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sábado, 15 de julho de 2023

Estudo da Parashá Matot e Masei - 2022-2023 - Na jornada com Yisrael

 


Estudos da Torá

Parashá nº 42 e 43 – Matôt/Mas’ei (Tribos/Partidas)

Bamidbar/Números Nm 30:1-32:42/33:1-36:13,

Haftará (Separação) Jr 1:1-2:3/2:4-28. 3:4, 4:1-2; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mt 5:33-37; Tg 4:1-12.


Tema: Na jornada com Yisrael


Essa semana falaremos sobre a jornada do povo de Yisrael pelo deserto antes de entrar em Kenaan, junto com os que se ligaram a eles na saída do Egito. E veremos a ligação profética que essa jornada tem com o caminho de teshuvah que os nazarenos trilham a partir dos ensinos do mestre Yeshua, o nosso Mashiach e irmão mais velho. Traremos através da visão do profeta Yirmeyahu/Jeremias a ligação profética do Yisrael do deserto com o Yisrael nazareno cumpridor de Torá que vem caminhando nessa jornada desde o 4º milênio.


A PARASHÁ DA SEMANA


Estudamos duas porções juntas essa semana, a porção Matôt e a Masei, e assim finalizaremos o livro de Bamidbar/Números.

A parashá Matôt (Tribos) inicia com um tratado a respeito das leis de nedarim (votos). Passando após para a descrição da batalha do povo de Israel contra os Midianitas e a consequente vitória, bem como a narrativa detalhada da distribuição dos despojos de guerra. Relata ainda o pedido das tribos de Reuven (Rubem) e Gad de assumir a possessão de sua herança daquele lado do rio, pois seria melhor para eles criarem seus gados. Após alguma discussão, Moshê concorda, mas apenas sob a condição de que ajudassem o restante da nação a conquistar toda a Terra, antes de retornarem para estabelecer-se no seu legado.

Já na parashá Mase’i (Partidas), inicia-se com um resumo de toda a rota viajada pelo povo de Israel durante os quarenta anos no deserto, desde a saída do Egito até a chegada às margens do Jordão. O Eterno ordena que retirem todos os cananitas da terra e dá os limites das fronteiras exatas da terra de Israel. Já que os levitas não receberiam uma porção como os demais, cidades especiais foram separadas para eles. Alguns destes locais serviriam também como cidades de refúgio para alguém que, sem intenção, tenha matado uma pessoa, e então fugiria para uma destas cidades para buscar abrigo e evitar a vingança de um parente próximo da vítima, lá permanecendo até a morte do atual Cohen Gadol. Determina várias instruções e parâmetros para as diversas situações em que seriam sujeitas acontecer assassinatos e encerra assim, com mais informações sobre as filhas de Tslofchad e as leis sobre herança.

Sendo assim, como sempre fazemos vamos pinçar um dos temas da parashá ou porção para comentar, e nesse estudo daremos ênfase especial à questão dos votos, e o que eles têm a ensinar para as nossas vidas a respeito de autoridade.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ


Apesar de termos estudado essa semana duas porções. Em nosso estudo de hoje, veremos parte da porção Masei, e vamos falar sobre as jornadas dos b’ney Yisrael/filhos de Yisrael pelo deserto, antes de tomarem posse da terra. Essa parashá faz um resumo dessa jornada. Vamos ao texto da Torá que tomaremos por base.


Estas são as jornadas dos filhos de Yisrael, que saíram da terra do Egito, segundo os seus exércitos, sob a direção de Moshê e Aharon. E escreveu Moshê as suas saídas, segundo as suas jornadas, conforme ao mandado do Eterno; e estas são as suas jornadas, segundo as suas saídas. Partiram, pois, de Ramessés no primeiro mês, no dia quinze do primeiro mês; no dia seguinte da páscoa saíram os filhos de Yisrael por alta mão, aos olhos de todos os egípcios, enquanto os egípcios enterravam os que o Eterno tinha ferido entre eles, a todo o primogênito, e havendo o Eterno executado juízos também contra os seus deusesNm 33:1-4.


Primeiramente, o que podemos perceber na leitura destes versos é que Moshê vai fazer uma retrospectiva das jornadas do povo de Yisrael. Mas note que o texto diz que o Eterno mandou ele escrever, então ele começa a recapitular a relembrar as partes da jornada.

Vejamos um pouco do conceito da palavra que dá nome a essa parashá. Mas antes, vou pedir para você guardar bem o a primeira frase do texto da Torá, pois retornaremos a ela no final do estudo.


O significado de Masei

O povo de Yisrael ao estudar essa parashá geralmente utilizam três traduções possíveis para a palavra מַסְעֵיmasei, usam “jornadas”, “partidas” e “caminhadas”. No entanto, a palavra masei é uma forma plural possessiva da raiz masah que traz os seguintes significados: saída, ponto de partida, viagem e marcha. Mas dependendo do contexto também pode significar: levantamento (de estacas ao desmontar tendas), ação de levantar acampamento, jornada, estação ou parada. Assim, o termo masei aqui nesta porção parece implicar não somente os lugares onde acamparam os filhos de Yisrael, mas também as jornadas que se fizeram entre esses lugares.

E por jornadas podemos refletir nas várias coisas que aconteceram no deserto por onde eles passaram. Cada coisa sejam trágicas com os teimosos e rebeldes ou abençoadoras com os fiéis e obedientes ao Eterno. Tudo fez parte da jornada, do aprendizado daquele povo ao sair do Egito, depois de tanto tempo de dura escravidão.

Segundo o site Shema Ysrael, outra informação importante, diz respeito aos que “saíram da terra do Egito, segundo seus exércitos”. Essas pessoas já saíram do Egito como guerreiros que viriam a compor os exércitos de Yisrael, apesar de nada saberem sobre guerra. Aqui a palavra “exércitos” vem do termo hebraico tsaba’ e significa “guerra, exército”. Significa um amplo emprego no sentido de prestar serviço. É usado também com respeito aos levitas e seu trabalho na tenda da congregação. Isso é interessante! Porque já sabemos que os levitas era quem verdadeiramente carregavam o título de filhos de Yisrael, já que seguiam desde o Egito em obediência ao Eterno, em detrimento de seus irmãos de outras tribos que muitos acabaram assimilando os costumes pecaminosos daquela terra. Um outro detalhe interessante é que a Torá considera que a caminhada do povo de Yisrael pelo deserto não foi um ato isolado, mas sim uma determinação do Eterno para que este povo fosse ali tratado! O deserto seria o tempo de tratamento e ensino para os que ainda não viviam de acordo com a vontade de HaShem. Inclusive, os “guerreiros” que são aqueles que serviriam para “defender” o povo, quando o Eterno ordenasse, e até mesmo os levitas eram considerados como “guerreiros” do Senhor – pelo menos a nível espiritual, ou seja, de vida de obediência – enquanto serviam no Tabernáculo! Ainda um outro aspecto interessante é que a roupa dos sacerdotes tem uma configuração semelhante à da armadura que Paulo descreve em Efésios 6, conforme já vimos em parashiot passadas, quando falamos das vestes sacerdotais.

Então, o entendimento que podemos tirar até aqui é que masei, jornadas, estágios, partida, viagem e todas as demais palavras que podem ser usadas aponta para um povo que se levanta em uma jornada ou viagem, prontos para enfrentar qualquer coisa nesse caminho pelo qual trilharão, verdadeiramente como um exército. Esses são representados pela casa de Yisrael que tem se levantado ao longo dos milênios desde Yeshua, e tem caminhado em direção à plena vontade de HaShem e para o cumprimento das promessas. Mas não pare por aqui. Ainda temos mais a aprender.


O Eterno manda escrever

E escreveu Moshê as suas saídas, segundo as suas jornadas, conforme ao mandado do Eterno; e estas são as suas jornadas, segundo as suas saídas. Nm 33:2


Neste verso Moshê registra ou escreve a respeito dessas jornadas pelo deserto e seus vários pontos e paradas, e cada uma delas carregadas de lembranças dos 40 anos de caminhada. As palavras “E escreveu” foram traduzidas do termo hebraico וַיִּכְתֹּבvaykhetov, que provém das raízes כָּתַב - katav – escrever, registrar ou alistar e כִּתֵּב -kitov – talhar, inscrever ou gravar.

Podemos entender que talvez a intenção do Eterno ao mandar Moshê escrever, relatar ou registrar as jornadas seria realmente, fazer com que aqueles acontecimentos não se perdessem no passado, sendo esquecidos, registrando assim, para a posteridade, tamanha a sua importância! Um outro detalhe muito importante é que estas “jornadas” aconteciam conforme ao “mandado do Eterno”. Aqui a palavra que define o Eterno no texto em hebraico é o tetragrama, e isso significa que o Eterno estaria, mais uma vez, se tornando aquilo que seu povo necessitava d´Ele enquanto caminhava pelo deserto!

Outro detalhe é que o relato nos informa que tal registro vem desde a saída do Egito, quando o Eterno feriu aos egípcios e fez Yisrael passar pelo Mar dos Juncos. A palavra “ferir” em hebraico vem do termo naka e significa “ferir, golpear, bater, atingir, abater, matar”. Pelo contexto, sabemos que esta palavra nos fala sobre abater, matar, pois os egípcios tiveram de “enterrar” seus mortos após a passagem do povo por aquele local! E a palavra ainda nos fala sobre o juízo que o Senhor fez aos deuses egípcios. Uma coisa a notarmos aqui é que a palavra traduzida em muitas bíblias como Senhor, é no hebraico o tetragrama! Que trocamos por HaShem, Eterno entre outros. Isso significa que o Eterno se tornou aquilo que os deuses egípcios precisavam que Ele se tornasse para eles, ou seja, juízo! Inclusive, esta palavra “juízo” vem do termo hebraico shepet e significa “julgamento”; porém esta palavra aparece sempre no plural e tem o sentido de julgamento penal, condenação, ou seja, castigo! Os deuses egípcios foram julgados pelo Eterno a fim de serem punidos e nada puderam fazer contra Ele! Isso ocorreu para mostrar aos pagãos egípcios da época que as divindades que eles idolatravam nada eram. Com toda a força que seus adoradores achavam que eles tinham, não puderam impedir que a manifestação do Eterno fosse detida e não os derrotasse!

Com isso, deve ficar claro para nós, que é impossível deter as poderosas manifestações de juízos ou castigos que o Eterno lança contra os inimigos de seu povo. Pode até parecer por um momento que há vitória para eles ao fazerem o povo de HaShem sofrer, mas como diz o Salmo 92:6-7: O homem brutal não conhece, nem o louco entende isto. Quando o ímpio cresce como erva e quando florescem todos os que praticam a iniquidade, é que serão estruídos perpetuamente. Quando o Eterno determina que o juízo aconteça, ninguém poderá deter seu intento, e se não ocorre hoje, com certeza ocorrerá no futuro.

Podemos refletir um pouco sobre o fato de Moshê ter escrito as viagens dos filhos de Yisrael, seguindo a ordem do Eterno, e percebemos que ele cita com alguns detalhes esses lugares, mencionando os nomes, ora os nomes de antes deles passarem, ora os nomes que receberam ao passar. Mas isso demonstra que há vários propósitos para essas citações. Vejamos então, de acordo com o site Emunah a fé dos santos, alguns dos propósitos:

1 - Para mostrar às gerações futuras, que a saída do Egito de milhares de pessoas não é uma lenda. Há datas específicas de lugares conhecidos, mostrando que realmente estiveram ali. A maioria dos desertos descritos neste relato eram inóspitos. Um grande número de pessoas, homens, mulheres e crianças, jamais poderia ter sobrevivido em condições normais. Somente a intervenção divina podia suprir as suas necessidades naqueles lugares tão insalubres.

2 - Também, para dar a conhecer a bondade do Eterno. Muitos pensam que eles ficaram andando pelo deserto desordenadamente, mas nada é por acaso. Em 40 anos, viajaram 42 vezes. Como tal, não estiveram a vaguear de um lado para o outro a todo o momento, visto que em vários lugares ficaram acampados a longo prazo. Rashí menciona que só houve 20 viagens em 38 anos, porque se fizeram 14 viagens durante o primeiro ano, oito viagens depois da morte de Arão no quadragésimo ano. Além disso estiveram em Kadesh durante 19 anos. Durante o resto do tempo estiveram em 19 acampamentos durante 19 anos, que corresponde a uma média de uma viagem por ano.

3 - Outro propósito, que podemos observar, de acordo com o mencionado site, foram escritas para que os filhos de Yisrael soubesse que as suas peregrinações foram ditadas por um plano definido pelo Eterno.

4 - Ainda consideramos, que foram escritas para que nos lembremos da viagem no deserto. Quando vivemos na prosperidade, há que lembrar os momentos difíceis que nos levaram até ali. Assim nos manteremos humildes e gratos. Se não tivesse sido pela provisão dada pelo Eterno, nunca poderíamos ter chegado tão longe.

5 - E por último, devemos considerar como propósito, os apontamentos proféticos, que são os mistérios que o Eterno revela aos seus servos obedientes.

Com tudo o que vimos até aqui, podemos entender que HaShem se utiliza dessas informações de lugares e situações que aconteceram, para ensinar valiosas lições ao seu povo. E também com a onisciência do Eterno, que conhece tudo no passado, presente e futuro, pois para ele não existe a limitação do tempo, usou os erros do povo para deixar importantes ensinos aos descendentes dos filhos de Yisrael, e a todos os que se aproximam do Eterno.


O caminho de obediência

Eis as jornadas dos filhos de Yisrael...eles viajaram...e eles acampara...e eles viajaram...e eles acamparam…”.


A Torá nos indica os locais em que os filhos de Yisrael acamparam no deserto. Está claramente descrito no início do texto desta parashá, conforme temos visto neste estudo. Agora podemos refletir mais um pouco e nos perguntar o seguinte: Por quê a Torá diz “...estas são as jornadas dos filhos de Yisrael…” e não estes são os acampamentos dos filhos de Yisrael…”?

É óbvio que para cada parada houve um jornada. Porém Moshê escolheu contar também os acampamentos. Além disso, se Moshê quer nos contar a viagem dos filhos de Yisrael pelo deserto, ele poderia ter dito “esta é a jornada, a viagem”, no singular, mas ele fala no plural, “estas são as jornadas”. Por quê ele escolhe falar no plural?

Aqui temos algo muito importante a aprender com a Torá. Vejamos duas coisas:

- “as jornadas” – um filho de Yisrael deve sempre seguir em frente. Quando cumprimos a vontade de D’us não devemos nunca no deter. É preciso que sempre progredir e crescer, tanto no entendimento da Torá, quanto no relacionamento com HaShem. A Torá não nos fala de uma só jornada, mas de numerosas. Existiram diversas situações no cotidiano da vida dos filhos de Yisrael durante esse tempo. Claro que nem todas foram escritas, apenas as mais importantes. Porém, todas elas fizeram parte das jornadas deles, pequenas e grandes situações, problemas, dificuldades, e muitas vitórias. O crescimento e elevação de muitos deles fizeram parte dessas jornadas. Da mesma forma podemos falar a respeito da nossa, uma vez que cada uma das coisas mencionadas na Torá são apontamentos proféticos que visam revelar o futuro, nós também fazemos parte disso, já que estamos no futuro daqueles israelitas, assim como, os que vierem depois de nós. Nossas jornadas na Teshuvah são muitas! Nosso dia a dia na caminhada, nossas lutas internas e externas, dificuldades enfrentadas pela falta de compreensão de parentes, amigos e alguns ex-irmãos de onde congregávamos. Tudo isso faz parte de nossas jornadas, e tudo tem nos ensinado, nos feito crescer e nos elevado diante do Eterno. Cada decisão que tomamos em direção ao Eterno representa um nível de crescimento nestas jornadas. Por isso, sempre e em qualquer situação é preciso avançar, seguir em frente.

- “as jornadas” – são um ensinamento para cada filho de Yisrael, e para cada judeu. Para aquele que está longe da Torá, que não cumpre as Mitsvot/mandamentos, ele não deve se desesperar. Mas também, não deve permanecer neste estado. “Masei - as jornadas” vem ensinar que ele deve progredir, avançar cada vez mais, conforme disse acima. Porém, principalmente para o que está longe da Torá, que precisa se decidir e começar a fazer teshuvah o quanto antes. Começar a trilhar o caminho agora, enquanto dá tempo de se arrepender e começar a se elevar. E para aquele que respeita a vontade de HaShem, que já cumpre os mandamentos que lhe são cabíveis, que não tem costume de pecar, ou seja, o pecado é apenas um acidente em sua vida. Para aquele que ajuda outros a se aproximarem da Torá, ele não tem o direito de se deter, precisa realmente seguir em frente. Uma vez que está sendo observado por outros. “Massei - as jornadas” vem nos ensinar que precisamos avançar sempre! Para fazer a vontade do Eterno, não devemos nunca contentar-nos com o que já fizemos. Não temos o direito de achar que pelo fato de já obedecer, podemos nos tranquilizar e estabilizar, estagnar. Isso seria uma séria transgressão! Não podemos parar em uma zona de conforto. É preciso praticar os mandamentos apendidos todos os dias, acrescentar boas ações e continuar progredindo sempre, melhorando nossa obediência na forma de cumprir, por exemplo, o shabat, as moedim, olhar se as mezuzot de minhas portas estão com bom aspecto, se estou usando os tsitsiot como deveria e se estão em bom estado. Aumentar nosso critério na observação dos alimentos que compramos, e como estamos vivendo em casa com a família e no nosso trabalho, dentre tantas outras coisas. Avançar no caminho da teshuvah cumprindo a Torá da forma que o mashiach Yeshua ensinou deve ser nosso propósito, a fim de aguardarmos a redenção e retorno de Yeshua para acordar os da primeira ressurreição.

Essas jornadas que vemos nessa parashá Masei, nos explicam ainda que para atravessar o “exílio”, como os judeus dizem por estarem longe da terra, precisamos imitar alguns comportamentos dos filhos de Yisrael que estavam no deserto ao se dirigirem do Egito a erets/terras Yisrael. Vemos na Torá que eles atravessaram por 42 jornadas ou etapas. Da mesma forma todo judeu e remanescente deve atravessar este exílio por 42 etapas a serem superadas, a fim de conseguirem entrar em erets Yisrael quando se der o retorno de Mashiach. Note que no deserto os dois últimos preparativos para entrarem nas terras de Yisrael foram a casherização dos utensílios e a pureza pessoal. O mesmo deve acontecer conosco na atualidade. Um esforço particular cada vez maior é necessário para tudo que se refere à pureza e santificação de nossas vidas, como nossa alimentação e à pureza familiar. Isso quer dizer, que tudo o que comemos, seja literalmente, no sentido de alimentos, ou no sentido metafórico, em se tratando do que aprendemos, deve ser puro. Precisa passar pelo crivo da Torá. Em relação à pureza familiar, devemos nos esforçar juntos aos da nossa casa para obedecer aos mandamentos, e levar isso à outras famílias. Mas se você ainda está só nas jornadas, se mantenha firme, pois sua vida de justiça servirá de esteio e de amparo para a revelação da verdade para seus entes queridos. Continue caminhando e logo o Eterno providenciará essa purificação para os seus. E se de todo isso não ocorrer nesse período de nossas jornadas, no futuro reino do messias eles terão a oportunidade de aprender a verdade, através de toda sua obediência de hoje. Eis aí, a importância de se obedecer aos mandamentos hoje, e que muitos não entendem. Porém, a existência desses mandamentos nos permitem nos preparar para a entrada nas terras de Yisrael, quando a libertação plena prometida se cumprir com o retorno de nosso mashiach Yeshua.


Os segredos por trás das jornadas dos filhos de Yisrael

Antes de concluir nosso estudo, vejamos ainda mais algumas coisas importantes para nossas jornadas. Estamos aprendendo vários apontamentos nessa parashá que indicam nossa caminhada com o Eterno. Mas quero ainda, mostrar um segredo dentro do texto em hebraico que indica de forma clara o caminho dos remanescentes descritos em código.


Estas são as jornadas que os Filhos de Israel... Nm 33:1


Por que foi necessário repetir na Torá a jornada de Yisrael, aqui? O rabino Baal Shem Tov explica que essa jornada física pelo deserto é um reflexo da jornada espiritual, ou seja, das jornadas proféticas ou de obediência à Torá, que cada pessoa irá encontrar desde o dia que nascem até sua morte.

O Midrash explica que neste discurso de adeus de Moshé para o povo de Israel, que continuará no próximo sêfer/livro, ele lembrou os eventos que eles passaram juntos. É também para nos lembrar que cada lugar e situação nos deixam uma marca, até mesmo se a marca for invisível. Também, nós tentamos deixar marcas nos lugares que visitamos.

Mas o Eterno deixou marcas para que pudéssemos perceber essas jornadas e aprender com elas, conforme viemos aprendendo hoje. E nessa frase inicial da parashá Masei, há um código escondido que veremos agora.

A frase “Estas são as jornadas que os filhos de Yisrael...” aqui esconde uma pista para Galut /Exílio que os filhos de Israel iriam passar no futuro, observe o texto em hebraico abaixo:


אֵ֜לֶּה מַסְעֵ֣י בְנֵֽי־יִשְׂרָאֵ֗ל

Eleh masei bney Yisrael


Essas letras em vermelho iniciando as palavras apontam para onde os filhos de Yisrael no decorrer de sua história seriam levados ao exílio. Vejamos:

- אֵ֜לֶּה – Eleh – Estas – A palavra em hebraico mostra o exílio para Edom;

- מַסְעֵ֣י - masei – jornadas – A palavra mostra o exílio para Midiã;

- בְנֵֽי – bney – A palavra mostra o exílio para Bavel;

- Yisrael – Yon - A palavra mostra o exílio para a Grécia, ou seja, para as nações. Onde muitos da casa de Yisrael e de Yehudah estão ainda hoje.

Assim, concluindo nosso estudo vimos que o Eterno tem estabelecido em sua Palavra os apontamentos dentro do tempo e das jornadas do povo para que em cada geração os remanescentes fiéis possam descobrir e entender como caminhar em meio aos desertos e exílios.

Que possamos ao compreender essas coisas, que o Eterno tem nos chamado e devemos a cada dia trilhar essas jornadas com os filhos de Yisrael e como filhos de Yisrael.

Hazak, hazak, v’nit’chazek! Seja forte, seja forte, e sejamos fortalecidos!


Que HaShem lhes abençoe!


Pr./Rav Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


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