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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Estudo da Parashá Vaiêtse (E partiu)

Estudos da Torá

Parashá nº 7 – Vaiêtse (E partiu)

Bereshit/Gênesis Gn. 28:10-32:2

Haftará (separação) Os 11:7-14:9 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Mt 12:1-50

Gn 28.10-17


10 Partiu, pois, Jacó de Beer-Seba e se foi em direção a Harã;
11 e chegou a um lugar onde passou a noite, porque o sol já se havia posto; e,tomando uma das pedras do lugar e pondo-a debaixo da cabeça, deitou-se ali para dormir.
12 Então sonhou: estava posta sobre a terra uma escada, cujo topo chegava ao céu; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela;
13 por cima dela estava o Senhor, que disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra em que estás deitado, eu a darei a ti e à tua descendência;
14 e a tua descendência será como o pó da terra; dilatar-te-ás para o ocidente, para o oriente, para o norte e para o sul; por meio de ti e da tua descendência serão benditas todas as famílias da terra.
15 Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; pois não te deixarei até que haja cumprido aquilo de que te tenho falado.
16 Ao acordar Jacó do seu sono, disse: Realmente o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia.
17 E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus.
1 - INTRODUÇÃO
Esta porção da Torá descreve a peregrinação de Yaacov (Jacó) de Bersheva (Berseba) até Harã, enquanto fugia de Eshav (Esaú), após ter tomado a benção da primogenitura que lhe pertencia, e por isso a parashá recebe o nome “e partiu”.

2 – ESTUDO DAS PALAVRAS
No primeiro verso dessa porção (10) diz: “E partiu, pois, Jacó de Beer-Sheba e se foi em direção a Charan (Harã)”. De acordo com o Midrash (Ialcut 117), essas palavras parecem ser supérfluas, já que Jacó estava até então em Berseba, e bastaria a Torá dizer: “Jacó foi para Charan”. No entanto, o sentido da frase é que Ele foi obrigado a abandonar seu país e se exilar. Tudo o que Jacó sofreria seria por causa de seu aborrecimento com seu irmão Esaú. O comentário da Torá nos faz lembrar que esse tipo de coisa também acontece hoje entre os homens civilizados que perseguem seus irmãos em humanidade e seus semelhantes diante de D’us, em lugar de conviver em harmonia e compreensão com todos os membros da sociedade humana, gozando dos mesmos direitos em justiça e igualdade.
Mesmo com a partida de Jacó, o Eterno estava no controle de toda a sua história, por isso, a Torá nos mostra sua partida. Os sábios de Israel ensinam que quando um “tsadik” (homem justo) sai da cidade, com ele saem o brilho, a glória e o ornamento desta; por isso foi necessário dizer: “E partiu Jacó de Berseba”.
Abraão e Isaac também foram peregrinos e viveram em outras terras, mas foi Jacó o 1º a fazer isso como um fugitivo, e fez isso por duas vezes. A primeira vez indo para Harã e a segunda de Harã voltando para Berseba, enquanto fugia de seu tio e sogro Labão.
Outra coisa que devemos prestar atenção ao estudar essa parashá é o fato de Jacó fazer uma parada inusitada em um local que aparentemente ele não sabia onde era (releia os versos e entenda), mas que de acordo com o texto em hebraico era um lugar especial. A Torá chama esse local de “o lugar”, em hebraico בַּמָּקוֹם BAMAKOM, veja o texto abaixo:

וַיִּפְגַּע בַּמָּקוֹם וַיָּלֶן שָׁם, כִּי-בָא הַשֶּׁמֶשׁ, וַיִּקַּח מֵאַבְנֵי הַמָּקוֹם, וַיָּשֶׂם מְרַאֲשֹׁתָיו; וַיִּשְׁכַּב, בַּמָּקוֹם הַהוּא
vaifega bamakom vayâlen sham ky va hashemesh vayqach meaveney hamakom vayasem meraashotayv vayshekav bamakom hahu

E se encontrou no lugar, e dormiu ali porque se havia posto o sol. E tomou das pedras do lugar e as pôs à sua cabeceira e deitou-se naquele lugar.

Aquele era o mesmo lugar onde seu pai, Isaac havia estado com Abraão dezenas de anos antes, quando estava para ser sacrificado, possivelmente Jacó havia escutado histórias sobre esse lugar, mas nunca tinha ido até ali. Aquele era o monte Moriá, que significa lugar que se vê D’us. A palavra Moriá é um acróstico, veja a imagem abaixo.



As pedras que ele pega para lhe servir de cabeceira deveriam ser as mesmas pedras que seu Avô e seu pai haviam arrumado e colocado em ordem para servir de altar para o sacrifício. É por isso que a Torá detalha os gestos de Jacó, em pegar as pedras que estavam no lugar, porque ela quer nos mostrar que aquele era um lugar especial. Os judeus consideram aquele o lugar mais importante do universo. Sim, o monte onde a cidade de Jerusalém foi erguida e onde o templo foi construído é o mesmo lugar de todas essas histórias, justamente para nos demonstrar que Deus escolheu aquele lugar para se revelar e também para onde o Messias retornará para governar o mundo. Hoje, nele está uma mesquita muçulmana chamada de o “domo da rocha”, e tem esse nome exatamente por ser o mesmo lugar. Embaixo da mesquita há um compartimento onde uma rocha está, é a rocha mencionada na Torá.
Como mencionamos anteriormente, Adonai estava no controle da situação e da caminhada de Jacó, tanto que gera as circunstâncias para que ele chegasse até aquele local, pois queria revelar-se a ele. E aquele era o local certo para isso, tanto que D’us mostra para Jacó em um sonho, uma escada cuja base estava na terra e o seu topo estava no céu, e anjos desciam e subiam por ela, e D’us estava no topo. Dali Adonai fala com o patriarca e lhe faz as mesmas promessas que havia feito a Abraão e a Isaac.


3 – RESUMO

A porção inicia com Yaacov fugindo de Esav e deixando a casa dos pais para viajar a Charan, onde ficará com seu tio Lavan (Labão). Ao passar a noite no local onde no futuro seria construido o Templo Sagrado, D'us aparece a Yaacov no sonho de uma escada descendo do céu até a terra, na qual anjos sobem e descem. Do topo da escada, D'us promete a Yaacov que seus descendentes herdarão a Terra de Israel.
Na sua chegada em Charan, após rolar uma imensa pedra da boca do poço da cidade para que os pastores do lugar pudessem dar água aos rebanhos, Yaacov encontra a filha de Lavan, Rachel, e concorda em trabalhar para seu pai por sete anos a fim de conseguir sua mão em casamento. Quando finalmente chega a noite do casamento, Lavan engana Yaacov, substituindo Rachel pela sua filha mais velha, Lea. Após esperar uma semana, Yaacov casa-se também com Rachel, mas não antes de ser forçado a cumprir mais sete anos de trabalho.
Nos anos que se seguem Rachel permanece estéril, enquanto Lea dá à luz a seis filhos e uma filha, e Bilá e Zilpá (as criadas de Rachel e Lea, respectivamente) cada uma tem dois filhos de Yaacov.
Finalmente Rachel tem um filho, Yossef. Yaacov torna-se muito rico durante sua estadia com Lavan, amealhando um grande rebanho, mesmo enquanto Lavan continuamente tenta enganá-lo por todos os vinte anos de sua permanência.
Após aconselhar-se com suas esposas, Yaacov e a família fogem de Lavan, que o persegue e o enfrenta, aborrecido por Yaacov ter ido embora sem se despedir, e arrogantemente afirmando que Yaacov roubou seus ídolos.
Após Lavan infrutiferamente procurar os ídolos (que Rachel escondeu, sem que Yaacov soubesse, para impedir o pai de adorá-los), Yaacov e Lavan entram em uma acalorada discussão. Finalmente assinam um acordo, prometendo permanecer em paz, e a porção se encerra quando eles se separam.


Bibliografia:

- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- http://artigossar-el.blogspot.com/2015/03/7-parasha-vaietse-e-ele-partiu.html
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/892418/jewish/Yaacov-Adormece-no-Monte-de-Moriy.htm
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771010/jewish/Resumo-da-Parash.htm
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

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