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sábado, 26 de outubro de 2019

Estudo da Parashá Vezot HáB’rachá (E esta é a benção)


Estudos da Torá

Parashá nº 54 – Vezot HáB’rachá (E esta é a benção)
Devarim/Deuteronômio Dt 33:1-34:12
Haftará (Separação) Js 1:1-18; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Rm 7:21-25.


1 - INTRODUÇÃO
                  
               Esta foi a última porção da Torá que estudamos no ciclo 2018-2019, a “Vezot Haberachá”, que é lida na festa de “Simchat Torá (Alegria da Torá), e ela descreve as últimas palavras de Moshê ao povo de Israel. Depois de elogiar a nação por acolher a Torá, conforme afirma o site Chabad.org, Moshê concede bênçãos específicas e proféticas para cada uma das tribos, de acordo com suas responsabilidades nacionais e grandeza individual, e então abençoa a nação como um todo.
               Vejamos o que esta última porção nos ensina e o que poderemos à partir daí passar a praticar em nossas vidas.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
              
               Lemos no comentário da Torá, que após o cântico de “Adeus” da parashá anterior, Moshê, antes de se separar do seu povo amado, abençoou-o, como o fez o patriarca Yaacov (Jacó), fundador das tribos de Israel (Gn 49:29). Ele convocou toda a congregação e abençoou a cada tribo em separado, destacando o papel que haveriam de desempenhar ao longo dos tempos.
               Lemos mais, que essas maravilhosas palavras de despedida de Moshê são a mais significativa expressão do otimismo e da fé que define o segredo da existência e continuidade do povo de Israel. Esse homem escolhido por Adonai, estava fortalecido pela couraça de uma fé poderosa e inquebrantável, que lhe deu coragem para defrontar-se com o desastre e a morte, e mesmo assim, contemplar a Onipresença Divina. Sua alma estava impregnada, segundo esse comentário, de coragem e otimismo, porque sabia que o único refúgio da nossa vida é o Eterno. Esta foi a fé que o moveu a abençoar seu povo nas últimas horas de sua vida, e a falar-lhe cheio de confiança e fé a respeito do futuro.
               Com toda certeza a confiança que Moshê tinha em Elohim era tão grande, que esse era o motivo de sua esperança. Devemos aprender essa lição com Moshê, mesmo em momentos de dor, nada pode abalar nossa confiança no eterno. Ainda que tudo ao redor esteja direcionando para tristeza, encontre em Adonai a força para visualizar o cumprimento das promessas, pois foi isso que ele fez. Veja o que lemos em Salmos 23: “YHVH ROY LO ECHESAR” Adonai é meu pastor e não me faltará...” Quando lemos todo o salmo, podemos perceber do que está sendo falado, não fala de coisas materiais, mas fala da confiança no Eterno, mesmo que o material falte, o Eterno não faltará. Esse é o entendimento que Moshê tinha.
               O versículo 1 desse capítulo 33 de Dev/Det nos diz o seguinte: “Esta é a bênção com o qual Moisés, homem de Elohim, abençoou os israelitas antes da sua morte.”
               É muito bonito quando uma pessoa pode terminar os seus dias abençoando no lugar de amaldiçoar. Verdadeiros servos de Adonai vivem assim, como vemos com Moisés, mas também com o próprio Yeshua, que foi o profeta que o Eterno levantou como Moshê (Deut 18:15, 18), também ele terminou os seus últimos momentos na terra a abençoar os seus discípulos, como podemos ler em Lc 24:50-51:

“Tendo-os levado até as proximidades de Betânia, Jesus levantou as mãos e os abençoou. Estando ainda a abençoá-los, ele os deixou e foi elevado ao céu.”

               Vejamos o verso 2: “E disse: Adonai chegou do Sinai; de Seir ele raiou sobre seu povo, brilhou desde o monte Paran; e com ele estavam miríades de santos; escrita com sua mão direita, deu-lhes a Lei do meio do fogo.”
               De acordo com o site Emunah a fé dos santos, o talmud diz que isto ensina-nos que o Santo, Bendito seja ele, ofereceu a Torá a todas as nações e línguas, mas não a aceitaram até que chegou a Israel que a recebeu.
              A Tora foi dada como fogo, ou do meio do fogo. E isso representa para nós que, é muito importante manter o fogo da Torá do Eterno nos nossos corações para que a nossa prática, o caminhar em obediência, não se converta em algo pesado, aborrecido ou seco, conforme lemos em Lc 24:32. Quando a Torá está no coração, é um fogo interior que nos mantém inspirados no nosso amor pelo eterno. Em Rm 12:11 podemos ler: “ No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor.”
               Outra coisa que podemos notar neste verso 2, é que a Torá foi entregue por Deus a Seu povo sem intermediários. Isso porque a expressão “Sua mão direita” reflete a proximidade ímpar de Deus com o povo de Israel e indica também a força e a segurança que Israel recebeu juntamente com a Torá revelada por Deus. Vemos isso no comentário da Torá.
               Sabemos assim, com certeza dita pela própria Torá, que o Eterno a deu diretamente ao povo, e Moshê que fazia parte do povo, foi quem a recebeu e levou ao povo. Devemos com isso, entender que ela é a vontade de Deus para aqueles que se propõe a servi-lo.
              
Um olhar retrospectivo
               Quero passar a seguir um trecho do estudo dessa porção extraído do site Chabad.org, pois achei muito apropriado, para nós nesse momento.
               O texto diz que, ao chegar ao final do livro de Devarim, é hora de olharmos em retrospecto e refletir sobre o que estamos a ponto de completar. Segundo esse estudo, os rabinos referem-se a este livro como Mishnê Torá, conforme mencionamos em alguns estudos anteriores, isso é, uma explicação e revisão da Torá, pois Devarim inclui muitas mitsvot que já foram ensinadas anteriormente em outros livros da Torá. Poderíamos pensar: por que foi necessário revisar tantas coisas muitas e muitas vezes?
               Afirma-se que Rabi Samson Raphael Hirsch explica que a narrativa em Devarim ocorreu ao final da permanência de quarenta anos do povo judeu no deserto. Eles haviam testemunhado muitos milagres às claras enquanto D’us lhes fornecia tudo o era necessário: jamais tiveram de trabalhar a terra para produzir alimentos; D’us fornecia o maná diariamente. O poço de Miriam jorrava água o tempo todo, e as Nuvens de Glória os protegiam deia e noite. Às margens do Rio Jordão, o povo judeu esperava para entrar na terra de Israel onde não receberiam mais milagres tão óbvios. Não haveria mais o maná, sendo assim, teriam que plantar, arar, colher e cultivar a terra para sustentar-se. O poço e as nuvens também se foram, a vida agora seria governada pela realidade.
               Com tudo o que foi dito acima, devemos entender que esse é o momento de repensar e recapitular tudo o que aprendemos nesse ciclo que se acabou. Quantos ensinamentos para nossas vidas extraímos da Torá durante esse ano de estudos. Porém agora é o momento de parar e rever tudo, assim como Moshê fez com o povo de Israel, possa também cada um de nós fazer. Extrair dos ensinamentos teóricos a prática e viver o que aprendemos. Assim, como naquele momento, o povo de Israel iria colocar em prática todo o aprendizado no deserto, ao entrar em Canaã, pois não teriam agora a presença divina e os milagres da mesma forma. Nós também somos levados a exercer nosso aprendizado no nosso viver diário. Obedecendo e levando o ensinamento da Torá para outros.
               Como podemos ver no verso 4, a Torá é uma herança para a congregação de Israel, e quando um gentio se converte ao Elohim de Israel através de Yeshua HaMashiach, adentra a esse povo conforme já dissemos outras vezes, e por isso, também recebe por herança a Torá, como lemos em Atos 26:17b-18:

“gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim.”
              
               E em Gálatas 3:29 está escrito: “e se sois do Messias, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.”
               Dessa forma, concluindo, que possamos adentrar nesse novo tempo em nossas vidas confiantes no poder do Eterno, mas obedecendo e praticando a sua vontade para nossas vidas, que é a Torá, como verdadeiros herdeiros da promessa.

Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/54-_vezot_haberach_esta__a_beno.pdf
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/822876/jewish/Mensagem-da-Parash.htm
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/822843/jewish/Resumo-da-Parash.htm

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