Quem não ouvir minhas palavras, que ele falará em meu nome, prestará contas de si mesmo a mim.Devarim 18:19.

Isso significa que cada pessoa será responsabilizada diante do Eterno pela forma como reage às palavras desse profeta. Não se trata de uma sugestão, mas de uma ordem direta. Ignorar a mensagem é, na prática, ignorar o próprio Eterno. Imagina então, colocar esse profeta no lugar do Eterno, como HaShem reagirá? Dá para ter uma ideia pelo próprio contexto. Se o Eterno estabeleceu esse profeta, o messias, como um instrutor, um guia para conduzir o povo ao caminho correto, e as pessoas o transformam em um ídolo, o que nesta mesma parashá é ensinado a não dar ouvidos a falsos profetas. Sabemos bem que esse não é o caminho! Por isso, devemos preferir observar o que o contexto original nos diz. O profeta enviado tem a autoridade, fala em nome do Eterno, foi escolhido justamente por praticar a justiça e por isso foi posto acima de todos.

Yeshua reforçou essa verdade ao ensinar que rejeitar suas palavras era rejeitar Aquele que o enviou, conforme lemos em Yochanan 12:48-50, veja: Quem me rejeita e não aceita o que digo tem um juiz: a própria palavra que falei o julgará no último dia. Porque não falei por iniciativa própria, mas o Pai me enviou e me deu uma ordem, isto é, o que dizer e o que falar. Da mesma forma, Kefa (Pedro) advertiu em Ma’asei HaShlichim 3:23: “E acontecerá que toda alma que não ouvir a esse profeta será exterminada do meio do povo.”

Portanto, ouvir o profeta não é mera devoção. É uma questão de vida ou morte, de bênção ou maldição. A obediência às palavras de Yeshua é o que mantém o homem em aliança com o Eterno, enquanto a recusa em ouvi-lo traz condenação sobre si mesmo.

Concluindo nosso estudo, percebemos que a promessa feita em Devarim 18:18-19 é um divisor de águas na história de Yisrael e de todos que desejam servir à HaShem. O Eterno não anunciou que viria pessoalmente em forma de homem, mas que levantaria um profeta do meio dos irmãos, semelhante a Moshê, para guiar e instruir o povo e transmitir Sua palavra.

Os profetas posteriores expandiram essa promessa, mostrando que a voz de Elohim alcançaria todo o povo. Yeshua assumiu essa missão, vivendo como homem íntegro diante do Eterno, proclamando a Torá não como letra morta ou com pesos de halachot que atrapalham seu cumprimento, mas como caminho de vida pura e simples. Seus talmidim testemunharam que ele era o profeta prometido, chamando Yisrael a ouvir e obedecer.

O chamado para nós hoje é urgente. Devemos ouvir as palavras do profeta, pois é como ouvir o próprio Eterno, já que é seu representante. Se o rejeitamos, rejeitamos a Palavra viva de Elohim. Dessa forma, não basta admirar Yeshua como mestre, é preciso seguir seus ensinos, que nos chamam a uma vida de arrependimento, obediência e justiça. O Eterno não enviou um deus distante, mas um homem semelhante a nós, para que não tivéssemos desculpa. Ele nos mostrou que é possível viver em plena submissão ao Eterno.

Portanto, ouvir esse profeta não é apenas uma escolha individual, mas um chamado coletivo. É a condição para que, como comunidade, possamos ser luz entre as nações. O Eterno enviou um homem semelhante a nós para que fôssemos indesculpáveis diante Dele. Agora, a decisão está em nossas mãos

Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!

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Moshê Ben Yosef