Estudos
da Torá
Parashá
nº 51
- Nitsavím
(De
pé)
Devarim/Deuteronômio
Dt 29:9-30:20
Haftará
(Separação) Is
61:10-63:9;
e
B’rit
Hadashah (Nova Aliança) Jo
16:1-17:22.
1
- INTRODUÇÃO
Estão
faltando agora três parashiot (porções) para terminar o ciclo de
estudo da Torá desse ano. E nessa porção Moshê continua suas
orientações ao povo, e lembra ao povo a Aliança que Adonai fez com
eles. Muito aprendemos ao estudar essa porção.
2
- ESTUDO DAS PALAVRAS
Para
iniciar o estudo dessa porção quero trazer um comentário das
seleções do Midrash do site Chabad.org, que relembra acerca da
parashá passada, que Moshê advertiu os israelitas sobre os
diferentes castigos que receberiam se pecassem. O texto afirma que a
nação tremeu de medo, e se perguntaram como sobreviveriam a tantos
sofrimentos, pensaram que pereceriam como nação. No entanto, Moshê
viu seus semblantes transtornados de pânico e os consolou com as
palavras dessa porção dizendo:
“Não temam! A nação sobreviverá neste mundo e no olam habá
(mundo vindouro). As demais nações sofrerão menos neste mundo, mas
serão destruídas por causa de sua perversidade.”
Com
isso, o Midrash ensina que, segundo o site, “às vezes, o dia
começa escuro e nublado. Então, o sol surge dentre as nuvens,
aquecendo e iluminando. Similarmente, por vezes, sua vida pode
parecer difícil. Porém, sempre pode almejar à duradoura felicidade
do olam habá (mundo vindouro).”
Vejamos
então o que o texto nos diz:
“Vós
todos estais hoje perante YHWH, vosso Deus; os cabeças de vossas
tribos, vossos anciãos, os vossos oficiais, todo o homem de Israel.”
(Dt
29:9)
Esta
é uma renovação do pacto ou aliança, antes do povo entrar na
terra prometida, e de acordo com o que Moshê fala, todos estão
incluídos,
assim como aquelas pessoas pertencentes a outras nações, que tinham
saído do Egito e que não tinham nascido dentro povo de Israel,
conforme lemos em Êxodo 12:38a.
“E
subiu também com eles uma mistura de gente,”
Vemos
então, que todos estão de pé dianto do Eterno, ou seja, que mesmo
em meio a tantas lutas eles estavam vencendo. Mas não era apenas o
povo de Israel, outros também estavam vencendo, por estarem juntos
com Israel, por crerem no Deus de Israel e principalmente, por
participarem da aliança de Deus com Israel. Acerca dessas pessoas,
veja o que diz no verso 10:
“as
vossas crianças, as vossas mulheres e o peregrino
que está no meio de teus acampamentos, desde o
rachador de tua lenha até o tirador da tua água,”
Neste
verso temos “até
o tirador de tua água”,
veja o que o comentário da Torá diz sobre isso:
“Nesta
parashá, deparamos com um magno e imponente quadro: todo o povo
reunido, dede os altos dignitários, anciãos e policiais, até os
rachadores de lenha e tiradores de água. Até mesmo as mulheres e as
crianças, todo o povo de Israel, pois, perante Deus, todos são
iguais. A união de um povo sem distribuição de classe mostra a
solidariedade dos indivíduos que o compõem, e esta é uma das
condições de sua existência, pois o povo não é uma aglomeração
de células, mas um organismo com vida própria, que possui como ser
uma alma própria e é com este espírito que Moisés reuniu a todos,
sem nenhuma exceção. Cada pessoa tem um objetivo em sua própria
existência e forma uma parte da comunidade. Foi esta solidariedade
que converteu o povo israelita em povo imortal. “Vós todos estais
hoje presentes!” (atém
nitsavim haiom culchem).
Quantos povos não estão mais, enquanto vós o estareis para sempre,
desde que sejais solidários uns com os outros e reconhecerdes a
aliança que o Eterno, vosso
Deus, faz convosco. Este é o espírito do qualificativo “povo
eleito”. A aspiração do povo judeu e da sua Torá é “instaurar
no mundo o reino do Eterno”. Sua idéia central é conseguir a
fraternidade e a igualdade entre os povos do mundo; mas isto não foi
conseguido ainda e, por isso, pedimos três vezes por dia: “Por
tudo isto esperamos de Ti, ó Eterno, nosso Deus, poder ver logo a
glória do Teu poderio, varrendo as abominações da Terra,
destruindo a idolatria e aperfeiçoando o mundo debaixo da soberania
do Onipotente. Todas as criaturas invocarão Teu nome e todos os
malvados da terra voltarão a Ti. Saibam e entendam todos os
habitantes que existem no mundo, que todos os joelhos se dobrarão
diante de ti e toda língua jurará a Ti obediência.” (Torá, Ed
Sefer, Pag 590 e 591)
Podemos
aprender com esse comentário que, para o povo de Israel seja
realmente reconhecido como povo eleito deve viver segundo alguns
preceitos. E estes estão baseados no princípio da solidadriedade,
igualdade e amor, o que em resumo é amor ao próximo. Ou seja, no
meio do povo de Israel estavam, como disse acima, pessoas de outras
nações, que ao se converterem ao Eterno e aprenderem de suas leis
deveriam ser tratados exatamente um igual. Esse é o princípio desse
ensinamento. E foi sobre isso que Yeshua falou ao dizer em Mt
19:16-22 e
também e Mc 12:28-34. Lei esses textos e compare, perceba que o
Eterno estabeleceu um princípio, e este é que o amar a Deus acima
de tudo e ao próximo como a si mesmo é melhor do que sacrifícios e
ofertas, mas veja que no verso 34 de Mc 12, Yeshua deixa uma
reticência para aquele homem ao dizer-lhe, “você não está longe
do Reino de Deus”. Ou seja, mostrou que para realmente ser do Reino
tem que pôr em prática, pois conhecer ele já conhecia.
E
tem mais, essa promessa divina e exigência de ser povo eleito, de
acordo com os versos 13 e 14, inclui também aqueles que nem ainda
tinham nascido, que podemos comparar com o que Yeshua disse em sua
oração em Jo 17:20-21.
“Eu
não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua
palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó
Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós,
para que o mundo creia que tu me enviaste.”
Com
isso, verificamos e aprendemos que, como enxertados no povo de Israel
através de Yeshua, o Eterno espera de nós o mesmo que esperou e
espera de Israel. A solidadriedade e o amor devem
ser marcas e o testemunho de vida de quem serve a Adonai.
Que
possamos viver o amor que a Torá recomenda e espera de nós e que
Yeshua ampliou o entendimento em seu ministério. Que sejamos
instrumentos de restauração nas vidas das pessoas, e para o mundo,
conforme o que disse o comentarista da Torá acima. E além de tudo,
que nossa vida seja um testemunho vivo do amor do Eterno, através de
Yeshua que nasceu com um propósito, restaurar o mundo caído e
necessitado de Deus.
Bibliografia:
-
Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
-
Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
-
http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
-
http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/51-_nitzavim_parados.pdf
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