Estudos da Torá
Parashá nº 18 – Mishpatim (Regras)
Shemot/Êxodo Ex 21:1 – 24:18
Haftará (separação) Jr 34:8 - 22; 33:25, 26 e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mt 5:38-42; Hb 9:15-22 e 10:28-39
Tema: Uma sociedade justa
No estudo dessa parashá vemos algumas coisas impressionantes e até assustadoras se analisadas fora do contexto correto, como por exemplo a questão das leis sobre escravidão. Entretanto, quando observamos o contexto da época e os apontamentos proféticos temos condições de perceber a verdade acerca do que o Eterno está demonstrando com tais leis. E então perceberemos que HaShem está nos ensinando e nos preparando para viver em uma sociedade justa, no reinado do messias, que será expandido a toda a terra no sétimo milênio, antes de entregar tudo ao Eterno.
RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA
A parashá Mishpatim, seguindo logo após os Dez Mandamentos ou as Dez Palavras, trata principalmente da Lei Civil, ou seja, as leis de convivência entre os membros do povo de Yisrael. Podemos notar que a justaposição do ritual com os práticas comuns do cotidiano fornecem uma percepção esclarecedora de como deve ser a vida dos que vivem dentro do povo do Eterno. Vista pela perspectiva da Torá, não há distinção entre as atividades cerimoniais e as da vida diária - ambas devem estar permeadas de santidade e ambas devem ser cumpridas por completo e com diligência.
Incluídas entre as leis civis discutidas na porção da Torá estão as leis relativas ao servo israelita e sua liberdade; penalidades por causar ferimentos corporais em outra pessoa e por danificar sua propriedade; leis relativas a vigilantes e tomadores de empréstimo; a mitsvá de mostrar sensibilidade ao pobre e de oferecer-lhe empréstimos sem juros; e leis relativas à concessão honesta de justiça.
Após mencionar as mitsvot de Shabat e Shemitá, a porção continua com uma breve exposição das três festas de peregrinação: Pêssach, Sucot e Shavuot - e a renovada promessa de D'us de levar o povo à Terra de Yisrael. A Torá então retorna à revelação no Monte Sinai. O povo hebreu declara seu compromisso de fazer tudo aquilo que o Criador ordenar, e a porção conclui com Moshê subindo a montanha, onde permanecerá por quarenta dias e quarenta noites para receber o restante da Torá.
ESTUDO DO CONTEXTO LITERAL, PRÁTICO E PROFÉTICO
Sabemos que os mandamentos da Torah são divididos em três grupos, já ensinamos isso aqui outras vezes desde que começamos a ensinar as parashiot. O primeiro grupo de mandamentos se chama Edut, no qual estão inclusos os mandamentos que estão associados às coisas que devem ser lembradas, testemunhadas, como o Shabat, por exemplo, e as demais festas do Eterno. O segundo grupo é chamado de Chukim, e nesse grupo estão os mandamentos não racionais, os que não tem explicação lógica e que devem ser observados pela fé, como por exemplo o mandamento da vaca vermelha, a kashrut e outros. O próximo grupo é chamado de Mishpatim, que é justamente o nome da parashá que estamos estudando. Nele estão incluídos os mandamentos que são lógicos ao homem e que permitem o ser humano viver em uma sociedade justa. O autor Bruno Summa afirma que esses mandamentos não visam recompensar o homem que os observa, com é os mandamentos dos dois primeiros grupos, porém seus reais objetivos são para que o homem não seja condenado e destruído pela sua própria corrupção e ganância.
No site Emunah a fé dos santos encontramos uma divisão das porções dessa parashá da semana, chamadas de aliot, plural de aliáh, e há dois anos atrás as mencionamos e as utilizaremos novamente para nossa reflexão, porém olharemos pelo aspecto profético de cada um deles. Não deixe de assistir a live no shabat onde estaremos trazendo esses ensinos pelo seguinte que fica gravado link: https://www.youtube.com/live/0ncQOckpNt0?si=cxRIXh46DUmNOR_8
Primeira Leitura: 21:1-19
O Eterno instrui Moshê com os estatutos, para que os apresente ao povo. Primeiro como deve ser o tratamento para com os escravos hebreus, homens e mulheres. Logo fala dos danos ao próximo, voluntário e involuntariamente. Depois fala da violência contra os pais, o sequestro, a maldição contra os pais e a restituição dos danos originados numa luta.
Segunda Leitura: 21:20 – 22:4
O Eterno aborda casos de violência contra um escravo, contra uma mulher grávida e contra um escravo não hebreu; danos provocados aos homens por animais violentos, por danos provocados aos animais de outros, e acerca da restituição por roubos.
Terceira Leitura: 22:5-27
Através da Torah o Eterno regulamenta várias coisas, como a restituição por danos provocados por animais a terceiros, a restituição pela perda de bens confiados ou emprestados a outros, passando pelas consequências da sedução de uma virgem não desposada, aborda a feitiçaria, a bestialidade e a idolatria. É proibido emprestar dinheiro aos pobres com interesse ou tomar como caução o seu manto pela noite.
Quarta Leitura: 22:28 – 23:5
É expressamente proibido falar mal do Eterno e dos líderes do povo. A oferta das primícias, da colheita e dos primeiros frutos devem ser feitas dentro dos tempos designados. O primogênito dos filhos e do gado devem ser consagrados ao Eterno ao oitavo dia. Não devem ser admitidos nem testemunhos falsos nem ser levado pela maioria a praticar o mal ou perverter o juízo, tampouco deve haver distinção para com o pobre no seu litígio.
Devemos observar um ponto importante que tem um sério apontamento profético. Veja o seguinte texto em Shemot/Êxodo 22:30.
E a primeira cria das vacas, das ovelhas e das cabras. Durante sete dias a cria ficará com a mãe, mas, no oitavo dia, entreguem-na a mim.
As crias são apontamentos para pessoas, ou seja, a kahal nazarena, os sete dias são sete milênios a mãe é a congregação, o oitavo dia é o apontamento para o oitavo milênio, que é o início do Olam Habah.
Através deste verso e dos apontamentos proféticos podemos concluir que a kahal nazarena fica como uma congregação juntos seguindo as orientações do messias Yeshua, inclusive durante o sétimo milênio com mashiach reinando. E durante 7 milênios ficam assim, mas depois, no oitavo a kahal é entregue pelo messias/rei ao Eterno como primogênitos, como primícias, devido à vida justa que viveram.
Tudo isso, claramente, já indica a submissão de Yeshua ao Eterno. As pessoas que estão no sistema religioso cristão pensam que são do mashiach, mas não. Os seguidores do messias apenas ficam debaixo da tutela dele até o sétimo milênio, pois no oitavo ele nos apresentará ao Eterno.
Quinta Leitura: 23:6-19
Não deve ser permitido que o inocente seja culpabilizado, bem como é proibido receber subornos e oprimir o estrangeiro. Seis anos se cultiva a terra mas no sétimo ano não, para que comam os pobres e os animais do campo. Seis dias se trabalhará mas no sétimo não, para que descansem os animais, os filhos das servas e os estrangeiros. É proibido mencionar o nome de outros deuses e fazer com que os outros os mencionem. Três vezes ao ano deve ser celebrada festa ao Eterno, a festa dos pães asmos, a festa da sega (festa das semanas) e a festa da colheita dos frutos (festa das cabanas/tabernáculos) no sétimo mês e ninguém deve vir ao Eterno de mãos vazias. O sacrifício de Pessach não pode ser sacrificado quando há fermento. As sobras do sacrifício não podem ficar até à manhã seguinte. Há que levar o melhor das primícias da terra à casa do Eterno.
Sexta Leitura: 23:20-25
Um anjo irá adiante do povo para guardá-lo até que cheguem ao lugar preparado. Há que respeitá-lo pois ele leva o Nome do Eterno. Se o povo for obediente, prevalecerá sobre os inimigos, e seis povos serão destruídos por completo. É proibido fazer as coisas que fazem esses povos, e as estátuas idólatras devem ser destruídas. Ao servir ao Eterno será abençoado todo o alimento e a bebida e será eliminada toda a enfermidade.
Sétima Leitura: 23:26 – 24:18
Não haverá abortos na terra nem esterilidade e nada morrerá antes do tempo. O terror irá diante de Yisrael e todos os inimigos serão confundidos. Os limites de Israel serão desde o mar de juncos até ao mar dos filisteus, e desde o deserto até ao rio porque os povos serão expulsos diante de Yisrael. Não pode ser feito pactos com eles nem com os seus deuses e eles não poderão habitar na terra para que não façam pecar Yisrael, por causa da sua idolatria.
Moshê recebe instruções para subir ao Eterno juntamente com os 70 anciãos de Yisrael. Os demais devem prostrar-se afastados mas Moshê poderá aproximar-se do Eterno. Moshê vem ao povo e conta todas as palavras do Eterno e o povo diz que procederão segundo todas elas. Moshê escreve todas as palavras, edifica um altar ao pé do monte e os jovens oferecem sacrifícios sobre ele ao Eterno.
A metade do sangue é posta em vasilhas e a outra metade é espargida sobre o altar. Moshê lê o livro do pacto a todo o povo e o povo promete obedecer a tudo. Moshê esparge o sangue sobre o povo e diz: “este é o sangue do pacto que o Eterno fez convosco relativamente a todas estas palavras”.
Moshê recebe a ordem de subir até ao Eterno no monte e esperar ali até receber as tábuas de pedra, a Torah e o mandamento que Ele escreveu.
Yehoshua vai com ele até meio caminho, e Moshê diz aos anciãos que os esperem até que voltem. Aharon e Hur poderão julgar se houver algum assunto passível disso. Moshê sobe, a nuvem cobre o monte durante seis dias. No sétimo dia é chamado desde o interior da nuvem. A glória do Eterno é como um fogo consumidor em cima da montanha e Moshê entra na nuvem e sobe ao monte. Ali fica durante 40 dias.
Temos a oportunidade de observar mais um motivo para saber e confirmar que Yeshua é o messias prometido pelo Eterno através da parashá Mishpatim. Essa é a parashá que geralmente é estudada uma semana antes do início do 12° mês no calendário bíblico.
Essa parashá é tida como muito importante, pois como vimos até agora, ela trata de alguns mandamentos de ordem geral a todos os homens. E os rabinos antigos dizem que essa porção da Torah é uma porção que aponta para o ensino do messias para as pessoas das nações. Os rabinos também ensinam que o mês de Aviv, o primeiro mês do calendário bíblico, conforme lemos em Ex 13:4, e o mês que celebramos pessach, é o mês da redenção pelo messias.
Agora perceba uma coisa. Se a redenção de mashiach vem logo depois do próximo mês que se estuda a parashá mishpatim, ela é uma preparação para receber o messias, mas veja que Yeshua já veio e viveu uma vida de justiça obedecendo e ensinando a obedecer a Torah, ele já trouxe a redenção depois que morreu em pessach e foi ressuscitado pelo Eterno em primícias, e por isso ele mesmo se tornou a primícia dos que serão ressuscitados.
Os judeus que ainda não acreditam que Yeshua seja o messias e os cristãos e ateus que não se apegam a Torah deixam de perceber essa íntima ligação acerca do que os rabinos falam sobre a parashá mishpatim e o messias.
O messias Bem Yossef já veio, viveu entre nós com justiça, sofreu, foi perseguido e martirizado como Yosef, mas retornará como Ben David e reinará como representante do Eterno Baruch HaShem, e trará uma sociedade justa.
Por isso, temos e sempre teremos mais motivos para saber que Yeshua é o messias, e dizemos sempre...
...Yeshua Hamashiach chay!
Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!
Pr/Rav Marcelo Peregrino Silva (Marcelo Santos da Silva - Moshê Ben Yosef)
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