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sábado, 28 de setembro de 2019

Estudo da Parashá Ntsavím (De pé)


Estudos da Torá

Parashá nº 51 - Nitsavím (De pé)
Devarim/Deuteronômio Dt 29:9-30:20
Haftará (Separação) Is 61:10-63:9; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 16:1-17:22.


1 - INTRODUÇÃO
Estão faltando agora três parashiot (porções) para terminar o ciclo de estudo da Torá desse ano. E nessa porção Moshê continua suas orientações ao povo, e lembra ao povo a Aliança que Adonai fez com eles. Muito aprendemos ao estudar essa porção.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
Para iniciar o estudo dessa porção quero trazer um comentário das seleções do Midrash do site Chabad.org, que relembra acerca da parashá passada, que Moshê advertiu os israelitas sobre os diferentes castigos que receberiam se pecassem. O texto afirma que a nação tremeu de medo, e se perguntaram como sobreviveriam a tantos sofrimentos, pensaram que pereceriam como nação. No entanto, Moshê viu seus semblantes transtornados de pânico e os consolou com as palavras dessa porção dizendo: “Não temam! A nação sobreviverá neste mundo e no olam habá (mundo vindouro). As demais nações sofrerão menos neste mundo, mas serão destruídas por causa de sua perversidade.”

Com isso, o Midrash ensina que, segundo o site, “às vezes, o dia começa escuro e nublado. Então, o sol surge dentre as nuvens, aquecendo e iluminando. Similarmente, por vezes, sua vida pode parecer difícil. Porém, sempre pode almejar à duradoura felicidade do olam habá (mundo vindouro).”
Vejamos então o que o texto nos diz:

Vós todos estais hoje perante YHWH, vosso Deus; os cabeças de vossas tribos, vossos anciãos, os vossos oficiais, todo o homem de Israel.” (Dt 29:9)

Esta é uma renovação do pacto ou aliança, antes do povo entrar na terra prometida, e de acordo com o que Moshê fala, todos estão incluídos, assim como aquelas pessoas pertencentes a outras nações, que tinham saído do Egito e que não tinham nascido dentro povo de Israel, conforme lemos em Êxodo 12:38a.

“E subiu também com eles uma mistura de gente,”

Vemos então, que todos estão de pé dianto do Eterno, ou seja, que mesmo em meio a tantas lutas eles estavam vencendo. Mas não era apenas o povo de Israel, outros também estavam vencendo, por estarem juntos com Israel, por crerem no Deus de Israel e principalmente, por participarem da aliança de Deus com Israel. Acerca dessas pessoas, veja o que diz no verso 10:

as vossas crianças, as vossas mulheres e o peregrino que está no meio de teus acampamentos, desde o rachador de tua lenha até o tirador da tua água,”

Neste verso temos “até o tirador de tua água”, veja o que o comentário da Torá diz sobre isso:
Nesta parashá, deparamos com um magno e imponente quadro: todo o povo reunido, dede os altos dignitários, anciãos e policiais, até os rachadores de lenha e tiradores de água. Até mesmo as mulheres e as crianças, todo o povo de Israel, pois, perante Deus, todos são iguais. A união de um povo sem distribuição de classe mostra a solidariedade dos indivíduos que o compõem, e esta é uma das condições de sua existência, pois o povo não é uma aglomeração de células, mas um organismo com vida própria, que possui como ser uma alma própria e é com este espírito que Moisés reuniu a todos, sem nenhuma exceção. Cada pessoa tem um objetivo em sua própria existência e forma uma parte da comunidade. Foi esta solidariedade que converteu o povo israelita em povo imortal. “Vós todos estais hoje presentes!” (atém nitsavim haiom culchem). Quantos povos não estão mais, enquanto vós o estareis para sempre, desde que sejais solidários uns com os outros e reconhecerdes a aliança que o Eterno, vosso Deus, faz convosco. Este é o espírito do qualificativo “povo eleito”. A aspiração do povo judeu e da sua Torá é “instaurar no mundo o reino do Eterno”. Sua idéia central é conseguir a fraternidade e a igualdade entre os povos do mundo; mas isto não foi conseguido ainda e, por isso, pedimos três vezes por dia: “Por tudo isto esperamos de Ti, ó Eterno, nosso Deus, poder ver logo a glória do Teu poderio, varrendo as abominações da Terra, destruindo a idolatria e aperfeiçoando o mundo debaixo da soberania do Onipotente. Todas as criaturas invocarão Teu nome e todos os malvados da terra voltarão a Ti. Saibam e entendam todos os habitantes que existem no mundo, que todos os joelhos se dobrarão diante de ti e toda língua jurará a Ti obediência.” (Torá, Ed Sefer, Pag 590 e 591)

Podemos aprender com esse comentário que, para o povo de Israel seja realmente reconhecido como povo eleito deve viver segundo alguns preceitos. E estes estão baseados no princípio da solidadriedade, igualdade e amor, o que em resumo é amor ao próximo. Ou seja, no meio do povo de Israel estavam, como disse acima, pessoas de outras nações, que ao se converterem ao Eterno e aprenderem de suas leis deveriam ser tratados exatamente um igual. Esse é o princípio desse ensinamento. E foi sobre isso que Yeshua falou ao dizer em Mt 19:16-22 e também e Mc 12:28-34. Lei esses textos e compare, perceba que o Eterno estabeleceu um princípio, e este é que o amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo é melhor do que sacrifícios e ofertas, mas veja que no verso 34 de Mc 12, Yeshua deixa uma reticência para aquele homem ao dizer-lhe, “você não está longe do Reino de Deus”. Ou seja, mostrou que para realmente ser do Reino tem que pôr em prática, pois conhecer ele já conhecia.

E tem mais, essa promessa divina e exigência de ser povo eleito, de acordo com os versos 13 e 14, inclui também aqueles que nem ainda tinham nascido, que podemos comparar com o que Yeshua disse em sua oração em Jo 17:20-21.

Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.”

Com isso, verificamos e aprendemos que, como enxertados no povo de Israel através de Yeshua, o Eterno espera de nós o mesmo que esperou e espera de Israel. A solidadriedade e o amor devem ser marcas e o testemunho de vida de quem serve a Adonai.

Que possamos viver o amor que a Torá recomenda e espera de nós e que Yeshua ampliou o entendimento em seu ministério. Que sejamos instrumentos de restauração nas vidas das pessoas, e para o mundo, conforme o que disse o comentarista da Torá acima. E além de tudo, que nossa vida seja um testemunho vivo do amor do Eterno, através de Yeshua que nasceu com um propósito, restaurar o mundo caído e necessitado de Deus.

Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/51-_nitzavim_parados.pdf
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/923512/jewish/Mosh-Consola-o-Povo-de-Israel.htm

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