Estudos da Torá
Parashá nº 1 – Bereshit (No Princípio)
Bereshit/Gênesis 1.1-6.8
Haftará (separação) Is 42.5-43.10 e B’rit Hadashah (nova aliança) Mt 1:1-23 e Jo 1:1-2
1 - INTRODUÇÃO
Na semana que passou reiniciamos o ciclo de estudos da Torá, juntamente com nossos irmãos judeus, judeus messiânicos, judeus nazarenos e crentes em Yeshua que guardam os mandamentos em todo o mundo.
Este é o livro dos começos. Podemos aprender muita coisa ao estudarmos a Torá com singeleza de coração, amor e dedicação, pois é a revelação da vontade do Eterno ao ser humano. E como vocês já sabem, Torá é o nome dos cinco primeiros livros da Bíblia, também chamado de pentateuco, quando foi traduzido para o grego.
Bereshit é o nome hebraico do primeiro livro da Torá, que significa “no princípio”, e Gênesis nas Bíblias traduzidas para português, significando “origem”. Bereshit também é o nome dessa primeira porção ou parashá, assim como é a primeira palavra que aparece no texto em hebraico. Estes significados, segundo a introdução da Torá da Editora Sefer, são bem adequados a um livro que trata da criação do mundo, das origens do gênero humano e da iniciação história do povo hebreu.
Podemos dividir o livro em três partes: a primeira trata do princípio do mundo e da humanidade, nos capítulos 1 a 11; a segunda parte trata da vida dos patriarcas, nos capítulos 12 a 36; e a terceira e última parte desse livro, trata da história de Yossef/José, do capítulo 37 até o último capítulo do livro.
Sempre tentou-se desmembrar esse livro, no sentido de diminuir sua importância, porém de acordo com o texto na introdução da Torá da Editora Sefer, o professor Humberto Casuto, da Universidade de Jerusalém, demonstrou claramente em seu livro La Questione Della Genesi, com documentos e amplas explicações, a unidade do Genesis/Bereshit, e demonstrando que a tradição judaica que atribui a autoria do livro a Moshé/Moisés, permanece inalterável.
Veremos que as primeiras palavras deste livro, tratando da criação de todas as coisas, são repletas de solene majestade. Isenta de adornos e fantasias inúteis nos impressiona por sua clareza. Suas palavras nos mostram que apenas o Eterno existia naquele tempo, com a sua onipotência e a sua vontade de criar o mundo, e este elevado conceito da realidade está expresso de forma simples e sem nenhum esclarecimento sobre tal feito maravilhoso, que é a criação, ou seja, a Torá não se preocupa em dar detalhes do ato criativo de HaShem.
Como infelizmente não temos como estudar a fundo toda a parashá e esgotar o estudo da Torá, e Bendito seja o Eterno por isso, ano que vem se o Eterno permitir recomeçaremos novamente. Neste estudo falaremos um pouco sobre a criação do homem e veremos o que a Torá quer nos instruir com esse relato que é também profético.
Ainda como introdução, devemos compreender que a história Bíblica da Criação do Mundo é causa de um dos debates mais acirrados entre os que acreditam na Bíblia e aqueles que seguem as teorias científicas. E verdadeiramente há discrepâncias entre o que a ciência diz e o que a Bíblia diz a esse respeito. No entanto, precisamos ter em mente que o texto da Torá, no livro de בְּרֵאשִׁית Bereshit/Gênesis não foi escrito com a intenção de trazer uma explicação científica para o ato da Criação do Mundo pelo Eterno, conforme vimos no parágrafo anterior.
Na época de Moshé/Moisés, haviam alguns relatos míticos da criação do mundo contado por outros povos de culturas pagãs, como:
- A Enuma Elish – Conto mítico Babilônico da Criação;
- O Épico do Gilgamesh – Conto mítico Mesopotâmico; e
- A crença Egípcia no deus Amon-ra como criador.
Dessa forma, podemos entender também, que o relato bíblico da criação pode ter sido escrito para refutar esses relatos míticos, apesar de que, muito do que foi escrito era passado de pai para filho pela Torá oral. Assim, ler Gênesis com o propósito de encontrar explicações que se adaptem às teorias científicas da atualidade não é adequado, pois o texto não tinha esse propósito quando foi escrito.
Esses contos míticos, apesar de serem muito diferentes, trazem elementos que se aproximam do relato da Criação contida em Bereshit. É como se todos tivessem sido tirados de uma mesma fonte, porém com inserções posteriores de componentes próprios de cada religião. Por exemplo, a Enuma Elish (conto mítico babilônico) fala da existência de um oceano (face das águas) e caos primitivos, que seriam na verdade corpos dos vários deuses mesopotâmicos. E da batalha entre esses deuses os demais elementos e o ser humano teriam sido criados. Já os egípcios acreditavam que o deus Amon-ra era o ordenador do caos e das trevas primitivas (havia trevas sobre a face do abismo). Por isso, no seu templo em Karnak, a imagem de Amon-ra ficava em um santuário totalmente escuro (onde somente o Faraó e o Sumo Sacerdote podiam entrar, e com o auxílio da luz de uma tocha).
No entanto, mais do que ficarmos examinando as teorias científicas e/ou os contos míticos para a Criação, neste estudo da Parashá Bereshit, devemos nos focar nas palavras do texto, principalmente no seu contexto original hebraico e aramaico, a fim de extraírmos mais de cada uma das palavras do Eterno. Você terá também a oportunidade de ter contato com o hebraico bíblico.
Que possamos a partir de hoje, nos programar para estudar as Escrituras, durante os dias da semana, através de leitura sistemática, meditação e principalmente oração.
2 – ESTUDO DAS PALAVRAS
A Escritura inicia seu texto com uma frase interessante: “No princípio criou Deus os céus e a terra.”.
Em hebraico a frase é (leitura da direita para a esquerda):
בְּרֵאשִׁית בָּרָא אֱלֹהִים אֵת הַשָּׁמַיִם וְאֵת הָאָרֶץ
Bereshit bará Elohim et hashamayim veêt haarets
A palavra Bereshit, que dá nome ao livro e à parashá, conforme mencionamos na introdução, aparece somente em mais outro lugar em toda a Escritura, que é no evangelho segundo escreveu Yochanan/João.
Outro fato interessante é que o primeiro verso da Torá em hebraico possui sete palavras, e se somarmos as letras dessas palavras dá o total de 28 letras que é igual 7+7+7+7=28. Reparem em mais algumas curiosidades sobre o número sete no primeiro verso de Bereshit. A frase é formada por um sujeito, um predicado e dois objetos. O sujeito e o predicado da frase somam 14 letras, ou seja 2x7, veja:
בְּרֵאשִׁית בָּרָא אֱלֹהִים “bereshit bará Elohim” ou “no princípio criou Elohim”
O 1º objeto אֵת הַשָּׁמַיִם "et hashamayim” ou “os céus”, tem sete letras. O segundo objeto וְאֵת הָאָרֶץ “veet haarets” ou “e a terra”, também tem sete letras.
Cada letra no alfabeto hebraico tem um valor numérico, sendo assim, veja:
Perceba que nada disso é coincidência, são mistérios ocultos nos textos da Torá, esperando para serem revelados a quem buscar, através do estudo das Escrituras. Vejamos mais algumas informações:
De Bereshit capítulo 1 ao capítulo 2:4, que é o texto que retrata a criação, a palavra D’us ou Elohim aparece 35 vezes, que é 5x7.
E também:
Mas o que tem o número 7, e qual a relação com o texto?
O número sete é o número que significa perfeição. E com tudo que vimos até agora percebemos que o primeiro verso já nos revela um senso de organização e perfeição da parte do criador, e isso nos mostra que os atos do Eterno foram planejados, organizados e realizados de forma lógica e precisa, com o fim de atingir um objetivo: uma criação que glorificasse o Nome do D’us Eterno!
Na tradição judaica há midrashim que contam como por parábolas como o Eterno teria escolhido as letras para iniciar a Torá, com o sentido de nos mostrar que HaShem planejou tudo com muito cuidado, pois cada coisa na Torá tem um sentido profético.
Vejamos ainda mais uma coisa curiosa para aprendermos nesse primeiro verso, ou mais um apontamento profético. A Torá inicia com a letra “Beit” ב. Entrando um pouco nos méritos da kabalá, esta letra tem uma abertura para a esquerda, diferentemente das outras letras do alfabeto hebraico. E o que isso pode significar? Segundo os rabinos, isso significa que o processo de revelação tem início a partir de agora, ou seja, quando a Escritura começou a ser revelada e escrita, e ao homem é dado conhecer somente aquilo que lhe é revelado a partir da palavra “Bereshit”, seja escrita ou via oral. A língua hebraica é escrita da direita para a esquerda, significando então que ao homem foi dado conhecer o que o Criador lhe revelou a partir de agora! O que ficou para trás, como quando o Eterno criou os anjos? Ou o que aconteceu antes de se ouvir o haja luz? Essas coisas não estão reveladas e, portanto, ao homem é vedado o direito de “especular” o que aconteceu antes da criação.
A palavra Bereshit é uma palavra formada por prefixo e radical, por isso, alguns rabinos argumentam também, que a letra “Beit”, como preposição do radical “reshit” funciona como um construto indicando o tempo em que a ação foi realizada. Então seria traduzido por “para”. A palavra “reshit” significa “primeiro, princípio, melhor”. Em sua raiz temos vários outros significados como “ro’sh”, que significa “cabeça, pico, cume, parte superior”, também “ri’shâ” que significa “princípio, tempo remoto”. Outra interpretação para todos esses dados na palavra “Bereshit”, é que se traduziria para “na cabeça”, uma vez que o “beit” é uma preposição e um dos significados de “reshit” é cabeça, e essa interpretação somada ao que está escrito em Jo 1.1 e 2 amplia muito o entendimento, porque se na cabeça criou D’us os céus e a terra, o verbo ou palavra de D’us criou na ação, e sem ele (o verbo ou palavra) nada do que foi feito se fez. Mas compreenda que esse verbo não é Yeshua, como a teologia dogmática da religião ensina. O verbo é o poder criador de HaShem, por meio de sua vontade e palavra, esse verbo esteve com os profetas antes de Yeshua. Basta conferirmos o que Moshé/Moisés disse em Devarim/Deut 18:18
“Levantarei do meio dos seus irmãos um profeta como você; porei minhas palavras na sua boca, e ele lhes dirá tudo o que eu lhe ordenar” Deuteronômio 18:18
Bem, ninguém diz que algum dos profetas esteve com o Eterno no momento da criação, e se a situação é a mesma, e Moisés esteve falando do messias, então Yeshua não pode ser o verbo, mas o verbo veio sobre ele. Assim, o verbo ou palavra, o poder do Eterno, a luz criada no primeiro dia, apontam para Yeshua, mas não era ele.
Voltando para a parashá, vejamos alguns comentários que podem ser encontrados no rodapé da Torá da Editora Sefer a respeito desse primeiro versículo de Gênesis:
“No princípio - Os primeiros capítulos do Gênesis narram os primórdios da Criação. Por serem muito profundos, é difícil compreender todo seu conteúdo sem um conhecimento prévio dos ensinamentos da Torá, conforme foram revelados no Talmud e na Cabalá.
No princípio – Bereshit (por causa de Reshit): O Talmud proclama que o Universo não teria sido criado se não fosse pelo mundo espiritual, pela palavra Divina, pela Torá, chamada Reshit, princípio de tudo (Pessachim 68).
Criou D’us – Elohim (D’us) tem, em hebraico, a forma plural, para indicar que D’us compreende e unifica todas as forças infinitas e eternas. E para que não se pense que são muitos deuses, o verbo Bará (criou) foi empregado no singular, imediatamente depois de Elohim. O exegeta Abraham Ibn Ezra (1089-c.1164) argumenta que esta palavra não é nada além de um plural majestático concebido pelo homem devido às múltiplas e ilimitadas manifestações de D’us.
Os céus e a terra – No primeiro versículo do Gênesis, vemos a intenção evidente de dar ao homem a consciência de que tudo se deve à Criação Divina. Os mitos antigos atribuem a existência do mundo ao resultado das lutas dos múltiplos deuses, ou como nascido da casualidade e do capricho. Porém, a Torá quer nos mostrar o Universo como expressão da vontade Divina; a Criação como princípio de tudo, e não a Criação em si, mas a Providência – isto é, D’us – como Criador, Legislador e Condutor do Universo.”
Ao estudar essa porção da Torá, nos deparamos com o início de tudo o que foi criado no âmbito material e toda a organização que o Eterno estabeleceu. O Eterno cria todas as coisas do nada, por isso o texto usa a palavra “bará”, e a cada dia da criação, o criador fez pela sua palavra, que as coisas fossem criadas, tudo o que existe, desde a escuridão e a luz, o dia e a noite, os animais, a terra e o mar, e etc, até que no sexto dia o Eterno Elohim cria ser humano. E o mais interessante e profético, é que Ele cria, no sexto dia, o ser humano e logo depois descansa, ou seja, cria o shabat, o sétimo dia. D’us cessa o trabalho no sétimo dia, e o santifica, separa, como um dia de descanso, repouso.
Vamos refletir um pouco sobre a criação do homem. Vejamos o texto bíblico.
“E disse Elohim: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Elohim o homem à sua imagem; à imagem de Elohim o criou; homem e mulher os criou.”Gn 1:26-27
Naquele sexto dia, conforme o relato de Gn 1.26-27, HaShem formou o corpo humano do pó da terra, e sopra em suas narinas o ruach (espírito, sopro) fazendo que ele se torne um ser vivo, ou alma vivente.
De acordo com o site Yeshuachai.org, a primeira palavra pronunciada por D’us, “haja luz”(vaihi ohr) em Gn 1:3, foi proferida na intenção de todos os que desejam contemplar Sua Glória, como podemos ler no profeta Isaías:
“Levanta-te, e ilumine, porque vem a tua luz” Is 60:1
A criação da luz por si, já é um apontamento profético e culmina em Apocalipse, ou seja no final de todas as coisas. O Eterno deu uma ordem, “haja luz”, e a partir de Yeshua está havendo luz no mundo. E essa ordem será cumprida plenamente no shabat milenial, início do Olam Habáh, conforme lemos em Ap 21:24 e 22:5
“As nações andarão em sua luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória.” Ap 21:24
“Não haverá mais noite. Eles não precisarão de luz de candeia nem da luz do sol, pois o Senhor D’us os iluminará; e eles reinarão para todo o sempre.” Ap 22:5
Dessa forma, podemos ver que quando Adam/Adão abriu os olhos pela primeira vez, e sua consciência humana nasceu, ele compreendeu imediatamente, que o Eterno criou todas as coisas, incluindo eles próprios. De acordo com um Midrash (comentário ou ensino dos rabinos), as primeiras palavras deste Adão (ser humano) consciente foram: “Adonai melech olam Vaed” - Adonai é o Rei por toda a eternidade. E Hashem disse: “Agora todos saberão que Eu Sou Rei”, e se contentou muito, e esse teria sido o momento “Tov Me’od” (muito bom) da criação, quando D’us viu tudo o que tinha feito “e viu que era muito bom” (Gn 1:31). Por isso, o nome para o ser humano, ou seja, Adam, אָדָם, está relacionado com a palavra “muito” – me’od” מְאד. Perceba que duas letras se repetem, o Alef e o Dálet. Isso aponta para importância do homem na criação.
Essa importância se dá pelo fato do ser humano ser aquele que ao cumprir a vontade do Eterno, leva a restauração das coisas a cabo. Por isso, vemos Yeshua dar orientação de como os filhos do reino deve se comportar no mundo, em Mt 5:16 falando sobre ser luz, uma luz que brilha diante dos homens, para que eles possam glorificar a D’us.
Sobre esse assunto da importância do homem na criação, o site judeu.org diz que, Gn 1 começa com uma premissa anterior de que os seres humanos são os seres mais importantes no mundo, e trabalham dali pra trás desde a criação o que precisaria existir antes deles, para que pudessem prosperar, no sentido de conseguirem viver no mundo. Observe que o objetivo disso é óbvio, ou seja, demonstrar que o homem, que fora criado à imagem e semelhança do Eterno, é um elemento muito importante da Criação. No entanto, o Eterno está no comando de tudo, suprindo o homem no que for necessário. Bastando apenas que este homem o obedeça e tenha fé/confiança para andar em seus caminhos.
A Criação do Homem e o Shabat
Como vimos até aqui, Adonai cria o homem, e dá tudo o que ele precisa pra existir, inclusive sua própria vida, conforme pode ser confirmado pelo profeta Isaías:
“Assim diz Elohim, o YHVH, que criou os céus e os desenrolou, e estendeu a terra e o que dela procede; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela...”
Depois de criar todas as coisas e também o homem, como mencionamos acima, o Eterno Elohim, cria uma última coisa, o Shabat, o descanso. Quando lemos o texto parece algo estranho vermos um D’us criador descansando ao final de sua obra criadora.
Perceba que esse ato de Elohim descansar foi também a primeira coisa que o homem fez depois de ser criado. Observe o texto bíblico:
“E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o sexto dia.” Gênesis 1:31
“Assim foram concluídos os céus e a terra, e tudo o que neles há. No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação.” Gênesis 2:1-3
Note que em Gn 1:31, assim como nos textos anteriores, referentes aos dias da criação, a Torá nos diz sobre “a tarde e a manhã”, um dia. No sexto dia, após fazer o homem, novamente aparece o texto “a tarde e a manhã”, e finaliza o texto, mostrando-nos que também acabou o sexto dia. Isso porque no calendário bíblico um dia começa com o final da tarde, ao pôr do sol. Assim, ao final do sexto dia, inicia o sétimo (hasheviy), o dia do descanso (shabat).
E o ser humano que havia acabado de ser criado inicia o dia de descanso com o seu criador. Isso nos mostra algo especial e profético, pois o shabat além de ser dia de descanso, é também dia de comunhão com o Eterno e com sua família. Por isso, esse momento nos aponta para o desejo de Elohim em ter comunhão com o homem. Aquele fora o primeiro momento de comunhão de D’us com o ser humano, nos indicando que novamente esse tempo de comunhão íntima será restaurado no Olam habáh (mundo vindouro), através da volta do messias Yeshua, ao findar o sexto milênio.
Então, o fato de o Eterno ter descansado, além de ter servido para dar o exemplo ao homem, ele também o fez para anunciar um apontamento profético para a o futuro.
O shabat é um dia especial para o Eterno, conforme demonstramos acima. O texto nos diz que Adonai abençoou o dia sétimo, e o santificou (separou). Na criação este é o único dia que recebe um nome, “há sheviy” (o sétimo), denominado de “shabat”. A palavra santificar vem do hebraico “kadosh” que significa “ser consagrado, ser santo, ser separado”. E como já disse, o fato de o Eterno criador descansar no sétimo dia, nos mostra que Adonai estava dando exemplo ao homem daquilo que ele deveria fazer. Com isso, podemos facilmente entender a atitude do homem, guardar o shabat, juntamente com o Eterno, seu criador. E segundo o site Shemaysrael.com, Elohim diz ao homem que a importância maior na vida seria a comunhão entre a criatura e o Criador. Nada substituiria este momento entre os dois e justamente por isso Adonai estabelece que o shabat será separado, santificado, consagrado para o homem e para Ele. E de forma profética, apontando para o futuro, quando a nossa comunhão com o Eterno será plena, e com a presença de Yeshua que o representará. Hoje temos vários elementos no shabat que representam Yeshua, no futuro ele estará conosco, nós estaremos com ele e com o Eterno, e Jo 17 se cumprirá.
Ainda se tratando da criação do homem, podemos perceber que o ser humano é a forma visível daquilo que até então era invisível. De acordo com o entendimento das Escrituras Sagradas o homem físico é feito à imagem e semelhança do Eterno. Os sábios de Israel afirmam que essa imagem e semelhança também vem dos seres espirituais (anjos), bem como dos elementos do mundo material. E esse homem perfeito e recém criado é um apontamento para o messias, que seria perfeito porque obedeceria totalmente a Torá de HaShem. Este homem criado e colocado no Édem, tem um corpo físico. Ele é espiritual e carnal, ao contrário dos seres celestiais que não tem corpo físico.
Por isso devemos concluir, que o ser humano teria que refletir a forma de ser do Eterno no mundo físico, da mesma forma que os anjos refletem no mundo espiritual.
Com isso, entendemos que o homem foi criado para ser a coroa da criação, porque o messias seria aquele que governaria no reino do Eterno, que será no sétimo milênio, assim como o homem foi criado para celebrar ao Eterno no shabat.
Veja Romanos 5:14b: “Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir”
Até o próximo estudo!
Bibliografia:
- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- Biblia Judaica Completa de David H. Stern
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771004/jewish/Resumo-da-Torá
- https://www.acruzhebraica.com.br/blog/a-criacao-do-mundo-parasha-bereshit/
- http://shemaysrael.com/parasha-bereshit/
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/quadros.asp
- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/
- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/
- https://judeu.org/bereshit/
- https://www.acruzhebraica.com.br/blog/a-criacao-do-mundo-parasha-bereshit/
- http://shemaysrael.com/parasha-bereshit/
- http://www.yeshuachai.org/forums/topic/parasha-bereshit-genesis-11-68/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/01_bereshit.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário