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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Estudo da Parashá Yitro (Jetro)

 

Estudos da Torá

Parashá nº 17 – Yitro (Jetro)

Shemôt/Êxodo Ex. 18:1 – 20:26

Haftará (Separação) Is 6:1-7:6; 9:5-6 e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mt 15:1-11; Hb 12:18-29


1 - INTRODUÇÃO

No site chabad.org encontramos o seguinte resumo.

A porção de Yitrô inicia-se com o sogro de Moshê, Yitrô, chegando ao acampamento do povo hebreu no deserto, onde é saudado calorosamente por grande quantidade de pessoas. Yitrô desejou juntar-se a eles quando ouviu falar de todas as maravilhas e milagres que D'us realizara para o povo judeu durante o êxodo do Egito.

Quando vê que Moshê está agindo como único juiz do povo desde o amanhecer até a noite, Yitrô declara que este sistema jamais funcionará. Sugere portanto que juízes subordinados sejam designados para julgar os casos menos importantes. Moshê concorda com este plano.

O povo judeu chega ao Monte Sinai e prepara-se para receber a Torá. Moshê escala a montanha e D'us lhe diz para transmitir ao povo de que serão para Ele como um tesouro entre as nações. Após três dias de preparação, finalmente chega o momento da revelação, e em meio a trovões, raios e o som do shofar, D'us desce sobre a montanha e proclama os Dez Mandamentos.

Moshê então sobe à montanha para receber o restante da Torá de D'us, tanto a parte escrita como a oral. A porção é concluída com várias mitsvot referentes à construção do Altar no Templo.


2 – ESTUDO DAS PALAVRAS

Na parashá desta semana podemos aprender como o Eterno cuida de seus filhos enviando pessoas para nos aconselharem e nos mostrar o melhor caminho a ser seguido. Segundo o site ShemaYsrael.com, nosso chamado não deve ser negligenciado, porém temos de exercê-lo com sabedoria e entendimento.

É importante lembrar aqui, o que sempre falamos a respeito de mensageiros (do hebraico malachim), que foi traduzido por anjos, por causa do grego “angelos”, e a teologia generaliza o termo para “seres celestiais”, no entanto, esta parashá nos mostra que um mensageiro pode ser e na maioria das vezes é, um ser humano. Alguém que o Eterno envia para cumprir a missão de entregar uma mensagem. Não estou afirmando que não há seres angelicais, mas que devemos sempre analisar corretamente o contexto.

Yitro vem a Moshê como um mensageiro do Eterno a fim de ajudá-lo a resolver alguns problemas. Mas repare uma coisa. Moshê também foi um mensageiro para Yitro, uma vez que relatou o que o Eterno fez no Egito, e isso foi motivo para o sacerdote de Midiã voltar-se ao D’us de Israel.


Ora Jetro, sacerdote de Midiã, sogro de Moshe, ouviu todas as coisas que Elohim tinha feito a Moshe e a Israel seu povo, como o Eterno tinha tirado a Israel do Egito(Êx 18:1).


O sogro de Moshe era um homem de elevada posição na sociedade midianita, pois ele era sacerdote. A palavra utilizada aqui no hebraico é a mesma que é usada para falar dos sacerdotes do Senhor. Ele é chamado de cohen, que significa “oficial-mor, sacerdote. A idéia da raiz khn pode ser a de “servir como ministro. Neste verso a palavra que define o Eterno em hebraico é Elohim. Já a outra palavra é o tetragrama!

Vejamos o que o Midrash fala a respeito dessa importante visita de Yitro a Moshê, retirado do site chabad.org.

A Chegada de Yitrô, Sogro de Moshê

Apesar de todas as nações terem ouvido o retumbante ribombar da abertura do Mar Vermelho e perguntado acerca de seu significado, e mesmo todas saberem da vitória do povo hebreu sobre Amalec, não deram ouvidos à mensagem.

Havia um único homem que escutou e captou o verdadeiro significado destes eventos transcendentes. Compreendendo que D'us é Onipotente, concluiu que é seu dever moral servi-Lo.

Os milagres que D'us havia feito pelo Povo de Israel o convenceram de que D'us é o verdadeiro D'us. Este homem era Yitrô, o sogro de Moshê.

Na parashá Shemot, Moshê havia levado sua esposa Tsipora e seus dois filhos de volta a Midyan para casa de Yitrô. Lá estariam a salvo, e o Faraó não poderia lhes causar dano. Agora o exército do Faraó se havia afogado e Moshê estava no deserto com o povo hebreu.

Sem demora, Yitrô pegou Tsipora e seus dois filhos, e dirigiu-se ao deserto, ao acampamento do povo judeu. Sua intenção era converter-se e juntar-se ao povo judeu no deserto, mesmo se isso significasse sacrificar sua honra e conforto no tocante a assuntos mundanos.

Quando chegou ao acampamento deles, não pôde entrar por causa das nuvens que o rodeavam como uma muralha. O que ele fez? Escreveu uma carta a Moshê: "Sou Yitrô, seu sogro. Vim para o deserto. Venha saudar-me, se não por mim, então ao menos por sua esposa e seus dois filhos, que me acompanharam e desejam juntar-se a você."

Yitrô amarrou a carta a uma flecha e atirou-a dentro do acampamento israelita. Apesar de geralmente as nuvens rechaçarem projéteis, aceitaram esta carta, em honra a Moshê.

Moshê leu a carta e perguntou a D'us se devia ir ao encontro de Yitrô e aceitá-lo como Israelita. D'us ordenou a Moshê: "Vá encontrar seu sogro, Moshê! Dê boas-vindas a Yitrô, que veio de tão longe para estar com você e deseja fazer parte da nação. Eu sou Aquele que decide quando é apropriado aceitar um convertido, e Eu te digo que Yitrô veio aqui apenas em nome dos Céus.

Ensine-lhe as leis da Torá. Se um não-judeu deseja converter-se por amor à Torá e suas mitsvot, por um reconhecimento sincero de D'us e um desejo de ser um verdadeiro judeu em todos os sentidos, é uma mitsvá ajudá-lo, dedicar-lhe amizade, convertê-lo e tratá-lo como israelita em tudo."

Nesse Midrash, podemos ver o ensino de como o Eterno deseja que os que estão com ele se preocupe com os que ainda não estão. Devemos estar atentos aos que HaShem envia com o coração desejoso de aprender e viver em meio ao povo, fazendo parte dele. D’us não deseja que fiquemos somente em nossa zona de conforto, uma vez que já estamos em teshuvah, sem perceber que há muitos ainda perdidos em meio às nações.

Quando observamos o texto e a midrash acima notamos que Moshe segue o ritual oriental quanto à recepção dos amigos e daqueles que se chegam à sua casa:


Então saiu Moshe ao encontro de seu sogro, e inclinou-se, e beijou-o, e perguntaram um ao outro como estavam, e entraram na tenda(Êx 18:7).


Segundo o site Shemaysrael.com, depois de tanto tempo separados, agora Moshe e seu sogro encontram-se e conversam sobre os fatos que decorreram enquanto estavam separados. Jetro ouve a Moshe atentamente e se alegra por não só saber como também em ver o que o Eterno fizera pelo povo de Israel.


E Moshe contou a seu sogro todas as coisas que o Eterno tinha feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, e todo o trabalho que passaram no caminho, e como o Eterno os livrara. E alegrou-se Jetro de todo o bem que o Eterno tinha feito a Israel, livrando-o da mão dos egípcios. E Jetro disse: Bendito seja o Eterno, que vos livrou das mãos dos egípcios e da mão de Faraó; que livrou a este povo de debaixo da mão dos egípcios. Agora sei que o Eterno é maior que todos os deuses; porque na coisa em que se ensoberbeceram, os sobrepujou(Êx 18:8-11).


Certamente Jetro já conhecia a “fama” do Eterno, porém nunca pudera deparar-se com tal situação: estar diante do povo que o próprio D-us resgatara com sua poderosa mão e presenciar um milagre vivo diante de si. Tal fato fez com que Jetro confessasse que “o Eterno é maior que todos os deuses…E isso não é normal, pois este homem era um sacerdote, e muito provavelmente de uma divindade pagã! Com suas palavras ele reconhece que os deuses a quem ele e seu povo servem são inferiores ao Senhor…

Há algumas divergências de pensamento dentro do povo de Israel sobre a origem de Yitrô. Alguns estudiosos antigos dizem que ele era midianita, enquanto outros dizem que Yitrô era israelita que havia saído do Egito tão logo descobriu que o Faraó iria escravizar os filhos de Israel, e falam isso afirmando, com base na Torá oral. Podemos perceber que há certo ponto de veracidade nessa segunda linha de pensamento, pois nos versos 10 a 12 do capítulo18, vemos o sacerdote midianita, declamar uma benção da mesma forma que os israelitas o fazem, e depois ele oferece um sacrifício de holocausto (elevação), também da mesma forma que os isaraelitas faziam desde Adão. Como ele poderia fazer tudo isso se não tivesse origem no povo de Israel?

O fato a aprender aqui, é a teshuvah verdadeira. Ainda que ele tenha saído do Egito antes, tenha abandonado o povo e se unido aos inimigos dos egípcios, e lá pelo conhecimento se tornado sacerdote midianita, quando ouviu o que HaShem fez ao povo, retornou com o coração quebrantado.

Então saiu Moisés ao encontro de seu sogro, e inclinou-se, e beijou-o, e perguntaram um ao outro como estavam, e entraram na tenda” Ex 18:7


A palavra hebraica que foi traduzida como “inclinou-se” é “va-yishtachu” que é uma forma de “shachá” que significa “deitar-se”, “ajoelhar-se”, “prostrar-se”, “inclinar-se”, “curvar-se”, “reverenciar” e “adorar”, no entanto esse último no sentido de respeito, não no sentido de culto. Logo é permitido inclinar-se em reverência a uma pessoa. Neste caso Moisés honrou o seu sogro desta forma. Vemos em toda a Escritura várias referência a respeito de “prostrar-se” que não é no sentido de adoração, bem como há referências que são interpretadas errado como se fossem adoração, mas é um sinal de respeito como esse de Moshê.


Avraham levantou-se, curvou-se perante o povo daquela terra, os hititas,” Gn 23:7


Ele mesmo passou à frente e, ao aproximar-se do seu irmão, curvou-se até o chão sete vezes.” Gn 33:3


Quando ele viu Yeshua de longe, correu e prostrou-se diante dele,” Mc 5:6


Então chegou ali um dos dirigentes da sinagoga, chamado Jairo. Vendo Yeshua, prostrou-se aos seus pés.” Mc 5:22


Ainda nesse contexto da chegada de Yitrô ao encontro de Moshê, vejamos uma outra coisa importante.


E Moisés contou a seu sogro todas as coisas que o Eterno tinha feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, e todo o trabalho que passaram no caminho, e como o Eterno os livrara.” Ex 18:8


Perceba que o texto da Torá no mostra claramente que Moshê contou a seu sogro tudo o que o Eterno fez. Falamos um pouco sobre isso no início. E aqui pensemos um pouco mais sobre isso. Temos um exemplo de como se pode ganhar um gentio para a fé de Israel. Como se fosse uma estratégia. Vejam:

- Contar acerca do que o Eterno fez a Faraó e aos egípcios por causa de Israel.

- Contar acerca de todas as dificuldades do caminho.

- Contar como HaShem os livrou de todas elas.

O testemunho pessoal é uma ferramenta muito útil para ganhar almas para o Reino dos Céus.

O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo; porque este negócio é muito difícil para ti; tu só não o podes fazer.” Ex 18:17-18


De acordo com o site Emunah a fé dos santos, Moshê precisava do conselho do seu sogro. O Eterno aqui não o deu a Moisés, mas sim o seu sogro, um homem recém-convertido que tinha uma sabedoria natural dada pelo céu e ganha através da sua experiência de vida. Daqui aprendemos a importância de escutar os conselhos dos anciãos e dos nossos companheiros que o Eterno nos deu, como está escrito em Provérbios 11:14:


Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança.”


Provérbios 15:22:


Quando não há conselhos os planos se dispersam, mas havendo muitos conselheiros eles se firmam.”

Provérbios 19:20:


Ouve o conselho, e recebe a correção, para que no fim sejas sábio.”


Provérbios 27:9:


O óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial.”


Mos não recebeu esta revelação do céu, mas sim de um homem, um mensageiro, conforme falamos antes. O Eterno deu-nos pessoas ao nosso redor para nos aconselharmos através delas. Um sábio escuta conselhos dos demais cf. 2 Samuel 16:23. Aquele que pensa que vai receber toda a orientação diretamente do céu tem soberba e altivez de espírito. O Eterno criou a dependência dos demais para que o homem aprenda a ser humilde e sensível à opinião dos demais. A esposa foi criada para aconselhar o seu marido, cf. Genesis 21:12.


E disse D’us a Avraham: Não desagrade a teus olhos por causa do moço e de tua serva; tudo o que te disser Sara, Escuta em sua voz; que de Isaac será chamada tua descendência.”


O comentário da Torá da Editora Sefer diz o seguinte sobre esse verso, em relação a ouvir a esposa. “...Avraham tem de encontrar forças para cumprir o pedido de Sara que, conforme D’us lhe dá a entender, provém de seu elevado espírito profético...”

O conselho de Jetro veio do céu por intermédio de um homem. Se não vivemos em unidade vamos cometer muitos erros. Mas há que ter cuidado para não nos unirmos com os perversos, porque dão maus conselhos, como vemos no Salmo 1:1-2:


Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei de HaShem, e na sua lei medita de dia e de noite.”


No Salmo 33:10-11 está escrito:


HaShem desfaz o conselho dos gentios, quebranta os intentos dos povos. O conselho de HaShem permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração.”


Antes de terminar vamos ver um pouco dos 10 pronunciamentos ou 10 palavras. Comentário feitos on line durante a live. No Canal da Kahal Teshuvah no YouTube.



Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

- https://shemaysrael.com/parasha-yitro/

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771024/jewish/Resumo-da-Parash.htm

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/17-_yitr_jetro.pdf

- https://sinagogaahavatshalom.com/parashadasemana/?s=yitro

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Estudo da Parashá Pinchás (Fineias)


Estudos da Torá

Parashá nº 41 – Pinchás (Finéias)
Bamidbar/Números Nm 25:10-29:40,
Haftará (Separação) 1Rs 18:46-19:21; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Lc 23:1-24:53

1 - INTRODUÇÃO
                  
               A porção passada nos mostrou que Bilam, um profeta, foi solicitado a amaldiçoar o povo de Israel, porém o Eterno não permitiu, e todas as vezes que ele ia proferir uma maldição, de sua boca saíam bençãos para o povo de Adonai. E no final, com o propósito de ficar com os presentes que havia recebido, ensinou a Balák a maneira de fazer o povo se afastar das Leis e consequentemente do Eterno, levando-os a uma praga que matara vinte e quatro mil pessoas, conforme lemos em Nm 25:1-9, o que ficou conhecido como a “Doutrina de Balaão”.
               Nessa porção que fala sobre muitos assuntos, iremos focar em um deles, trataremos a respeito de Pinchás (Finéias), o homem cujo nome da título a essa Parashá (porção). Veremos qual sua atitude em relação à transgressão (pecado) do povo e como o Eterno viu tudo isso.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
                  
               Quase quarenta anos havia se passado desde que o povo murmurara e havia sido punido pelo Eterno a viverem no deserto até que todos os murmuradores tivessem caído. Próximo estavam agora de entrar na terra, quando se aproximam de Moabe e acontece o que estudamos na porção passada, no caso de Balák e Bilam, que tentaram amaldiçoar o povo. Mas como foi visto, essa estratégia não deu certo, e Bilam ensinou uma forma de fazer o povo cair.
               A tradição oral dos judeus, na “Mishná”, diz que Bilam não desiste por ter perdido a guerra ao tentar amaldiçoar Israel, e diz: “já que Israel não pode ser amaldiçoado de fora, vamos amaldiçoá-lo de dentro.” (Sanhedrim 81b-82b).
               Isso combina com o que está registrado em Nm 31:16-17. Ele fez com que as mulheres de Moab/Midian seduzissem os Israelitas sexualmente, levando-os posteriormente a adorarem à Baal-Peor. De acordo com fontes rabínicas, essa divindade adorada no Monte Peor era cultuada expondo-se as partes do corpo que geralmente ficam tampadas, ou seja, ficavam nus. Era um culto à base de sexo, luxúria, sensualidade, lascívia, mas também à base de muita comida consagrada. Naquela época muitas divindades eram adoradas em montes, por isso o salmista se pergunta, “Elevo os meus olhos para os montes, de onde me virá o socorro?” (Sl 121:1) e também o profeta Isaías nos diz que nos últimos dias o Monte Sião, o monte da Casa de D’us será o principal (Is 2:2), pois em muitos montes se adoravam a esses baalins.
               A estratégia de Bilam, uma vez que o povo era guardado por Elohim, foi fazer o povo se contaminar com a idolatria (Nm 25:2), pois ele bem sabia que o Eterno odeia idolatria, a tal ponto de considerar isso um adultério, uma vez que considera Israel sua noiva e esposa, conforme podemos ver em Is 62:5, Jr 2:2 e Os 2:2, e a Torá é sua Ketubá (contrato de casamento) que será totalmente formalizado com a vinda do esposo, conforme Mt 25:6. E por considerar Israel, o povo escolhido, como sua noiva, ele diz que tem ciúmes. Falaremos sobre isso mais adiante nesse estudo.
               A idolatria não é apenas se dobrar diante de um ídolo ou imagem, mas também comer coisas sacrificadas, conforme lemos em Sl 141:4; Pv 23:1; 1Co 10:20-21. Também é idolatria dar ouvidos à vozes que se contrariam às Escrituras, como hoje muitos estão se contaminando com o que alguns dizem em detrimento do que a Palavra de Adonai nos instrui.
               Essa parashá inicia com o Eterno concedendo a benção de Shalom (paz) e sacerdócio a Pinchás, neto de Aharon.

Quem era Pinchás e o que ele fez?
               Finéias, filho de Eleazar, neto do sacerdote Arão, desviou a minha ira de sobre os israelitas, pois foi zeloso, com o mesmo zelo que tenho por eles, para que em meu zelo eu não os consumisse.”Nm 25:11

Quem era Pinchás?
               Esse é o texto mais comum encontrado em quase todas as Bíblias. E ele diz que Pinchás (Finéias) era filho de Eleazar, neto de Aharon, o sacerdote. E olhando assim parece simples considerar que ele já fosse um dos sacerdotes, pois vemos que o Eterno havia concedido o sacerdócio a Aharon e seus filhos Eleazar e Itamar (Nm 3:3-4). No entanto, a mãe de Pinchás era midianita filha de Yitro (Jetro), conforme lemos em Ex 6:25.
“Eleazar, filho de Arão, tomou para si por mulher uma das filhas de Putiel, e ela lhe deu a Fineias. São estes os chefes de suas famílias, segundo os seus clãs.”
               Putiel era mais uma forma como Jetro era conhecido, assim como Reuel e Hobabe (Ex 2:18; 3:1; 4:18; 18:1,12 e Nm 10:29). O comentário de rodapé da Torá diz o seguinte sobre este homem:
“O sogro de Moisés tinha sete nomes: Reuel, Iéter, Yitró, Chobab, Chéber, Keni e Putiel, mas o seu nome original era Iéter. Depois de se converter ao judaísmo chamou-se Yitró (Jetró). Os outros nomes são qualificativos atribuídos pelas sua qualidades, como por exemplo: Reuel, porque se tornou amigo de Deus; Chobab, porque amou a Torá, etc. … a Torá o chamou de Chobab, filho de Reuel, pois o pai de Jetró chamava-se também Reuel.” (Torá, Editora Sefer; pág. 417)

               O sogro de Moisés fora um sacerdote de Midian quando o conheceu e ele se casou com sua filha mais velha. Agora Eleazar toma outra de suas filhas.
               Então, Pinchás era neto de Arão, um sacerdote, mas também era neto de Jetro, um ex-sacerdote pagão. Então com certeza ele não deveria ser bem aceito no meio do povo, pois não era totalmente israelita. As pessoa poderiam dizer: “Jetro costumava ser um sacerdote de ídolos antes de tornar-se parte do nosso povo.” Ele foi desprezado por causa de sua origem.
               Pinchás também pode ser lido como Pinechás devido sua forma hebraica פִּינְחָס .

O que Pinchás fez?
               Um israelita trouxe para casa uma mulher midianita, na presença de Moisés e de toda a comunidade de Israel, que choravam à entrada da Tenda do Encontro. Quando Finéias, filho de Eleazar, neto do sacerdote Arão, viu isso, apanhou uma lança, seguiu o israelita até o interior da tenda e atravessou os dois com a lança; atravessou o corpo do israelita e o da mulher. Então cessou a praga contra os israelitas. Mas os que morreram por causa da praga foram vinte e quatro mil.” Nm 25:6-9
               Finéias, filho de Eleazar, neto do sacerdote Arão, desviou a minha ira de sobre os israelitas, pois foi zeloso, com o mesmo zelo que tenho por eles, para que em meu zelo eu não os consumisse.”Nm 25:11
               Pinchás tinha pegado uma lança e com ela matou um israelita da tribo de Rúbem chamado Zinri, e uma princesa midianita de nome Cozbi, que segundo alguns comentaristas judeus, andaram no meio de todo o povo de mãos dadas e foram para a tenda da congregação para praticarem relação sexual. Ele agiu como um agente de YHWH, com autoridade delegada, obedecendo ao mandamento de 25:4. O Zelo de Pinchás recebeu elogio por parte de Adonai, e lhe rendeu uma recompensa com uma aliança especial entre ele e seus descendentes. Se Pinchás não tivesse feito o que fez, a ira de Adonai teria destruído todos os filhos de Israel. O Ato de Pinchás gerou remissão para o povo.
O zelo de Adonai
               Finéias, filho de Eleazar, neto do sacerdote Arão, desviou a minha ira de sobre os israelitas, pois foi zeloso, com o mesmo zelo que tenho por eles, para que em meu zelo eu não os consumisse.”Nm 25:11
               Pinchás agiu com zelo, o mesmo zelo que o Eterno tem pelos filhos de Israel. O termo que foi traduzido para zelo em nossas Bíblias, originalmente em hebraico vem da raiz “qaná” significa “ciumento”. A palavra no texto em estudo é “beqaneo” uma variação de “qaná”. Talvez você se pergunte: Mas ciúmes é um sentimento humano, como D’us pode ter ciúmes? Leia os seguintes textos: Ex 20:1-5; Dt 32:15-16, 21; Zc 8:2; Sl 78:58; Jo 2:17; 2Co 11:2; Rm 10:2; Gl 1:14 e Tg 4:5 entre outros.
               O Eterno se utiliza desse termo para que possamos entender, caso contrário não poderíamos entender, como Ele quer que sejamos fiéis. E Pinchás agiu com o ciúmes de D’us, não foi com o dele próprio. Se ele agisse com o zelo/ciúmes dele não teria expiado o pecado, pois somos falhos.
               Pense no que você faria no lugar de Pinchás? Se afastaria daquela congregação perversa e pecadora? Formaria um novo povo só com pessoas santas? Qual seria a sua reação?
               Devemos ser contaminados com o zelo/ciúmes de D’us e não com o nosso. Precisamos gerar uma geração de Finéias, que se preocupa com o zelo de D’us (Rm 12)


Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/
- http://shemaysrael.com/parasha-pinehas/
- http://www.yeshuachai.org/forums/topic/%D7%A4%D7%A0%D7%97%D7%A1-pinchas-numero2510-301-29-40/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/41-_pinchas.pdf
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/921292/jewish/Dus-Recompensa-Pinechas.htm