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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Estudo da Parashá Terumá

 

Estudos da Torá


Parashá nº 19 – T’rumá (Oferenda, Oferta ou Coleta)

Shemôt/Êxodo Ex. 25:1-27:19

Haftará (Separação) 1Rs 5:12-6:13 e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mc 3:1-4:41; Mt 5.33-37


1 - INTRODUÇÃO

Vamos ao resumo da parashá dessa semana, extraído do site chabad.org.

A parashá Terumá inicia uma série de quatro das cinco porções que discutem em detalhes a construção do mishkan, o Tabernáculo móvel que servia de "local de repouso" para a presença de D'us entre o povo judeu.

A porção completa da semana relata a descrição de D'us a Moshê sobre como construir o mishkan, começando com uma lista dos vários materiais preciosos a serem coletados pelo povo judeu para este projeto monumental.

D'us descreve a magnífica Arca de madeira e ouro que abrigaria as tábuas com os Dez Mandamentos, completa com sua cobertura deslumbrante representando dois querubins (anjos com rosto de crianças) um de frente para o outro. Em seguida, D'us entrega a Moshê as plantas do Shulchan (mesa sagrada) sobre a qual os Lechem Hapanim (Pães da Proposição) serão colocados a cada semana.

Seguindo-se à descrição da Menorá de ouro puro que deveria ser feita de um único pedaço grande de ouro, D'us descreve a estrutura do próprio mishkan, detalhando a cobertura esplendidamente tecida e bordada, as cortinas, as divisões e as paredes externas móveis. A Porção da Torá conclui com as instruções para o altar de cobre e o grande pátio externo do mishkan.

Essa porção recebe o nome da atitude que o Eterno mandou que os filhos de Israel tomassem, eles deveriam fazer T’rumá (Oferenda, Oferta ou Coleta). O termo “Terumá ou T’rumá” guarda o significado de oferta, coleta ou contribuição. Ela vem da raíz “rûm” que significa altura, altivez, alto ou para cima. De acordo com o site Shemaysrael.com, há a idéia também de louvor que nos introduz ao conceito de “altos louvores” e também de “ser exaltado”. Com isso poderemos entender que estas ofertas não eram para Moshê (Moisés), mas elas deveriam ser dadas de forma correta, ou seja, de coração para D’us. O objetivo destas ofertas está implícito na própria palavra “terumá” que nos fala a respeito de “altos louvores” sendo prestados a HaShem, ou seja, a fim de que ele seja exaltado. Vejamos então, algumas informações importantes acerca do objetivo final desta oferta, e do que a Torá irá nos instruir sobre essa porção.

Há muitos aspectos que se estudar nessa parashá, pois ela é muito profunda, assim como todas as outras, por isso, estamos enfocando apenas alguns aspectos de forma mais prática, para colaborar com o entendimento e com a nossa teshuváh.


2 – ESTUDO DAS PALAVRAS

A parashá Terumá inicia uma série de quatro das cinco porções que tratam acerca dos detalhes da construção do Mishkan (Tabernáculo), que servia de “local de repouso” para a presença do Eterno (a Shechiná) dentre o povo hebreu. Sendo assim, essa porção vai tratar dos materiais utilizados na construção do Mishkan, bem como seus respectivos significados proféticos. Durante a semana você já deve ter estudado o aspecto profético. Quando você lê essa porção tem a oportunidade de aprender a importância de cada coisa em seu devido lugar e a forma que o Eterno usou, a fim de caracterizar através de cada objeto, a forma e os objetivos do culto à HaShem. E percebemos que o Eterno gosta das coisas corretas, não pode ser do nosso jeito, pois há um princípio que rege o serviço ou culto.

Essa é uma porção que aparentemente é monótona, devido às descrições detalhadas dos utensílios, entretanto note-se que há mistérios por trás de cada uma delas, porém com o advento do Mashiach (Messias), tais mistérios foram esclarecidos parcialmente, e podemos Glórificar a D’us por termos a oportunidade de entrar aos estudos da Torá e descortinar esses mistérios.

O início desse trecho de estudo é com o verso que diz:


E falou o Eterno a Moshê, dizendo:”.


A palavra que define o Eterno em hebraico é o tetragrama יהוה, que na nossa língua é representado por YHVH e que significa: “Eu me torno aquilo que me torno” ou “Eu serei aquilo que serei”. Mais uma vez o Eterno se apresenta com a perspectiva de tornar-se algo que seu povo naquele momento necessitava, o Mishkan (Tabernáculo). E naquele momento a “Davar” (Palavra) do Eterno chega a Moshê como uma ordenança, a fim de que os filhos de Israel pudessem, ao cumpri-la, serem abençoados grandemente. E percebemos que o Eterno está, mais uma vez levando seu povo a envolver-se com Ele de forma íntima e definitiva.

O segundo versículo dessa porção diz: “Fala aos filhos de Israel que separem para mim uma T’rumá (oferenda, oferta, coleta); de todo homem em que o coração impelir a isso, tomareis minha T’rumá.” Perceba que HaShem deixa claro que a T’rumá era para Ele, e veja o porquê disso. Essa “coleta” que D’us ordenou lista 15 diferentes materiais para a construção do Mishkan e seus componentes. Cada material foi selecionado por D’us para conceder ao povo um mérito ou benção especial ao doá-lo, e os sábios de Israel estudam um a um, no entanto, não teremos espaço aqui para isso, e por esse motivo deixaremos para uma próxima vez, sigamos em frente, pois ainda há muito que estudar.

No estudo dessa parashá no site Emunah a fé dos santos, ao mencionar este verso 2, comenta-se que esta oferta é chamada “terumá”, que não é uma expressão fácil de traduzir. Ela significa “doação”, “dom”, “dádiva”, “presente”, “tributo”, “oferta”. Vem da raiz “rum” que significa “alçar”, “elevar”. Está relacionada com algo que se levanta para separar do resto. A mesma palavra é usada para a oferta que se dá ao sacerdote, dos produtos agrícolas antes de dar o dízimo, conforme mencionado anteriormente. Veja que o mencionado site ainda diz que, o sentido pode ser entendido como uma porção separada que se “eleva” como oferta para uso sagrado. As ofertas devem ser kosher (apropriadas) e não trefá (não apropriadas). A nossa oferta representa-nos, devemos estar aptos para a oferecer.

Veja como funcionava, a oferta do holocausto representa-nos da seguinte forma:

- Primeiro oferecem-se os pés = o nosso caminhar;

- Depois as gorduras = as nossas energias;

- E as vísceras = o nosso interior;

- a cabeça = os nossos pensamentos.

Note que os dízimos são uma obrigação mas as ofertas são voluntárias (exceto as prescritas para as festas do Eterno). Por isso, somente os que têm um coração de boa vontade podiam contribuir nesta obra de construção do tabernáculo.

É importante notar o fato que o Eterno diz: “...de todo homem em que o coração impelir a isso,…” a oferta deveria ser de coração. Isso nos lembra algo que o Rav. Sha’ul (apóstolo Paulo) diz:


Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra;” (2 Co 9:7,8).


E vemos no decorrer do texto que assim foi, os filhos de Israel contribuíram muito, a tal ponto de Moshê mandar parar. E aqui, percebemos o propósito de HaShem ao permitir que os egípcios dessem muitos presentes para os israelitas, quando estavam para sair do Egito, já estudamos sobre isso. Fica para nós uma bela lição a ser aprendida com essa passagem. Todas as vezes que dispomos em nossos corações de fazer algo verdadeiramente para HaShem, e assim fazemos, é retornado para nós em forma de bençãos.

Nesse momento, no entanto, diante do que já foi exposto até aqui, cabe-nos fazer uma pergunta:


Porque D’us ordena ao povo de Israel que lhe construa um Tabernáculo?


Em meio ao povo de Israel muitos midrashim (ensinos) e parábolas são contadas para que se possa ter uma melhor compreensão dos assuntos tratados na Torá. Assim, conta-se que um príncipe viajou de um país distante para casar-se com a filha única do rei. Quando quis partir com ela, o rei disse: “Não posso deixá-la partir, ela é minha filha única. Por outro lado, ela também é sua esposa, e não tenho o direito de detê-la aqui. Por isso, pedir-lhe-ei um favor. Construa um quarto extra para mim, onde quer que se estabeleçam; de maneira que eu possa viver perto de vocês!”

Igualmente, perceba que, depois que D’us deu a Torah, Sua filha preciosa, aos filhos de Israel, conforme vimos na parashá passada, pediu-lhes que construíssem um Tabernáculo (Mishkan), no qual Sua Shechiná (Presença) residiria permanentemente na terra.

Então respondendo a pergunta, podemos dizer que era projeto do Eterno habitar com o homem, aparentemente no Mishkan que estava mandando construir, mas o propósito era muito maior, pois verdadeiramente ele queria habitar dentro de cada um, repare o que o Eterno diz em Ex. 25.8. Na maioria das Bíblias está escrito assim:


E me farão um santuário e morarei entre eles.”


Em hebraico, no entanto, está escrito assim:

וְעָשׂוּ לִי, מִקְדָּשׁ; וְשָׁכַנְתִּי, בְּתוֹכָם

veasu li mikdash veshachanti betocham”

Literalmente é: “E farão para mim um local de santidade e habitarei dentro deles”

Podemos ainda verificar sobre isso, o que Yeshua fala em Jo 14:2:


Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar.”


O Mestre estava a falar aqui da Beit Hamikdash (Casa da Santidade ou Templo Sagrado), e podemos também reparar para um melhor entendimento, o que disse João em Ap. 21. 3:

Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: “Agora o tabernáculo de D’us está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão o seu povo; o próprio D’us estará com eles e será o seu D’us.”


Assim, fica claro que o projeto de HaShem, era desde o princípio, habitar com o homem e ao mesmo tempo no homem. E a construção do Mishkan tinha esse propósito, na verdade o Mishkan era a representação da presença divina em meio aos homens através do messias. Por isso todo o tabernáculo aponta para o messias e para os remanescentes. E Yeshua representa essa presença divina em meio aos homens, tanto que essa passagem de apocalipse mencionada diz respeito a Yeshua vindo reinar na terra, representando a presença do Eterno (Santo Bendito seja ele).

Esse lugar da presença divina, o Mishkan (Tabernáculo e mais tarde o Beit Hamikdash – Templo Sagrado), era importante, segundo dizem os rabinos, para os filhos de Israel, de três maneiras:

  1. Como resultado do serviço realizado da maneira como HaShem prescreveu, os filhos de Israel recebiam proteção celestial contra quaisquer possível atacante.

  2. O Mishkan era fonte de inspiração espiritual. Cada hebreu que frequentasse o Mishkan e o Beit Hamikdash era estimulado a incrementar a observância da Torá e dos mitsvot. O Santuário e o Templo eram permeados por uma atmosfera de temor a HaShem, e observando os cohanim (sacerdotes) realizarem o serviço, os filhos de Israel eram motivados a aprimorar sua espiritualidade ou seja, sua vida de justiça.

  3. A nação inteira testemunhava constantemente milagres óbvios nos Mishkan e no Beit Hamikdash. Estes fenômenos sobrenaturais demonstravam o amor de HaShem por seu povo; era como a relação de pai e filho.

O site Shemaysrael.com mostra três parábolas vindas das tradições do povo de Israel que ilustram os motivos do Eterno para desejar que construíssem o Mishkan para ele. Vejamos abaixo:

D’us anunciou ao povo hebreu: “Vocês são meu rebanho, e Eu sou o pastor. Assim como um pastor arma a tenda perto das ovelhas para cuidá-las, Eu desejo ter uma morada perto de vocês.”

“Vós, o povo judeu, sois Meu vinhedo e Eu, D’us, o guardador do vinhedo. Aquele que cuida do vinhedo normalmente vive em uma choupana perto do vinhedo, de onde possa observá-lo para assegurar-se de que não entrem ladrões. Construam, pois, uma choupana para Mim junto ao vinhedo.”

“Vós, o povo judeu, também sois meus filhos; e Eu, D’us sou vosso pai. É uma grande honra para os filhos viver em um lar próximo ao pai e também é uma honra para o pai viver perto dos filhos.”

Reparem que o mencionado site dá as seguintes chaves para as três parábolas:

D’us é comparado:

1 - A um pastor;

2 - A um vinhateiro; e

3 - A um pai.

Por que não basta uma comparação? Por que é necessário haver três parábolas diferentes?

Na verdade, estes são três momentos diferentes da história do povo judeu. Em cada época, D’us manteve uma relação distinta com seu povo.

1 - Quando o Povo de Israel perambulou pelo deserto, D’us morava em um Tabernáculo parecido a uma tenda de pastor. Um pastor não vive em um lugar fixo. Segue o rebanho onde este vai para pastar e arma sua tenda perto das ovelhas para protegê-las e procurar-lhes comida.

Do mesmo modo, D’us “seguiu” o povo judeu pelo deserto. Como um pastor fiel, guardou-os dia e noite e estendeu Suas nuvens ao redor deles, e os alimentou com maná, aves, e água da fonte.

2 - Em Israel o rei Salomão construiu o Templo Sagrado para D’us, um edifício de pedra. Assim como o vinhateiro cuida do vinhedo, do mesmo modo D’us protegeu a Terra de Israel de todos os inimigos. Mesmo assim, o Templo Sagrado foi comparado apenas a uma “choupana” e não a um lugar permanente, pois não durou para sempre. D’us predisse que o Templo Sagrado continuaria existindo somente enquanto os filhos de Israel guardassem fielmente a Torah. Quando abandonaram as mitsvot de D’us, o Templo Sagrado, ambos o primeiro e o segundo, foram eventualmente destruídos.

3 - Quando Mashiach vier e D’us nos der o terceiro Templo Sagrado, esse será comparado a um “lar” - pois durará para sempre. Então todos verão que D’us é nosso pai e que somos Seus filhos. Claro que a noção de terceiro templo é profética, e há muitas linhas de entendimento sobre ele, que não convém nos aprofundarmos aqui.

Ao ouvir as palavras de D’us: “Que façam um Santuário para Mim, para que habite dentre eles”, Moshê ficou surpreso. “Como podes Tu, Cuja Glória preenche céus e terra, habitar numa humilde moradia que erguemos para Ti?” – perguntou.

HaShem respondeu: “Nem ao menos preciso do Tabernáculo inteiro como local de residência. De fato, confinarei Minha Shechiná à limitada área onde se localizará a arca.”

Podemos confirmar ainda, que o Eterno não desejava habitar em uma construção humana, quando David Hamelech (O Rei David) desejou construir uma casa para Hashem, o que foi dito a ele.

Em todos os lugares em que tenho andado com Israel, falei eu jamais uma palavra a um dos juízes de Israel, a quem mandei que apascentassem o meu povo, dizendo: Por que não me tendes edificado uma casa de cedro?” (1 Crônicas 17:6)

Sabemos no entanto, que o Eterno permitiu que fosse construído uma casa, o Beit Hamikdash(casa da santidade) pelo descendente de David, o Rei Salomão, isso fora anunciado nos versos posteriores ao mencionado acima. Assim, em Seu grande amor pelo povo que escolheu, Hashem restringiu Sua Shechiná ao Tabernáculo, próximo aos Seus filhos. O Tabernáculo físico de madeira, contudo, era apenas um símbolo para a verdadeira habitação da Shechiná – o coração de cada um dos seus filhos.

Como é possível transformar o coração de alguém num Santuário para a Shechiná? Isto é alcançado devotando-se o coração à Torah e ao serviço de D’us.

A narrativa bíblica, ajuda-nos a discernir entre a verdadeira profecia, e aquilo cujo fruto está na vaidade, ou no coração do homem. O Eterno não tem nada contra o fato de um grupo querer ter um espaço para se reunir, ou que seja suficiente para caber todas as pessoas numa reunião. Porém, não importa se esse espaço é próprio, alugado, emprestado, se é na casa de alguém, num salão de festas, na praia, num parque, enfim, onde quer que seja. Porque Yeshua já deixou clara a condição que Ele deseja para nós:



Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” (Mateus 18:20)


Portanto, repito que não há nada, sob o ponto de vista das Escrituras, contra a existência de um local fixo de reunião. Tanto que o Eterno consentiu quando David fez tal pedido. Se nós formos abençoados com essa oportunidade, alegremo-nos no Eterno. Porém, essa não pode ser jamais uma condição para que se forme uma assembleia de pessoas que crêem em Yeshua, nem se pode pensar que a santidade ou a importância está no local, e não na reunião das pessoas. Então reflita no seguinte, se estás numa situação de aguardar que um trabalho seja levantado ou seja feito na cidade em que vive, para que só então possa ter comunhão com HaShem e com outros irmãos, então não estamos agindo em conformidade com as Escrituras. E quando não agimos em conformidade com as Escrituras, nem sequer adianta orar pedindo que o Eterno mude uma situação. Porque D’us não ouve oração de transgressores, conforme lemos em Pv 28:9:


O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.”


Em Ex 25:8 lemos:


E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.”


Nas porções passadas vimos como se estabeleceu o pacto matrimonial entre a Palavra do Eterno e Israel. Depois do primeiro passo, o noivado, chega o tempo de preparar uma casa para o novo matrimônio. Segundo o mencionado site, e como vimos até aqui, podemos ver que essa é a razão pela qual o Eterno dá instruções para que se prepare uma casa para viver com a sua esposa. Esta casa é uma sombra da casa celestial que o Eterno preparou para ser revelada nos tempos finais, cf. Apocalipse 15:5; 21:3.


E, depois disto, olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu.” Ap 15:5


E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus.” Ap 21:3


Conforme vimos no comentário do verso 2 acima, o texto hebraico não diz que o Eterno irá habitar “entre eles”, mas sim “neles”, em hebraico “betocham”. O mais lógico seria dizer: “e Eu residirei em vós”, mas aqui diz que vai morar dentro do povo de Israel e por isso teriam que lhe fazer um santuário.

O verdadeiro lugar da morada é o coração de cada uma das pessoas do povo de Israel, que entregaram o seu coração ao Eterno. Isto ensina-nos que a Presença Divina residia no tabernáculo, por causa dos Israelitas. Eles eram o verdadeiro “santuário” da presença Divina.

Acerca do verso 8, o site Shemaysrael diz que, a palavra “santuárioem hebraico é miqdash e significa “lugar santo, santuário, parte sagrada. Em conformidade com as palavras desta raiz (qdsh), miqdash denota aquilo que foi dedicado ao domínio do sagrado. Aqui refere-se à área física dedicada à adoração ao Eterno. HaShem estabelece que deve haver um lugar a fim de que haja um encontro entre o Eterno e o homem: o miqdash! Este lugar foi previamente separado para uso exclusivo do Eterno. Ali é o seu domínio, o lugar onde o secular e o santo se encontram. Ali o Eterno determinou ser o lugar para que o homem receba sua Palavra e sua presença! Ele viria para aquele lugar a fim de ali habitar. Isso ressalta a ideia de vizinhança e de proximidade. Mais uma vez vemos aqui o carinho demonstrado pelo Eterno a fim de estar próximo ao homem, de ser seu vizinho, de estar sempre perto dele a fim de socorrê-lo ou mesmo estar disponível para o homem que o ama!

De certa maneira, isso pode soar estranho, mas vejamos a coisa por este lado: o Eterno é o nosso Criador e consequentemente é o nosso Pai. Existem vínculos familiares fortíssimos entre nós. Sendo assim ele, como todo pai, deseja ficar, estar, permanecer próximo de seus filhos. Isso é tão natural para nós, porque não seria para Ele? Por isso o Eterno providenciou um lugar a fim de estar junto dos seus amados. No passado isso ocorria assim e hoje nós temos o privilégio de ter o D-us Eterno tabernaculando em nós através de Ruach Elohim (O Espírito de D-us)! Ele continua estando próximo, e muito próximo, de nós! Isso não é maravilhoso?


25:9 “Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis.”


Quando Moshê (Moisés) subiu ao monte, HaShem mostrou-lhe o desenho do mishkan (tabernáculo), de forma completa, pois ele deveria seguir para construir o tabernáculo, e ele deveria ter três seções:


1 - O Santo dos Santos: Era a seção mais santa do Tabernáculo que continha a arca com as Tábuas da Lei.

Na entrada do Santo dos Santos pendia um cortinado chamado parôchet. Este cortinado dividia o Santo dos Santos da segunda seção, o kôdesh.

Somente o sumo-sacerdote tinha permissão Divina de entrar no Santo dos Santos, e somente um dia por ano: no Yom Kipur.

2 - A segunda parte do Tabernáculo era menos sagrada que o Santo dos Santos. Chamava-se kôdesh. Ali ficavam a mesa, a menorá, e o altar de incenso.

As duas seções juntas eram denominadas "Ôhel Moed"(Tenda do Encontro).

3 - A terceira parte era o pátio. Era menos sagrado que o kôdesh. Ali Moshê colocou o grande altar de cobre sobre o qual eram oferecidos todos os sacrifícios de animais.

D'us também explicou a Moshê exatamente como construir cada um dos objetos do Tabernáculo. Começou por explicar-lhe sobre a arca, pois era o recipiente mais sagrado do Tabernáculo.


Podemos perceber que a Torá nos mostra que quando o Eterno pretende fazer algo ele revela, ele não faz nada oculto.

Segundo o site Emunah-fé-dos-santos, o tabernáculo do deserto é uma figura de várias coisas. Pode ser entendido como um reflexo do universo. Há várias palavras idênticas neste relato que nos ligam com o relato da criação. Moisés teve que estar durante seis dias na nuvem antes de ser chamado desde o interior no sétimo dia, o qual conecta esta obra com a criação de que foi feita em seis dias cf. Êxodo 24:16


E habitava a glória do SENHOR sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e, ao sétimo dia, chamou o SENHOR a Moisés do meio da nuvem”.


Podemos analisar isso profeticamente, Moisés representa o povo do Eterno (Judeus e ex-gentios), a nuvem representa a presença divina por meio do Ruach (poder), os seis dias representam a preparação do povo e o trabalho de despertar os remanescentes e o sétimo dia, em que ele foi chamado representa a volta de Yeshua, quando ele chamará o povo do Eterno para lhes revelar os segredos do Olam Rabáh.


E ainda segundo o mencionado site, podemos comparar o tabernáculo, com outras quatro coisas:


- Um santuário celestial, cf. Hebreus 8:2; 9:11-24.

- O corpo do Messias, João 1:14; 2:18-22.

- O corpo do crente, 1 Coríntios 6:19.

- A Kehilá, a congregação do Messias, 1 Pedro 2:4-10; 1 Corintios 3:16-17; 2 Corintios 6:16.


Em todas estas habita a presença do Eterno de forma mais ou menos intensa.


25:10 “Também farão uma arca de madeira de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura.”


Note algo interessante! Segundo o site Shemaysrael, de todos os utensílios do Tabernáculo, D’us ordenou que a arca fosse construída primeiro. Instruiu que sua construção precede até mesmo a próprio Tabernáculo. Confiram no verso 9. A arca constava de três caixas abertas na parte superior; uma encaixava dentro da outra. A caixa menor era de ouro puro, e encaixava dentro de uma de madeira. A caixa de madeira encaixava dentro de uma caixa maior, que era feita de ouro. Desta maneira, a arca de madeira, era folheada a ouro por dentro e por fora, exatamente como D’us ordenara.


A caixa de ouro externa tinha um belo rebordo de ouro, semelhante a uma coroa. A arca onde as tábuas foram guardadas simbolizava a Torah, e os ornamentos representavam a Coroa do estudo da Torah.


A arca é o objeto mais íntimo do mishkan (tabernáculo), de acordo com o site emunáh-fé-dos-santos. HaShem começa sua obra de dentro para fora, assim como faz em nossas vidas. O homem olha desde fora para dentro, mas o Eterno olha desde dentro para fora, pois só conseguimos demonstrar externamente a transformação e o arrependimento, quando tudo isso já começou dentro de nós, como está escrito em 1Sm 16:7:


Porém o Eterno disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Eterno não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Eterno olha para o coração.”


Um profeta do Eterno aprende a ver como o Eterno vê as coisas, desde dentro. Um profeta pode ver os corações dos homens, como está escrito em João 2:24-25:


Mas o mesmo Yeshua não confiava neles, porque a todos conhecia; E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem.”


Nós também devemos aprender a ver dessa forma! E entender que o Eterno começa por dentro, essa porção nos mostra exatamente isso. Quando o Eterno trata com o ser humano, ele faz sempre de dentro para fora. Há um grande problema de muitos homens, que é tentarem tirar os maus frutos, as más obras da vida, mas não trabalham na raiz que causa e que produz esses maus frutos, ou seja, procuram remover o problema e menosprezam a origem do problema. Ou vivem uma vida de aparência, por não tratar das causas dos problemas. Poderemos viver todo o tempo tentando melhorar nossas ações e as nossas palavras, contudo não teremos sucesso, se não mudarmos nossos corações, pois dele é que vem todas as más inclinações e obras, como podemos observar em Mc 7:21-22:


Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.”


Vejamos o que a arca simboliza.

Ela representa a Shechinah (presença) do Eterno no meio do seus servos, pois ela ficaria dentro do tabernáculo.

D’us conferiu ao povo de Israel três “coroas” (posição de grandeza), conforme shemaysrael.com:

- A coroa da Torá, que era representada pela arca;

- A coroa do sacerdócio, que era representado pelo altar; e

- A coroa da monarquia, que era representada pela mesa.


A coroa do estudo da Torah sobrepõe-se aos dois ofícios. Somente um judeu nascido numa família real ou sacerdotal poderia ser elegível para posições de monarquia ou sacerdotal. A oportunidade de se tornar um grande sábio de Torah, contudo, é acessível a qualquer um. Por isso nosso Messias Yeshua nos manda fazer discípulos, pois para discipular alguém, é preciso estudar a Torah.


Contudo, a arca também representava o estudioso de Torah. Ela sendo feita de ouro por dentro e por fora revestindo a caixa de madeira, esta caixa representa o homem.

As arcas interiores e exteriores que eram de ouro, indicam que os sentimentos íntimos de um estudioso de Torah devem coadunar-se com sua conduta externa. Pobre do estudante de Torah que porta a Torah em seus lábios, enquanto seu coração é desprovido de temor a D’us!

25:16 “Depois porás na arca o testemunho, que eu te darei.”

Entendendo que o tabernáculo representa o homem, a arca simboliza o coração, o mais íntimo. O Eterno daria o testemunho que seria colocado dentro da arca. E isso tem uma importância, pois muitos pensam que o testemunho é nosso, mas o Eterno estabelece o testemunho de acordo com nossas vidas.

Dentro da arca seriam colocados três coisas que serviriam de testemunho:

- As duas tábuas do testemunho, que representam toda a Torá;

- Uma porção de maná, Ex 16:32-34; e

- A vara de Arão, Nm 17:5, 8-10.


O testemunho é o nome que o Eterno pôs sobre as duas tábuas de pedra que foram colocadas na arca. Este texto diz que o Eterno daria a Moisés o testemunho no futuro. Isto alude não apenas às duas tábuas mas sim também ao testemunho messiânico que iria ser entregue mais adiante a todos os que receberam o testemunho do Messias, como está escrito em Hebreus 3:5.


E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar;


Dentro do coração do crente há um testemunho, uma voz que fala e diz-nos que somos filhos do Eterno, como está escrito em Romanos 8:16:


O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Elohim.”


Diz-nos a palavra em 1 João 5:10-12:


Quem crê no Filho de Elohim, em si mesmo tem o testemunho; quem a Elohim não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Elohim de seu Filho deu. E o testemunho é este: que Elohim nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Elohim não tem a vida.”


2 Coríntios 13:5:


Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Yeshua haMashiach está em vós? Se não é que já estais reprovados.”


O site Emunáh-fé-dos-santos diz que O espírito da profecia é aquele que dá testemunho no nosso interior, na parte mais profunda do nosso coração, não na nossa mente. Esse espírito dá o testemunho de Yeshua, revela os segredos do Messias que constam nas Escrituras. Se alguém é sensível ao testemunho de Yeshua que há no seu espírito, irá ser esclarecido nas escrituras. Pois o espírito da profecia ou o mover da profecia é a própria Escritura. A maioria das coisas que partilhamos recebemos pelo testemunho que foi colocado no nosso coração, ao longo do tempo que temos vindo a estudar as escrituras. E isso nos mostra como é importante está sempre estudando as Escrituras.


25:17 “Também farás um propiciatório de ouro puro; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio.”


Depois de entendermos um pouco da arca e de seu conteúdo, vejamos o que a cobria, o propiciatório. Considera-se que era uma ilustração do Trono da Glória que existe no céu, conforme Hb 4:16:


Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”


A palavra hebraica que foi traduzida como “propiciatório” é “kaporet” que significa cobertura, coberta. Ela vem da raíz “kafar” que significa calafetar, cobrir, perdoar, absolver, compensar, expiar. Ela vem da mesma raíz da palavra usada para o dia de expiação Yom Kippur.


25:18 “Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório.”


Há algo interessante a ser observado neste verso. HaShem manda construir dois querubins de ouro. E isso a primeira vista parece ser contraditório, afinal o Eterno está mandando construir duas imagens do que há em cima no céu, quando a Torá diz ser proibido fazer imagens de escultura. O fato é que Êxodo 20:4 diz “não farás para ti…” as palavras chave deste versículo são: “para ti”, ou seja, fazer imagens para adoração. Isso é proibido!


Os querubins não foram objetos de adoração. Eles representavam criaturas que servem ao Eterno, sempre próximos ao trono de HaShem. O propiciatório, que ficava em cima da arca da aliança, representava o trono do Eterno.


Depois de dar as descrições do propiciatório, o Eterno entrega a Moshê as plantas do Shulchan (mesa sagrada) sobre a qual os Lechem Hapanim (Pães da Proposição) serão colocados a cada semana.


Seguindo-se à descrição da Menorá de ouro puro que deveria ser feita de um único pedaço grande de ouro, D'us descreve a estrutura do próprio Mishkan, detalhando a cobertura esplendidamente tecida e bordada, as cortinas, as divisões e as paredes externas móveis.

Essa parashá (porção) da Torá conclui com as instruções para o altar de cobre e o grande pátio externo do Mishkan.

O Mishkan (tabernáulo) e os utensílios dele nos mostram o que e como devemos nos relacionar com o nosso Elohim. Ele providenciou graciosamente um modelo a fim de estarmos entrando em um relacionamento com ele da forma correta, pois ao contrário do que possam ensinar as religiões há um meio correto de haver relacionamento entre HaShem e o homem. A Torá nos ensina passo a passo, quando nós poderemos, através de nossa caminhada seguindo os passos de Yeshua, nosso messias, atingirmos o lugar que deseja o nosso coração: o Santo dos Santos e a presença final do D’us Eterno. Ele nos criou com essa finalidade, e foi para isso que Yeshua viveu uma vida justa, e foi ressuscitado depois da morte na estaca, e por isso o Ruach nos convenceu e nos colocou no caminho. Para que vivamos uma vida de santidade na presença do Eterno.

Essa parashá é repleta de detalhes e há muito o que aprender, por isso devemos dizer Bendito seja o Eterno nosso Elohim que nos permite estudar sua Torá, e que podemos anualmente voltar e estudar mais uma vez a mesma passagem, a fim de que possamos nos ater no que não pudemos nesse momento. Estudaremos a Torá a vida toda e não chegaremos ao nível de dizer eu já sei tudo, já cheguei ao final.


Que o Eterno lhe abençoe!


Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

- http://shaareishalom.net.br/bo-o-nome-diz-tudo/

- http://chumash.escolajudaicavirtual.org/31.html

- http://shemaysrael.com/parasha-teruma/

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771026/jewish/Resumo-da-Parash.htm

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/822811/jewish/Mensagem-da-Parash.htm

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/19-_terum_oferta.pdf

Estudo da Parashá Mishpatim

 

Estudos da Torá


Parashá nº 18 – Mishpatim (Julgamentos ou Regras)

Shemôt/Êxodo Ex. 21:1-24:18

Haftará (Separação) Jr 33:25-26, 34:8-22 e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mc 1:1-2:28


1 - INTRODUÇÃO

Na semana passada estudamos a porção Yitró (Jetro). Os estudiosos da Torá afirmam que poucas porções semanais recebem o nome de uma pessoa, sendo assim, sempre que esta associação é feita, ela merece atenção especial. E naquela porção vimos que isso não foi diferente, pois ela é referente à entrega da Torá, e nomear a porção com o nome de Jetro, só pode indicar uma conexão forte entre ele e os acontecimentos ali descritos, e pudemos ver algumas instruções para cada um de nós dali.

Vimos também, que HaShem entregou a Torá naquele dia, e que o próprio D’us falou em som audível através dos som de shofar (trombetas) a todos os que estavam no pé daquele monte (Ex 18-21), através das dez palavras ou dez mandamentos. Porém, entenda que aquilo não foi tudo, pois a Torá é rica em instruções para a vida daquele que serve ao Eterno. Ele também, acrescentou mais instruções, os chamados “Mishpatim” (Regras ou juízos), que estudaremos na parashá dessa semana.

Antes porém de adentrarmos ao estudo de mais essa porção maravilhosa, vamos ao nosso resumo da parashá, que essa semana ao pesquisar achei muito interessante a que encontrei no site Emunah a fé dos santos, pois eles dividiram o resumo em aliot (plural da palavra “aliá”, que significa subida, e são as porções diárias da parashá da semana).

Primeira Leitura: 21:1-19

O Eterno instrui Moshê com os estatutos (mishpatim), para que os apresente ao povo. Primeiro, como deve ser o tratamento para com os escravos hebreus, homens e mulheres. Logo, fala dos danos ao próximo, voluntário e involuntariamente. Depois fala da violência contra os pais, o sequestro, a maldição contra os pais e a restituição dos danos originados numa luta.

Segunda Leitura: 21:20 – 22:4

E o Eterno aborda casos de violência contra um escravo, contra uma mulher grávida e contra um escravo não hebreu; danos provocados aos homens por animais violentos, por danos provocados aos animais de outros, e acerca da restituição por roubos.

Terceira Leitura: 22:5-27

Através da Torá o Eterno regulamenta várias coisas, como a restituição por danos provocados por animais a terceiros, a restituição pela perda de bens confiados ou prestados a outros, passando pelas consequências da sedução de uma virgem não desposada, aborda a feitiçaria, a bestialidade e a idolatria. É proibido emprestar dinheiro aos pobres com interesse ou tomar como caução o seu manto pela noite.

Quarta Leitura: 22:28 – 23:5

É expressamente proibido falar mal do Eterno e dos líderes do povo. A oferta das primícias, da colheita e dos primeiros frutos devem ser feitas dentro dos tempos designados. O primogênito dos filhos e do gado devem ser consagrados ao Eterno ao oitavo dia. Não devem ser admitidos nem testemunhos falsos nem ser levado pela maioria a praticar o mal ou perverter o juízo, tampouco deve haver distinção para com o pobre no seu litígio.

Quinta Leitura: 23:6-19

Não deve ser permitido que o inocente seja culpabilizado, bem como é proibido receber subornos e oprimir o estrangeiro. Seis anos se cultiva a terra mas no sétimo ano não, para que comam os pobres e as feras do campo. Seis dias se trabalhará mas no sétimo não, para que descansem os animais, os filhos das servas e os estrangeiros. É proibido mencionar o nome de outros deuses e fazer com que os outros os mencionem. Três vezes ao ano deve ser celebrada festa ao Eterno, a festa dos pães asmos, a festa da sega (festa das semanas) e a festa da colheita dos frutos (festa das cabanas/tabernáculos) e ninguém deve vir ao Eterno de mãos vazias. O sacrifício de Páscoa não pode ser sacrificado quando há fermento. As sobras do sacrifício não podem ficar até à manhã seguinte. Há que levar o melhor das primícias da terra à casa do Eterno.

Sexta Leitura: 23:20-25

Um anjo irá adiante do povo para guardá-lo até que cheguem ao lugar preparado. Há que respeitá-lo pois ele leva o Nome do Eterno. Se o povo for obediente, prevalecerá sobre os inimigos, e seis povos serão destruídos por completo. É proibido fazer as coisas que fazem esses povos, e as estátuas idólatras devem ser destruídas. Ao servir ao Eterno será abençoado todo o alimento e a bebida e será eliminada toda a enfermidade. Sétima Leitura: 23:26 – 24:18

Não haverá abortos na terra nem esterilidade e nada morrerá antes do tempo. O terror irá diante de Israel e todos os inimigos serão confundidos. Os limites de Israel serão desde o mar de juncos até ao mar dos filisteus, e desde o deserto até ao rio porque os povos serão expulsos diante de Israel. Não pode ser feito pactos com eles nem com os seus deuses e eles não poderão habitar na terra para que não façam pecar Israel, por causa da sua idolatria.

Moisés recebe instruções para subir ao Eterno juntamente com os 70 anciãos de Israel. Os demais devem prostrar-se afastados mas Moisés poderá aproximar-se do Eterno. Moisés vem ao povo e conta todas as palavras do Eterno e o povo diz que procederão segundo todas elas. Moisés escreve todas as palavras, edifica um altar ao pé do monte e os jovens oferecem sacrifícios sobre ele ao Eterno.

A metade do sangue é posta em vasilhas e a outra metade é espargida sobre o altar. Moisés lê o livro do pacto a todo o povo e o povo promete obedecer a tudo. Moisés esparge o sangue sobre o povo e diz: “este é o sangue do pacto que o Eterno fez convosco relativamente a todas estas palavras”.

Moisés recebe a ordem de subir até ao Eterno no monte e esperar ali até receber as tábuas de pedra, a Torá e o mandamento que Ele escreveu.

Josué vai com ele até meio caminho, e Moisés diz aos anciãos que os esperem até que voltem. Arão e Hur poderão julgar se houver algum assunto passível disso. Moisés sobe, a nuvem cobre o monte durante seis dias. No sétimo dia é chamado desde o interior da nuvem. A glória do Eterno é como um fogo consumidor em cima da montanha e Moisés entra na nuvem e sobe ao monte. Ali fica durante 40 dias.


2 – ESTUDO DAS PALAVRAS

A parashá dessa semana tem início com os julgamentos (juízos, regulamentos ou regras) do Eterno que são delineados e expostos de forma clara e conclusiva ao povo de Israel. Eles são propostos na forma de uma lei civil, a fim de instruir o povo como proceder quando se defrontar com aquela situação. Veremos o quão profundas são estas leis e como o povo pode ser abençoado ao obedecê-las.

Assim, de acordo com o que podemos encontrar no estudo dessa porção no site ShemaYsrael.com, já podemos começar a compreender que “mishpatim”, a palavra que dá nome a essa parashá, são as diretrizes Divinas que regulamentam a conduta entre um israelita ou servo do Eterno e seu semelhante.

A Torá nos ensina que devemos observar duas classes de mitsvot (mandamentos):

As mitsvot a respeito de D’us e as mitsvot em relação a outro servo de D’us. E esta porção das Escrituras começa nos ensinando todo um sistema de legislação civil, tais como os direitos das pessoas, escravos e servos, também as leis relativas a homicídio, lesões corporais, leis que tratam do dano causado a pessoas ou a propriedades e ofensas morais. Estes códigos antigos ainda são relevantes hoje, devido a seu forte princípio. As leis encontradas aqui são poderosas e profundas e continuam a ser um tesouro significativo na palavra do Eterno. Elas recebem o nome de “mishpatim”, conforme já falamos anteriormente.

Por isso, sempre repetimos algo que Yeshua disse, “...amar a D’us acima de tudo e a seu próximo como a si mesmo.” Esses mandamentos que estão enquadrados aqui nessa classe de Leis, são também conhecidas como os “pilares da Torá”, pois desses dois vem as dez palavras ou dez mandamentos, também conhecidos como as “colunas”, e destes dez vem todos os 613 mandamentos.

Vimos no resumo da porção passada no início da introdução desse estudo, que quando o Eterno deu a Torá, houve trovões e relâmpagos e uma nuvem espessa sobre a montanha. O monte Sinai estava envolto em fumaça e toda a montanha tremia violentamente. E o povo viu os sons, as chamas, o toque do shofar, e a fumaça que saía da montanha. E todo o povo tremeu, e ficou longe. Mais intenso que todos esses fenômenos físicos foi a força da voz de D’us. E os sábios dizem que ao ouvirem as “dez palavras’, as almas(vidas) das pessoas fugiram, e que os efeitos dessa revelação reverberaram por todo o mundo. Nenhum pássaro cantou, nenhum boi bramiu, nem o mar rugiu. O silêncio reinou enquanto D’us falava.

Relembrando que há um paralelo a tudo isso em atos 2, onde na festa de shavuot (pentecostes), mesma ocasião da entrega da Torá, houve algo parecido, quando o Eterno mandou seu Ruach (sopro, vento, mover, poder, espírito) sobre os talmidim (discípulos). E ali ouviu-se um som como de um vento forte, viu-se fogo e quem estava presente, ouviu os talmidim (discípulos) falarem em sua própria língua. Da mesma forma como a Torá oral diz que os representantes das 70 nações ouviram as dez palavras ditas pelo Eterno do Sinai em suas próprias línguas.

Interessante notar também, que depois de toda a descrição daquela experiência, poderíamos pensar que a Torá continuasse seu relato com assuntos que dessem continuidade ao transcendente ou ao espiritual, mas no lugar disso ela continua com as seguintes palavras: “E estes são os estatutos” em hebraico – “Veêlech hamishpatim”, que trataremos sobre o termo logo a frente.

Então, podemos nos perguntar, mas por que? Antes de compreendermos isso devemos saber o contexto. A palavra hebraica que foi traduzida como ordenanças/estatutos (leis) é “mishpatim” מִּשְׁפָּטִים . Na Torá aparecem várias palavras que falam dos mandamentos que o Eterno deu ao povo. De acordo com o site Emunah a fé dos santos, as cinco palavras mais comuns são.

1. Torá- Significa instrução, norma, doutrina, ensino, lei. E as instruções estão na Torá, ela é aprofundada em todos os escritos inspirados. A Torá ou Instrução pode referir-se a alguns tipos de instrução, como veremos abaixo:

- Simples, por exemplo a de Provérbios 3:1.


Meu filho, não se esqueça da minha lei, mas guarde no coração os meus mandamentos,”


- Uma instrução específica, relativamente a um assunto específico, como é o exemplo das instruções para os sacrifícios (Lev. 6:9; 7:11) ou para a relação matrimonial (Rom. 7:2).

- Geral, entregue ao povo de Israel – A Torá de Moshê, os cinco livros de Moshê, o Pentateuco, como é o caso da referência de Dt 31:26; Josué 1:7-8; Mateus 5:17; Lucas 24:44.

2. Mitsvah - no plural mitsvot – mandamentos – termo geral para todo o tipo de mandamentos. Vem da raiz tsavá, que significa ordenar; encomendar; mandar.

3. Mishpatim – Estatutos - Significa sentença; norma; jurisdição; regra, modelo. São leis Divinas que promulgam a segurança e sobreviência da sociedade humana. Incluem, por exemplo, a proibição de roubar e matar. São os mandamentos que estamos estudando nessa porção.

4. Chukim – Decretos - Significa porção, obrigação, mandato, regulamentos, decreto. Na categoria de “chok” (plural: chukim) classifica-se todas as mitsvot cujo propósito ou significado não são compreendidos pela inteligência humana. De acordo com o site Chabad.org, esta categoria de mandamentos é a mais difícil de respeitar. O Talmud nos diz que essas são as leis que "a má inclinação (yêtser hará) e as nações do mundo tentam contestar." Se não compreendemos o motivo de alguma coisa é tentador achar pretextos para não fazê-la. Quando tentamos explicar nossa religião aos não-judeus, as leis que não tem um motivo óbvio são as mais difíceis de compreensão. O fato de um mandamento não ter um motivo óbvio torna seu cumprimento um ato de fé, muito mais ainda. Ele indica que estamos prontos e desejosos de obedecer às ordens de D'us, até mesmo quando não podemos justificá-las racionalmente.

Todas as leis de pureza e impureza ritual pertencem à essa categoria de mandamentos conhecidos como chukim, decretos.

5. Edut - Testemunhos- Que significa provas, testemunhos, depoimentos. Se uma mitsvá testemunha um evento histórico ou algum aspecto de nossa fé (emunah), é chamada de “edut”, testemunho. São exemplos a mitsvá de observar o shabat, que atesta nossa crença de que o Todo Poderoso criou o mundo em seis dias. Observar as festas (Yom Tov), pois comemoram o êxodo do Egito, as mistvot de tsitsit e tefilim que demonstram nossa crença na soberania de D’us.

De acordo com o mencionado site, podemos ilustrar o exposto até agora, sobre a palavra mishpatim, da seguinte forma:

A Torá é a instrução geral que foi dada desde o céu, ou seja, pelo Eterno, por intermédio de Moshê.

Os mandamentos são todos os mandamentos que existem na Torá, e esses mandamentos estão divididos em estatutos, juízos e testemunhos, conforme ainda veremos com um pouco mais de detalhes.

Todos os 613 mandamentos são resumidos nas Santas Palavras conhecidas por todos como “os dez mandamentos”, que em hebraico também é chamado de “asserat hadevarim” ou “as dez palavras, dez ditos”. Eles são um conjunto de preceitos morais que o Eterno deu ao homem desde a criação e que se confirmou por escrito nas duas tábuas do testemunho dadas a Moshê no Monte Sinai, conforme lemos em Dt 10:1-5:


Naquela ocasião o Senhor me ordenou: "Corte duas tábuas de pedra, como as primeiras, e suba para encontrar-se comigo no monte. Faça também uma arca de madeira. Eu escreverei nas tábuas as palavras que estavam nas primeiras, que você quebrou, e você as colocará na arca". Então fiz a arca de madeira de acácia, cortei duas tábuas de pedra como as primeiras e subi o monte com as duas tábuas nas mãos. O Senhor escreveu nelas o que tinha escrito anteriormente, os Dez Mandamentos que havia proclamado a vocês no monte, do meio do fogo, no dia em que estavam todos reunidos. O Senhor as entregou a mim, e eu voltei, desci do monte e coloquei as tábuas na arca que eu tinha feito. E lá ficaram, conforme o Senhor tinha ordenado.” Dt 10;1-5 (Bíblia on line NVI)


Os Estatutos/ordenanças são os mandamentos de carácter social que regulam todo o tipo de relações sociais dentro de Israel. São um conjunto de decretos que reúnem o pensamento de HaShem acerca da maneira de viver dos Seus filhos e em relação aos quais Ele não nos dá justificação particular. Limita-se a dizer que são vida para todos nós. Nestes decretos ou estatutos incluem-se as Leis dietéticas e várias outras.

Os juízos são um conjunto de Leis morais e éticas (como por exemplo a chamada segunda metade dos Dez Mandamentos que inclui proibições como matar, roubar, cobiçar, adulterar, etc.).

Também, de acordo com o site, além dos contidos nas tábuas dos Dez Mandamentos, os juízos do Eterno ensinam a Sua justiça nas nossas relações com o nosso semelhante. São também os mandamentos difíceis de entender por carecer de explicação lógica. Não tem que existir uma explicação lógica para a instrução do Eterno, pois nesse caso apenas observaríamos por percebermos o sentido disso, e também voltaremos a falar sobre isso logo abaixo.

Os sábios de Israel dividem as mitsvot (mandamentos) da Torá em três categorias, de acordo com o que encontramos nos textos em hebraico, e sobre isso, também podemos ler no site “pt.chabad.org” conforme já mencionamos antes:

  1. Mishpatim (literalmente “julgamentos”, “estatutos” ou “Regras”) – aquelas mitsvot que também são ditadas pela razão, tais como as proibições contra o roubo e o assassinato. Mesmo se a Torá não tivesse sido dada, D’us nos livre, nós provavelmente teríamos instituído leis desta natureza. (Como de fato já haviam nos povos da época, tais códigos de conduta, como é o exemplo do código de Hamurábi).

  2. Edut (lit., “testemunhos”) – mitsvot comemorativas; Os testemunhos de HaShem revelam os Seus dias santificados, as sete festividades do Eterno nas datas por Ele marcadas: Shabat, Páscoa, Semana dos Pães Asmos (que inclui a Festa das Primícias), Pentecostes, Trombetas, Dia da Expiação, Semana dos Tabernáculos. Estes “testemunhos” expressam o plano de salvação instituído pelo Eterno e permanecem como um “farol” no meio das trevas, apontando invariavelmente para a vinda ou volta do Messias, e para o Seu reino milenar. Um outro exemplo de cumprimento do mandamento “edut” é respeitar o Shabat e comer matsá em Pêssach, o que nos permite reviver os eventos da história e captar mais facilmente seu significado espiritual.

    Quando os filhos de Elohim guardam o Shabbat e celebram as santas festas do Eterno, transformam-se em “luzes” para o mundo, para as trevas que os rodeiam. Transformam-se em testemunhas vivas (vós sois as minhas testemunhas – Isaías 43:10, 12; 44:8). Em Dt 4:44-45 está escrito: “Estes são os testemunhos, e os estatutos, e os juízos, que Moisés falou aos filhos de Israel, havendo saído do Egito;”

  3. Chukim (lit., “decretos”) – mistvot que são suprarracionais, que são “um decreto Meu, [que] vocês não têm permissão de questionar”. Conforme falamos um pouco acima sobre os decretos, devemos cumprir mesmo não sabendo o porquê, pois dessa forma manifestamos a nossa confiança no Eterno, pois só Ele sabe o que é melhor para nós. Cumprir por fé (emunah, confiança, obediência), não por existir uma razão lógica, pois diz-nos a Palavra em Dt 29:29: “As coisas encobertas pertencem ao Eterno nosso Elohim, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.”

O Salmo 119 contém todos estes conceitos, ora aparecendo o louvor dos juízos do Eterno, ou dos Seus estatutos, ou dos Seus testemunhos, ou dos Seus mandamentos, ou referindo-se, simplesmente, ao “caminho” que nos leva ao Eterno, que sabemos ser a Torá que Yeshua ensinava, por isso ele disse que era o Caminho, a Verdade e a Vida – João 14:16.

O Salmo 119 é um hino de louvor e de graças por Esse Caminho, por toda a Torá de HaShem, na qual o homem sábio roga a Elohim por entendimento dos Seus desígnios e da Sua vontade, para por ela andar todos os dias da sua vida, esperando, ardentemente, a redenção no Messias. Ao contrário do homem sábio, o ímpio vive sem salvação: Salmo 119:155:


A salvação está longe dos ímpios, pois não buscam os teus estatutos”


Voltando então à pergunta que fizemos anteriormente. É provável que a entrega da Torá teria sido seguida pelos chukim, devido a sua natureza suprarracional refletindo os sentimentos espirituais que foram despertados no Monte Sinai. Então, por que, a Torá dá continuidade ao seu relato com Mishpatim (regras) que poderiam (aparentemente) ser postuladas pela razão, em paralelo ao que existia em toda sociedade civilizada da época?

Vamos então entender, pela gramática hebraica, o motivo dessa forma de continuação da Torá. Pelas regras, sempre que [a Torá] usa o termo “Eile” (Estas são), ela nega o que foi dito anteriormente. E sempre que ela usa o termo “Veeile” (E estas são), ela adiciona ao que foi mencionado anteriormente.

Dessa forma, como aquelas mencionadas inicialmente (os Dez Mandamentos) [foram revelados] no Sinai, também estas (as leis da parasha mishpatim) [foram reveladas] no Sinai, isto é, foram ato contínuo, vieram logo após. Um grande sábio judeu chamado Rashi afirma que os julgamentos ou regras que são objetos desse estudo da Torá, não são um desvio da revelação do Monte Sinai, mas uma consequência natural dela. O que devemos entender é que a Torá é mais do que espiritualidade transcendental. Pelo contrário, o principal impulso da entrega da Torá é o revestimento da vontade e da sabedoria de D’us em conceitos que os mortais podem entender.

Quando se estuda a Torá, a pessoa está entendendo a divindade e unindo sua mente com a de D’us. A compreensão intelectual envolve o estabelecimento de uma ligação entre a nossa mente e o conceito sob consideração. De fato, tal ligação é mais completamente estabelecida no estudo daquelas dimensões da Torá que se relacionam aos assuntos humanos, pois estas são ideais que o intelecto humano pode compreender completamente.

A entrega da Torá completa o objetivo da criação, pois adonai criou a existência porque Ele desejava um local de moradia nos mundos inferiores, ou seja, nos lugares criados por Ele para o homem. Por isso, o objetivo da criação é, não a revelação do poder transcendental ou espiritual de D’us, mas que os homens como existem, sejam permeados pela verdade de Seu ser.

E os mishpatim servem exatamente para isso, pois comunicam a Divindade em relação às vidas cotidianas dos mortais. O entendimento dessas leis traz Divindade à mente de cada pessoa, tornando-a uma “morada de D’us”. E a prática destas leis cria uma sociedade que permite ao homem atingir objetivos espirituais em shalom (paz completa) e satisfazer suas necessidades materiais com retidão, estabelecendo uma “morada para D’us” no mais completo sentido.

Que continuemos a Estudar e a praticar essas leis que o Eterno estabeleceu com o intuito de vivermos a plenitude da vontade de Adonai, pois trazem o princípio para nossas vidas.


Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- https://www.bibliaonline.com.br/nvi/dt/10

- https://www.hebraico.pro.br/r/bibliainterlinear/texto.asp?g=1,2&gb=1e2,2&s=EXODO&p=21

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

- http://shaareishalom.net.br/bo-o-nome-diz-tudo/

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771025/jewish/Resumo-da-Parash.htm

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/2464847/jewish/Depois-do-Sinai.htm

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/18-_mishpatim_estatutos.pdf

- https://shemaysrael.com/parasha-mishpatim/

- https://shemaysrael.com/mishpatim-humildade-sem-humilhacao/

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/920414/jewish/As-Trs-Categorias-de-Mitsvot.htm