Parashá
nº 7 – Vaiêtse (E partiu)
Bereshit/Gênesis
Gn. 28:10-32:2
Haftará
(separação) Os 11:7-14:9 e
B’rit
Hadashah (nova aliança) Mt 12:1-50
Gn
28.10-17
10
Partiu, pois, Jacó de Beer-Seba e se foi em direção a Harã;
11
e chegou a um lugar onde passou a noite, porque o sol já se havia
posto; e,tomando uma das pedras do lugar e pondo-a debaixo da cabeça,
deitou-se ali para dormir.
12
Então sonhou: estava posta sobre a terra uma escada, cujo topo
chegava ao céu; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela;
13
por cima dela estava o Senhor, que disse: Eu sou o Senhor, o Deus de
Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra em que estás
deitado, eu a darei a ti e à tua descendência;
14
e a tua descendência será como o pó da terra; dilatar-te-ás para
o ocidente, para o oriente, para o norte e para o sul; por meio de ti
e da tua descendência serão benditas todas as famílias da terra.
15
Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te
farei tornar a esta terra; pois não te deixarei até que haja
cumprido aquilo de que te tenho falado.
16
Ao acordar Jacó do seu sono, disse: Realmente o Senhor está neste
lugar; e eu não o sabia.
17
E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro
lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus.
1
- INTRODUÇÃO
Esta
porção da Torá descreve a peregrinação de Yaacov (Jacó) de
Bersheva (Berseba) até Harã, enquanto fugia de Eshav (Esaú), após
ter tomado a benção da primogenitura que lhe pertencia, e por isso
a parashá recebe o nome “e partiu”.
2
– ESTUDO DAS PALAVRAS
No
primeiro verso dessa porção (10) diz: “E partiu, pois, Jacó de
Beer-Sheba e se foi em direção a Charan (Harã)”. De acordo com o
Midrash (Ialcut 117), essas palavras parecem ser supérfluas, já que
Jacó estava até então em Berseba, e bastaria a Torá dizer: “Jacó
foi para Charan”. No entanto, o sentido da frase é que Ele foi
obrigado a abandonar seu país e se exilar. Tudo o que Jacó sofreria
seria por causa de seu aborrecimento com seu irmão Esaú. O
comentário da Torá nos faz lembrar que esse tipo de coisa também
acontece hoje entre os homens civilizados que perseguem seus irmãos
em humanidade e seus semelhantes diante de D’us, em lugar de
conviver em harmonia e compreensão com todos os membros da sociedade
humana, gozando dos mesmos direitos em justiça e igualdade.
Mesmo
com a partida de Jacó, o Eterno estava no controle de toda a sua
história, por isso, a Torá nos mostra sua partida. Os sábios de
Israel ensinam que quando um “tsadik” (homem justo) sai da
cidade, com ele saem o brilho, a glória e o ornamento desta; por
isso foi necessário dizer: “E partiu Jacó de Berseba”.
Abraão
e Isaac também foram peregrinos e viveram em outras terras, mas foi
Jacó o 1º a fazer isso como um fugitivo, e fez isso por duas vezes.
A primeira vez indo para Harã e a segunda de Harã voltando para
Berseba, enquanto fugia de seu tio e sogro Labão.
Outra
coisa que devemos prestar atenção ao estudar essa parashá é o
fato de Jacó fazer uma parada inusitada em um local que
aparentemente ele não sabia onde era (releia os versos e entenda),
mas que de acordo com o texto em hebraico era um lugar especial. A
Torá chama esse local de “o lugar”, em hebraico בַּמָּקוֹם
BAMAKOM,
veja o texto abaixo:
וַיִּפְגַּע
בַּמָּקוֹם
וַיָּלֶן שָׁם,
כִּי-בָא
הַשֶּׁמֶשׁ,
וַיִּקַּח
מֵאַבְנֵי הַמָּקוֹם,
וַיָּשֶׂם
מְרַאֲשֹׁתָיו;
וַיִּשְׁכַּב,
בַּמָּקוֹם
הַהוּא
vaifega
bamakom
vayâlen sham ky va hashemesh vayqach meaveney hamakom
vayasem meraashotayv vayshekav bamakom
hahu
E
se encontrou no
lugar,
e dormiu ali porque se havia posto o sol. E tomou das pedras do
lugar
e as pôs à sua cabeceira e deitou-se naquele lugar.
Aquele
era o mesmo lugar onde seu pai, Isaac havia estado com Abraão
dezenas de anos antes, quando estava para ser sacrificado,
possivelmente Jacó havia escutado histórias sobre esse lugar, mas
nunca tinha ido até ali. Aquele era o monte Moriá, que significa
lugar que se vê D’us. A palavra Moriá é um acróstico, veja a
imagem abaixo.
As
pedras que ele pega para lhe servir de cabeceira deveriam ser as
mesmas pedras que seu Avô e seu pai haviam arrumado e colocado em
ordem para servir de altar para o sacrifício. É por isso que a Torá
detalha os gestos de Jacó, em pegar as pedras que estavam no lugar,
porque ela quer nos mostrar que aquele era um lugar especial. Os
judeus consideram aquele o lugar mais importante do universo. Sim, o
monte onde a cidade de Jerusalém foi erguida e onde o templo foi
construído é o mesmo lugar de todas essas histórias, justamente
para nos demonstrar que Deus escolheu aquele lugar para se revelar e
também para onde o Messias retornará para governar o mundo. Hoje,
nele está uma mesquita muçulmana chamada de o “domo da rocha”,
e tem esse nome exatamente por ser o mesmo lugar. Embaixo da mesquita
há um compartimento onde uma rocha está, é a rocha mencionada na
Torá.
Como
mencionamos anteriormente, Adonai estava no controle da situação e
da caminhada de Jacó, tanto que gera as circunstâncias para que ele
chegasse até aquele local, pois queria revelar-se a ele. E aquele
era o local certo para isso, tanto que D’us mostra para Jacó em um
sonho, uma escada cuja base estava na terra e o seu topo estava no
céu, e anjos desciam e subiam por ela, e D’us estava no topo. Dali
Adonai fala com o patriarca e lhe faz as mesmas promessas que havia
feito a Abraão e a Isaac.
3
– RESUMO
A
porção inicia com Yaacov fugindo de Esav e deixando a casa dos pais
para viajar a Charan, onde ficará com seu tio Lavan (Labão). Ao
passar a noite no local onde no futuro seria construido o Templo
Sagrado, D'us aparece a Yaacov no sonho de uma escada descendo do céu
até a terra, na qual anjos sobem e descem. Do topo da escada, D'us
promete a Yaacov que seus descendentes herdarão a Terra de Israel.
Na
sua chegada em Charan, após rolar uma imensa pedra da boca do poço
da cidade para que os pastores do lugar pudessem dar água aos
rebanhos, Yaacov encontra a filha de Lavan, Rachel, e concorda em
trabalhar para seu pai por sete anos a fim de conseguir sua mão em
casamento. Quando finalmente chega a noite do casamento, Lavan engana
Yaacov, substituindo Rachel pela sua filha mais velha, Lea. Após
esperar uma semana, Yaacov casa-se também com Rachel, mas não antes
de ser forçado a cumprir mais sete anos de trabalho.
Nos
anos que se seguem Rachel permanece estéril, enquanto Lea dá à luz
a seis filhos e uma filha, e Bilá e Zilpá (as criadas de Rachel e
Lea, respectivamente) cada uma tem dois filhos de Yaacov.
Finalmente
Rachel tem um filho, Yossef. Yaacov torna-se muito rico durante sua
estadia com Lavan, amealhando um grande rebanho, mesmo enquanto Lavan
continuamente tenta enganá-lo por todos os vinte anos de sua
permanência.
Após
aconselhar-se com suas esposas, Yaacov e a família fogem de Lavan,
que o persegue e o enfrenta, aborrecido por Yaacov ter ido embora sem
se despedir, e arrogantemente afirmando que Yaacov roubou seus
ídolos.
Após
Lavan infrutiferamente procurar os ídolos (que Rachel escondeu, sem
que Yaacov soubesse, para impedir o pai de adorá-los), Yaacov e
Lavan entram em uma acalorada discussão. Finalmente assinam um
acordo, prometendo permanecer em paz, e a porção se encerra quando
eles se separam.
Bibliografia:
-
Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
-
http://artigossar-el.blogspot.com/2015/03/7-parasha-vaietse-e-ele-partiu.html
-
https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/892418/jewish/Yaacov-Adormece-no-Monte-de-Moriy.htm
-
https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771010/jewish/Resumo-da-Parash.htm
-
http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
-
http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/
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