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sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Estudo da Parashá Vayechi - Yehudah, Shiloh e o papel do Mashiach.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 12 – Vayechi (E viveu)

Bereshit/Gênesis 47:28-50:26

Haftará (separação) 1Rs 2:1-12 e

B’rit Hadashah (nova aliança) At 7:9-16; Hb 11:21, 22; 1Pe 1:3-9


Tema: Yehudah, Shiloh e o papel do Mashiach.


A profecia de Yaakov sobre Yehudah, registrada nessa parashá, faz parte dos pilares da esperança messiânica na fé judaica. A frase "o cetro não se apartará de Yehudah, nem o bastão de comandante entre seus pés, até que venha Shiloh, e a ele se congregarão os povos" Bereshit/Gn 49:10, tem sido objeto de inúmeros estudos e interpretações ao longo dos séculos. Neste estudo, exploraremos o significado de Shiloh no contexto da bênção de Yaakov, sua conexão com a realeza de Yehudah, as referências proféticas sobre o assunto e, finalmente, a relação com Yeshua como o Messias prometido.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ


Na bênção de Yaakov a seus filhos, descrita em Bereshit 49:1-27, temos muitas profecias que trazem informações a respeito do povo do Eterno no decorrer dos séculos. Entretanto, seguindo uma linha de entendimento que viemos seguindo a respeito do messias observemos um pouco mais a fundo o que foi dito a Yehudah, pois foi destacado como uma tribo da realeza e da liderança dentro de Yisrael. Observe o texto abaixo:


Yehudá, a ti louvarão seus irmãos; a tua mão estará sobre o cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Yehudá é um leãozinho; da presa subiste, meu filho. Ele se encurva, deita-se como um leão é como um leoa; quem o despertará? O cetro não se afastará de Yehudá, nem o legislador dentre seus pés, até que venham Shiloh; e os povos serão obedientes a ele. Gn 49:8-10


Acompanhe comigo alguns elementos nessa profecia que apontam para a realeza de Yehudah.

- Louvor e liderança entre os irmãos.

Yaakov declara que os irmãos louvarão Yehudah e se inclinarão diante dele. Isso indica uma posição de destaque e honra, associada à liderança e ao governo. No entanto, é uma importante profecia a respeito do messias que é descendente desse filho de Yaakov, e seria reconhecido pelos seus irmãos. Apesar de nem todos ainda terem reconhecido Yeshua publicamente, mas o reconhecem ao praticarem as mesmas obras da Torah que ele. Essa profecia é um importante apontamento para o que Yeshua disse o que foi escrito em Lc 13:35.


Eis que a casa de vocês ficará deserta. Eu lhes digo que vocês não me verão mais até que digam: Bendito o que vem em nome do Senhor.


- A metáfora do leão.

Yehudah é descrito como um leão, símbolo de força, coragem e domínio. Assim como o leão é o "rei dos animais", Yehudah é destinado a ser a tribo de onde virão os líderes e reis de Yisrael. Além disso, ao anunciar essas palavras Yaakov profetiza um episódio que ocorreria no futuro de seus descendentes ainda no Egito, que envolve um descendente de Yehudah, que daria sua vida por seus irmãos, que ficaria conhecido na Torah oral como o leão da tribo de Yehudah. Não é a tora que o messias é conhecido como o leão da tribo de Yehudah, por causa da herança do caráter e heroísmo desse homem. O messias traria as mesmas qualidades desse homem e seria como um leão.

- O cetro e o legislador.

O cetro é um símbolo de autoridade real, enquanto o legislador representa aquele que faz as leis e governa com justiça. Ambos os símbolos reforçam que a realeza será estabelecida em Yehudah, permanecendo na sua linhagem até que o propósito do Eterno seja plenamente cumprido.

- Shiló e a reunião dos povos.

A menção de Shiloh reforça que de Yehudah virá um líder que unirá os povos sob um governo.

Mas afinal de contas, o que significa Shiló? A quê ou a quem Yaakov fala para Yehudah?

As palavras de Yaakov sobre Yehudah em Bereshit 49:10 são cheias de profundidade conforme você já pode perceber até aqui, mas vamos aprofundar um pouco mais, olhando atentamente para o termo “Shiloh”.


O cetro não se afastará de Yehudá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Shiloh, e a ele se congregarão os povos.


לֹֽא־יָס֥וּר שֵׁ֨בֶט֙ מִֽיהוּדָ֔ה וּמְחֹקֵ֖ק מִבֵּ֣ין רַגְלָ֑יו ֚עַד כִּֽי־יָבֹ֣א שִׁילֹה שִׁילֹ֔ו וְלֹ֖ו יִקְּהַ֥ת עַמִּֽים

Lo-yasur shevet mihudah umechokek mibeyn ragelayv ad ki-yavo shiloh shilo velo yikehat amym.


Repare no texto hebraico que aparece a palavra shiloh e de duas formas diferentes. Essa palavra tem sido interpretada de diferentes formas dentro da tradição judaica, e seu significado exato é muito discutido. Veremos algumas dessas possibilidades baseadas no contexto das Escrituras:

1. Shiloh como um título messiânico

Muitos entendem que "Shiloh" se refere ao rei ou governante prometido que virá da tribo de Yehudá. Esse governante seria aquele que traria paz, justiça e reuniria as casa de Yisrael e Yehudah, juntamente com pessoas dos povos. O nome geralmente tem sido traduzido como "aquele a quem pertence" ou "aquele para quem é enviado", sugerindo que Shiloh é o escolhido do Eterno para liderar e cumprir o propósito divino. Essa visão está alinhada com a promessa de que a realeza permanecerá na linhagem de Yehudah, culminando em um líder que trará união, redenção e justiça. Assista a live de comentário de Pirkei Shimon sobre 1Pedro capítulo 4 verso 11 e entenderá isso com outros olhos.

2. Shiló como lugar de paz

Outra interpretação é que "Shiloh" vem da raiz hebraica relacionada a "shalom" (paz). Isso indicaria que o descendente de Yehudah trará paz e harmonia. Alguns associam isso ao governo futuro, onde a justiça do Eterno prevalecerá entre os povos.

3. Shiloh como um local histórico

Shiloh também é o nome de uma cidade mencionada em Yehoshua 18:1, onde o Mishkan/tabernáculo foi estabelecido. Embora menos provável no contexto de Bereshit 49:10, alguns sugerem que a menção pode ser um prenúncio da centralidade da adoração ao Eterno, ligada à liderança de Yehudá. Isso indica profeticamente que shiloh aponta para a presença do Eterno em meio ao povo através de um representante, da mesma forma que o Mishkan e o sumo sacerdote o eram.

4. Conexão com Yehudah

Independentemente da interpretação exata, o ponto principal do texto é que Yehudah será a linhagem do governo, e o Eterno trará um líder de destaque que unirá os povos. Essa promessa destaca o papel de Yehudáh como símbolo de força, liderança e continuidade do pacto do Eterno com Yisrael. Eu, pessoalmente, creio em todas as linhas interpretativas ao mesmo tempo, pois todas elas mostram claramente o apontamento profético para o messias Yeshua. O ponto em comum em todas as linhas interpretativas direcionam para uma profecia só, o messias, o ungido, o rei que governará representando o Eterno no meio do povo.


1. Referências proféticas

A bênção dada a Yehudah encontra eco em diversas passagens dos Nevi’im (profetas), especialmente em textos que apontam para a vinda de um governante justo, que desenvolve paz, justiça e redenção para Yisrael e para os povos. Essa promessa, conforme já dissemos, está ligada ao conceito de Mashiach (messias/ungido), que viria da tribo de Yehudah. Os profetas do TaNaK frequentemente retomam o tema dessa bênção e da vinda do Messias.

O Eterno promete a David, descendente de Yehudah, que sua linhagem seria perpétua:


"Estabelecerei depois de ti a tua descendência, que procederá de ti, e firmarei o seu reino ...O teu trono será previsto para sempre." 2Sm 7:12-16


A profecia trata em dois níveis, no primeiro sobre Sh’lomoh e no segundo sobre o messias. Essa aliança com David fortalece a conexão entre Yehudah e a realidade, apontando para um descendente que governará eternamente com justiça.

Yeshayahu/Isaías, por exemplo, profetiza sobre um ramo que brotaria da raiz de Yishai/Jessé (pai de Davi) e um rebento que sairia das suas raízes, veja o texto:


No entanto, um ramo emergirá do tronco de Yishai, um broto crescerá de suas raízes. Is 11:1.

Esse verso é claramente uma continuação, pois a profecia estava sendo dita desde o capítulo anterior, basta voltar ao verso 33 do capítulo 10. O Eterno falando sobre o Yisrael e Yehudah e como eles seriam reduzidos, mas mesmo que os galhos fossem cortados nasceria um broto novo. Baruch HaShem!!Essa imagem alude à linhagem real de Davi, que pertencia à tribo de Yehudah.

Yimeyahu/Jeremias, por sua vez, fala de um "ramo justo" que brotaria de David e exerceria o juízo e a justiça, observe o texto abaixo:


Está chegando o dia, diz Adonai, quando cumprirei esta boa promessa que proclamei para a casa de Yisrael e para a casa de Yehudah. Quando aqueles dias chegarem, naquele tempo, farei descender de David um Ramo de Justiça. Ele fará o que é justo e reto na terra. Quando chegarem aqueles dias, Yehudah será salvo, Yerushalayim viverá em segurança, e o nome dado a ela será Adonai Tzidkenu – Adonai, nossa justiça. Jr 33:14-16.


Se olharmos a continuação desses versos, o 17 e o 18, essa profecia fica ainda mais clara, pois fazem alusão ao Rei messias nas suas atribuições também de sacerdote, e a mesma coisa de seus seguidores remanescentes nazarenos como sacerdotes e levitas.

Mikhah/Miqueias profetiza que o governante de Yisrael sairá de Beit Lechem, a cidade natal de David:


No entanto, você, Beit Lechem, próxima de Efrat, tão pequena entre os clãs de Yehudah, de você sairá para mim o futuro governante de Yisrael, cujas origens estão no passado distante, nos tempos antigos. Por isso, ele desistirá (de Yisrael) até que a mulher em trabalho de parto dê à luz. Então o restante de seus parentes voltará ao povo de Yisrael. Mq 5:2-4


A profecia de Mikhah reforça a conexão entre a tribo de Yehudah e o papel messiânico. Há também o que o Eterno por meio do profeta Yechezkel falou, em 37:24-25, que David seria rei sobre todo o povo, como nesse tempo David já estava morto, fica claro ser uma profecia a respeito do messias.

Essas profecias, em complemento à bênção de Yaakov, criaram uma expectativa messiânica profunda no povo de Yisrael. O Messias seria um descendente de David, da tribo de Yehudah, e traria paz, justiça e salvação para todo o mundo. O que começou a ser cumprido em Yeshua, quando iniciou seu ministério como Mashiach Ben Yosef, e completará quando retornar como Mashiach Ben David.


2. Yeshua e o Cumprimento da Profecia

Estamos tendo a oportunidade de observar as profecias sobre Shiloh e sua ligação com Yeshua neste estudo. A ligação entre Yeshua e essas profecias se dá não apenas pela genealogia, mas também pela maneira como ele viveu e ensinou, refletindo o papel do Mashiach como servo fiel ao Eterno. Os primeiros seguidores viam em Yeshua o cumprimento das as profecias messiânicas. Tanto que os talmidim que escreveram seus relatos o identificaram como descendente da tribo de Yehudah e da linhagem de David, o que o conecta diretamente às promessas e profecias sobre o rei justo e ungido que governará com justiça e aperfeiçoando a paz. Confirmamos ainda essas informações em textos de Rav Sha’ul, na epístola aos Hebreus, bem como nas Cartas de Kefa, e que nele se cumpriram as promessas feitas a Avraham, Yitschak e Yaakov.

A identificação de Yeshua como Shiloh se baseia em várias evidências:

- A linhagem de David: Os Evangelhos de Matityahu e Marcus traçam a linhagem de Yeshua até David, confirmando sua pertença à tribo de Yehudah.

- O cetro real: Os primeiros seguidores viam em Yeshua o rei messiânico, aquele que havia recebido toda autoridade no céu e na terra. Ele apresentava as qualidades associadas ao Mashiach, tais como: sabedoria, justiça, compaixão e obediência ao Eterno. Ele também ensinou sobre o reino do Eterno, enfatizando que esse reino começa com a transformação interior e culmina com o estabelecimento pleno de justiça e de paz.

- A reunião dos povos: Yeshua cumpriu muitos aspectos do papel do Mashiach, como ensinar os caminhos do Eterno, trazer reconciliação e apontar o verdadeiro estímulo na obediência aos mandamentos. Mas os aspectos das profecias sobre a liderança universal, a paz, a confiança e o encontro total de Yisrael ainda é aguardado seu pleno cumprimento, que ocorrerá com sua volta. Esse é um aspecto crucial da expectativa messiânica. A pregação de Yeshua e o estabelecimento da Congregação foram vistos como o início do cumprimento da promessa de que a ele se congregariam todos os povos.

A profecia de Yaakov sobre Shiloh é uma das mais importantes do TaNaK, chamado Antigo Testamento. Ela nos revela a esperança messiânica que permeia toda a Bíblia. A identificação de Yeshua como Shiloh por parte dos primeiros seguidores foi um passo fundamental na interpretação das Escrituras e na compreensão do significado de Yeshua para a humanidade.

Portanto, Yeshua é visto pelos seguidores do caminho nazareno como aquele que começou a cumprir as promessas ao revelar o reino do Eterno e chamar Yisrael ao arrependimento, papel de Mashiach Ben Yosef. Sua linhagem e missão se alinham com as profecias relacionadas ao Mashiach, enquanto muitos aspectos da redenção final e do governo universal aguardam sua manifestação ou volta, como Mashiach Ben David, para a plenitude do plano do Eterno.

Tudo isso nos ensina a confiar no Eterno e a manter a esperança no cumprimento completo de Suas promessas. Quem ama a Eterno segue seus mandamentos e aguarda o dia em que todas as nações se curvarão diante Dele. Que possamos aprender com essa passagem sobre a importância de confiar no plano do Eterno e na fidelidade às Suas promessas.


Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Estudo da Parashá Vayechi (E viveu) - A ressurreição nas Escrituras

 


Estudos da Torá


Parashá nº 12 – Vayechi (E viveu)

Bereshit/Gênesis Gn. 47:28 – 50:26

Haftará (separação) 1Rs 2:1-12; e

B’rit Hadashah (nova aliança) Atos 7:9-16; Hb 11:21-22 e 1Pe 1:3-9


Tema: A ressurreição nas Escrituras.


RELEMBRANDO


No estudo da parashá, na semana passada, vimos Yosef revelando-se aos irmãos e mandando buscar o pai e as famílias dos irmãos para habitarem no Egito. Estudamos também sobre a questão dos gentios na Nova Aliança, e tivemos a oportunidade de compreender que não há gentios no reino do Eterno, pois eles passam a ser parte do povo de Yisrael. Essa semana estudaremos sobre a ressurreição de acordo com as Escrituras e os escritos nazarenos.


A PARASHÁ DA SEMANA


Vejamos o resumo dessa parashá, chamada de parashá Vayechi, que significa e viveu, ela é a porção final do primeiro livro da Torá, e descreve as últimas ações de Yaakov antes de sua morte no Egito. Ele faz Yosef jurar que o enterraria na Terra de Kenaan. Yaakov então dá aos dois filhos de Yosef, Menashe e Efráyim, uma bênção especial que lhes confere o elevado status de serem duas tribos separadas dentre os filhos de Israel.

Apesar do protesto de Yosef, Yaakov insiste em conceder a Efráyim, o mais jovem, o direito de primazia, de ficar à direita durante a bênção, declarando que Efráyim seria mais notável.

Yaakov então dá a cada um de seus outros filhos uma bênção individual, apropriada a seus particulares traços de caráter e missões. Nos estudos dos anos anteriores falamos sobre isso.

O patriarca morre aos 147 anos, e é levado pelos filhos, acompanhado por um grande séquito da realeza egípcia, à Terra de Yisrael, onde é enterrado em Maarat HaMachpelá, Caverna de Machpela, onde já se encontram sua esposa Lea, seus pais Yitschac e Rivca, e os avós Avraham e Sara.

Ao retornarem ao Egito, os irmãos de Yosef temem que ele finalmente buscará vingança, agora que o pai está morto. Yosef porém lhes assegura que não nutre sentimentos de vingança, declarando e relembrando a eles que o fato de ter sido vendido como escravo foi parte do plano Divino.

A porção conclui com a morte de Yosef, e o povo judeu promete carregar seus ossos com eles para Yisrael, quando fossem finalmente redimidos.

Com isso, vimos neste rápido resumo, que a parashá Vayechí descreve as últimas ações de Yaakov antes de sua morte no Egito. Que ele faz Yosef jurar que o sepultaria na Terra de Israel. Assim, veremos nesse estudo, que essa parashá nos fará entender mais um pouco a respeito da importância de esperarmos a vinda de Yeshua, e de sabermos viver como tsadikim (justos), pois cremos na ressurreição dos justos, mas precisamos entender dentro do escopo do contexto original o que as Escrituras e os escritos nazarenos afirmam sobre esse assunto. Nesse estudo estarei usando como base dois textos que estão na Biblioteca da Kahak Teshuvah Brasil, intitulados “Entendendo o mistério da 3 ressurreições” e “As 3 ressurreições e o juízo final de todos”.

Estudo do Texto da Parashá


O primeiro verso dessa parashá é muito interessante, principalmente dentro do assunto que trataremos hoje. Por isso, vamos iniciar nosso estudo por este versículo.


E viveu Yaakov na terra do Egito dezessete anos, de sorte que os dias de Yaakov, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete anos.” Gn 47:28


Se observarmos bem, a Torá nos informou a idade de Yosef antes de ser levado para o Egito, e agora está nos informando o tempo que Yaakov viveu no Egito. Sabemos que não é ao acaso, que Yaakov conviveu com Yosef, durante os primeiros 17 anos da vida de seu filho, cuidando e ensinando-o, e que agora no fim da vida, os mesmos 17 anos ele passa com Yosef, mas é este quem cuida do pai agora.

A Torá está nos mostrando que o tempo que Yaakov cuidou de seu filho, durante o os períodos de infância e juventude, foram 17 anos, de acordo com o que lemos em Gn 37:2. Porém, agora Yosef retribui a seu pai, durante o mesmo tempo. É uma lição da Torá sobre o dever dos filhos recompensarem seus pais quando já são maiores, pelo cuidado e amor dedicado por eles.

No entanto, é no verso que se segue onde encontramos o princípio nessa parashá para o tema do nosso estudo.


Chegando-se, pois, o tempo da morte de Yisrael, chamou a Yosef, seu filho, e disse-lhe: Se agora tenho achado graça em teus olhos, rogo-te que ponhas a tua mão debaixo da minha coxa, e usa comigo de beneficência e verdade; rogo-te que não me enterres no Egito,” 47:29


A questão de colocar a mão de baixo da coxa, como sinal de juramento, é uma tradução um pouco simplista para o que esse ato realmente queria dizer. Isto quer dizer lembrar do pacto ou aliança da circuncisão. E Yaakov tinha aprendido a importância do juramento por causa do sinal da circuncisão, conforme havia aprendido com seu avô Avraham e seu pai Yitschak. Nesse evento específico, o juramento era para que ele fosse sepultado em Kenaan e não no Egito. Isso tem ligação com o plano de redenção ou salvação do Eterno para com os seus servos. Há algumas razões importante para que Yisrael não fosse enterrado no Egito.

- Mostrar que a terra do povo de Israel não é o Egito;

- Evitar que os filhos de Israel voltassem ao Egito, conforme Dt 17:16;

- Evitar que os egípcios idolatrassem o patriarca; e

- Estar na terra de Israel quando chegar a ressurreição com a vinda do Messias.

Ainda sobre os motivos de Yisrael não desejar ser sepultado no Egito, um midrash postado no site Chabad, nos mostra dentre várias, uma razão para desejar especificamente ser enterrado em Êrets Yisrael:

- Nossos sábios ensinam que aqueles que são enterrados em Êrets Yisrael serão os primeiros a levantar-se em Techiyat Hametim (Ressurreição dos Mortos).

Qual o destino de um judeu enterrado fora de Êrets Yisrael? Segundo o entendimento da época, antes das revelações dos profetas, de Yeshua e dos ensinos dos apóstolos, eles criam que D'us criaria túneis subterrâneos especiais. Através desses, o corpo iria “rolar” até Êrets Yisrael. Então reviveria na Terra Santa.

Portanto, segundo o midrash, Yaakov instruiu Yosef: "Não me enterre no Egito. Gostaria de ser poupado de revolver-me até Êrets Yisrael na época da Ressurreição dos Mortos."

Pediu também a Yosef: "Quero descansar junto com meus pais, e levantar em boa companhia quando chegar a hora certa."

Um judeu deve fazer os arranjos necessários para ser enterrado perto de tsadikim, justos, a fim de estar perto deles na hora da ressurreição.

Vemos assim, como Yisrael estava preocupado em estar no lugar certo para o momento da ressurreição, que ele acreditava e confiava que ocorreria, e isso nos mostra como ele confiava que o Eterno o faria ressurgir para a vida eterna. Mas também podemos compreender como a revelação das coisas do fim foram sendo dadas aos poucos. Os antigos pensavam que a ressurreição se daria somente nas terras de Yisrael, e que quem estivesse enterrado em outro lugar sairia rolando, mas entenderemos que os profetas, Yeshua e Paulo esclareceram como será essa ressurreição dos mortos.

Há uma confusão entre os membros dos sistemas religiosos a respeito da ressurreição devido aos falsos ensinos administrados no decorrer dos séculos, sem o entendimento do contexto original.

Os ensinamentos sobre a ressurreição dos mortos e juízo eterno são listados como duas das doutrinas fundamentais dos seguidores do mashiach, que conduzem à perfeição e vida eterna, o próprio Yeshua falou sobre isso de forma clara em Mt 24, mas podemos também ver o assunto sendo tratado conforme lemos em Hebreus 6:1-2:


Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito do Messias e avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atos que conduzem à morte, da fé em D’us, da instrução a respeito de batismos, da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno. Hebreus 6:1,2


Podemos notar que o autor aos hebreus ou nazarenos, já entendia que a ressurreição era um assunto básico da fé, já que o próprio Yeshua havia ensinado sobre isso, e que portanto, não seria necessário ter que ficar voltando nesses assuntos sempre. Eles entendiam que sem a ressurreição dos mortos, Yeshua não teria sido ressuscitado pelo Eterno, e a nossa fé seria em vão, conforme lemos em 1Corintios 15:12-19.


Ora, se está sendo pregado que o Messias ressuscitou dentre os mortos, como alguns de vocês estão dizendo que não existe ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, então nem mesmo o Messias ressuscitou; e, se o Messias não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm. Mais que isso, seremos considerados falsas testemunhas de D’us, pois contra ele testemunhamos que ressuscitou o Messias dentre os mortos. Mas se de fato os mortos não ressuscitam, ele também não ressuscitou o Messias. Pois, se os mortos não ressuscitam, nem mesmo o Messias ressuscitou. E, se o Messias não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados. Neste caso, também os que dormiram no Messias estão perdidos. Se é somente para esta vida que temos esperança no Messias, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão. 1 Coríntios 15:12-19


Os seres humanos são mortais, sem qualquer imortalidade inerente, por isso dependem de uma ressurreição. Desse modo, devemos entender que D´us é o Juiz final e determinador do destino eterno de uma pessoa.

A Bíblia é bem clara quando diz que não há consciência na morte conforme podemos ler nos textos abaixo:


Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos nada sabem; para eles não haverá mais recompensa, e já não se tem lembrança deles... O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria. Eclesiastes 9:5 e 10


Quem morreu não se lembra de ti. Entre os mortos, quem te louvará? Salmos 6:5


A morte é repetidamente comparada na Bíblia com o dormir conforme podemos ver nos seguintes textos:


O justo perece, e ninguém pondera sobre isso em seu coração; homens piedosos são tirados, e ninguém entende que os justos são tirados para serem poupados do mal. Aqueles que andam retamente entrarão na paz; acharão descanso na morte. Is 57:1,2


Olha para mim e responde, Senhor meu D’us. Ilumina os meus olhos, do contrário dormirei o sono da morte; Salmos 13:3


Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno. Daniel 12:2


Asseguro-lhe que nós falamos do que conhecemos e testemunhamos do que vimos, mas mesmo assim vocês não aceitam o nosso testemunho. Eu lhes falei de coisas terrenas e vocês não creram; como crerão se lhes falar de coisas celestiais? Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que veio do céu: o Filho do homem. Da mesma forma como Moshê levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna. "Porque D’us tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois D’us enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. João 3:11-17


Depois de dizer isso, prosseguiu dizendo-lhes: "Nosso amigo Elazar adormeceu, mas vou até lá para acordá-lo". Seus discípulos responderam: "Senhor, se ele dorme, vai melhorar". Yeshua tinha falado de sua morte, mas os seus discípulos pensaram que ele estava falando simplesmente do sono. Então lhes disse claramente: "Elazar morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá, para que vocês creiam. Mas, vamos até ele". Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos outros discípulos: "Vamos também para morrermos com ele". Jo 11:11-16


Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. 1 Co 11:30

Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. 1 Co 15:51,52


Se cremos que Yeshua morreu e ressurgiu, cremos também que D’us trará, mediante Yeshua e junto a ele, aqueles que nele dormiram. 1 Ts 4:14


Nenhuma alma consciente e imortal deixa o corpo no momento da morte, seja para ir com grande felicidade para o céu, ou para sofrer interminável tormento no inferno. Estes conceitos vêm da religião pagã falsa e duma má interpretação das Escrituras.

Vimos acima diversos textos do TaNaK e dos escritos nazarenos, conhecido como Novo Testamento, que nos mostram como a morte é vista e que há a esperança de uma ressurreição. Vamos então continuar buscando entendimento sobre o assunto.

Podemos ver Sha’ul HaShaliach (apóstolo Paulo) escrevendo em sua 1 Coríntios 15 que a ressurreição é a esperança de toda a humanidade. Esse termo significa levantar ou levantamento, e biblicamente refere-se ao levantamento dos mortos à vida de novo. A Bíblia ensina a ressurreição de “todos os que estão nos sepulcros”, veja o que Yochanan, o apóstolo de Yeshua, escreveu a respeito desse ensino do mestre, em seu evangelho:


"Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para ser condenados. João 5:28,29


Porém há uma ordem na qual os mortos serão ressuscitados, veja o que Shal HaShaliach diz:


Mas cada um por sua vez: o Messias, o primeiro; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem. Então virá o fim, quando ele entregar o Reino a D’us, o Pai, depois de ter destruído todo domínio, autoridade e poder. 1 Coríntios 15:23,24


A Bíblia também revela que uns serão ressuscitados para a vida eterna e outros serão sentenciados para morte eterna, vejam o que dizem esses dois textos:


Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno. Aqueles que são sábios reluzirão como o brilho do céu, e aqueles que conduzem muitos à justiça serão como as estrelas, para todo o sempre. Daniel 12:2,3


O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito. Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Se o nome de alguém não foi encontrado no livro da vida, este foi lançado no lago de fogo. Apocalipse 20:13-15


Vimos nos textos acima que há propósitos específicos para a ressurreição, e por isso há tempos diferentes, ou seja, intervalos entre elas. As ressurreições são possíveis porque D´us tem o poder de dar a vida, Ele deu vida ao primeiro homem, Adão, e da mesma forma, quem segue os passos de Yeshua em cumprimento da Torá, o Eterno dará vida uma segunda vez.

O próprio Yeshua foi ressuscitado, veja o que o apóstolo Paulo diz:


Mas de fato o Messias ressuscitou dentre os mortos, sendo as primícias dentre aqueles que dormiram. Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. 1 Coríntios 15:20,21


Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio da imersão, a fim de que, assim como o Messias foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova. Se dessa forma fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição. Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado. Ora, se morremos com o Messias, cremos que também com ele viveremos. Pois sabemos que, tendo sido ressuscitado dos mortos, o Messias não pode morrer outra vez: a morte não tem mais domínio sobre ele. Porque morrendo, ele morreu para o pecado uma vez por todas; mas vivendo, vive para D’us. Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para D’us no Messias Yeshua. Romanos 6:4-11


Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. Colossenses 2:12


A ressurreição de Yeshua pelo poder do Eterno como um Redentor vivente tornou possível a redenção de pessoas de todos os povos. Assim, a humanidade iria morrer e perecer para sempre se não fosse pelo fato de Yeshua ter sido ressuscitado.

O plano de D´us para a salvação da humanidade exige a ressurreição de todos os que morrem, conforme vimos acima no texto de João 5:28. O apóstolo João referiu-se a três ressurreições em Apocalipse 20, uma para a vida eterna (versículos 4-6), uma para a vida física (versículos 11-12) e uma à morte no lago de fogo (versículos 13-15). Embora os últimos versículos citados aqui não mencionam uma ressurreição especificamente, sabemos que os incorrigíveis perversos dos séculos passados, que rejeitaram a oferta de D´us para a vida eterna, terão de ser ressuscitados para serem julgados e lançados no lago de fogo. Vamos considerar cada um destes, por sua vez.


Primeira Ressurreição


A primeira ressurreição é chamada dessa forma no próprio texto:

“… E viveram, e reinaram com Yeshua durante mil anos … Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de D´us e de Yeshua, e reinarão com ele mil anos” Apocalipse 20:4-6.

Esta ressurreição ocorrerá na segunda vinda de Yeshua, quando os justos mortos serão ressuscitados para a vida eterna, conforme lemos abaixo:


Irmãos, eu lhes declaro que carne e sangue não podem herdar o Reino de D’us, nem o que é perecível pode herdar o imperecível. Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. 1 Coríntios 15:50-52


Se cremos que Yeshua morreu e ressurgiu, cremos também que D’us trará, mediante Yeshua e juntamente com ele, aqueles que nele dormiram. Dizemos a vocês, pela palavra do Eterno, que nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem. Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de D’us, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos no Messias ressuscitarão primeiro. Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. 1 Tessalonicenses 4:14-17


É conhecida como “a ressurreição da vida” em João 5:29, e é também referida como uma “melhor ressurreição” em Hebreus 11:35, porque é uma ressurreição à imortalidade e regência com Yeshua durante o Milênio. Nesta ressurreição estarão os que obedecem aos mandamentos de D´us, conforme lemos em Apocalipse 14:12.

Então Yeshua “retribuirá a cada um conforme as suas obras” Mt 16:27. Embora a própria salvação é um dom gratuito de D´us e não se baseia em obras, as obras de uma pessoa demonstram quanto essa pessoa tem crescido no caminho de vida justa de D´us e será um fator na determinação do grau de responsabilidade de cada pessoa no Reino de D´us, conforme pode ser visto em Mateus 25:14-30, Mateus 19:11-27.

Só farão parte desta ressurreição os "santos" ou os “justos” como diz em Apocalipse 14.21 "Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que obedecem aos mandamentos de D´us e permanecem fiéis a Yeshua."  Veja que a condição é obedecer aos mandamentos da Lei de D´us e permanecer firme nesse propósito.

Aqueles que serão levantados e transformados para a imortalidade na volta de Yeshua viverão e reinarão com ele durante mil anos:


E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar… e viveram e reinaram com Yeshua durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram” Apocalipse 20:4-5.


A glória daqueles que serão “revestidos” de imortalidade os colocará perpetuamente fora do alcance da morte: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte” (versículo 6). Estes serão dotados de vida eterna, à semelhança de Yeshua (1 João 3:2), alcançando o destino daqueles que permanecem fiéis, ter “a imagem do celestial” (1 Coríntios 15:49).


Segunda Ressurreição


Esta ressurreição terá lugar no final do reinado de mil anos de Yeshua e dos santos, conforme mencionamos acima.


Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram.” Apocalipse 20:5.


E quanto àqueles neste verso, “os outros mortos”, que “não reviveram, até que os mil anos se acabaram”? Quem são eles? E o que será deles?

Em primeiro lugar, “os outros mortos” constituem todos aqueles que não eram “de Yeshua, na sua vinda” e se dividem em duas categorias, aqueles que morreram sem nunca ter conhecido verdadeiramente a Yeshua, e aqueles que, voluntariamente, rejeitaram-no como seu messias. Estas são duas categorias muito diferentes de pessoas, enfrentando dois destinos muito diferentes.

O primeiro grupo, que morreu sem nunca ter conhecido a Yeshua, é descrito estando diante do trono de D’us em uma segunda ressurreição:


E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros” Apocalipse 20:12.


Evidentemente significando que os livros da Bíblia estavam agora abertos para o entendimento deles, ou seja, receberão a oportunidade de aprender para depois, ser aberto outro livro, que é o da vida, ou seja, terão uma oportunidade para ser listados com os salvos, mas em grau menor, já que são da segunda ressurreição. Isto vai demandar um tempo de aprendizado e prática, para então vir o tempo do julgamento.

O profeta Ezequiel recebeu uma visão de D’us, que está ligada com a visão de João, na qual viu um grande número de israelitas mortos há muito tempo voltando à vida como seres humanos, em carne e sangue. Nessa visão, o ruach entrou essas pessoas e eles se tornaram um exército numeroso, conforme pode ser lido em Ezequiel 37:1-10.

Vimos que o texto de Apocalipse diz que, os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.” Isto é, eles são avaliados ao longo do tempo, de acordo com a forma como eles vivem pelo que então aprendem, e não condenados imediatamente.

Em Jo 5:29 descreve esta “a ressurreição do juízo”, pois não é a ressurreição “da condenação” como algumas versões da Bíblia vertem as palavras aqui. Deve ser mencionado que o Juiz aqui e em todo o julgamento, é Yeshua, de acordo com as palavras do Messias:


E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” Jo 5:22.


Isto é porque Yeshua teve experiência da vida, já que era um ser humano. A segunda ressurreição é uma ressurreição de volta à vida física (ver Ezequiel 37:1-14). Como vimos mostrando, esta ressurreição incluirá a grande maioria de todas as pessoas que já viveram, pessoas que nunca conheceram a D´us e Seu grande propósito para elas. Será um momento emocionante, quando milhares de milhões de pessoas de todos os períodos da história voltarão a viver (Mateus 11:20-24; 12:41-42).

Embora estas pessoas viverão fisicamente uma segunda vez, este período será a oportunidade delas para a imortalidade. Estas pessoas que serão ressuscitadas à vida física, nesta ressurreição vão ter tempo suficiente para aprender e crescer no caminho de D´us da vida, estarão também as pessoas que aprenderam meia verdade a respeito do reino e da Lei de D´us, comparar (Eclesiastes 12:13-14 e Jo 14:21) Verdadeiramente, o plano de D´us inclui todos.  Ele não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento e à salvação (2 Pedro 3:9, 1 Timoteo 2:4). No entanto, alguns, mesmo com conhecimento suficiente e oportunidade, ainda se recusam a obedecer.


Terceira Ressurreição


Esta ressurreição terá lugar perto da conclusão do plano revelado pelo Eterno através dos profetas, de Yeshua e dos apóstolos. É destinada para aqueles que rejeitaram a D’us e aos seus mandamentos voluntariamente, para aqueles que foram iníquos e praticaram o mal em suas vidas, os que são imperdoáveis.

Um D’us misericordioso, para ser perfeito, também deve ser justo. Aquelas pessoas que consciente e deliberadamente desafiaram as misericórdias e os mandamentos de D’us em suas vidas, mesmo depois de conhecer a D’us e Sua verdade enfrentarão um destino bem diferente nessa última ressurreição, a segunda morte:


a morte e o inferno(sepultura) foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” Ap 20:14-15


Eles serão trazidos de volta à vida para serem justamente punidos com a morte no lago de fogo com aqueles que não se arrependeram no final do período da segunda ressurreição. Esta é a segunda morte, e as pessoas que não forma achadas escritas no livro da vida serão lançadas no lago de fogo (Apocalipse 20:14-15; 21:8; ver também Hebreus10:26-29; 2 Pedro 3:10-12). Os impenitentes incorrigíveis e perversos das eras passadas encontrar-se-ão com seu Criador numa ressurreição para receber a justiça através de uma segunda morte no lago de fogo, da qual não haverá ressurreição, será a aniquilação.

O lago de fogo não é um lugar de tormento ardente, conforme falamos no estudo sobre inferno algumas parashiot atrás, mas um fogo que arderá na terra no futuro, e apenas pelo tempo necessário, ou seja, o fim do julgamento. Conforme mencionado, nosso amado D´us dá a todos uma oportunidade de ter a vida eterna e deseja que ninguém pereça. Mas se as pessoas, no fim das contas, se recusam a arrepender-se, a punição é a segunda morte, uma aniquilação, através de incineração, acabando com suas vidas e existência de forma rápida e para sempre, conforme pode ser visto em Malaquias 4:1, 3; Mateus 10:28, 25:46.

Assim, vimos que este é um juízo e castigo eterno, não porque o tormento continua para sempre, pois certamente não continua, mas pelo motivo dos efeitos da punição serem permanentes. Aqueles que morrem a segunda morte permanecerão para sempre mortos, não tendo possibilidade de uma ressurreição subsequente.

O ensino bíblico sobre as ressurreições proporciona esperança, destino e justiça para todos. Haverá três ressurreições para três grupos distintos de pessoas, cada um em sua própria ordem, cada um em seu próprio tempo através do poder de um D’us perfeitamente misericordioso e perfeitamente justo que não quer que ninguém morra. Como sabemos, que aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso, o juízo, conforme lemos em Hb 9:27, por isso, exige uma ressurreição para todos os seres humanos que já viveram nesta terra.

Que o Eterno no ajude a nos mantermos fiéis até o fim, para alcançarmos essa gloriosa esperança de sermos chamados da morte para a vida na primeira ressurreição, a fim de acordarmos de forma gloriosa e reinarmos com o nosso irmão mais velho, o messias Yeshua.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Dicionário Português-Hebraico e Hebraico-Português, Abraham Hartzamri e Shoshana More-Hartzamri, Editora Sêfer

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771015/jewish/Resumo-da-Parash.htm

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/893748/jewish/O-Pedido-de-Yaacov.htm