Alguns
se enganam ao pensarem que as pessoas a quem Jesus ensinava eram modelos na
sociedade. Como se fossem personagens muito diferentes de pessoas comuns da
atualidade. Eles eram na verdade propensos a erros como qualquer pessoa em
qualquer época. As únicas diferenças eram as condições ambientais e sociais
daquele período da história. O objetivo deste trabalho é demonstrar algumas
características dos discípulos de Jesus, assim como o objetivo do seu ensino,
apontando aspectos práticos para o cotidiano atual dos responsáveis pelo ensino
na Igreja.
O
aspecto da natureza humana é muito importante na perspectiva da educação, e
mais ainda pelo foco da educação religiosa. Ela é a grande responsável por
muitas mazelas que se pode notar no decorrer da história da humanidade. Ao
examinar um pouco mais de perto os indivíduos que foram ensinados por Jesus
para serem os mestres no cristianismo, pode-se perceber que é possível aprender
diversas informações curiosas e positivas. As pessoas com quem Jesus lidava
eram seguidores íntimos, discípulos, críticos e indiferentes. E podem ser classificadas
pelos seguintes grupos: os imaturos, os impulsivos ou impetuosos, os pecadores,
os perplexos, os ignorantes, os preconceituosos e os instáveis.
O
primeiro grupo de pessoas a quem Jesus ensinava como mencionado anteriormente,
não eram nem um pouco perfeitos, mas pode-se considerar que ele os observava
como embriões do ideal que tinha estabelecido. Isso se percebe por causa da sua
imaturidade, o que fez com que o mestre tivesse todo o zelo e paciência para
ensinar-lhes a trilhar o caminho da maturidade. Daí infere-se que o professor
precisa ser paciente ao vislumbrar o indivíduo ideal nos seus alunos, pois
essas vidas podem ser mudadas com a influência positiva de um bom professor.
A
imaturidade não era a única de suas faltas, eram também impulsivos, como Pedro,
o pior deles nesse aspecto. Esse homem era muito precipitado, reagia
repentinamente e sem pensar nas conseqüências de seus atos. Da mesma maneira
era João, que angustiado com a recusa dos samaritanos em dar pouso a eles,
pediu a Jesus autorização para mandassem cair fogo do céu a fim de consumir
aquela gente. Haviam outros fora do círculo íntimo que tinham as mesmas
características, como era o caso de Simão, o zelote. Os temperamentos fortes
das pessoas não podem afastar o professor de sua tarefa de ensinar, tanto que,
não afastou o Senhor de ensinar aqueles indivíduos a serem pessoas melhores.
Outro
tipo de pessoas com quem Jesus teve de lidar eram as que tinham fortes
tendências para o pecado. Mesmo que mais tarde elas ao se tornarem cristãs
tivessem seu caráter transformado, eram pessoas com seu caráter tomado pelos instintos
e impulsos do pecado, como é o caso de Judas. Com isso, inferimos que mesmo ao
percebermos, enquanto professores, tendências pecaminosas e instintos malignos
em nossos alunos, o poder da graça de Deus pode alcançá-los.
Algumas
pessoas que o Mestre ensinou, constantemente eram assoladas por diversas
perplexidades e problemas, e elas o procuravam para que ele resolvesse. As
perplexidades delas lhes traziam ambição a ponto de levá-las a perguntar quem
seria o maior no reino dos céus. Outro problema que enfrentavam eram os de
natureza social, pois muitas vezes tinham problemas de convivência uns com os
outros, além de ter dificuldade de perdoar. Não foi à toa que Pedro perguntou a
Jesus quantas vezes deveria perdoar alguém. Sendo assim, é possível como
professores, que tenhamos os mesmos tipos de alunos perplexos e problemáticos
de Cristo, mas ao agir como o Senhor, com esperança, fé e de forma conselheira,
as pessoas podem mudar, e Deus fará coisas maravilhosas, como fez com aquelas
pessoas.
A
ignorância e o preconceito era outra problemática enfrentada por Jesus e seus
seguidores. Como a maioria deles vinham das camadas mais baixas da sociedade
judaica, pode-se considerar que eram pessoas ignorantes. Apesar de que, a
comunidade judaica ensinava seus filhos, e ainda tinha a cultura helênica, mas
provavelmente não tinham a bagagem cultural que as pessoas de classe mais alta.
Além do que, a própria crença e cultura judaica levava-os a tornarem-se
preconceituosos. Os religiosos que seguiam a Jesus no intuito de tentar pegá-lo
em erro, agiam de forma preconceituosa e desafiadora, pois não atentavam para
as coisas que o Mestre ensinava. É um grande obstáculo para os professores
enfrentar alunos com mentes fechadas e repletas de preconceitos. No entanto,
não se deve desistir, assim como Jesus não desistiu.
Teria
sido muito bom se os discípulos mostrassem disposição para seguir de modo fiel
o que aprenderam com Jesus. Entretanto, o que ocorreu foi que a perversidade
contida no homem, assim como a vontade e o intelecto e até mesmo os afetos, se
mostram distorcidos. Tudo isso aponta para o fato de que a parábola do semeador
tinha o objetivo de atingir esse tipo de pessoa, ou seja, os instáveis. A
instabilidade faz com que as pessoas não consigam se firmar em um propósito, e
assim seguir na direção de cumpri-lo. É necessária a demonstração aos alunos,
que eles precisam ser firmes.
Em
se tratando de firmeza e estabilidade, torna-se relevante lembrar que esses
itens requer uma coisa chamada objetivo. No caso em questão, o objetivo do
ensino de Jesus. Todo ensino requer pedagogicamente, objetivos claros e
específicos. Quando os professores trabalham sem objetivo definido pode ocorrer
de não se chegar a lugar algum. Jesus sempre agia com objetivos, ele jamais
ensinava simplesmente porque foi chamado a ensinar. O objetivo principal de um
professor deve ser transformar a vida dos alunos através do conhecimento e pela
mudança de comportamentos, atitudes e pela contextualização das suas vivências.
E para isso, portanto, torna-se necessário ter em mente que é preciso formar
ideais justos, firmar convicções fortes, converter a Deus, relacionar com os
outros, resolver os problemas da vida, formar pessoas de caráter maduro e
preparar para o serviço cristão.
Inicialmente,
falando sobre a formação de ideais justos, sabe-se que são forças poderosas
para a construção do caráter. Durante a história, é possível perceber alguns
cristãos que agiram como verdadeiros mordomos de Deus e levaram as pessoas a
seguirem seus ideais, transformando assim, seu caráter. Jesus buscou formar
ideais retos e justos, procurando de modo especial dar a todos uma compreensão
mais clara da natureza de Deus e de sua atitude para com a humanidade.
Dentre
as responsabilidades do professor, destaca-se a de firmar convicções fortes em
seus alunos. Jesus não transmitiu apenas conhecimentos a respeito de assuntos
morais e espirituais. Ele foi além, demonstrando atitudes de alguém que age em
concordância com o que fala. O Mestre apelava ao amor, aos sentimentos e
afetos, afim de que seus alunos firmassem suas convicções. Os professores
precisam seguir o exemplo de Cristo para levar seus alunos a firmarem
convicções. Outra tarefa do professor é relacionar seu aluno com Deus. A conversão,
embora seja um ato religioso, é o principal da vida do indivíduo, pois ele o
conduz ao relacionamento com Deus. Esse foi um dos objetivos de Jesus durante
seu ministério, na verdade foi para isso que ele nasceu.
A
vida do cristão, em conformidade com o que Jesus ensinou, envolve
principalmente o relacionamento entre os homens. Quando o Mestre resumiu o
primeiro mandamento em “amarás o teu próximo como a ti mesmo”, queria enfatizar
que os relacionamentos entre as pessoas é importante. Sendo assim, os
professores devem também enfatizar isso de forma clara. Imediatamente afeto ao
assunto do relacionamento está à resolução dos problemas da vida, pois em sua
maioria eles estão ligados a problemas de convivência. Os ouvintes de Jesus
tinham problemas íntimos, e o Mestre nunca esqueceu disso, buscando sempre
resolvê-los para que os seguidores fossem felizes e unidos. Aprender a resolver
os próprios problemas, é mais uma das responsabilidades que o professor precisa
fazer com que seus alunos aprenda. Torna-se necessário às vezes se desviar da
lição do dia a fim de tratar da necessidade de um aluno.
Concomitantemente,
o professor deve levar seus alunos a formar um caráter maduro, e para isso é
preciso não apenas ajudá-los a resolver seus problemas, mas levá-los a romperem
com vícios e fraquezas, pois assim estará sendo forjado um caráter
verdadeiramente forte. Quando uma pessoa toma alguma decisão e a toma
corretamente porque envolveu um sentido de juízo de valor ou mesmo de valor
moral, é devido ao fato de que em algum momento seu julgamento foi feito com
base em princípios morais lhe ensinados. Isso demonstra quão importante é esse
ensinamento. Assim, para seguirmos o exemplo de Cristo neste caso, é preciso reconhecer
que importa mais obter uma resposta genuína e sincera do que uma adesão
imediata e impensada.
O
objetivo final de Jesus foi preparar seus seguidores para realizarem o serviço
que se seguiria logo após sua assunção, levando a mensagem do seu amor e
sacrifício por todo o mundo. Se puder observar, perceberá que todos os itens
anteriores relacionados com o objetivo do ensino de Jesus, culminaram neste,
pois com a mudança de caráter o indivíduo será capaz de permitir que Deus o use
como um instrumento, permitindo-lhe o controle das situações.
Finalmente,
pudemos observar com as características dos discípulos, que ninguém é perfeito,
entretanto, todos nós somos dependentes de Deus. E, enquanto professores e
líderes, devemos trazer a responsabilidade de ensinar isso para nossos
discípulos, assim como Cristo fez. Levando em consideração que também somos
falhos, nunca iremos julgar e condenar ninguém. Em relação ao objetivo do
ensino de Jesus, foi observado que precisamos, ao assumirmos o dever de ensinar
as verdades e responsabilidades de uma vida cristã correta, devemos ter um
plano estabelecido com cuidado. Elaborar um projeto com objetivo específico, a
curto e á longo prazo, e principalmente, buscar atingi-los, acreditando que ao
final, os resultados serão percebidos. Portanto para que isso ocorra é preciso
avaliar as atitudes e as formas de ensino de maneira constante, seguindo o
exemplo de Jesus, como quando perguntou o que as pessoas diziam dele, assim
poderá perceber como anda o trabalho. Não a respeito de si mesmo, mas em
relação às mudanças percebidas nos alunos.
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