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sexta-feira, 9 de junho de 2023

Estudo da Parashá Behaalotecha - 2022-2023 - O segundo pêssach e os nazarenos.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 36 – Bahaalotecha (Quando subires)

Bamidbar/Números Nm 8:1-12:16,

Haftará (Separação) Zc 2:10-4:7; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Lc 15:1-16:31


Tema: O segundo pêssach e os nazarenos


RELEMBRANDO


Semana passada estudamos um assunto intrigante e de muita importância em nossa teshuvah, estudamos sobre a Bênção Sacerdotal, seus aspectos históricos e literais, alguns aspectos proféticos e sua ligação com o messias. Essa semana, na parashá Behaalotecha, que significa “quando subires” ou “quando fizeres subir”, vamos estudar sobre uma oportunidade de a humanidade subir de nível, falaremos sobre o segundo pêssach (segunda páscoa) ou pessach sheni, e sua ligação com Yeshua e com os nazarenos.


A PARASHÁ DA SEMANA


Parashá Behaalotechá inicia-se com uma breve discussão sobre o acendimento diário da menorá de ouro (candelabro de sete braços) no Tabernáculo, seguida por uma descrição do ritual de consagração dos Levitas.

A Torá então descreve a celebração de Pêssach no segundo ano no deserto, completada com a oferenda do corban Pêssach. Aqueles que estão impuros na data regular de Pêssach e, portanto incapazes de participar na oferenda, são ordenados a celebrar Pêssach Sheni, uma celebração similar a Pêssach realizada um mês mais tarde, quando o cordeiro pascal é comido com matsá e ervas amargas.

Após mencionar a nuvem e o fogo que pairavam alternadamente sobre o Tabernáculo, a Torá descreve o procedimento padrão pelo qual os Filhos de Israel levantavam acampamento para continuar suas viagens pelo deserto. Logo após deixar o Monte Sinai e viajar até o deserto de Paran, o povo começa uma série de amargas reclamações. Espicaçados pelo erev rav (a múltipla mistura de povos que juntou-se ao povo judeu na saída do Egito), os Filhos de Israel ficaram insatisfeitos com o maná, sua miraculosa porção diária de pão celestial.

Quando Moshê começa a se desesperar, D'us ordena-lhe que selecione setenta anciãos para compor o Sanhedrin, a corte que o ajudaria a liderar a nação. Quase imediatamente, dois dos membros recém-eleitos anunciam uma profecia no acampamento. D'us envia um enorme bando de codornas, que o povo junta para comer; aqueles que haviam reclamado da falta de alimentos comem demais e morrem durante este fato sobrenatural.

A porção conclui com Miriam falando lashon hará, maledicência, a Aharon sobre seu irmão Moshê. Ela é punida por D'us com lepra, e fica de quarentena fora do acampamento por sete dias.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ


Vamos ao texto de estudo desse nosso tema, que está contido nesta parashá. Leiamos abaixo os seguintes versos:


Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém entre vós, ou entre as vossas gerações, for imundo por corpo morto, ou se achar em jornada longe de vós, contudo ainda celebrará a páscoa ao SENHOR. No mês segundo, no dia catorze, de tarde, a celebração: Com pães asmos e ervas amargas a comerão. Nm 9:10-11


Acredito que você já tenha em mente o sentido verdadeiro de ssach, mas caso haja aluma dúvida vamos recapitular rapidamente, relembrando do nosso Estudo da Parashá Especial de Pêssach, que fizemos dia 08ABR2023, com o tema “Pêssach e Hamatzot, o início da liberdade”.

Naquele estudo eu disse que a moed (encontro), ou como é mais popularmente conhecida, a festa de Pêssach, marca um ponto muito importante do plano de redenção de HaShem para as Casas de Yisrael e Yehudah, bem como com pessoas das nações que se acheguem ao povo, pois esta festa foi instituída como uma sombra da vida e morte de Yeshua como sacrifício, o Verdadeiro Cordeiro do Eterno, que tira o pecado do mundo.

Também mencionei que Pêssach significa passagem, a passagem do mensageiro (anjo) da morte por cima das casas dos hebreus e de todos que obedeceram, não ferindo os seus primogênitos, devido a estarem marcados pelo sangue do cordeiro, que havia sido sacrificado, e sabemos que sangue é vida, a vida justa do cordeiro, que é um apontamento profético para a vida justa do messias Yeshua. Assim, como você já conhece, foram feridos os primogênitos egípcios e de todos que não obedeceram ao mandamento, mas a todos que obedeceram e sacrificaram o cordeiro, marcando suas portas com o sangue da vida inocente, e comeram dele na celebração com ervas amargas e matzot, o Eterno guardou, dando a libertação. Esse simbolismo é aplicado na vida de todos os que obedecem ao Eterno e recebem a vida justa de Yeshua e seus ensinos da Torá, sendo enxertados na oliveira, que é o povo. Todos que vivem assim, e que comem, ou seja, recebem, absorvem a vida do cordeiro, que é Yeshua, são libertos do sistema que escraviza e mata pessoas.

Tendo tudo isso em mente, também mencionei lá naquele estudo que, segundo o estudo no site Emunah a fé dos santos, a Torá nos faz saber que Yeshua é a verdadeira Pêssach, pois:

• é através dele e do testemunho de sua vida justa que passamos da morte para a vida;

• é através dele e do Seu sacrifício que os nossos pecados são perdoados; e

• é nele que devemos iniciar um novo caminho, de santificação, sem o que, se não o percorrermos, não poderemos ver a D’us, conforme lemos em Heb. 12:14.

Então mostramos que é através do messias Yeshua que recebemos a liberdade e começamos a ter meios de obedecer aos mandamentos do Eterno e assim, buscar santificação, e a partir daí adentramos ao povo deixando de sermos gentios distantes de D’us. O início da liberdade é quando nos libertamos da força da transgressão aos mandamentos de HaShem, o pecado, e passamos a viver em novidade de vida, obedecendo à Torá. E tudo isso vemos e aprendemos na festa de Pêssach, que conforme sabemos e o próprio texto da parashá nos diz, deve ser celebrada na noite do dia 14 de Aviv, o primeiro mês, o mês da primavera em Yisrael. Entretanto, nos versos iniciais dessa parashá, que lemos antes, também fala de um segundo Pêssach. Vamos tentar entender esse mandamento, e quem deveria cumprir, dentro de um contexto histórico e depois vamos ver algo profético também nele. Pois já sabemos que a Torá é um livro muito profético.


Uma curiosidade sobre o Pêssach

Antes de iniciarmos o assunto do segundo Pêssach, primeiro gostaria de passar para você uma curiosidade a respeito do Pêssach que talvez você não tenha se atentado, e que de certa forma tem uma ligação com nosso estudo.

Antes de saírem do Egito o Eterno havia determinado que os filhos de Yisrael, a partir daquele momento, deveriam celebrar o Pêssach conforme foi prescrito por HaShem em Shemot 12. Eles celebraram naquela noite antes da partida do Egito. E no segundo ano da partida conforme o texto dessa parashá nos mostra, vejam:


E falou o Eterno a Moshê no deserto de Sinai, no ano segundo da sua saída da terra do Egito, no mês primeiro, dizendo: Que os filhos de Yisrael celebrem a páscoa a seu tempo determinado. No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis: segundo todos os seus estatutos, e segundo todos os seus ritos, a celebrareis. Disse pois Moshê aos filhos de Yisrael que celebrassem a pêssach. Então celebraram a pêssach no dia catorze do mês primeiro, pela tarde, no deserto de Sinai; conforme a tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel. Nm 9:1-5


Perceba que o texto deixa claro que o Eterno lembrou a Moshê, que o povo deveria celebrar a festa, logo que adentrou o primeiro mês, o mês de Aviv. E ali o povo celebrou, no deserto do Sinai.

A curiosidade porém, é que segundo os antigos, e também está registrado no rodapé da Torá da editora Sêfer, que o povo de Yisrael celebrou essa festa no deserto pela primeira e última vez, durante toda a sua permanência no deserto. Isso aconteceu porque os filhos dos que saíram do Egito não foram circuncidados até depois de quarenta anos de idade, quando então, por intermédio de Yehoshua/Josué, circuncidou a todos, ao entrarem na terra prometida, onde celebraram pela segunda vez a festa de Pêssach, de acordo com a instrução de HaShem, conforme podemos ler em Js 5:2-12. Segundo o mencionado comentário, desde esse tempo a festa tem sido considerada pelos israelitas um aniversário da libertação do jugo da escravidão, festa a qual deveria guiá-los à libertação do espírito, à fé, à virtude e para uma vida nobre e sagrada.

Você percebeu que nessa história toda que contei, tirada dos midrashim dos sábios, temos um apontamento profético. Veja, assim como o povo de Yisrael ficou sem celebrar a festa de Pêssach durante todo o tempo que passaram no deserto, depois desse segundo ano, também os remanescentes perdidos estão sem celebrar a verdadeira festa, que conforme já dissemos, é o próprio Yeshua e tudo o que ele ensinou da Torá, porque estão presos no deserto dos sistemas religiosos, sejam eles judaicos, cristãos ou outros. O número 4 presente nesta equação dos 40 anos é um apontamento para o tempo que estas pessoas estão sem reconhecer Yeshua. Percebeu como todas as coisas estão ligada intimamente. Agora vamos ao segundo Pêssach, para que possamos completar o entendimento.


O que é o Segundo Pêssach?

No capítulo 9 de Bamidbar/Números que está nesta parashá, conforme vimos acima, o Eterno relembra ao povo que eles deveriam celebrar o Pêssach. Veja que se não fosse importante, o Eterno não lembraria o povo.

Na sequência, vemos a Torá nos relatando que algumas pessoas foram falar com Moshê que não puderam celebrar o Pêssach na data correta, por estarem impuros com tocar em um morto, e eles perguntam o que fazer. Há um midrash que diz que esse eram os homens que transportavam o caixão de Yosef. O fato é que Moshê disse que iria buscar com o Eterno a solução. Leiam o texto abaixo:


E houve alguns que estavam imundos pelo corpo de um homem morto; e no mesmo dia não podiam celebrar a páscoa; pelo que se chegaram perante Mos e perante Aharon aquele mesmo dia. E aqueles homens disseram-lhe: Imundos estamos nós pelo corpo de um homem morto; por que seríamos privados de oferecer a oferta do Eterno a seu tempo determinado no meio dos filhos de Yisrael? E disse-lhes Mos: Esperai, e ouvirei o que o Eterno vos ordenará. Então falou o Eterno a Mos, dizendo: Fala aos filhos de Yisrael, dizendo: Quando alguém entre vós, ou entre as vossas gerações, for imundo por corpo morto, ou se achar em jornada longe de vós, contudo ainda celebrará a páscoa ao Eterno. No mês segundo, no dia catorze, de tarde, a celebrarão: Com pães asmos e ervas amargas a comerão. Dela nada deixarão até à manhã, e dela não quebrarão osso algum: segundo todo o estatuto da páscoa a celebrarão. Nm 9:6-12


Vemos no texto acima que o Eterno respondeu a Moshê o que aquelas pessoas deveriam fazer. Elas deveriam celebrar o pêssach, porém não era o mesmo, mas o há algo interessante aqui, e devemos nos atentar.

Esse é chamado de Segundo Pêssach, em hebraico Pêssach Sheni. O Pêssach Sheni é uma celebração, que como estamos vendo, é um mandamento da Torá, que cai no 14º dia do mês hebraico de Iyar, ou seja, um mês após a celebração de Pêssach no primeiro mê, em Aviv.

É uma segunda chance para aqueles que não puderam oferecer o sacrifício de Pêssach no tempo certo, por estarem impuros ou em uma viagem distante. Segundo a tradição judaica, nesse dia, costuma-se comer um pedaço de matzá, mas não se abstém totalmente de chametz (alimentos fermentados). Porém é importante destacar que o texto da Torá manda cumprir os mandamentos e decretos de Pêssach, ou seja, deve-se retirar o chametz.

Pessach Sheni transmite uma mensagem de que podemos sempre corrigir erros passados e que D'us sempre nos dá uma nova oportunidade. E guardem bem isso, retornaremos nisso mais tarde.

Segundo o midrash, quando o mês de Aviv chegou pela primeira vez no deserto, um ano depois da saída do Egito, o Eterno mandou Moshê repetir detalhadamente aos filhos de Yisrael as leis de Pêssach. Dentre outras, mencionou que alguém que estivesse ritualmente impuro não poderia levar a oferenda de Pêssach.

Então, de acordo com o midrash, tirado do site Chabad, um grupo de distintos tsadikim dirigiu-se a Moshê e Aharon para externar sua reclamação. "Estamos impuros, pois como representantes do povo Yisrael, guardamos o caixão de Yosef. Deveríamos ser privados da mitsvá do sacrifício de Pêssach porque estamos carregando o esquife de Yosef em nome da comunidade?"

Eles continuaram. "Não estamos pedindo permissão para comer do cordeiro pascal; apenas desejamos saber se um cohen pode levar o sacrifício em nosso lugar, e aspergir o sangue." E se lembrem disso também, pois é um apontamento importante!

Moshê respondeu: "Vocês são grandes pessoas. Portanto, estou certo de que o Eterno me concederá uma resposta ao seu pedido. Entrarei no Tabernáculo e indagarei a Ele."

Moshê entrou no Tabernáculo para apresentar a questão perante D'us. Foi então instruído nas leis de Pêssach Sheni, também chamado de Pêssach Catan, Pêssach Menor. Estas leis não foram reveladas a Moshê anteriormente para que pudessem ser registradas em mérito das pessoas virtuosas que estavam tão ansiosas em realizar esta mitsvá. Nesse midrash vemos como podem as coisas serem diferentes se a disposição for verdadeira. Enquanto muitos desprezam e acham os mandamentos pesados, há os que desejam obedecer, e muitas vezes não podem. Mas o Eterno sempre está atento a tudo, e providencia a oportunidade.

Continuando o midrash, o Eterno ensinou a Moshê: "Se um judeu, por qualquer motivo válido, não puder oferecer o sacrifício de Pêssach (por exemplo, se estiver impuro ou longe do Santuário), ele o oferecerá, em vez disso, um mês depois, no dia 14 de Iyar.

Estamos aqui falando de segundas chances! Aqueles homens cujo texto da Torá não detalham, mas os midrashim do povo, alegam que eram os responsáveis por cuidar e transportar do caixão de Yosef, desejavam celebrar pêssach, mas não podiam naquela ocasião, pois durante o tempo certo eles estavam impuros. E por causa disso, por ver o desejo em celebrar ao Eterno, HaShem providencia mais um mandamento como uma segunda oportunidade, para eles, mas também como honra à sua kavanah verdadeira. Eles não estavam impuros porque queriam ou procuraram aquilo, a situação os fez estarem impuros.


Como celebrar o Pêssach Sheni?

Conforme podemos ler na porção dessa semana, o texto dá as orientações:


No mês segundo, no dia catorze, de tarde, a celebrarão: Com pães asmos e ervas amargas a comerão. Dela nada deixarão até à manhã, e dela não quebrarão osso algum: segundo todo o estatuto do Pêssach a celebrarão. Nm 9:11-12


Aqui, algumas pessoas podem cometer um erro, dependendo da tradução que usam, pois o texto no original diz como mostramos acima, no entanto, algumas traduções trazem um acréscimo que o texto não tem, e fazem isso por especulação. Mas eu e você já sabemos que a Torá é muito didática, quando ela deseja que saibamos de algo, repete mais de uma vez. Ou quando quer que busquemos mais fundo omite alguma informação, acrescenta uma letra como vimos na semana passada, ou muda a escrita de uma palavra. Qualquer coisa diferente que venha encontrar no texto hebraico deve ser motivo de investigação.

E neste texto há algo diferente! A Torá retirou algo desse contexto, apesar de muitos não perceberem. Você consegue descobrir o que está faltando nesta celebração de Pêssach Sheni? Perceba que o texto menciona matza (pães asmos) e maror (ervas amargas), mas aqui cabe a pergunta que Itschak fez a Avraham: onde está o cordeiro?

Toda a mesa de Pêssach, não apenas o cordeiro, é um sacrifício ao Eterno. E nessa segunda festa, a Torá menciona apenas que devem comer o matzah e as ervas amargas. Mas diz que não poderiam quebrar o osso. Mas que osso se não tem cordeiro no texto? Talvez você possa dizer, está implícito Rav Marcelo, se vai celebrar Pêssach, deve ter cordeiro! Entretanto, você precisa se lembrar que este não é a celebração original, ela é um memorial para que os que não puderam participar da primeira comam dos elementos. Sempre dizemos aqui, que nossa mesa de shabat ou de outras moed são altares de sacrifício a HaShem, pois colocamos nela nossa dedicação e nos alimentamos dela, da mesma forma que os levitas e sacerdotes no passado.

A ausência do cordeiro nessa porção é de propósito! E a menção do osso, sem antes ter mencionado o cordeiro também! A maioria dos judeus vão dizer que deve sim haver cordeiro em Pêssach Sheni, mas a verdade é que o texto deixa claro que não há.

Então a forma de se celebrar o segundo Pêssach é se purificando, se preparando e comendo ervas amargas e pão sem fermento no dia 14 do segundo mês. Não se tem muitos registros de alguém celebrar o segundo Pêssach, pois a maioria das pessoas preferem se preparar e celebrar no tempo certo. No TaNaK há uma passagem em que podemos comprovar o que disse acima. Vamos ler 2Cônicas 30.


Aspectos proféticos do Pêssach Sheni

Enquanto eu lia essa porção, nesse capítulo 9, algo me veio à mente! Quando eu li que o Eterno deu uma segunda chance para aqueles homens, a primeira coisa que me veio à mente foi a segunda ressurreição, ou seja, a segunda chance para os que hoje, no primeiro Pêssach estão impuros.

Entenda, sabemos que Yeshua é o primeiro Pêssach, o cordeiro representa o Messias e sua tarefa de purificar o homem. E aqueles que comem do cordeiro, ou seja, recebem dele, absorvem dele, são purificados e adentram a porta da glorificação e se permanecerem fiéis farão parte da primeira ressurreição. Podemos compreender então, porque Yeshua disse que:


Yeshua lhes disse: "Eu lhes digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos. Todo o que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Todo o que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Da mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa. João 6:53-57


Apesar de muitos acharem que Yeshua está falando da tal “santa ceia” aqui, na verdade ele está fazendo uma ligação com o matzah, o maná e sua própria vida, pois quem o recebe, tem vida e será ressuscitado para a vida Eterna. Essa é a primeira Pêssach.

Mas os que estão impuros, presos no sistema, distantes do povo, rejeitam a verdade do cordeiro de Pessach, e por isso não comem dele no tempo certo, poderão comer do Pêssach Sheni. Mas por não ter cordeiro nesse Pêssach apenas ervas amargas e matzah, sua de purificação é menor que os que participam do primeiro. Estes são os que acordarão na segunda ressurreição para receberem uma nova oportunidade de compreender acerca da Torá, do Messias e do Eterno, mas não serão como os primeiros.

Então, o segundo Pêssach é a segunda chance da humanidade receber a Yeshua e fazer uma aliança com o Eterno. Ele também aponta para a volta de Yeshua, e por isso Pêssach Sheni não tem cordeiro, pois quando o messias vier, não será mais como cordeiro, pois o primeiro Pêssach já passou, ele virá como Leão, como Rei, como Juiz, Por isso, as matzot que simbolizam justiça e as ervas amargas que apontam para julgamento. Outro apontamento é que essa festa é celebrada trinta dias depois da primeira. Na guematria 30 é 3 + 0 = 3, um apontamento para três milênios, os três milênios depois que Yeshua foi ressuscitado.

O matzah que precisa ser comido no Pêssach Sheni aponta também para a renúncia ao pecado. As pessoas da segunda ressurreição que desejarem viver no reino, deverão renunciar ao pecado.

Em conversa com o Rav Yochanan Ben Yaakov, me mostrou que há um código nesse texto, quando fala do osso sem mencionar o cordeiro. O osso representa a congregação nazarena, que mantém o que o cordeiro Yeshua ensinou, levando adiante. Então, quando o texto diz para não quebrar o osso está dizendo que aquelas pessoas da segunda ressurreição não poderão rejeitar a congregação nazarena, como fizeram com o cordeiro, pois será ela que as levará ao conhecimento da verdade.

O que precisa ficar bem claro, é que o sacrifício de Yeshua só pode ser feito uma vez, o primeiro Pêssach. Por isso o segundo não menciona o cordeiro, pois o cordeiro já havia sido morto um mês atrás. A pessoa só tem uma chance de participar do Primeiro Pêssach, a primeira ressurreição. O Segundo é a segunda chance de receber a Yeshua e entrar no reino, mesmo que seja em nível menor que os primeiros.

Então, aprendemos que o Eterno é um Elohim que dá segundas chances. Que providencia a oportunidade para quem deseja se corrigir, repare nos textos abaixo:


Sião será redimida com justiça, com retidão os que se arrependerem. Isaías 1:27


Pois não me agrada a morte de ninguém; palavra do Soberano Senhor. Arrependam-se e vivam! Ezequiel 18:32


Rasguem o coração, e não as vestes. Voltem-se para o Senhor, para o seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor; arrepende-se, e não envia a desgraça. Joel 2:13


Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não o percebem? Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo. Isaías 43:19


Repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se. Apocalipse 3:19


Concluindo nosso estudo dessa parashá, entendemos mais uma vez, que tudo o que está na Torá tem um porquê e um propósito. Nada é por acaso, ou foi escrito errado. Tenho aprendido muito quando vou estudar e encontro algo diferente. Vamos estudar!

Que possamos seguir em nossa teshuvah sempre nos preparando e nos purificando a cada dia, a fim de estarmos sempre prontos a participarmos do primeiro Pêssach, comendo do cordeiro, ou seja, recebendo Yeshua, e bebendo de sua vida, seu sangue, para que sejamos parte da primeira ressurreição e não precisemos celebrar no segundo mês.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr./Rav Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


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