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sexta-feira, 12 de julho de 2024

Estudo da Parashá Chukát - Yeshua a "Água Viva": Significado profético e prático.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 39 – Chukát (Regulamento)

B’midbar/Números Nm 19:1-22:1,

Haftará (Separação) Jz 11:1-33; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 3:9-21; 4:3-30 e 12:27-50.


Tema: Yeshua a "Água Viva": Significado profético e prático.


No estudo dessa semana vamos analisar mais profundamente arelação que há entre a rocha, a água e a vida justa de Yeshua, levando em conta o pensamento judaico e o contexto original das Escrituras, além de considerar os aspectos simbólicos, proféticos e práticos que levam a verdades espirituais profundas.

RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA


A parashá Chukát, de acordo com o resumo no site Chabad, começa com o decreto da Torá, Chukát Hatorá, uma mitsvá que somos conclamados a cumprir mesmo que não possamos entender seu propósito e sua razão - a vaca vermelha (Pará Adumá), cujas cinzas eram usadas, por exemplo, para purificar as pessoas que se contaminaram através de contato com o corpo de uma pessoa morta. A narrativa então salta 38 anos, para iniciar a descrição do que aparece imediatamente antes do povo de Yisrael entrar na Terra de Kenaam. A irmã de Mosheh, Miriam morre, e o povo fica sem água, pois o miraculoso poço que os acompanhara durante sua jornada no deserto, segundo os sábios, existia apenas pelo seu mérito. O Eterno ordena a Mosheh e a Aharon que falem com uma rocha em especial, que produzirá água instantaneamente; em vez disso, Mosheh golpeia a pedra com seu cajado, e HaShem diz aos dois líderes que eles não entrarão na Terra Prometida. Depois, o rei de Edom recusa-se a deixar o povo de Yisrael passar, fazendo-lhes tomar uma rota mais distante. Aharon morre e é sepultado no Monte Hor, e seu filho Elazar o sucede como Sumo Sacerdote. Os Filhos de Yisrael cantam uma canção de louvor sobre o milagroso poço que D'us tinha feito surgir pelo mérito de Miriam, e a porção termina com as batalhas e vitórias sobre Sichon, o rei de Emori, e Og, o rei de Bashan.


ESTUDO DO CONTEXTO LITERAL, PRÁTICO E PROFÉTICO


É interessante estudarmos a relação que há entre a Torah, a água e Yeshua. Olhando apenas superficialmente, pode parecer que não há ligação alguma. E de fato, o judaísmo desconsidera essa relação quando se trata de incluir Yeshua na equação, no entanto eles vêem a relação que o TaNaK faz da Torah com a água. No pensamento judaico, ou seja, nas Escrituras Sagradas, a água está associada à Torah. A Torah é comparada a água pura que limpa e renova. Ela é a fonte de sabedoria e instrução para o povo de Deus. Assim como a água é essencial para a vida física, a Torah é essencial para a vida espiritual.

Em relação a Yeshua como a Palavra viva, por causa de sua vida justa e cumpridora dos mandamentos do Eterno, ele personifica a Torah. Ele é a água viva que purifica, ensina e restaura. E faz isso, devido ao seus ensinos da própria Torah.


Água no TaNaK.

No TaNaK, conhecido como Antigo Testamento, a água é essencial nos rituais de purificação estabelecidos pela Torah. Por exemplo, a água é usada para purificar objetos, pessoas e até mesmo para lavar certos alimentos antes de sua ingestão. Isso reflete a importância da pureza ritual como uma forma de se aproximar de D’us e participar adequadamente no seu serviço e na comunidade.

Conforme vimos acima a água tem significados ricos nas Escrituras e dentro do povo de Yisrael, e veremos alguns deles:

- Purificação - A água está ligada à limpeza de impurezas e ao perdão dos pecados. Conforme vemos nessa parashá, os rituais de purificação envolviam água, simbolizando a limpeza.

- Renovação - A água é também um símbolo de vida e renovação. A Torá frequentemente usa metáforas relacionadas à água para descrever bênçãos e prosperidade que vêm de D’us, além de apontamentos proféticos. Por exemplo, a promessa de uma terra fértil e abundante é frequentemente associada à imagem de "chuvas no seu tempo", fazendo parte de uma grande profecia. No livro do profeta Isaías, o Eterno promete derramar água sobre o sedento, representando a ação do Ruach Hakodesh (Espírito Santo), o poder do Eterno em nossas vidas.


Pois derramarei água na terra sedenta, e torrentes na terra seca; derramarei meu Espírito sobre sua prole, e minha bênção sobre seus descendentes. Is 44:3


- Fonte de Sabedoria - Provérbios 18:4 compara as palavras da boca do homem a águas profundas, associando a água à sabedoria divina.


As palavras do homem são águas profundas, mas a fonte da sabedoria é um ribeiro que transborda. Pv 18:4


- Fonte de Refrigério – Assim como a água é usada para aliviar a sede e refrescar, em um sentido figurado, a água é vista como uma fonte de refrigério espiritual e físico. Nos Salmos, por exemplo, D’us é descrito como a "fonte da água viva" que sacia a sede da alma.


Você pode encontrar outros textos no TaNaK que apontem para a relação da água com a Torah?


Yeshua como água viva.

Agora, em relação a Yeshua sendo chamado de "água viva" na Brit Hadashah conhecido como Novo Testamento, essa metáfora carrega um significado profundamente profético, já que está ligado a tudo que foi predito pelo Eterno. Vemos parte do cumprimento das profecias na vida de Yeshua e de seus seguidores.

Em Jo 4:14, vemos Yeshua referir-se a si mesmo como a fonte da “água viva”. Neste trecho, ele fala à mulher samaritana junto ao poço de Yaakov, primeiro pedindo água para matar a sede e se refrescar, com o intuito de chamar a atenção dela para um ensino importante, oferecendo-lhe "água viva" que saciará a sede espiritual de forma permanente. Ele se refere a si mesmo como a fonte dessa água viva que jorra para a vida eterna. E isso tem várias implicações proféticas:

- Vida Eterna – A água viva representa a vida eterna que é oferecida por meio dos ensinos de Yeshua. Quem bebe dessa água nunca terá sede.


mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. Jo 4:14


- Purificação - Assim como a água purifica, Yeshua nos purifica de nossos pecados e restaura nossa relação com o Eterno ao ter nos ensinado a Torah de forma plena. Quando obedecemos aos mandamentos de HaShem e nos aproximamos do povo através dos ensinos do messias, restauramos a relação com o Eterno.

- Renovação Espiritual – A Torah que Yeshua ensinou revigora e renova nossa vida, capacitando-nos a viver com propósito e abundância.

Temos ainda outra referência em que Yeshua usa a metáfora da água viva. Em João 7:37-39, durante a moed de Sucot, conhecida como Festa dos Tabernáculos, na verdade no último dia da festa, Yeshua proclama: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva." Neste contexto, Yeshua novamente se apresenta como a fonte de vida espiritual abundante para todos os que creem nele.

Como Yeshua vivia na íntegra o cumprimento de Torah, e ensinava sua prática, ele é comparado a uma fonte de água viva, assim como os que segue suas instruções da Torah, conforme ele mesmo disse, se tornam fonte de água viva.


Seguir os passos de Yeshua na prática.

Yeshua não apenas oferece a vida eterna através de viver no caminho que o Eterno estabeleceu pela Torah, mas também uma vida abundante, transformada e transformadora já a partir daqui e de agora, através do Ruach Hakodesh que habita nos servos do Eterno.

Dessa forma, reconhecer que Yeshua é o enviado do Eterno para ser o caminho que leva à verdade e à vida. Ele é o instrumento do Eterno para a salvação e o relacionamento com HaShem, conforme lemos suas palavras em Jo 14:6.

Outra forma prática de seguir os passos de Yeshua é viver pela fé, entendendo claro, que fé não é apenas acreditar, mas é confiar e praticar os mandamentos. E o estudo da Palavra, a oração, comunhão e obediência aos ensinos do mestre. Com isso, imitar o caráter de Yeshua em amor, compaixão, justiça e serviço aos outros, compartilhando as boas novas ensinadas pelo messias para que outros também possam conhecer a “água viva” oferecida pelo ungido do Eterno.


O contexto da parashá para os dias atuais.

Contextualizando o que estudamos nessa parashá para os dias atuais devemos observar alguns pontos importantes:

- Busca pela Verdade e Propósito - Estudar e aplicar as Escrituras como a Palavra inspirada de D’us para orientação espiritual e moral.

- Purificação e Renovação Espiritual - Encontrar perdão e restauração através do Messias em um mundo cheio de paganismo, desobediência, desafios e distrações.

- Vida Abundante e Frutífera - Viver uma vida de serviço, justiça e crescimento espiritual através dos ensinos de Yeshua.

- Fonte de Conhecimento e Sabedoria - Buscar sabedoria para discernir o que é certo e justo na vida diária através do estudo e prática das Escrituras.

Em resumo, obedecer aos mandamentos de Yeshua, que na verdade são do Eterno, vai além de uma simples adesão externa a regras ou preceitos. Envolve uma transformação interior profunda, refletida em atitudes e ações que expressam amor a D’us e ao próximo, uma busca contínua pela santidade, uma fé firme e perseverante, e um compromisso com o discipulado conforme ensinado por Ele. É um chamado para viver uma vida que glorifique a HaShem em todos os aspectos.


Concluindo nosso estudo, tanto a água nas Escrituras e na tradição judaica, quanto a "água viva" ensinada por Yeshua, apontam para a importância crucial da purificação espiritual, da vida abundante no Messias e do seu testemunho das Boas Novas. Seguir Yeshua não é apenas seguir suas palavras, mas também viver uma vida transformada pelos ensinos dele sobre a Torah, refletindo o amor e a misericórdia do Eterno para o mundo, já que as profecias apontam para Yeshua e o cumprimento das palavras do Eterno.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr/Rav. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


quinta-feira, 4 de julho de 2024

Estudo da Parashá Korach - É necessário agir como Arão!

 


Estudos da Torá

Parashá nº 38 – Korach (Coré)

B’midbar/Números Nm 16:1-18:32,

Haftará (Separação) 1Sm 11:14-12:22; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) 2Tm 2:8-21, Jd 1-25.


Tema: É necessário agir como Arão!


No estudo dessa semana vamos explorar na parashá Korach a atitude sacerdotal de Aharon ao se colocar entre os mortos pela praga e os vivos, levando a cessá-la, como lemos em Números 17:11-13. E relacionaremos essa situação com o texto de 1 Samuel 12:20-25, da haftará. Também discutiremos o papel do sacerdote e sua conexão com Yeshua, o Messias. Por fim, abordaremos como os seguidores de Yeshua podem aplicar essas lições em suas vidas diárias.


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

A Parashá Kôrach, segundo o site Chabad, começa com a infame rebelião liderada por Kôrach contra seus primos, Moshê e Aharon, alegando que os dois haviam usurpado o poder do restante do povo de Israel.

Após tentar convencer os rebeldes a uma retirada, Moshê diz aos dissidentes e a Aharon que cada um deve oferecer incenso a D'us. A oferenda do verdadeiro líder seria aceita pelo Eterno, enquanto que o restante do povo teria uma morte não natural. A um pedido de Moshê, D'us faz com que a terra miraculosamente se abra e engula Kôrach, enquanto o restante dos líderes da rebelião são consumidos por uma chama enviada por D'us. Quando os sobreviventes reclamam sobre a morte em massa, D'us ameaça destruí-los também, e irrompe uma peste.

Mais uma vez, Moshê e Aharon intervêm, oferecendo incenso para impedir a extinção do resto do povo. Deste modo, e com o miraculoso brotar do cajado de Aharon dentre aqueles dos outros líderes das tribos, Moshê e Aharon provam ser os líderes escolhidos. O papel de Aharon como Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) é reiterado, e a Torá descreve os dons a serem concedidos aos Cohanim como recompensa por seu serviço no Mishkan (Tabernáculo), incluindo o direito de comer determinadas porções dos Corbanot (Sacrifícios). Os Levitas devem também ser sustentados pela sua dedicação recebendo ma'asser, ou a décima parte de todas as colheitas produzidas pelo povo na Terra de Israel.


ESTUDO DO CONTEXTO LITERAL, PRÁTICO E PROFÉTICO

A Parashá Korach entre outras coisas narra a rebelião liderada por Korach, Datan e Abiran contra Mosheh e Aharon. Como já estudamos em anos anteriores Korach, um levita, questionou a liderança de Mosheh e Aharon, alegando que todos os filhos de Yisrael eram santos e não precisavam de intermediários, o que no final se provou ser um engano gigantesco que muitos cometem até os dias de hoje.

Vamos observar mais atentamente o texto de Bamidbar/Números 17:11-13 a fim de reparar na atitude de Aharon durante a crise gerada depois da morte de Korach e seus companheiros.


O papel de Aharon como intercessor

Desde os tempos bíblicos até os dias atuais, a figura do sacerdote desempenhou um papel crucial na relação entre D´us e seu povo. Na parashá Korach encontramos um exemplo marcante e muito claro em Aharon, o sumo sacerdote, que intercedeu pelos fiéis diante do julgamento divino devido à revolta do povo. Essa história nos oferece valiosas lições para os seguidores de Yeshua, o Messias, que assim como Aharon, também agiu como mediador e intercessor, não da humanidade como é ensinado por aí, mas da casa de Yisrael e dos remanescentes. Neste estudo exploraremos a necessidade de imitar Aharon, que era um apontamento profético para o messias, e como aplicar essas lições em nossa vida cotidiana.

É importante notar que, justamente o que estava em questão em todo o conflito era o sacerdócio de Aharon e a liderança de Mosheh, porém depois de tudo o que ocorreu o Eterno confirmou a escolha de Aharom como Kohem Hagadol (Sumo Sacerdote), fazendo sua vara florescer, na sequência do mesmo capítulo 17.

Retornando portanto aos versos 11 a 13 vemos que a murmuração dos revoltosos que sobraram da rebelião de Korach causou a deflagração de um julgamento do Eterno em forma de uma praga. Quando isso ocorreu, Aharon se colocou entre os vivos e os mortos, oferecendo incenso para aplacar a ira divina. O incenso é um apontamento para as obras de justiça, ou seja, a obediência, que dá autoridade para a intercessão. Aharon demonstrou compaixão e amor, intercedendo pelo povo mesmo quando parte deles estavam em rebelião.

A tarefa do sacerdote é justamente fazer expiação e fazer o papel de intermediador entre o povo e o Eterno. Reparem o texto abaixo, principalmente a palavra circulada:



A palavra para “e fez expiação” ou “e expiou” é וַיְכַפֵּרvayekhaper, que vem da raiz כִּפֵּרkiper, trazendo os seguintes significados: perdoar, desculpar; apaziguar; expiar, reparar. Note os significados, e todos estão ligados com a missão do sacerdote bem como a do messias, e no fim das contas ambos são realmente um messias, cujo significado é ungido, e essa unção é para um propósito do Eterno.

Há algo espetacular nessa palavra e em seu radical, uma mensagem maravilhosa que demonstra justamente a missão do sacerdote e do messias. Vejamos um pouco de gematria, observe abaixo:

- A palavra וַיְכַפֵּר - vayekhaper - “e expiou” tem o valor de 316, cuja raiz é 10.

- A palavra כִּפֵּר – kiper – “expiar” tem o valor de 300, cuja raiz é 3.

Perceba que a diferença entre as duas palavras é kiper é o verbo no infinitivo e vayekhaper é o verbo flexionado, ou seja, a realização da ação. E para que isso seja feito foi preciso acrescentar duas letras. Não por acaso as letras são justamente um - י - yud e um - וַ - vav, cujos significados pictográficos são, respectivamente, mão e prego. O que claramente nos diz que para haver a ação da expiação precisa de uma mão e de um prego. Justamente o que ocorreu com Yeshua! Será que isso é uma coincidência? Outra coisa a diferença entre os valores gemátricos é também representativo, pois yud = 10 e vav = 6, cuja soma é 16 dando uma raiz 7 que aponta para o shabat, o milênio e para a letra ז – záin, cujo significado pictográfico é cortar. Nos dando o entendimento de que para haver o corte da transgressão precisa haver expiação e para isso, é necessário acrescentar a mão e o prego, ou seja, a obra de intercessão do sacerdote ou messias. E veja que o resultado entre a diferença das raízes das duas palavras 10-3=7 também, indicando que isso é um código perfeito deixado pelo Eterno no texto da Torah.

Aqui, ainda é importante destacar que no verso 14 temos o número de mortos, que também não é um acaso, o valor é 14.700. Se somarmos esse número teremos uma raiz 3, a mesma raiz da palavra kiper – expiar. Demonstrando que o juizo do Eterno sobre aquelas pessoas foi justamente para expiar a transgressão. E a ação de Aharon ao ir para o meio com o incensário para gerar expiação, é o apontamento para a vida justa de Yeshua com a prática da Toráh que o leva a morte no madeiro tendo suas mãos e pés pregados com pregos. O que nos leva ao próximo tópico.


Yeshua como Sumo Sacerdote

De acordo com tudo que vimos até aqui, é correto concordar com o autor aos Hebreus que diz que Yeshua é o Sumo Sacerdote de uma ordem anterior e superior. Veja:


Yeshua, porém, tornou-se kohen pelo juramento pronunciado por D’us, ao dizer: Adonay jurou e não mudará de ideia: Você é kohen para sempre. Isso mostra também quão superior é a aliança da qual Yeshua se tornou fiador. Hb 7:21-22


Como Sumo Sacerdote, Yeshua intercede pelos servos do Eterno, oferecendo expiação, perdão, reconciliação. Da mesma forma que Aharon, Yeshua se coloca entre o homem que se aproxima do Eterno arrependido e o próprio Eterno com sua justiça.

O exemplo deixado por Yeshua ecoa até os dias de hoje ao estudarmos a Torah e da forma como ele instruiu. Dentre muitos textos podemos citar Jo 17, quando Yeshua orou pelos seus discípulos, e essa oração ficou conhecida como a oração sacerdotal. Ele perdoou transgressores, orou e curou enfermos, demonstrando compaixão, amor e misericórdia, agindo como o mediador perfeito, como um Sumo Sacerdote. Yeshua cumpriu claramente o que encontramos nos códigos da Torah a respeito do messias e seu papel de resgatador das casas de Yisrael e Yehudah.


A prática na atualidade

Como seguidores de Yeshua, devemos obedecer aos mandamentos do Eterno, a fim de estarmos aptos e puros para orar pelos que ainda não tiveram seus olhos abertos para a verdade da Palavra. Devemos ser como pontes de intercessão, fazendo o papel de sacerdotes, levando as necessidades dos outros diante de D’us.

Na verdade esse é o papel de todo servo do Eterno, todos que se aproximam de HaShem e de seu povo se tornam sacerdotes, e começam a exercer um papel profético que se cumprirá plenamente a partir do sétimo milênio. Precisamos ser mediadores de reconciliação, da mesma forma que Aharon, devemos levar reconciliação entre D’us e as pessoas. Isso ocorre ao vivermos e ensinarmos a prática das instruções do Criador, a Torah. Quando as pessoas começam a praticar os mandamentos ocorre perdão, amor, e ajuda aos necessitados. E aqui é um bom momento para lermos um dos textos da sugestão de leitura da Brit hadashá para essa porção, registrado em 2Tm 2:8-21.

Por isso, é muito importante, que em nossa vida diária, imitemos o exemplo de nosso messias Yeshua, servindo ao Eterno com obediência, compaixão e amor. Devemos ser compassivos com os que ainda estão perdidos e feridos no sistema, mostrando sempre que possível e houver oportunidade o amor prático, estendendo a mão, julgando com a reta justiça e vivendo segundo a vontade do Criador.

Concluindo, a atitude de Aharon nessa parashá, e o exemplo de Yeshua, nos lembram que o papel do sacerdote e do seguidor do Messias vai além de rituais e dogmas. Devemos ser agentes da justiça, da santidade, do amor, intercessão e reconciliação em um mundo que precisa desesperadamente desses princípios. Que possamos seguir o exemplo de Aharon e, acima de tudo, de Yeshua o messias, agindo como mediadores e servos compassivos, refletindo a misericórdia, conhecido como graça, e o amor de D’us.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr/Rav. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)