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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Salmo 119 - Vav - Parte 6

 O Sexto Episódio da série sobre o Salmo 119, com mais informações espetaculares so re este texto das Escrituras  Sagradas. Não perca tempo corre lá e assista. Você já sabe, pois venho dizendo que este salmo fala muito sobre a Torá do Eterno. 


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https://youtu.be/pGSJtQ65gfg

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

ESTUDO SALMO 119 - SEÇÃO ÁLEPH

 




Shalom! Este estudo foi elaborado à partir do roteiro que produzi para a série de vídeos sobre o Salmo 119 do meu Canal no YouTube Sou Peregrino na Terra.


Nosso objetivo é estudar as Escrituras e assuntos relacionados no contexto original, retornando assim, às raízes da fé.


Veremos neste estudo que este salmo fala muito acerca dos mandamentos de HaShem e o que ele tem a nos ensinar.


O Salmo 119 e suas características


O salmo 119 é o maior de todos os salmos, e segundo o Manual Bíblico da SBB, é o mais formal e elaborado em termos de conteúdo. Não se sabe quem é o autor desse salmo.


Ele é dividido em 22 seções de oito versículos, e na maioria da bíblias, essa divisão é mostrada pelas palavras Àlef, Beit, Guímel, etc. Essas palavras são os nomes das letras do Alfabeto Hebraico. E na bíblia judaica, na margem exterior, vem as letras indicando essa separação.









Salmo 119 na Bíblia Judaica Comleta. David H Stern


Note ainda, que no texto em hebraico também aparecem as letras.








Salmo 119 no Tanach Completo Editora Sefer.

Uma outra curiosidade é que conforme disse antes, cada seção inicia com uma letra do alfabeto hebraico, e nessas seções, cada verso inicia com a letra referente a ela. O Rav Yochanan Ben Yaakov, diz que isso descreve o empenho por uma vida de acordo com a Torá, independentemente da época, tempo, lugar, circunstância ou ambiente social.


Como não se usava, entre o povo de israel, números arábicos, eles colocavam essas letras que também representam valores numéricos. Por isso, nos estudos mais profundos das Escrituras dentro do judaísmo, ou seja na cabalá, se utiliza a guematria, que é o estudo dos valores numéricos das palavras no original.


Do ponto de vista profético, o salmo 119 é considerado um caminho até o Olam Habah (8º Milênio ou Mundo Vindouro), pois mostra corretamente o caminho que os servos do Eterno, Santo e Bendito seja ele, devem seguir. Apesar de ser um texto poético, estes textos são proféticos também, e seguem o padrão dos profetas, pois a profecia não aparece organizada cronologicamente no texto. Por isso os primeiros versos mostram o Olam Habah e nos últimos, na última seção aponta para o Messias em sua primeira vinda como “o servo sofredor”. Ou seja, o salmo inteiro aponta para a vida inteira de Yeshua, desde sua primeira vinda até o final do 7º Milênio e a entrada no 8º Milênio. No decorrer dessa série você poderá ver isso.


Entre os estudiosos judeus, este salmo é chamado de, o salmo das “8 facetas”. É por isso que em seus textos mencionam muito a Torá, pois tem a raiz guemátrica de número 8, porque a soma das letras da palavra Torá que é 611, pode ser reduzida para 8.


Repare na imagem abaixo:












Nesse prisma ainda de guematria e apontamentos proféticos, em conversas sobre esse assunto com o Rav Yochanan Ben Yaakov, este me explicou que as 22 estrofes ou seções do salmo, são um apontamento profético para o 4º Milênio, ou seja, para a vinda do Messias Yeshua, que é considerado a Torá viva ou Plenitude da Torá.


Veja:

22 = 2+2 = 4 uma indicação para o tempo do nascimento de Yeshua no 4º Milênio desde Adão.


E este número também tem um alinhamento com o pecado de Adão, que segundo alguns rabinos, foi cometido no 4º dia, após o primeiro shabat da criação.


O Salmo 119 e a Torá.


Nesse primeiro estudo pegaremos a primeira parte do salmo, ou seja, a Seção Alef, Salmo 119;1-8. Vamos então ao texto:


Felizes são aqueles cujo caminho da vida é irrepreensível, que vivem pela Torá de Adonai!

Felizes são aqueles que observam sua instrução, que a procuram de todo o coração!

Não fazem nenhum mal, mas vivem por seus caminhos.

Tu nos deste teus preceitos para que os observássemos cuidadosamente.

Que meus caminhos sejam seguros enquanto observo tuas leis.

Então não serei envergonhado, pois fixei meu olhar em todas as tuas mitzvot.

Dou-te graças com o coração sincero enquanto aprendo teus justos mandamentos.

Observarei tuas leis; não me abandone completamente! Sl 119:1-8 (BJC)


Tendo em mente tudo o que disse logo no início desse estudo, e observando o texto que acabamos de ler, precisamos entender que o salmista fez diversas afirmações distintas, sobre a Torá (instruções para vida, ensino que vem do Eterno, Lei) e sobre o indivíduo, mescladas com orações. Lembrando do fato de ser também um texto profético.


O autor usa pelo menos dez palavras ou substantivos diferentes para descrever a Torá. E isso é uma das coisas que mais me impressiona nesse texto, ou seja, como ele descreve a Torá de formas diversas, e algumas vezes com palavras tiradas da própria Torá, e essas formas de expressar foram também utilizadas pelos autores dos escritos nazarenos (conhecido como Novo Testamento) e pelo próprio Yeshua.


Vejamos então essas palavras ou substantivos:


- Lei de D’us;

- Testemunhos;

- Instrução;

- Preceitos;

- Estatutos;

- Mandamentos;

- Decretos;

- Palavra;

- Caminhos;

- Promessa; e

- Juízos.


Quando estamos atentos a forma de escrita do autor, poderemos entender mais facilmente muitos textos dos profetas e das cartas de Rav Shaul (Apóstolo Paulo), por exemplo.


O autor usa uma ou outra dessas palavras em quase todos os versículos. E por esse cuidado em descrever a Torá percebemos como o salmista amava o estudo da Lei de HaShem.


Vemos nesse salmo que a vontade de D’us expressa em seu ensinamento, que é a Torá, governava o estilo de vida e a conduta do salmista, dando esperança e paz, e o conduzia a vida e à liberdade. E esse exemplo deve ser seguido por cada um de nós. Foi para isso que HaShem permitiu que esses textos chegassem até nossos dias.


Observemos os versos 1 e 2:

Felizes são aqueles cujo caminho da vida é irrepreensível, que vivem pela Torá de Adonai!

Felizes são aqueles que observam sua instrução, que a procuram de todo o coração!


Em algumas versões da Bíblia esses versos vem com o termo “Bem aventurados”, no entanto o termo “felizes são” carregam mais a força do que eles querem realmente passar em um sentido original.


Veja a afirmação do autor na primeira parte do verso 1, de que são felizes os que vivem de forma irrepreensível, e reparem que ele usa o termo “caminho”, aludindo à uma vida obediente à Torá de HaShem, e isso é confirmado no fim quando diz “...que vivem pela Torá de Adonai”, nas traduções mais comuns esse fim diz: “...que vivem pela Lei do Senhor”, mas a palavra Torá tem um sentido muito mais amplo que apenas lei, como pôde ser visto anteriormente. E se quiser saber mais clique no card acima e veja o estudo o que é Torá.


No verso 2 o salmista afirma outra bem aventurança ou felicidade, ele diz que são felizes as pessoas que observam a instrução do Eterno, mais uma vez usando um substantivo para a palavra Torá. E vamos tendo a oportunidade de ver como o salmista tinha a Torá em alta conta.


E eu faço uma pergunta: Porque hoje em dia isso não é mais assim? Porque os líderes atuais não ensinam mais a Torá? Porque não dão o devido valor?


Deveríamos pensar nisso, pois o nosso Messias Yeshua, tinha a Torá em alta conta também, haja vista que em seus sermões usou as mesmas formas de se pronunciar e de substituir o termo Torá que o salmista usava. Veja em Mateus 5:3-10, o famoso “Sermão das Bem Aventuranças”.


No verso 3 lemos: “Não fazem nenhum mal, mas vivem por seus caminhos.” E novamente vemos no fim desse verso a palavra “caminho” se referindo a obediência à Torá, e logo no início vemos uma referência a prática de vida justa quando o salmista cita “não fazem nenhum mal”, a prática do mal é tida como contrária a Torá, que é a prática do bem ou boas obras. O Rav Shaul HaShaliach (Apóstolo Paulo) faz a mesma comparação em sua epístola aos Efésios.


Porque somos criação de D’us realizada no Messias Yeshua para fazermos boas obras, as quais D’us preparou de antemão para que nós as praticássemos.” Ef 2:10


Veja também que o profeta Ezequiel em sua fala profética também fala da mesma forma usando o termo prática do mal ou maldade.


Por isso, filho do homem, diga aos seus compatriotas: A retidão do justo não o livrará se ele voltar-se para a desobediência, e a maldade do ímpio não o fará cair se ele se desviar dela. E se o justo pecar, não viverá por causa de sua justiça.” Ez 33:12


O verso 4 diz: “Tu nos deste teus preceitos para que os observássemos cuidadosamente.” Nesse verso a palavra Torá é substituída por preceitos que devem ser observados.


No verso 5: “Que meus caminhos sejam seguros enquanto observo tuas leis.Aqui fica claro que a observância da Torá de HaShem protege os seus seguidores em sua vida.


O verso 6 diz: “Então não serei envergonhado, pois fixei meu olhar em todas as tuas mitzvot.” Aqui é uma continuação do verso anterior, onde pelo fato de ter os caminhos seguros por observar as leis, ele continua dizendo que por isso não será envergonhado por ter o olhar na Torá de HaShem, a palavra mitzvot é mandamentos.


No verso 7: “Dou-te graças com o coração sincero enquanto aprendo teus justos mandamentos.” O salmista demonstra gratidão por poder aprender os mandamentos, e isso nos mostra qual deve ser nossa atitude em relação a Torá. Ela é leve e não um peso como alguns tentam demonstrar. Devemos amar a Torá que Yeshua viveu para ensinar.


E no verso 8: “Observarei tuas leis; não me abandone completamente!” Um juramento é feito pelo salmista na esperança de não ser abandonado pelo Eterno, ele observará as leis de HaShem, ou seja a Torá.


E podemos ver nesses oito versos como o autor demonstra a importância da Palavra de HaShem, a Torá, para manutenção da vida no trilho correto, na direção certa, rumo à felicidade mencionada nos dois primeiros versos. Essa felicidade tem ligação direta, de forma profética com o Futuro, o mundo vindouro, chamado em hebraico de Olam Habáh. E podemos ver isso nos seguintes textos:


"Ouçam-me agora, meus filhos: Como são felizes os que guardam os meus caminhos! Provérbios 8:32


Contudo, o Senhor espera o momento de ser bondoso com vocês; ele ainda se levantará para mostrar-lhes compaixão. Pois o Senhor é Deus de justiça. Como são felizes todos os que nele esperam! Isaías 30:18


Pois, "quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade. Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e os seus ouvidos estão atentos à sua oração, mas o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal". Quem há de maltratá-los, se vocês forem zelosos na prática do bem? Todavia, mesmo que venham a sofrer porque praticam a justiça, vocês serão felizes. "Não temam aquilo que eles temem, não fiquem amedrontados. " 1 Pedro 3:10-14


Então ouvi uma voz do céu dizendo: "Escreva: Felizes os mortos que morrem no Senhor de agora em diante". Diz o Espírito: "Sim, eles descansarão das suas fadigas, pois as suas obras os seguirão". Apocalipse 14:13


E o anjo me disse: "Escreva: Felizes os convidados para o banquete do casamento do Cordeiro! " E acrescentou: "Estas são as palavras verdadeiras de Deus". Apocalipse 19:9


Que HaShem te abençoe!

Até o próximo estudo!!!

domingo, 18 de abril de 2021

Entenda os Textos de Paulo – Parte 5 - Os ex-gentios se tornaram filhos de D’us.

 




Este estudo pretende falar sobre a adoção de filhos que os ex-gentios receberam a qual o Rav Sha’ul (apóstolo Paulo) diz que, aquele que se volta para o Eterno (Santo Bendito seja ele) recebe por meio da fidelidade que vem da confiança no Messias Yeshua, registrado em Gálatas 4. A maioria dos teólogos cristãos entendem que Sha’ul ensinou contra a Torá do Eterno, Santo Bendito seja ele. Mas será que ele realmente pregava e ensinava contra a Torá que HaShem havia dado ao seu povo?


Para termos uma perfeita compreensão das cartas Paulo, devemos aprender principalmente a usar o PaRDeS, que é a hermenêutica judaica, pois Paulo se utiliza muito dessa técnica, além disso devemos nos lembrar que precisamos analisar três pontos:


- Primeiro - Com quem Paulo estava falando ou qual é o destinatário;

- Segundo - Qual era o motivo da carta ou qual era a situação vivida pelo destinatário; e

- Terceiro - Qual era o contexto histórico vivido pela congregação e pelo destinatário.


É importante lembrar também que o apóstolo Paulo usava alguns pronomes para identificar com quem ele está falando. Assim, quando ele usa os pronomes "nós, nosso ou nossos", está falando dele e dos judeus. E quando usa "você, vocês, vosso ou vossos", está falando dos ex-gentios que agora fazem parte do povo do Eterno.


Então vamos ao Primeiro Ponto – Com quem Paulo estava falando ou qual é o destinatário. Talvez você ache estranho começarmos por esse ponto, afinal o nome da carta já define o destinatário. Porém, quem realmente eram os gálatas? Eles eram judeus ou gentios?


Conforme mencionei no estudo anterior, olhando para o texto introdutório da carta, no capítulo 1, poderemos facilmente distinguir o destinatário real.


Como disse, note que na introdução dessa carta, o apóstolo ou emissário, fala de seu chamado e que o Evangelho ou boas novas que anunciou era verdadeiro. Ele falava de acordo com a Torá e os profetas. E que algumas pessoas estavam trazendo um falso evangelho, falamos sobre isso nos estudos anteriores, se não os leu procure-os. Agora, repare de quem e para quem o apóstolo fala. Esta parte ainda é do estudo anterior, para que possamos cumprir os pontos de observação, e então chegarmos ao entendimento do texto em estudo no Capítulo 4 de Gálatas.


Primeiro ele diz que a carta era para as comunidades messiânicas da Galácia. E devemos ter o entendimento que não era uma igreja (prédio) na cidade, como muitos pensam, mas comunidades que se reuniam em vários lugares na cidade, de acordo com o que podemos ler em Rm 16. Eram famílias, irmãos e amigos que se reuniam em casas e que se revesavam nos ensinos e instruções da Torá, que o apóstolo havia lhes deixado. Agora repare também nos pronomes utilizados por ele. Note que no verso 3 ele diz: “Graça e shalom a vocês de D’us, nosso Pai, e do Senhor Yeshua, o Messias,…”, vejam que faz distinção de vocês e nosso. Isso é porque ele está desejando que a graça e a shalom (paz) fossem com esses crentes ex-gentios da Galácia, da parte de D’us que como ele disse, nosso Pai. O Eterno é o Pai do povo de Israel, de acordo com Ex 4:23:


e eu já lhe disse que deixe o meu filho ir para prestar-me culto. Mas você não quis deixá-lo ir; por isso matarei o seu primeiro filho!”


Também podemos ver que ele fala do povo de Israel quando diz: “...se entregou a si mesmo por nossos pecados, a fim de nos libertar do presente sistema mundial maligno, em obediência à vontade de D’us, nosso Pai…Pois aqueles que estão vivendo sob ou debaixo da lei são o povo do Eterno, e como pecado é transgressão da Lei, só pode transgredir quem vive sob a Lei, tentando acertar. Os gentios que não tinham D’us, não tinham a Torá, e nem a promessa do messias, não viviam sob a Lei. Eles são iníquos ou anomos, sem Lei. Por isso podemos entender que Paulo se refere a si e a seu povo.


Mas repare que o destino e objetivo da carta é esse: “A realidade é que certas pessoas estão aborrecendo vocês…” Algumas pessoas estavam vindo a estes ex-gentios, com um ensinamento diferente do que eles tinham aprendido com o apóstolo. Veja, aborrecendo vocês, o pronome mostra. O ensino que estava chegando e aborrecendo, era repleto de legalismos e distantes da verdadeira Torá ensinada por Paulo. Por isso ele chama esses ensinos de falso evangelho ou boas novas que não são boas novas. E quando continuamos a ler os versos seguintes desse primeiro capítulo temos certeza que Paulo está falando a ex-gentios, e que seu evangelho é destinado a gentios ou remanescentes israelitas espalhados entre as nações.


Entendemos então o primeiro ponto, que era a quem a carta é destinada, e também entendemos o segundo ponto, que é: qual era o motivo da carta ou qual era a situação vivida pelo destinatário. Quando dissemos que Paulo estava combatendo um falso ensino que estava adentrando as comunidades naquela cidade.


Agora vamos entrar no contexto do capítulo 4 e buscar o entendimento do que Paulo queria ainda ensinar às comunidades da galácia.


Digo porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo. No entanto, ele está sujeito a guardiães e administradores até o tempo determinado por seu pai. Assim também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos princípios elementares do mundo. Mas, quando chegou a plenitude do tempo, D’us enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: "Aba, Pai".

Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, D’us também o tornou herdeiro. Antes, quando vocês não conheciam a D’us, eram escravos daqueles que, por natureza, não são deuses. Mas agora, conhecendo a D’us, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra vez?

Vocês estão observando dias especiais, meses, ocasiões específicas e anos!

Temo que os meus esforços por vocês tenham sido inúteis. Eu lhes suplico, irmãos, que se tornem como eu, pois eu me tornei como vocês. Em nada vocês me ofenderam; como sabem, foi por causa de uma doença que lhes preguei o evangelho pela primeira vez. Embora a minha doença lhes tenha sido uma provação, vocês não me trataram com desprezo ou desdém; pelo contrário, receberam-me como se eu fosse um anjo de D’us, como o próprio Messias Yeshua. Que aconteceu com a alegria de vocês? Tenho certeza que, se fosse possível, vocês teriam arrancado os próprios olhos para dá-los a mim. Tornei-me inimigo de vocês por lhes dizer a verdade? Os que fazem tanto esforço para agradá-los, não agem bem, mas querem isolá-los a fim de que vocês também mostrem zelo por eles. É bom sempre ser zeloso pelo bem, e não apenas quando estou presente.

Meus filhos, novamente estou sofrendo dores de parto por sua causa, até que o Messias seja formado em vocês. Eu gostaria de estar com vocês agora e mudar o meu tom de voz, pois estou perplexo quanto a vocês.

Digam-me vocês, os que querem estar debaixo da observância legalista Torá: Acaso vocês não ouvem a Torá? Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. O filho da escrava nasceu de modo natural, mas o filho da livre nasceu mediante promessa. Isso é usado aqui como uma ilustração; estas mulheres representam duas alianças. Uma aliança procede do monte Sinai e gera filhos para a escravidão: esta é Hagar. Hagar representa o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à atual cidade de Jerusalém, que está escravizada com os seus filhos. Mas a Jerusalém do alto é livre, e essa é a nossa mãe. Pois está escrito: "Regozije-se, ó estéril, você que nunca teve um filho; grite de alegria, você que nunca esteve em trabalho de parto; porque mais são os filhos da mulher abandonada do que os daquela que tem marido".

Vocês, irmãos, são filhos da promessa, como Isaque. Naquele tempo, o filho nascido de modo natural perseguia o filho nascido segundo o Espírito. O mesmo acontece agora. Mas o que diz a Escritura? "Mande embora a escrava e o seu filho, porque o filho da escrava jamais será herdeiro com o filho da livre". Portanto, irmãos, não somos filhos da escrava, mas da livre.

Gálatas 4:1-31


Agora que já entendemos um pouco do contexto, e já lemos o capítulo 4, vamos procurar entender este ensino de Rav Shaul (Paulo) aquela comunidade, o que ele queria dizer nessa parte da carta, que infelizmente, é muito mal compreendida nos meios teológicos, e acreditem quando falo isso, pois sou formado naquela teologia. E agradeço ao Eterno por ter me aberto os olhos para a verdade do contexto original.

Para buscarmos mais compreensão ainda, voltemos alguns versos no capítulo anterior ao que lemos, vamos ao capítulo 3 verso 26 em diante:



Todos vocês são filhos de D’us mediante a fé no Messias Yeshua, pois os que no Messias foram batizados, no Messias se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um no Messias Yeshua. E, se vocês são do Messias, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa. Gálatas 3:26-29


Veja que o apóstolo está falando que os ex-gentios, repare no pronome “vocês”, tornaram-se filhos de D’us no Messias Yeshua, por causa da confiança ou fé que depositaram na vida justa dele. E diz mais, diz ainda que os que foram batizados ou imergidos, mergulhados no Messias, também nele foram revestidos, ou seja passaram a fazer parte do povo do Eterno como filhos adotivos. Na casa desse Pai celestial, a quem faz parte desse reino, não há distinção de nacionalidade, condição social, sexo, quanto a ser homem ou mulher, por que todos são um povo no Messias. Agora, de acordo com Gl 3:29, os ex-gentios haviam se tornado descendência de Avraham e herdeiros segundo a promessa, assim como os filhos de Israel o são.


Veja como Paulo fala isso também aos Efésios:


E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que estáveis longe e aos que estavam perto; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Yeshua o Messias é a principal pedra da esquina; Ef 2:17-20


Sendo assim, continuemos e vejamos o versos 1 e 2 do capítulo 4 dessa carta aos irmãos da comunidade da galácia. O apóstolo dá prosseguimento ao seu ensino fazendo uma alusão à situação de um herdeiro como exemplo, para deixar seu ensino claro, veja:


Digo porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo. No entanto, ele está sujeito a guardiães e administradores até o tempo determinado por seu pai. Gl 4:1


Reparem que coisa linda a comparação que Paulo faz, mostrando que o herdeiro quando é menor de idade, ou seja, quando ainda não tem condições de receber a herança, é como um servo, precisando de tutores, guardiões e administradores até que chegue o tempo correto de estar preparado para receber a herança. Ele estava dizendo que os que são feitos filhos de D’us, precisam do Messias, o guardião ou administrador, que o ensinará tudo o que ele precisa saber até que chegue o tempo do recebimento da herança, que é o Olam Habá. Maravilha é poder ter o entendimento dos mistérios do Eterno (Hakadosh Baruch hu).


No verso 3, Paulo fala que antes de se aproximarem do Eterno por meio de Yeshua, eles serviam aos espíritos elementares. Veja: Assim também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos princípios elementares do mundo. E aqui muitos seguidores dos dogmas da teologia religiosa, não entendem o que o Rav Shaul está falando. Ele está dizendo que antes, eles seguiam aos elementos da natureza, fogo, água, ar e terra, muitos deles adoravam a esses elementos.


Porém reparem no verso 4: Mas, quando chegou a plenitude do tempo, D’us enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. Quem estava sob a Lei, ou seja, a Torá? Os gentios não, pois eles não tinham a torá, mas os filhos de Israel, sim. E Paulo está confirmando que o Filho de D’us foi enviado para os filhos de Israel para que recebesse a adoção de filhos, que já havia sido dita desde a muito tempo.


Assim, ele continua nos versos 5 a 7.

a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: "Aba, Pai".

Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, D’us também o tornou herdeiro.


Notem que Paulo está confirmando de forma mais explicada o que tinha afirmado antes, que agora os ex-gentios também faziam parte da família de D’us, havia sido enviado o ruach (espírito, mover) de seu filho aos corações deles, e esse ruach clama dentro deles “aba”, que quer dizer Pai.


Então podemos fazer uma pergunta: O que é o ruach do Filho de D’us?


Considerando que ruach, dependendo do contexto pode ser mover, poder, sopro, vento, hálito. Nesse contexto, ruach significa mover. Então, o ruach do Filho de D’us é o mover do Filho de D’us. É o mover da forma de vida obediente de Yeshua na vida daqueles que se convertem ao Eterno pelos méritos da vida justa do Messias, e esse mover clama dentro dessas pessoas “Aba”, confirmando para elas que são filhos de D’us. Você que entra na teshuvah crendo nos méritos de Yeshua como nosso guardião e Messias, e vive obedecendo aos mandamentos, deve sentir que é filho do Eterno. E aí, você sente isso?


Nos versos 8 a 11 encontramos mais algumas preciosas confirmações, e infelizmente no verso 11, muitos tem um entendimento errado, que esclareceremos agora.


Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, D’us também o tornou herdeiro. Antes, quando vocês não conheciam a D’us, eram escravos daqueles que, por natureza, não são deuses. Mas agora, conhecendo a D’us, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra vez? Vocês estão observando dias especiais, meses, ocasiões específicas e anos! Gl 4:8-11


Paulo confirma mais uma vez a adoção de filhos dos ex-gentios. Notem o pronome que ele usa, e que nos indica que está falando com os ex-gentios. Eles não conheciam a D’us antes, eram escravos por natureza, mas agora conhecendo ao Eterno, e o melhor de tudo, sendo conhecido por Ele. Melhor que conhecer a D’us é ser conhecido por Ele. É fazer parte da família do Eterno.


Nesses versos, Paulo ainda pergunta se os Gálatas desejariam voltar a ser escravos do pecado, das divindades elementares que mencionamos antes, pois se obedecessem aos legalistas e cumprissem os dogmas, seria como se realmente estivessem voltando à escravidão. E Paulo diz que eles estavam observando dias especiais, meses, e anos. E muitos entendem que aqui Paulo estava falando das festas ordenadas por D’us na Torá. Contudo, se Paulo não prega contra a Torá, conforme já comprovamos antes, e o contexto desse capítulo e dessa carta é mostrar que os ex-gentios receberam o verdadeiro evangelho, e foram feitos filhos de D’us pelo Messias e obedeciam a Torá, e além disso pelo que o apóstolo estava falando sobre os Gálatas voltarem a ser escravos, então as festas e ocasiões a que ele se refere no verso 11, são eventos pagãos. É muito simples não acha?!


Nos versos 12 até o 19 o apostolo Paulo mostra sua indignação contra os irmãos daquela comunidade, por estarem dando ouvidos aos judeus legalistas. Mas ele exalta a fidelidade inicial e a alegria dos Gálatas.


E no verso 20, repare algo bem interessante!

Sempre vemos teólogos e pegadores dizerem que os servos de D’us devem ser somente mansos, não podem fazer julgamentos, etc. Mas notem o que o apóstolo fala nesse verso.


Eu gostaria de estar com vocês agora e mudar o meu tom de voz, pois estou perplexo quanto a vocês. Gl 4;20


Ele queria mudar o tom de voz! Podemos entender pelo que ele está dizendo, que se ele estivesse frente a frente com os Gálatas, ele elevaria o tom de voz e seria duro com aqueles irmãos. E isso contraria o que muitos pensam por aí, que não se pode ser duro as vezes. Amar o próximo não significa de maneira alguma ser sempre complacente com erros e constantes deslizes.


Dos versos 22 ao 31 Paulo inicia um midrash muito interessante a respeito de filhos, fazendo comparações proféticas entre os judeus que não seguem a Yeshua e os ex-gentios que seguem com o Ismael e Isaque.


Vejamos então esse midrash.


Digam-me vocês, os que querem estar debaixo da observância legalista Torá: Acaso vocês não ouvem a Torá? Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Gl 4:21-22


Ele começa relembrando que a Torá declara que Avraham teve dois filhos. Um era da escrava e outro da livre. Mas prestem atenção, pois no midrash que ele está fazendo o que parece ser não é.


Veja nos versos seguintes, 23 e 24:

O filho da escrava nasceu de modo natural, mas o filho da livre nasceu mediante promessa. Isso é usado aqui como uma ilustração; estas mulheres representam duas alianças.


Notem essa comparação, onde ele diz que Hagar e Sara representam duas alianças. Mas apesar do que se possa entender, ele faz uma comparação diferente do que é a realidade. Uma aliança era a aliança do Sinai, que aqui ele faz a comparação da escravidão, não pelo fato da Lei ter sido entregue ali, mas pelo fato haver observância legalista, de ações meramentes humanas, assim como foi o ato de concepção de Ismael. Utilizou uma escrava para tentar alcançar a promessa do Eterno.


Enquanto a comparação com Sara é feita através do fato de ela era livre, e recebeu a concepção de Isaque no período determinado pelo Eterno, através do milagre, pois ela de forma natural não poderia mais, por ser idosa. E dessa forma, essa aliança era perfeita, e representa os que se achegam ao Eterno através do Messias, sendo eles judeus ou ex-gentios.


Vejam os versos 24 a 26:

Uma aliança procede do monte Sinai e gera filhos para a escravidão: esta é Hagar. Hagar representa o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à atual cidade de Jerusalém, que está escravizada com os seus filhos. Mas a Jerusalém do alto é livre, e essa é a nossa mãe.


Notem as comparações conforme mencionei acima. Quando ele fala que a Hagar do Sinai representa a atual Jerusalém, na época a elite religiosa de Jerusalém estava corrompida e cheia de dogmas com suas chalachots (leis de cercas), por isso a comparação. Já Sara, representa a Jerusalém celestial, pois é pura e não corrompida, pois segue a Torá livremente e sem dogmas.


E no verso 27:

Pois está escrito no TaNak: "Regozije-se, ó estéril, você que nunca teve um filho; grite de alegria, você que nunca esteve em trabalho de parto; porque mais são os filhos da mulher abandonada do que os daquela que tem marido".


Paulo faz em seu midrash uma citação de Yeshayahu/Isaías 54:1. Apontando assim que os Ex-gentios e os judeus que seguiam os passos de Yeshua eram como Isaque, os filhos da promessa.


Nos versos 28 a 31 ele explica essa comparação, tornando claro o entendimento. Ele faz uma citação de Bereshit/Gênesis 21:10:


Livre-se da escrava e de seu filho, porque de forma alguma o filho da escrava herdará com o filho da mulher livre.


Note que com o midrash e com a referência Paulo sugere que aqueles crentes, ex-gentios se livrassem da escrava e de seu filho, ou seja, daqueles legalistas.


Isso porquê, ele conclui, são filhos da livre e não da escrava. Apontando para o fato de que os filhos de D’us, são os que vivem de acordo com a Torá que o Messias ensinou, são filhos da livre, da Jerusalém celestial. Fazem parte do reino verdadeiramente os que não se deixam dominar pelo legalismo. Esse foi o ensino de Paulo.


Por isso no capítulo que se segue, o capítulo 5, ele fala da verdadeira liberdade, conforme vimos no estudo anterior.


Que o Eterno nos abençoe!