Entendendo os textos de Paulo - Parte 2 - Romanos

 

Entendendo os textos de Paulo - Parte 2

Ainda em Romanos

Seguindo o princípio já ensinado anteriormente na primeira parte desse estudo, bem como no início desse capítulo da epístola aos romanos, vamos encerrar esse assunto.

Romanos 1:7. A todos os que em Roma são amados de Deus e chamados para serem santos: A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. 8. Antes de tudo, sou grato a meu Deus, mediante Jesus Cristo, por todos vocês, porque em todo o mundo está sendo anunciada a fé que vocês têm. 9. Deus, a quem sirvo de todo o coração pregando o evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como sempre me lembro de vocês 10. em minhas orações; e peço que agora, finalmente, pela vontade de Deus, seja-me aberto o caminho para que eu possa visitá-los. 11. Anseio vê-los, a fim de compartilhar com vocês algum dom espiritual, para fortalecê-los, 12. isto é, para que eu e vocês sejamos mutuamente encorajados pela fé. 13. Quero que vocês saibam, irmãos, que muitas vezes planejei visitá-los, mas fui impedido de fazê-lo até agora. Meu propósito é colher algum fruto entre vocês, assim como tenho colhido entre os demais gentios. 14. Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. 15. Por isso estou disposto a pregar o evangelho também a vocês que estão em Roma. 16. Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego. 17. Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé". 18. Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, 19. pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.

Vamos ver verso a verso o que o Rav. Sha'ul (apóstolo Paulo) estava continuando a falar nesse trecho.

No verso 7 lemos o seguinte: A todos os que em Roma são amados de Deus e chamados para serem santos: A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.

A continuação da Introdução e apresentação dessa carta que, conforme mencionamos anteriormente é direcionada a crentes ex-gentios que tinham se aproximado ao povo de D'us através do testemunho de Yeshua, o qual o apóstolo chamou de evangelho de D'us. Da mesma forma, vemos nesse verso 7 sendo dito ainda, "a vocês", e vimos também que quando ele usa esse termo está se referindo aos ex-gentios. Então fica comprovado para nós o destinatário.

Muitos costumam dizer que este texto foi escrito para judeus que viviam em Roma, porém pela forma que Paulo fala em seu texto, pelo contexto dos assuntos tratados, e pela utilização dos pronomes entendemos de forma muito clara.

No verso 8 o apóstolo pronuncia a sua gratidão ao Eterno porque a fé dos romanos estava sendo anunciada em todo mundo. Sabemos que quando lemos o termo "fé" (emunáh), estamos na verdade lendo confiança, firmeza e estabelecimento. E sabemos também que esse termo confiança tem uma ligação muito forte com obediência, pois não é a toa que o Eterno mencionou a confiança de Avraham.

"porque Avraham me obedeceu e guardou meus preceitos e guardou meus preceitos, meus mandamentos, meus decretos e minhas leis." Gn 26:5

Depois vemos o autor aos hebreu no capítulo 11 mencionando a respeito da fé, ou seja a confiança de Avraham, pois obedeceu ao Eterno.

No verso 9 lemos; " Deus, a quem sirvo de todo o coração pregando o evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como sempre me lembro de vocês"

Repare que diferentemente do que se ouve atualmente na religião, o apóstolo Paulo afirma que servia ao Eterno (Bendito seja Ele), não a Yeshua. Há muita confusão atualmente quanto a quem se serve. E vemos de forma clara que quem é digno de serviço, ou seja, culto, adoração, é o Eterno. Paulo mostra como ele serve ao criador dos céus de da Terra, ele diz que estava pregando o evangelho do filho do Eterno. Isso quer dizer que ele anunciava o testemunho dos ensinos e da vida de Yeshua.

Infelizmente, a religião paganizou o culto, levando as pessoas a esquecerem que quem é digno de ser cultuado é o Eterno. Nosso serviço deve ser sempre direcionado ao Eterno. Claro que o messias Yeshua é digno de reverência e honra, pois é ungido e rei do povo de D'us.

No verso 10 Paulo fala das orações pelos romanos e da vontade de estar com eles. E se contextualizarmos trazendo o aprendizado para nossa realidade, aprendemos que devemos orar por aqueles que o Eterno tem trazido para perto.

No verso 11, ele fala sobre a oportunidade de compartilhar com eles algum dom espiritual para fortalecê-los.

Muitos podem pensar que esteja falando de coisas que o meio pentecostal ensina, mas na verdade ele está falando de mover do Eterno em forma de presente espiritual que iria fortalecê-los. Isso pode ser ensinos, testemunhos e instruções práticas de vida que Paulo poderia passar para eles.

O verso 12 complementa e confirma o que disse antes, pois fala de serem mutuamente encorajados pela fé ou confiança, ou seja na obediência ao Eterno.

No verso 13, ele fala de colher alguns frutos, os frutos aqui dizem respeito a conhecer pessoalmente os que se aproximaram do Eterno, e também reconhecer a vida justa destes novos servos.

Nos versos 14 e 15 ele diz que se sente devedor, porque?

Como judeu, e e servo do Eterno ele sabia que sua tarefa diante do Eterno era ensinar as verdades. Ele se considerava em débito, pois queria cumprir o que o Eterno lhe havia mandado fazer. Além de seu propósito como membro do povo sacerdotal.

Já no verso 16 lemos: "Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego."

Pelo motivo de entender que era devedor, ele afirma que não se envergonha da bessorá (evangelho, boas novas), Isso porque?

Ele afirma categóricamente!

É o poder do Eterno para salvação de todo aquele que crê: ...

Salvação aqui, conforme já foi ensinado aqui no grupo, não é ir para o céu. Mas é nos colocar no caminho da teshuváh para que iniciemos nossa conversão verdadeira ao Eterno, e assim possamos ir recebendo em doses e em níveis, a cura, a restauração, o entendimento até que alcancemos a estatura de varão perfeito.

16. Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego.

... primeiro do judeu e depois do grego. Fica claro a ordem que o eterno estabeleceu para salvar ou restaurar o homem. Primeiro o judeu e depois o grego. E pode ser visto essa mesma ordem no capítulo posterior.

O Ruach é o poder do Eterno para capacitar o homem a viver uma vida de justiça em obediência. Ele nos revela a verdade e por isso podemos vencer nosso Yetser hará, conforme vimos na aula hoje mais cedo.

No verso 17 Paulo faz um midrash. Ele menciona o que o profeta Havakuk disse: "mas o justo viverá sua vida por meio da fé".

HB 2:4

Viver pela fé, conforme disse a respeito desse termo antes, é viver pela confiança, pela obediência.

Repare que ele diz: ...mediante as boas novas, revela-se como D'us torna as pessoas justas à sua vista; e do começo ao fim isto se dá mediante a confiança....Rm 1:17 (Bíblia Judaica Completa)

É através do evangelho que se revela a vontade do Eterno. Ou seja, o anúncio das instruções da Torá e dos profetas através do testemunho de Yeshua. E a vida de prática de cada um, para que muitos percebam isso.

No verso 18 e 19 confirmamos que é sobre a obediência a Torá que ele está falando, pois agora ele menciona o contrário de obediência, e vida prática. Ele fala de injustiça ou perversidade e impiedade.

Concluindo então, Vemos o apóstolo Paulo nos mostrando que a vida de confiança e obediência é o meio que o Eterno usa para levar a verdade às pessoas. Primeiro a vida de Yeshua, cujo testemunho atingiu as pessoas de sua época, e também a nós hoje. Esse testemunho salva primeiro o judeu e depois o grego. E isso já estava acontecendo com os romanos, a quem Paulo direcionava essa carta.

Retornemos ao caminho da verdade. Restauração já!

Que o Eterno abençoe a todos!

Entendendo os Textos de Paulo - Parte 1 - Romanos

 

Entendendo os textos de Paulo - Parte 1

Para iniciar vamos pegar um texto da Epístola aos Romanos.

Romanos 1:1. Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, 2. o qual foi prometido por ele de antemão por meio dos seus profetas nas Escrituras Sagradas, 3. acerca de seu Filho, que, como homem, era descendente de Davi, 4. e que mediante o Espírito de santidade foi declarado Filho de Deus com poder, pela sua ressurreição dentre os mortos: Yeshua Hamashiach, nosso Senhor. 5. Por meio dele e por causa do seu nome, recebemos graça e apostolado para chamar dentre todas as nações um povo para a obediência que vem pela fé. 6. E vocês também estão entre os chamados para pertencerem a Yeshua Hamashiach.

Existe uma forma de interpretar os textos de Paulo. Principalmente usando-se o PaRDeS e as formas de interpretação judaica.

Então, vamos seguir esses métodos que o povo do Eterno usam há muito tempo.

Existem 3 pontos importantes para analisar um escrito de Paulo, assim em primeiro lugar vamos ver esses três pontos para compreendermos melhor o texto.

Primeiro Ponto - Quem é o destinatário da Carta;

Segundo Ponto - Qual era o motivo do envio da carta ou do texo; e

Terceiro Ponto - Qual era o contexto histórico que envolvia a situação.

Primeiro devemos descobrir para quem é a carta, e nesse texto está bem clara.

Ela foi escrita para ex-gentios que tinham se aproximado a Israel, que moravam em Roma.

Repare que nas suas cartas o Rabino Sha'ul (apóstolo Paulo) usa alguns pronomes para identificar com quem ele está falando. Assim, quando ele usa os pronomes "nós, nosso ou nossos", está falando dele e dos judeus. E quando usa "você, vocês, vosso ou vossos", está falando dos ex-gentios que agora fazem parte do povo do Eterno.

Tendo essas coisas em mente, vamos ao texto. Do verso 1 ao 4 ele faz sua apresentação, e já dá a informação de que o evangelho do Eterno havia sido prometido de antemão. Ou seja, Paulo declara a importância dessa bessorá (evangelho).

E diz ainda que essa bessorá dizia respeito a vida do Filho do Eterno, que era homem, da descendência de David.

Paulo continua e diz que esse messias, o homem Yeshua, da descendência de Davi, foi declarado filho do Eterno (Hakadosh Baruchu), pelo Ruach de santidade ou como muitos falam Espírito Santo, que também pode significar o poder do Santo, e isso foi feito mediante o fato de o Eterno o ter ressuscitado dos mortos.

O assunto do texto é apontado, que é anunciar essa verdade sobre o messias, conforme podemos ver também em Atos 2:32:

"Deus ressuscitou este Jesus, e todos nós somos testemunhas desse fato."

Interessante que era bem claro a todos na época que fora o Eterno quem havia ressuscitado a Yeshua dos mortos. E não como hoje, que as pessoas entendem que ele ressuscitou sozinho ou a si mesmo. Também o texto fica bem claro ao dizer que Yeshua, devido a ter sido declarado Filho do Eterno, pela força do Ruach, se tornou nosso Adon, ou seja, senhor. Ele merece respeito, mas não adoração, pois o próprio Yeshua disse que a adoração é somente ao Eterno.

"Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto." Mt 4:10

Nesse verso Yeshua estava citando a Torá em Devarim/Deuteronômio 6:13 e 10:20. Assim, percebemos que o que o mestre falava estava em concordância com a Torá, e da mesma forma o apóstolo Paulo.

Voltando ao texto em estudo, no verso 5, Paulo continua sua explicação acerca de mashiach e insere o motivo do seu chamado. Que ele só foi chamado ao apostolado por causa da autoridade que o Eterno deu a Yeshua e a seu nome, a graça o alcançou fazendo dele apostolo para levar o conhecimento da emunah entre as nações para resgatar um povo, judeus, israelitas e gentios que queiram se aproximar, para obedecerem aos mandamentos.

E por fim, no verso 6, o Apóstolo Paulo, indica através do pronome a quem ele está endereçando a carta. Ou seja, aos romanos, ex-gentios que creram no testemunho do mashiach. E isso se confirma alguns versos mais adiante.

Repare que aqui nesse verso ele diz: "E vocês Também estão entre os chamados..." Paulo mostra no texto, que os romanos também foram chamados para fazerem parte do povo do Eterno, pertencendo a Yeshua Hamashiach.

Concluindo, os versos mostram que o destinatário eram os crentes ex-gentios de Roma, ele está se apresentando e dando o objetivo da sua fala. E o assunto é acerca do evangelho do Eterno que foi manifestado por meio de Yeshua, o homem da descendência de David.

Os concílios ecumênicos - Constantinopla 1

Os concílios ecumênicos - Constantinopla 1

Continuando nossa compreensão de como o cristianismo chegou onde está atualmente, nesse post vamos ver um pouco do segundo concílio ecumênico, o Concílio de Constantinopla 1 em 381 d.C.

No primeiro post vimos como a religião iniciou sua formação e o afastamento dos judeus e sua forma de entender as Escrituras. Tivemos a oportunidade de compreender que juntamente com o afastamento dos judeus, também foram inserindo dogmas e heresias no seio daqueles que serviam ao Eterno em Yeshua, algo que o Rabino Sh'aul (apóstolo Paulo) já havia predito anos antes.

"Sei que, depois da minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio de vocês e não pouparão o rebanho. E dentre vocês mesmos se levantarão homens que torcerão a verdade, a fim de atrair os discípulos." Atos 20:29-30.

E foi exatamente o que aconteceu!

O concílio de Nicéia careceu de aprovação de algumas informações ou cânones, como o Credo niceno-constantinopolitano, e tratou de outros assuntos teológicos. Conforme mencionado na última postagem, agora havia condições para debates por não haver  perseguições nesse período.

Nesse período a religião já havia estabelecido templos chamados de igrejas, os crentes agora já não se reuniam em casas. E o concílio reuniu-se na Igreja de Santa Irene de maio a julho de 381. 

 O Concílio de Niceia não havia esclarecido a respeito da divindade do Espírito Santo, e a terceira pessoa da Santíssima Trindade, e isso havia se tornado tema de debates, uma vez que os macedonianos negavam a divindade do Espírito Santo.

Perceba que as disputas ideológicas giravam em torno de idéias nunca antes debatidas ou discutidas pelos judeus que seguiam o messias no início, como vemos no livro de Atos. Também não vemos esses debates por parte dos profetas anteriores ao messias Yeshua. Mas agora, essas idéias haviam surgido e faziam parte da agenda da, assim chamada igreja. 

Interessante nisso tudo, é que arrogam para si a idéia de que nesses concílios expurgaram heresias. Sendo que estavam importando cada vez mais delas, pois de acordo com o site "Teologia em Alta", o Concílio de Constantinopla, foi marcado por ter dado os retoques finais no Credo de Nicéia, ter condenado e excluído várias heresias e ter estabelecido a doutrina formal da Trindade elaborada por Atanásio e seus amigos, os pais capadócios.

Percebam que enquanto as Escrituras Sagradas mostram o Ruach Hakodesh (Espírito do Santo, literalmente do hebraico), conhecido no cristianismo como Espírito Santo, como o próprio Eterno, pois ele é Espírito, de acordo com Jo 4:24. Os profetas apontam para essa realidade também, veja:

"Apesar disso, eles se revoltaram e entristeceram o seu Espírito Santo. Por isso ele se tornou inimigo deles e lutou pessoalmente contra eles." Is 63:10

Assim, enquanto as Escrituras mostram que o Eterno é um, Dt 6:4, a religião nessa época estava lutando para provar que o Eterno são três, o que nesse concílio buscou foi finalizar a elaboração da pessoa divina chamada Espírito Santo, em total contrariedade ao que ensinam as Escrituras.

Basta fazer uma busca, uma pesquisa sincera nos registros históricos e procurar a verdade que se encontra nas Escrituras para perceber que também este concílio, foi responsável por encaminhar essa religião para onde ela está hoje. O concílio de Constantinopla 1, segundo Pe. Élcio Rubens Mota Félix, na Revista de Cultura Teológica - v. 20 - n. 80 - OUT/DEZ 2012, afirmou a Divindade do Espírito Santo e arrefeceu o conflito entre oriente e ocidente, amenizando em muito os conflitos gerados por esta

controvérsia. Tal tensão vivida no quarto século é fruto e consequência da caminhada de Fé da Igreja. A convicção na Divindade do Espírito Santo e a formulação do símbolo de Fé é também uma consequência de longo tempo de reflexão sobre a Fé e de vários debates teológicos.

Infelizmente, percebemos claramente qual era o objetivo desse concílio, que apenas serviu para afastar mais um pouco a verdade das Escrituras das pessoas. E afastar ainda mais as pessoas que pensavam servir ao Eterno dos judeus seguidores sinceros do messias.

Retorne para a Torá, para os profetas e para os Escritos da Nova Aliança, retorne para as veredas antigas como disse o profeta Jeremias.

"Assim diz o Eterno: "Ponham-se nas encruzilhadas e olhem; perguntem pelas veredas antigas, perguntem pelo bom caminho. Sigam-no e acharão descanso. Mas vocês disseram: Não seguiremos!" Jr 6:16

Seja um ser pensante! Restauração Já!

Os concílios ecumênicos - Nicéia 1

 

Os concílios ecumênicos - Nicéia 1

Vamos ver um pouco de História para compreendermos como o cristianismo chegou onde está.

Primeiro é preciso entender que Yeshua não fundou religião alguma, nem mesmo os apóstolos. Eles eram servos do Eterno de Israel assim como foram Moisés, Elias e tantos outros Israelitas. Eles viviam e praticavam judaísmo. Yeshua é judeu, assim como eram os seus apóstolos. Eles continuaram sua vida toda praticando o judaísmo, para entender isso basta ler o livro de Atos e as epístolas de Paulo, da forma correta é claro.

Os apóstolos e os seguidores do Messias Yeshua continuaram celebrando a páscoa conforme a bíblia descreve, continuaram indo ao templo conforme os escritos da aliança renovada nos mostram, continuaram celebrando as demais festas bíblicas e acima de tudo obedecendo aos mandamentos do Eterno, quanto à circuncisão, comidas impuras, forma de viver e outras. Os gentios que se achegavam por crerem em Yeshua, começavam a viver tudo isso aos poucos, conforme vemos em Atos 15:19-21.

Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue. Porque Moisés tem, em cada cidade, desde tempos antigos, os que o pregam nas sinagogas, onde é lido todos os sábados.

Os apóstolos decidiram instruir aos ex-gentios que estavam sendo perturbados por uma classe muito legalista de seguidores do messias, que eles não eram obrigados a se circuncidarem para começar a seguir o messias, mas que eles iriam aprender tudo com o tempo, pois a Torá era ensinada todos os sábados, ele deveriam apenas iniciar com a obediência de alguns mandamentos, até alcançarem o entendimento pleno. E assim, eles viveram durante o primeiro século.

Temos testemunhos disso na história eclesiástica de Eusébio de Cesaréia. No entanto, quando os apóstolos foram morrendo e os seguidores imediatos também, as doutrinas estranhas começam a entrar no seio da comunidade messiânica.

A perseguição por parte do império romano se intensificou muito, não apenas aos seguidores do messias, mas aos judeus em si. Devido ao longo histórico de revoltas que culminaram na destruição de Jerusalém no ano 70 DC, e a consequente diáspora total do judeus, que onde chegavam eram muito mal vistos. Internamente houve também divisão entre o povo, entre os que criam em Yeshua e os que não criam, e Roma perseguia-os a ambos, porém muito mais aos seguidores do rabino da galiléia que foi morto em Jerusalém e seus adeptos morriam afirmando que ele tinha sido ressuscitado pelo Eterno.

Pois bem, o tempo passou, até que um imperador romano, supostamente se converte, mas não ao Deus de Israel através de seu messias enviado, mas ao que naquela época já estava se transformando o messias. Agora, as perseguições cessam e há uma certa liberdade de culto, e segundo Alister E. McGrath agora havia liberdade para se iniciarem debates teológicos, que até então não se tinham. Ou seja, os dogmas que depois dos apóstolos estavam se infiltrando aos poucos, agora estavam fluindo com mais liberdade. E com isso heresias enormes adentravam o seio da comunidade, que agora era formada muito mais por gentios que tinham se afastado totalmente dos seguidores de Yeshua originais, chamados de netsarym ou nazarenos.

Então, depois de muitas discussões e debates por dogmas, que até aquela época nenhum judeu havia debatido, pois entendiam os textos da Torá e dos profetas, agora estavam adentrando e iriam virar dogmas legais e exigidos, pois Constantino em 325 convoca o Primeiro Concílio Ecumênico, na cidade de Nicéia. Nele nenhum judeu participou.

Esse concílio foi realizado em 325, foi o primeiro dos concílios a ter lugar em Niceia (atual Iznik), na Ásia Menor. Contou com a participação de bispos católicos romanos, católicos ortodoxos e da Igreja Assíria do Oriente.

Nesse concílio decidiu-se algumas coisas que estão em voga até o dia de hoje dentro da religião, por considerarem relevantes no cristianismo, pois dizem respeito à definição de crenças essenciais e ao calendário das festas religiosas. Também condenou o Arianismo como heresia exilando Ário, proclamou a igualdade de natureza entre o Pai e o Filho e redigiram o credo que é copiado e recitado em muitos lugares até hoje.

- A data dos principais feriados, especialmente a Páscoa, foi fixada nesta ocasião. Foi quando a religião deixou de vez de celebrar o que as Escrituras definem como páscoa, adotando a forma cristã não bíblica.

- O Credo passou a ser a profissão de fé cristã, resumindo suas principais crenças: entre elas que Jesus é Deus, contrariando assim, a todo o contexto das Escrituras Sagradas, que apontam para um único D'us. Esse credo é resumido abaixo:

1 - a crença num Deus em três pessoas da mesma natureza: Deus Pai, Jesus Cristo, seu Filho; e o Espírito Santo;

2 - a crença na encarnação humana de Jesus, sua morte e ressurreição;

3 - a crença num julgamento final no fim do mundo;

4 - a crença na santidade da Igreja e no batismo para o perdão dos pecados.

Concluindo aqui esse mínimo resumo de história, na próxima postagem continuaremos, esteja atento.

Volte-se para a verdade, seja um ser pensante. Restauração já!