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quinta-feira, 7 de abril de 2022

Estudo da Parashá Achare Mot (Depois da morte)

 

Estudos da Torá


Parashá nº 29 – Acharê mot (Depois da morte)

Vayicrá/Levítico Lv 16:1-18:30,

Haftará (Separação) Ez 22:1-19, e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Rm 3:10-28, 9:30-10:13


1 - INTRODUÇÃO

Vamos ao nosso resumo, com base no que encontramos no site Chabad, dizendo que os mandamentos descritos na Parashá Acharê Mot, seguem cronologicamente as mortes trágicas dos dois filhos mais velhos de Aharon, Nadav e Avihu, sobre as quais lemos na Parashá Shemini há algumas semanas.

A porção desta semana começa com uma longa descrição do serviço especial de Yom Kipur, a ser realizado no Mishcan pelo Cohen Gadol. O serviço incluía a confissão do Cohen Gadol em seu próprio nome e em nome de toda a nação; a seleção por sorteio entre duas cabras, uma das quais seria a oferenda pelo pecado nacional, e a outra seria empurrada de um penhasco no deserto, como portadora dos pecados do povo; e as complicadas cerimônias de aspersão de incenso e sangue a serem realizadas no Codesh HaKedoshim (Santo dos Santos).

Seguindo a ordem de que Yom Kipur e suas leis de jejum e abstinência de trabalho seriam observadas eternamente pelo povo judeu como um dia de perdão, a Torá proíbe a oferenda de corbanot fora das instalações do Mishcan. O sangue não pode ser ingerido, e durante o processo da shechitá (abate ritual), uma porção do sangue derramado deve ser coberta. A porção da Torá conclui com uma lista dos relacionamentos sexuais imorais e proibidos, e a ordem de que o povo judeu mantenha e assegure a santidade da terra de Israel.


2 – ESTUDO DAS PALAVRAS

As duas últimas porções da Torá, Tazria e Metzora, que estudamos juntas na semana passada, discutiu as leis da Tumah (impureza) e tahanah (pureza).

Nesta semana, a Torá começa com avisos de Deus sobre a entrada no Kedosh Hakedoshim (Santo dos Santos) após a morte (acharei mot) de Nadab e Abiú, os filhos de Arão que pereceram quando trouxeram “fogo estranho” diante de Adonai. Nesta parashá, parece que Adonai está tentando evitar mais “mortes acidentais” devido ao bem – que de acordo com o site ShemaYsrael, significa que os israelitas chegaram muito perto da santidade de D’us.

Assim, veremos no estudo dessa porção o que o Eterno fez para que nós possamos nos aproximar da santidade dele, sem sermos mortos, por causa dos nossos pecados, e qual ligação tudo isso tem com Pessach (páscoa) e Yom Kipur (dia do perdão).


O Entendimento Profético


O capítulo 16 de Levítico é considerado, pelos judeus, um dos capítulos mais importantes da Torá. É neste capítulo que encontramos instruções acerca do dia da expiação (Yom Kippur) ou dia do perdão, que cai no 10º dia do sétimo mês.

Esse era o único dia de todos os dias do ano em que o sumo-sacerdote podia entrar no lugar santíssimo e apresentar incenso e sangue diante da presença do Eterno. Como já mencionei, o Eterno não queria que houvesse mais mortes acidentais, por isso estabeleceu estes princípios.


O Eterno falou a Moshe após a morte dos dois filhos de Arão que morreram quando se aproximou do EternoO Eterno disse a Moshe: Diga a seu irmão Arão que ele não virá sempre que ele escolher o lugar mais sagrado atrás da cortina na frente da tampa da expiação na arca, ou então ele morrerá” Lv 16:1-2.


No verso 3 em diante lemos que Adonai estabeleceu a forma como Arão deveria entrar ante a presença do Senhor. O propósito desse ato, ou seja, entrar no lugar santíssimo, é fazer uma limpeza geral dos pecados e das impurezas dos filhos de Israel que se tinham acumulado no tabernáculo durante todo o ano.

Apesar do Eterno ter dado instruções claras acerca de como os filhos de Israel tinham que se manter longe das impurezas rituais para não contaminar o santuário, era inevitável que o tabernáculo fosse contaminado por elas.

Se alguém entrasse no tabernáculo estando impuro, contaminava-o. Poderiam ter entrado lá sem dar conta de que estavam impuros, ou alguém poderia ter-se esquecido que estava impuro no momento de entrar.

Essa é uma das razões pelas quais o Eterno institui este dia de expiação para justificar o tabernáculo terreno. Este é também o dia em que o Eterno demonstra de que forma o homem pode se reconciliar com Ele.

É o Grande dia de Reconciliação. A reconciliação entre o Eterno e o homem é o tema central de toda a Escritura e este capítulo mostra como esta reconciliação pode ser feita. A ira do Eterno está sobre o homem por causa dos seus pecados, e sabemos que pecado é transgressão da Lei (1Jo 3:4). Essa ira é mortal para o ser humano. E a única coisa que acalma essa ira é a misericórdia do Eterno. Essa misericórdia é mostrada ao homem mediante a reconciliação sobre a base dos sacrifícios sangrentos de vidas inocentes, como está escrito em Levítico 17:11


Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.”

Nos textos desta porção, podemos ver a explicação daquilo que aconteceu com o Messias Yeshua antes e depois da sua ressurreição ao ser introduzido no ministério sumo sacerdotal celestial segundo a ordem de Melquisedeque. Ele entrou no tabernáculo celestial e purificou-o com seu próprio sangue, como lemos em Hebreus 9:22-26.


E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes. Porque o Messias não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de D’us; Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo-sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.”


Com isso precisamos refletir sobre o dia da expiação, no dia 10 do sétimo mês, pois está ligado ao dia 10 do primeiro mês. Neste dia foi tomado um cordeiro para cada casa no Egito onde se ia celebrar Pêssach (Páscoa) para logo poder sair da escravidão sob o domínio do Faraó. O cordeiro de Pessach foi escolhido no dia 10 para ser sacrificado no dia 14. O décimo dia do sétimo mês tem uma conexão com o cordeiro de Pessach. Perceba: o sangue do cordeiro de Pessach protegeu os primogênitos da morte, e a carne do cordeiro produziu vitalidade e santidade nos corpos débeis e enfermos daqueles que até então eram escravos. Semelhantemente, os sacrifícios do Yom Kippur (Dia da Expiação/Perdão) fazem expiação pelos pecados dos filhos de Israel para os salvar da morte, como está escrito em Levítico 16:30.


Porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Eterno”.


Pessach está intimamente ligado com o Yom Kippur. Também, a morte e a ressurreição de Yeshua, que sucede na Páscoa, cumpriu também grande parte do serviço de Yom Kippur no tabernáculo celestial. Ele entrou no lugar santíssimo no céu e se mantém lá até o dia de hoje. Da mesma forma que o sumo-sacerdote não se limitava somente a entrar no lugar santíssimo no tabernáculo terreno, mas logo saía e abençoava o povo, assim sabe-se que o Messias não permanecerá no lugar santíssimo no céu definitivamente sem sair de lá para abençoar os filhos de Israel.

Então, de acordo com o que vimos até aqui, percebemos que o Messias cumpriu apenas metade do culto de Yom Kippur. O seu retorno à terra cumprirá o restante. Nesse dia, todo o pecado será eliminado naqueles que depositaram a sua confiança nEle, como lemos em Hebreus 9:27-28.


E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, Assim também o Mashiach, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.”


Reparem na imagem abaixo como As festa do Eterno estão ligadas com Yeshua.




O Acesso à Santidade de Deus


O Eterno falou com Moishe depois que morreram os dois filhos de Arão, por haverem se aproximado de HaShem. O Eterno disse a Moshe: Diga a seu irmão Arão que ele não virá sempre que ele escolher o lugar mais sagrado atrás da cortina na frente da tampa da expiação na arca, ou então ele morrerá” Lv 16:1-2


De acordo com o site Emunah a fé dos santos, acerca do verso 1, segundo Rambam este enunciado foi dado um dia depois dos filhos de Arão terem entrado no tabernáculo com fogo estranho e morreram, conforme já mencionamos. Contudo, continua o autor do site, Rashi aponta que foi no mesmo dia em que morreram, ous eja, o primeiro dia de Aviv. Logo, foi no mês de Aviv, um pouco antes da celebração de pessach, que era no dia 14 desse mês, que foi anunciada a mensagem acerca de Yom Kippur, com isso podemos perceber a forte ligação que existe entre Pessach e Yom Kippur, conforme também já dissemos, e de acordo com o que lemos em João 1:29:


Eis o cordeiro de Elohim(Pessach) que tira o pecado do mundo (Yom Kippur).”


O nome desta parashá (porção), conforme dissemos no início desse estudo é “Acharei Mot” que significa depois da morte. O ensino aqui é que a mensagem transmite aquilo que iria se passar com o messias depois de sua morte.

Sabemos que depois de morrer, e ter sido ressuscitado pelo Eterno, o messias entrou no lugar santíssimo no Mishkan celestial e cumpriu assim com esta sombra profética, conforme podemos ler em Hb 9:11-12:


Mas, vindo o Mashiach, o sumo-sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.”


Como é lindo estudar a Torá, e ver nos textos literais tantos apontamentos proféticos na vida de nosso messias Yeshua, tanto no passado como no futuro, bem como em nossas vidas.

Note que no verso 2 da porção que estamos estudando, vemos que Arão, sendo o sumo-sacerdote, tinha acesso ao lugar santíssimo, mas somente uma vez por ano, conforme já dissemos antes. O Midrash afirma que Moisés, contudo, podia entrar no lugar santíssimo a qualquer momento. E isso por si só, já nos confirma o apontamento profético da vida de Moshe para Yeshua. O fato de anunciar a proibição de entrar no lugar santíssimo depois de falar da morte dos filhos de Arão, demonstra que eles talvez tenham tentado entrar ali sem permissão, o que seria mais uma possível razão pela qual morreram. Para evitar que isto ocorresse de novo, o Eterno deu instruções muito concretas de como se deve entrar e quem poderia entrar.

Pela instrução do Eterno, não apenas qualquer pessoa não poderia entrar nesta parte do santuário, apenas o sumo sacerdote (Cohen HaGadol), mas ele só poderia entrar um dia no ano, o dia da expiação (Yom Kippur). Observando este fato, podemos perceber um notável contraste com o acesso ilimitado que os crentes em Yeshua agora têm para o próprio trono do D’us todo-poderoso por meio da aliança renovada.


Portanto, uma vez que temos um grande sumo sacerdote que ascendeu ao céu, Yeshua o filho de Elohim, vamos manter firmemente a fé que professamos. Pois não temos um sumo sacerdote que é incapaz de empatia com as nossas fraquezas, mas temos um que tendo sido tentado em todos os sentidos, assim como nós somos – mas ele não pecou” Hb 4:14–15


Assim, quando Yeshua morreu sem pecado, como uma oferenda para o pecado, o próprio céu (reino do Eterno) se colocou de luto, como é o costume judaico de um pai que perde um filho.


E Yeshua gritou novamente com uma voz alta, e rendeu o seu espírito. E eis que o véu do templo foi rasgado em dois de cima para baixo; e a terra tremeu e as rochas foram divididas.” Mt 27:50-51


Agora que a libertação em pessach e parte da expiação foi feita através do sangue de Yeshua, ou seja, por meio de sua vida justa, e o véu foi rasgado, cada homem, mulher ou criança pode ter acesso contínuo a Torá e consequentemente a D’us. Agora nós temos acesso ilimitado à santidade de Adonai, devemos nos tornar santos, pois ele é santo.

Um ensinamento para a vida prática


No livro Nos Caminhos da Eternidade I, o autor trás um ensino tirado dessa parashá, sobre o fato de não se poder entrar a todo momento no mishkan, que serve para nossa vida diária atualmente, ou seja é um princípio do reino do Eterno.

O autor diz: “Quando nos acostumamos com uma coisa ou com uma situação, por mais importante e elevada que seja, há sempre o perigo de que venhamos a desconsiderá-la pela força do hábito. (…) A rotina e o costume são alguns dos inimigos mais iminentes da elevação espiritual, porque no momento em que a chama espiritual se reacende, o hábito acaba por abalá-la não dando margem à elevação espiritual do ser humano. Devemos, portanto, lutar contra isso, utilizando-nos de certos procedimentos.”

Pense, como era importante o dia que o sumo-sacerdote deveria entrar no santo dos santos. Reflita na preparação dele para esse dia, sua santificação ainda maior, dias antes do grande dia. Note que em Ezequiel 46:9 há uma recomendação aos que visitavam o Beit hamikdash durante as festas, para que saíssem pela porta oposta à que entraram. Segundo os rabinos antigos, no Pirkei Avot, esta recomendação era para que não se confundissem e tivessem a impressão de que as portas e paredes do templo sagrado são iguais às das suas casas.

Perceba também, que praticamos isso todo fim de shabat ao fazermos a havdalá, ou seja a separação do santo (o shabat) do comum (os outros dias).

Que possamos observar cada palavra aprendida, praticando e levando adiante. E nos preparemos para o memorial de pessach que está agora ainda mais perto. Na semana que vem estaremos celebrando e relembrando todas estas coisas e vendo os apontamentos proféticos na prática.

Que o Eterno lhes abençoe!


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva)

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