Estudos da Torá
Parashá nº 11 – Vayigash (E aproximou-se)
Bereshit/Gênesis Gn. 44:18 – 47:27
Haftará (separação) Ez 37:15-28; e
B’rit Hadashah (nova aliança) Atos 7:9-16
Tema: Há gentios na Nova Aliança?
RELEMBRANDO
No estudo da parashá passada vimos Yosef interpretando o sonho do Faraó e em consequência disso assumindo a posição de governador do Egito. E nessa posição, de acordo com o sonho que ele havia tido há anos, vê seus irmãos ajoelhando-se ante ele para comprar alimentos, e acompanhamos toda a estratégia para verificar se eles haviam mudado. E tivemos a oportunidade de aprender muito a respeito de como devemos agir no nosso cotidiano, uma vez que isso no leva a ser testemunho vivo do poder do Eterno. Estudamos também o tema da fé verdadeira em complemento ao tema da confiança que vimos na semana anterior. No estudo de hoje veremos se os gentios ao entrar na Nova Aliança permanecem sendo gentios.
A PARASHÁ DA SEMANA
Vamos iniciar com um resumo, após a nossa leitura de parte da porção semanal. A Parashá começa com a súplica ardorosa de Yehudah ao poderoso governante egípcio, que era Yosef ainda disfarçado, pela vida de Binyamin, alegando que Yaakov certamente morreria de dor se perdesse seu filho mais jovem.
Yehudá se oferece para permanecer no Egito como escravo no lugar do irmão mais novo.
Yosef então decide revelar sua identidade a seus irmãos, perdoando-os por vendê-lo como escravo anos antes, declarando que enviá-lo ao Egito era parte do plano Divino de preparar a sobrevivência na época de escassez.
Yosef então os envia de volta para a Terra de Kenaan carregados de presentes pedindo que tragam Yaakov e sua família para o Egito onde viveriam na província de Goshen. Antes que Yaakov partir, D'us aparece a ele reafirmando-lhe que Ele os acompanhará e que ao final retornarão à Kenaan como uma grande nação.
Após vinte e dois anos de separação, Yaakov finalmente se reúne com seu amado filho Yosef, e juntos vão ao encontro do Faraó.
A parashá termina descrevendo como Yosef usou seus vastos poderes para amealhar quase toda a riqueza do Egito para o tesouro do Faraó.
Estudo do Texto da Parashá
Historicamente, desde o final do século II da era comum, vem sendo ensinado erroneamente que o chamado “Antigo Testamento”, pacto ou aliança é para os judeus e que o chamado “Novo Testamento”, pacto ou aliança é para os gentios, ou como alguns dizem, a igreja. Nessa porção poderemos comprovar como esse entendimento que foi propagado após os concílios, aos quais os judeus nazarenos foram impedidos de participar, está errado, principalmente em relação ao TaNaK, mas também em relação aos escritos nazarenos, que é comumente chamado de Novo Testamento (NT). Também utilizarei como base para parte dos ensinos aqui, um estudo extraído do site Emunah a fé dos santos, sobre o assunto que estamos tratando.
Complementando a porção dessa semana, está uma haftará (separação) do profeta Ezequiel, que muito nos chama atenção e nos ajuda a começar a abrir o entendimento a respeito desse assunto. Leiamos então o texto da haftará, que está em Yechezkel/Ez 37:15-28:
Esta palavra do Eterno veio a mim: "Filho do homem, escreva num pedaço de madeira: ‘Pertencente a Judá e aos israelitas, seus companheiros’. Depois escreva noutro pedaço de madeira: ‘Vara de Efraim, pertencente a José e a toda a nação de Israel, seus companheiros’. Junte-os numa única vara para que se tornem uma só em sua mão. "Quando os seus compatriotas lhe perguntarem: ‘Você não vai nos dizer o que isso significa? ’ Diga-lhes: ‘Assim diz o Soberano Eterno: Vou apanhar a vara pertencente a José, que está na mão de Efraim, e às tribos israelitas, seus companheiros, e juntá-la com a vara de Judá, fazendo delas um único pedaço de madeira, e elas se tornarão uma só na minha mão’. Segure diante dos olhos deles os pedaços de madeira em que você escreveu e diga-lhes: ‘Assim diz o Soberano Senhor: Tirarei os israelitas das nações para onde foram. Vou ajuntá-los de todos os lugares ao redor e trazê-los de volta à sua própria terra. Eu os farei uma única nação na terra, nos montes de Yisrael. Haverá um único rei sobre todos eles, e eles nunca mais serão duas nações nem estarão divididos em dois reinos. Não se contaminarão mais com seus ídolos e imagens detestáveis nem com nenhuma de suas transgressões, pois eu os salvarei de todas as suas apostasias pecaminosas, e os purificarei. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu D’us. " ‘O meu servo Davi será rei sobre eles, e todos eles terão um só pastor. Eles seguirão as minhas leis e terão o cuidado de obedecer aos meus decretos. Viverão na terra que dei ao meu servo Jacó, a terra onde os seus antepassados viveram. Eles e os seus filhos e os filhos de seus filhos viverão ali para sempre, e o meu servo Davi será o seu líder para sempre. Farei uma aliança de paz com eles; será uma aliança eterna. Eu os firmarei e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para sempre. Minha morada estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Então, quando o meu santuário estiver entre eles para sempre, as nações saberão que eu, o Senhor, santifico Yisrael” Ez 37:15-28
Deve estar bem claro em nossa mente que o messias, e as promessas da aliança com o Eterno são feitas para os descendentes de Yisrael, mas as pessoas das nações, ou seja, os gentios que se achegam podem adentrar juntamente.
Pelo entendimento dos diversos textos do TaNaK, as dez tribos do norte foram espalhadas pelas nações do mundo, e muitos acabaram se misturando com os povos e perdendo a identidade, tornando-se gentios. Por isso, o Eterno, pela boca do profeta fala de duas nações, os judeus das tribos do sul, que apesar de muitas perseguições e diáspora (ser espalhados) conseguiram sempre se manter com identidade de povo, e os israelitas das tribos do norte que foram espalhados entre as nações, muitos acabaram perdendo a identidade. Podemos também observar nesse texto que lemos, a descrição de algumas tarefas do messias em relação ao povo de Yisrael (judeus e israelitas) e os gentios das nações.
Podemos confirmar esse princípio também por meio de outro profeta, que ao ser usado pelo Eterno também faz menção à renovação da “aliança” e com quem ela é feita, veja em Yirmeyahu/Jr 31:31, que diz o seguinte:
“Eis que dias vêm, diz o Eterno, em que farei uma aliança nova com a casa de Yisrael e com a casa de Yehudah.”
De acordo com o que lemos no texto de Jeremias acima, a nova aliança não era para as pessoas das nações, ou seja, gentios, mas sim para as tribos de Yisrael, do antigo reino do norte, conhecido em todo o TaNaK como “casa de Yisrael/Efraim e também para os judeus do reino do sul, conhecidos como casa de Yehudah. Mas isso nunca significou que as pessoas das nações nunca poderiam entrar na aliança e comprovaremos isso, assim como podemos ver em todo o texto do TaNaK pessoas que não eram das tribos de Yisrael adentraram o povo, começando assim a fazer parte dele. Como exemplo podemos mencionar Kalev, Rachav e Ruth, dentre outros.
Esta “Nova” aliança ou aliança renovada seria gravada nos corações, e seria diferente daquela que foi feita no Monte Sinai, que era escrita em pedras, e também seria dada como remissão dos nossos pecados, conforme lemos Jeremias 31:32-34.
"Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; porque quebraram a minha aliança, apesar de eu ser o Senhor deles", diz o Eterno. "Esta é a aliança que farei com a comunidade de Yisrael depois daqueles dias", declara o Senhor: "Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: ‘Conheça ao Eterno’, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior", diz o Eterno. "Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados." Jeremias 31:32-34
O Eterno, através do profeta também diz nos versos: 35-40 que os descendentes de Yisrael seriam uma nação diante dEle para sempre. Veja o texto abaixo:
Assim diz o Eterno, aquele que designou o sol para brilhar de dia, que decretou que a lua e as estrelas brilhem de noite, que agita o mar para que as suas ondas rujam; o seu nome é o Eterno dos Exércitos: "Somente se esses decretos desaparecerem de diante de mim", declara o Eterno, "deixarão os descendentes de Yisrael de ser uma nação diante de mim para sempre". Assim diz o Eterno: "Se os céus em cima puderem ser medidos, e os alicerces da terra embaixo puderem ser sondados, então eu rejeitarei os descendentes de Israel, por causa de tudo o que eles têm feito", diz o Eterno. "Estão chegando os dias", declara o Eterno, "em que esta cidade será reconstruída para o Eterno, desde a torre de Hananeel até à porta da Esquina. A corda de medir será estendida diretamente até a colina de Garebe, indo na direção de Goa. Todo o vale, onde cadáveres e cinzas são jogados, e todos os terraços que dão para o vale do Cedrom a leste, até a esquina da porta dos Cavalos, serão consagrados ao Eterno. A cidade nunca mais será arrasada ou destruída." Jeremias 31:35-40
Descendentes de Yisrael aqui significa os filhos de Yaakov e os que se achegam a eles.
O autor da epístola aos Hebreus também confirma esse entendimento conforme podemos ler em Hb 8:7-13, e assim nos mostra ainda, que esta lei, que é escrita nos corações é uma renovação da que estava relacionada com o tabernáculo e o templo, juntamente com os sacrifícios os quais agora foram substituídos pela vida justa de Yeshua.
Estamos vendo pelos profetas e pelo escritor aos Hebreus qual a intenção original do Eterno ao anunciar essas palavras a respeito da nova aliança. A intenção é que haveria uma junção da casa de Yehudah, a casa de Yisrael e os gentios que se aproximassem. E assim, podemos começar a compreender que, o que foi ensinado no decorrer dos séculos pelo sistema religioso, está em desacordo com as Escrituras e com a verdade.
Assim, fica claro que não existe uma “lei” para os judeus e outra para o povo das nações, os gentios. No entanto, fica claro também que a aliança renovada dada ao povo de Yisrael, sendo judeus e israelitas, pelo perdão dos pecados, isto é, das transgressões da Torá, que ocorreram no passado, esse perdão é efetivado através do sangue (da vida justa) de Yeshua no lugar de animais.
É importante sempre lembrar, que a casa de Yisrael está hoje composta de israelitas de sangue perdido pelas nações e por gentios, assim ambos são gentios.
Por isso, devido ao novo concerto não estar mais dependente da figura central do templo físico e dos sacrifícios que se faziam ali, conforme lemos no estudo do site Emunah a fé dos santos, tanto a Torá como a oportunidade de ser perdoado pelas violações contra a Torá, pode agora ser acessível ao povo das nações que viveram e vivem ainda hoje, fora da terra de Yisrael, e podemos confirmar isso também em outros textos dos escritos nazarenos, sendo entendidos de acordo com o contexto original, veja:
Mas agora se manifestou uma justiça que provém de D’us, independente da lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de D’us mediante a fé (emunah, fidelidade) em Yeshua HaMashiach para todos os que crêem (confiam). Não há distinção se alguém é judeu ou gentio, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de D’us, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há no Messias Yeshua. D’us o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue (vida justa), demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; Romanos 3:21-25
Vejamos também outro texto de Rav. Shaul (o apóstolo Paulo) que trata a esse respeito.
Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas, e que naquela época vocês estavam sem Messias, separados da comunidade de Yisrael, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem D’us no mundo. Mas agora, no Messias Yeshua, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue do Messias. Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com D’us os dois em um corpo, por meio do madeiro, pela qual ele destruiu a inimizade. Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só ruach (espírito, mover, poder). Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de D’us, Efésios 2:11-19
Dessa forma, podemos perceber que a renovação da aliança não anula a anterior, e ambas dizem respeito ao povo de Yisrael como um todo, composto da casa de Yehudah ou judeus (tribos do sul), casa de Yisrael ou Efrayim (tribos do norte) dispersas pelas nações, sendo portanto gentios, e também por gentios que se convertem ao D’us de Yisrael, tornando-se portanto ex-gentios, uma vez que se uniram a Yisrael. Portanto, a única forma de tomar parte das alianças e promessas do Eterno para seu povo é tornando-se concidadãos dos santos e herdeiros através de Yeshua, ou seja, como já disse antes, tornando-se parte do povo de D’us, o povo de Yisrael. Não é à toa que Yeshua disse que a “salvação vem dos judeus” Jo 4:22.
Sendo assim, como concidadãos do reino do Eterno, somos abrangidos pelos mesmos mandamentos, ou seja, a mesma Torá. Não existindo portanto, um conjunto de regras para os ramos naturais da oliveira e outro conjunto de regras diferentes para os ramos enxertados, para fazer alusão ao texto de Shaul aos Romanos 11.
Se participamos da mesma herança, ou seja, dos mesmos direitos, por quê teríamos regras diferentes? O grande problema da chamada igreja é insistir na desvinculação dos ramos naturais e requerer a “nova aliança” como algo exclusivamente seu, no lugar de uma aliança israelita de naturais e enxertados.
Desde o início dessa igreja romana, no século III, que ela alega ser o “novo Yisrael” e que substitui o antigo Yisrael, mas todas essas ideias são originárias da doutrina chamada “teologia da substituição”. E eles fazem o mesmo com o evangelho. Alegando que o evangelho foi iniciado por Yeshua, porém o evangelho está presente desde o princípio, mais precisamente Gn 3:15. Evangelho é a notícia das palavras do Eterno, ou seja, a Torá, que liberta o homem da transgressão.
É importante destacar o motivo da existência dessa aliança renovada, para compreendermos bem o assunto dessa semana, que é muito extenso e levaríamos muito tempo aqui, mas estamos resumindo para uma compreensão básica.
O Rav Shaul em seu escrito aos Gálatas, nos informa que devido à necessidade de fazer expiação pelos pecados da nação que a “primeira aliança” chamada de antiga, foi estabelecida, a fim de agir como um tutor ou aio, para levar a nação até o tempo da chegada do Messias Yeshua, onde por meio de uma aliança sacerdotal perfeita, renovada em seu sangue, ou seja, sua vida justa, pode ser instituída na mente e no coração das pessoas conforme mencionado pelo profeta Jeremias, já citado aqui. O autor aos Hebreus também menciona algo parecido com isso em Hb 9:12-15.
Por isso, vemos já no início, a Torá nos informando que, o Eterno disse que faria de Avraham uma grande nação, em Gn 12:2, porém mais tarde diz que faria dele uma multidão de nações em Gn 17:4 e renova a promessa a Yitschak e a Yaakov em Gn 26:1-5 e 35:9-12.
A nação mencionada pelo Eterno aos patriarcas é Yisrael, o verdadeiro, com suas doze tribos, de acordo com o estudo do site já mencionado, das quais dez acabariam por se espalhar pelas nações povoando a terra. Estamos vendo que essa profecia da multidão de nações, tem sido cumprida de forma gradativa, e somente terá seu total cumprimento quando a Nova Yerushalayim descer do céu no oitavo milênio, conforme Ap 21. Nesse tempo cada uma das doze tribos comporá uma única nação, e de acordo com o que está escrito, serão das nações que se salvarão os que entrarão pelos portões da cidade e assim “todo o Yisrael será salvo”. Porque de muitos se farão um povo, o que reinará com o messias.
Cada uma das doze tribos que serão salvas, incluindo os ex-gentios que foram enxertados nas diversas tribos, deverão entrar na cidade, cada uma pelo seu próprio portão, conforme vemos nos textos abaixo:
"Distribuam essa terra entre vocês de acordo com as tribos de Yisrael. Vocês a distribuirão como herança para vocês mesmos e para os estrangeiros residentes no meio de vocês e que têm filhos. Vocês os considerarão como israelitas de nascimento; juntamente com vocês, a eles deverá ser designada uma herança entre as tribos de Yisrael. Qualquer que seja a tribo no qual o estrangeiro se instale, ali vocês lhe darão a herança que lhe cabe", palavra do Soberano Eterno. Ezequiel 47:21-23
Podemos ver outros textos no TaNaK, dito pelo Eterno através dos lábios de Yeshayahu, acerca dos estrangeiros, e de sua colocação junto com o povo. O Eterno já anunciava que pretendia fazer o enxerto de gentios, que se convertessem a Ele, no povo de Yisrael, veja:
“O Eterno terá compaixão de Yaakov; tornará a escolher Yisrael e os estabelecerá em sua própria terra. Os estrangeiros se juntarão a eles e farão parte da descendência de Yaakov.” Yeshayahu/Is 14:1
E os estrangeiros que se unirem ao Eterno para servi-lo, para amarem o nome do Eterno e para prestar-lhe culto, todos os que guardarem o shabat sem profaná-lo, e que se apegarem à minha aliança, esses eu trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração. Seus holocaustos e seus sacrifícios serão aceitos em meu altar; pois a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos". Palavra do Soberano Eterno, daquele que reúne os exilados de Yisrael: "Reunirei ainda outros àqueles que já foram reunidos". Yeshayahu/Is 56:6-8
Também podemos ler o capítulo 11 da epístola aos Romanos, dos versos 1-36.
Vemos que as alianças permanecem inalteradas, e é necessário que seja assim até que a plenitude dos gentios seja enxertada na oliveira. Por isso, não importa o que diga a teologia cristã, seja ela de qual ramo for, que conforme disse no início desse estudo, baseiam-se na premissa de que o antigo pacto é para os judeus e que o novo pacto é para os gentios e para qualquer judeu que se converta à fé dos gentios. No entanto, a fé que os gentios devem abraçar é a fé que uma vez foi dada aos santos, ou seja Yisrael, conforme vemos nos textos abaixo:
Pois vocês são um povo santo para o Eterno, o seu D’us. O Eterno, o seu D’us, os escolheu dentre todos os povos da face da terra para ser o seu povo, o seu tesouro pessoal. Deuteronômio 7:6
Judas, servo de Yeshua HaMashiach e irmão de Tiago, aos que foram chamados, amados por D’us, o Pai, e guardados por Yeshua HaMashiach: Misericórdia, paz e amor lhes sejam multiplicados. Amados, embora estivesse muito ansioso por lhes escrever acerca da salvação que compartilhamos, senti que era necessário escrever-lhes insistindo que batalhassem pela fé uma vez por todas confiada aos santos. Judas 1:1-3
Sabemos que os gentios das nações não tem promessa e nem aliança com o Eterno, e também sabemos que Yeshua veio facilitar a entrada das pessoas na aliança até que elas tenham plena condição de obedecer aos mandamentos e cumprir as exigências dela. É exigido das pessoas quando se convertem ao Eterno e adentram o povo, se adapte a Yisrael, e não que Yisrael se adapte às nações. Yisrael é o povo escolhido, o povo a quem a Torá foi dada conforme lemos em Rm 3:2, e do qual nasceu o messias.
Dessa forma, podemos concluir que a única forma para os gentios fazerem parte e usufruírem da aliança renovada é reconhecerem a necessidade de serem enxertados no povo de Yisrael, o povo da aliança, através dos méritos da vida justa de Yeshua, tornando-se ex-gentios e coerdeiros junto do povo de Yisrael, tornando-se aptos a obedecerem aos mandamentos e receberem igualmente as promessas feitas ao povo. Assim, uma vez enxertado, deixa de ser gentio e se torna concidadão e herdeiro, sujeito às mesmas obrigações e termos da aliança, como qualquer outro ramo natural da oliveira que é Yisrael, cuja raiz é o Messias Yeshua, conforme lemos em 1Co 12:13-27.
Então, concluindo, podemos responder a pergunta tema: Há gentios na Nova Aliança? A resposta é muito clara, de acordo com tudo que vimos até aqui. É um sonoro não! Não há gentios na nova aliança porque eles se tornam parte do povo e portanto, deixam de ser gentios e se tornam Yisrael.
Que o Eterno nos ajude a mantermos a condição de enxertados sem jamais cair ou voltar atrás à nossa condição. Sejamos firmes e constantes no caminho que adentramos, a fim de cumprirmos as profecias mencionadas aqui.
Que HaShem lhes abençoe!
Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)
Bibliografia:
- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- Dicionário Português-Hebraico e Hebraico-Português, Abraham Hartzamri e Shoshana More-Hartzamri, Editora Sêfer
http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/os_estrangeiros_continuam_a_ser_gentios_na_nova_aliana.pdf