Estudos da Torá
Parashá nº 16 – Beshalách (Quando ele enviou)
Shemôt/Êxodo Ex. 13:17 – 17:16
Haftará (Separação) Jz 4:4-5:31 e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mt 26:1-75
1 - INTRODUÇÃO
Iniciemos nosso estudo deste shabat com o resumo da parashá.
O povo judeu é libertado do Egito e D’us os conduz pelo deserto, não pelo caminho mais curto que cruza a terra dos filisteus, mas pelo mais longo para que não tivessem que lutar contra inimigos imediatamente, e desta forma desejarem retornar ao Egito, arrependidos e amedrontados de terem que enfrentar a imprevisível jornada. D’us os protegia través de nuvens durante o dia andavam à sua frente e uma coluna de fogo para iluminar o caminho à noite. O faraó arrepende-se de ter enviado o povo judeu em liberdade e segue à frente de seu exército a fim de persegui-los e aniquilá-los. O povo reclama a Moshê porque ele os tirou do Egito? Para perecerem agora no deserto?
Moshê fala que nada devem temer. D’us comanda a Moshê que levante a vara e fenda o mar. Ocorre um grande milagre e as águas do Yam Suf abrem caminho seco no meio do mar, formando paredes imensas em ambos lados, totalizando doze caminhos por onde passam as doze tribos. E as águas se fecharam castigando e trazendo a morte sobre os egípcios. O povo judeu faz a travessia do Mare de Juncos (Mar Vermelho) cantando canções para D’us, enaltecendo Sua grandeza. O Shabat da porção da Torá de Beshalach é conhecido também como Shabat Shirá. E Miriam apanha um pandeiro e as mulheres saem atrás dela dançando.
Após a travessia o povo judeu não encontra água por três dias, apenas águas amargas em Mará. D’us realiza novamente um milagre transformando as águas amargas em potável.
O povo continua reclamando, desta vez é por fome, D’us então envia alimento dos céus, o maná, na exata porção para cada um, sem sobras e sem poder ser guardado ou armazenado, pois apodrecia. Apenas Erev Shabat o man (maná) caia em porções duplas e estes deveriam ser guardados para o dia seguinte, pois era Shabat. Moshê reserva um man em um frasco a mando de D’us para ser descoberto por gerações futuras como testemunho da grandeza do Criador. E após recomeçarem nova jornada, há falta de água, mas Moshê bate na rocha e todos podem beber da fonte que jorra dela. A parashá termina com a luta entre Amalêc e Yehoshua com a vitória de Yehoshua e a promessa de D’us de que a memória de Amalêc será extinta.
2 – ESTUDO DAS PALAVRAS
Estamos estudando desde as parashiot passadas a respeito da redenção dos filhos de Israel do cativeiro egípcio, por mão forte de Adonai. E vimos como tudo isso é profético em relação à redenção final e a volta do Mashiach. Vimos também que nas três últimas pragas o Eterno mostrou a Moshe o caráter de Faraó e sua dureza de coração, mas infelizmente ele continuou endurecido, mesmo depois de ter perdido seu primogênito. O Midrash do livro de Shemot (Êxodo), diz que nem todos os primogênitos morreram imediatamente, alguns deles ficaram sofrendo durante toda a madrugada, somente vindo a morrer pela manhã. E isso foi com certeza o que fez com que todo o povo do Egito, inclusive o próprio Faráo a mandar os hebreus partirem, no entanto, como aquele monarca tinha o coração distante de D’us e muito endurecido se arrepende do que fez, e vai atrás do povo no caminho do deserto. É sobre isso que estudaremos nessa porção.
Antes de iniciar, talvez você se pergunte o que você tem a ver com a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. Talvez também, você se questione sobre o que influencia em sua vida todas as pragas que D’us usou para atingir o Egito e o Faraó durante essa libertação. E a resposta somente pode ser uma: Você só está aqui atualmente porque tudo isso aconteceu, a fé no D’us de Abraham, Ysaac e Yacov ganhou uma forma e uma estrutura, e foi nesses acontecimentos que HaShem mudou a forma de se relacionar com o ser humano. Foi aí estabelecida a principal festa bíblica – a festa de pessach - por causa dessa ocasião. E essa festa não é apenas importante para os judeus, mas também para todos os povos, pois ela fala de redenção, ela é um anúncio profético do que o Messias faria por todo o povo que crer no Eterno. Durante esses eventos o Eterno estabelece o primeiro mandamento, você sabe qual? A mudança de calendário em Ex 12.2. E a festa de pessach nesse período apontando para nós a importância dela, veja Mt 26.
Vimos então, que tudo o que ocorreu foi profético, para apontar para tempos vindouros, tanto para eles, quanto para nós.
Agora, mais uma pergunta para refletirmos, por que o Eterno mandou o povo de Israel mudar o calendário? Nosso calendário é solar. O sol nasce e se põe, todos os dias, durante todo o ciclo de rotação do planeta ao redor do sol. Nada muda. E por isso, a maioria das pessoas dos povos que se utilizam desse calendário são pré-deterministas, pois acreditam que tudo já está determinado previamente, não há mudanças, ou seja, nada acontece diferente. Porém, HaShem muda o calendário do povo que ele escolheu, e este deveria seguir a lua, com todas as suas mudanças, pois o Eterno é um D’us que faz coisas novas sempre (Is 43:19; 48:6), e por isso, aqueles que o segue sempre poderá mudar seu destino, sua situação. E não somente o seu destino, mas o das pessoas ao seu redor, isso porque a sua emunah (fé/firmeza/confiança/obediência) é uma fé dinâmica, de novidades e de boas obras. Porque enquanto você está caminhando com o Eterno, e sua vida é transformada, você tem a oportunidade de também transformar a vida daqueles que estão ao seu redor, levando assim, restauração a este mundo.
Essa parashá vem nos instruir a mudar nosso calendário, nossa natureza, nossa mente, conforme Rav. Shaul (apóstolo Paulo) nos recomenda em Rm 12.2.
“E foi ao enviar o Faraó ao povo, não o guiou Eterno pelo caminho da terra dos filisteus que era próximo, porque disse o Eterno: “Que não se arrependa o povo ao ver guerra e volte ao Egito.”” Ex 13:17
Repare no nome da porção, “Beshalach”, a segunda palavra no texto hebraico dessa porção, e significa “quando enviou ou e enviou”, porque quando Faraó enviou o povo para fora do Egito, o Eterno não os leva pelo caminho mais curto, e já falaremos sobre isso, mas primeiro note algo interessante sobre esse primeiro verso.
Segundo o site emunah a fé dos santos, Faraó deixou ir o povo com a condição de que não mais voltasse, conforme lemos em Ex 9:28; 11:1 e 14:5. A Torá deixa bem claro para nós que, o Eterno não faz nada ilegal, nada injusto, por esse motivo era muito importante que a saída fosse feita com o consentimento do Faraó, pois se não fosse assim, teria sido um furto, um ato ilegal. HaShem não quebraria a sua própria Torá, pois a Torá é a expressão do seu caráter.
Pelo caminho curto os filhos de Israel chegariam em Eretz Canaã (terra de Canaã) em apenas 11 dias. Entretanto, eles teriam contato logo de cara com um povo que gostava de guerra, os filisteus. Com certeza eles desistiriam e quereriam voltar para o Egito ao ver as atrocidades que os filisteus faziam. O comentário da Torá diz, que “como D’us viu que não estavam preparados para constituir um povo bem disciplinado, com suas leis e estatutos, guiou-os pelo caminho oposto, para treiná-los, prepará-los espiritualmente, ou seja, discipliná-los para lhes entregar a Torá, antes de ocuparem a terra prometida.”
O mencionado site afirma que poderia haver várias razões pelas quais o Eterno não queria que eles entrassem no território dos Filisteus, vejamos algumas:
- Se os Filisteus atacassem, os mais fracos dos filhos de Israel desejariam voltar ao Egito.
- Devido ao pacto de paz que houve entre Avraham e Abimeleque os filhos de Israel não poderiam atacar os Filisteus, como vimos em Gn 21. Baseado no texto de 1 Crônicas 7:20-21, um Midrash diz que uma grande parte da tribo de Efraim saiu do Egito antes do tempo e foi atacada pelos Filisteus. Os seus ossos estavam nesse caminho e constituíam uma visão horrenda para os filhos de Israel, de forma que poderiam perder o ânimo e voltar ao Egito. As palavras dizem “vendo a guerra” podem ser interpretadas dessa forma, vendo os restos dos seus irmãos ou vendo o que os filisteus fizeram a eles.
Veja que a Torá está nos ensinando que o Eterno levou o povo por um caminho mais longo por um objetivo, o de prepará-los para enfrentarem perigos maiores. Isso também ocorre conosco, pois Adonai nos leva por caminhos que não conhecemos e até mais distantes, mas ele tem um propósito, que é nos preparar para desafios maiores.
“E fez rodear D’us o povo pelo caminho do deserto, ao Yam Suf (Mar Vermelho). E armados subiram os filhos de Israel da terra do Egito.” Ex 13:18
O nome hebraico do que todos conhecem como Mar Vermelho é “Yam Suf” que significa “Mar de Juncos”. É bem provável que a razão pela qual é chamado de Mar Vermelho seja devido a um erro de tradução. Segundo o site Emunah a fé dos santos, nas primeiras traduções em inglês traduziram como “reed sea”, mar de juncos. No entanto, há indicações que os que traduziram para outras versões, terão usado o inglês como base, e confundiram a palavra reed (junco) com red (vermelho). O “Mar Vermelho” como qualquer mar, não é vermelho, e o Mar de Juncos, seu nome real, é o nome de todos os mares dos golfos, Suez e Ácaba. (Veja na Imagem)
Um comentário de rodapé da Torá da editora Sefer diz que “Yam Suf” trata-se provavelmente do Mar Vermelho. Alguns comentaristas o localizam na região norte do Golfo de Suez, que separa o Egito da península do Sinai; outros bem ao sul; outros como sendo um largo afluente do delta do Nilo e outros ainda como sendo um extenso lago entre o golfo e o Mar Mediterrâneo.
Um artigo sobre o Mar Vermelho na Bíblia de Estudo Arqueológica, da editora Vida, diz que a identidade do Mar Vermelho é objeto de debate. Diz ainda que, a Septuaginta (primeira tradução grega do AT), entretanto, traduz Suf por “vermelho”. Assim, não fica claro se a referência é ao Mar Vermelho ou ao Mar de Juncos.
Além disso, ainda de acordo com o referido artigo, não há evidência de que o povo chamasse qualquer corpo de água da região de Suez de “Mar de Juncos”. O único uso específico de Yam Suf no AT é encontrado em 1Rs 9:26, em que o texto se refere ao golfo de Ácaba, na parte oriental do Sinai. Alguns historiadores argumentam que os israelitas consideravam esse corpo de água em conjunto (o golfo de Ácaba; o moderno mar Vermelho; o golfo de Suez; as nascentes que se estendiam na direção norte do Suez, incluindo os lagos amargos e o lago Timsa) o Yam Suf. Se for assim, um lago entre Suez e o Mediterrâneo poderia ter sido considerado parte do Yam Suf maior. Contudo, essa teoria parece carecer de base, pois não há evidências de que os israelitas consideravam esses diversos corpos de água em conjunto e que o nomeavam Yam Suf.
O verso 18 ainda afirma que o filhos de Israel subiram da terra do Egito armados. De acordo com o comentário de rodapé da Torá da editora Sefer diz que devido à semelhança entre a palavra “chamushim” que significa armados e a palavra “chomesh” que significa um quinto, o midrash ensina que apenas uma quinta parte da população judaica do Egito identificou-se com a causa da liberdade, propalada por Moshê, e de tornar-se o povo de D’us, sendo apenas estes redimidos milagrosamente do Egito. Os demais perderam suas vidas durante os três dias da praga da escuridão.
Esse midrash nos confirma que a Torá é clara ao nos dizer que os que saíram do Egito foram os redimidos e além de riquezas, levaram também armas.
“E Moisés levou consigo os ossos de José, porquanto havia este solenemente ajuramentado os filhos de Israel, dizendo: Certamente Elohim vos visitará; fazei, pois, subir daqui os meus ossos convosco.” Ex 13:19
Moshê, de acordo com os antigos, teria que se esforçar pra honrar o juramento que os seus antepassados tinham feito a Yosef. Os filhos de Israel (irmãos de Yosef) que fizeram o juramento, estavam todos mortos e por isso não poderiam levar consigo os ossos, como diz convosco.
E deste verso podemos aferir que os ossos dos doze irmãos foram levados do Egito também, não apenas os de Yosef, a fim de que eles pudessem cumprir o prometido. Nesse caso, cada tribo teria um caixão consigo durante os quarenta anos no deserto. Por outro lado, podemos entender que a expressão “os filhos de Israel” não se refere somente aos doze irmãos, mas sim a toda a descendência. Nesse caso seria possível que não teria sido levados os ossos dos doze, mas só os de Yosef. Ambas as possibilidades são válidas.
Ao reparar nos versos 20 a 22 do capítulo 13 de Shemot (Êxodo), vemos que Adonai estava com o povo dia e noite e dava sinais disso através das colunas de fogo e nuvem.
No verso 21 a seguir:
“E o Eterno ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite.”
Segundo o autor do estudo dessa parashá no site Emunah a fé dos santos, neste versículo aparece o verbo “guiar” de forma causativa, para mostrar que o Eterno seguia diante deles através de um emissário (mensageiro/anjo) que o representava (Esta midrash provém de Rashi), conforme podemos ler também em Ex 14:19:
“E o anjo de Elohim, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles.”
Assim, podemos entender que o representante do Eterno era um “malach”, um emissário, que se manifestava em forma de coluna de nuvem de dia e coluna de fogo à noite. E esse emissário ou mensageiro era um apontamento profético para o messias, assim como o próprio Moshê também o era. Essa nuvem também ficava em cima do acampamento para dar sombra de dia e calor à noite, conforme podemos ler em Ex 40:38; Nm 14:14; Dt 1:33. E podemos compreender que isso é profético, uma vez que vemos menção disso pelos profetas nos textos de Ez 1:4 e Is 4:5-6.
Até aqui, podemos parar e refletir em algumas coisas importantes nos versos finais da parashá passada e também dessa parashá, ou seja os capítulos 13 e 14. Aprendemos certas lições como por exemplo:
- Que o Eterno reclamou todo filho primogênito em Israel como sendo seu. Um direito que deve ter aplicação ainda hoje, e não somente aos israelitas, e vemos isso na cerimonia de “Pidyom Haben” (resgate do filho);
- Que o Eterno ensinou a Israel o princípio da substituição. O filho primogênito havia de ser remido. E esse assunto será tratado em Nm 18:13-18, e o valor do resgate é marcado em cinco ciclos de prata;
- Que os pais devem ensinar a seus filhos, que o Eterno tem direitos sobre a pessoa e a vida de cada um, e explicar a grande salvação de HaShem, através do que fez no Egito, pois é um apontamento profético;
- Que o caminho mais curto pode não ser mais proveitoso;
- Que um povo sem amor ao Eterno e obras de obediência pode murmurar daquele que está lhe dando a salvação;
- Que, às vezes, convém estar “quietos” e ver o livramento do Senhor Ex 14:13, e em outras vezes devemos “marchar” Ex 14:15;
- Que a nuvem de D’us, que representa a presença dele e de sua palavra, pode ser escuridão para alguns e luz para outros; e
- Que o Eterno é capaz de destruir os inimigos do seu povo.
Esses exemplos foram tirados do comentário dos capítulos 13 e 14 da Bíblia Explicada da CPAD.
“Fala aos filhos de Israel que voltem, e que se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o campo junto ao mar.” Ex 14:2
Segundo o site já mencionado, Rashi diz que, Pi-hairote é o mesmo lugar que Pitóm, (Éxodo 1:11). Pitóm parece-se a “pe-satum”, “boca fechada”, que alude a que nenhum escravo podia escapar da fronteira do Egito. Pi-hairote significa “boca da liberdade”. Segundo Mizrachí recebeu um novo nome porque agora os filhos de Israel saíram livres do Egito. Contudo, o território do Egito entre 1800-1400 AEC, (de cor amarela), chegava até à metade da península do Sinai, segundo se vê neste mapa da Sociedade Bíblica Americana. É possível que os filhos de Israel tenham chegado bastante mais longe quando Faraó os alcançou. Tradicionalmente localiza-se o monte Sinai na península do Sinai, contudo, há indícios nas Escrituras que mostram que a travessia do mar de juncos poderia ter sido no golfo de Aqaba.
Moisés estava com o seu sogro Jetro na terra de Midiã e ali levou o gado além do deserto e chegou ao monte de YHWH, cf. Êxodo 3:1 Midiã não se localiza na península do Sinai, mas sim na parte oriental do golfo de Aqaba, (ver mapa).
Agora um pouquinho de sod ou segredo escondido no texto do de 14:2 pra vocês.
“Fala aos filhos de Israel que voltem, e que se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o campo junto ao mar.” Ex 14:2
Notem as palavras sublinhadas no verso.
Voltar ou Retornar que no verso é VËYÅSHUVU uma variação da palavra “TESHUVAH”. A segunda palavra é Pi-Hairote, em hebraico “PY HACHIROT”. Percebam que a palavra “PY HACHIROT” tem o mesmo valo numérico da palavra “TESHUVAH”. Veja abaixo:
“PY HACHIROT” = 80+10+5+8+10+200+400 = 29 = 2+9 = 11=1+1 = 2
“TESHUVAH” = 400+300+6+2+5=20 = 2+0 = 2
Isso nos mostra que dentro dos códigos da Bíblia, podemos ver que o Eterno estava profeticamente, mostrando a teshuváh desde o início. E que os que estão nesse caminho estarão diante das pessoas, que é o mar.
Na porção desta semana, de acordo com o site da sinagoga Ahavat Shalom, lemos também sobre a Abertura do Mar, em Ex 14:13-22. Este milagre preparou o povo judeu para a Outorga da Torá e a Redenção Final.
Quanto a Abertura do Mar, a Torá oral nos diz que Nachshon ben Aminadav arriscou sua vida para saltar no Mar. Foi somente depois que Nachshon entrou no Mar que as águas se abriram e os judeus puderam prosseguir.
Como Nachshon pôde desprezar sua vida e pular no mar? Como não! Pois Nachshon sabia que D’us tinha tirado o povo judeu do Egito com o único propósito de dar-lhes Sua Torá no Monte Sinai.
Nachshon foi guiado pelo desejo de avançar rumo à Torá. Não importava a ele que um corpo de água obstruísse seu caminho: ele pulou dentro do mar.
Confrontado com uma situação aparentemente impossível, o povo judeu se dividiu em várias opiniões. Nachshon, porém, não estava interessado em nenhuma das “opções” – voltar, lutar ou fugir – pois sabia que nenhuma dessas o levaria mais perto do Monte Sinai. Ele também não estava interessado em discussões ou cálculos. Havia apenas uma solução: seguir na direção do Monte Sinai. E ele assim o fez, com enorme mesirat nefesh (auto-sacrifício).
Com isso aprendemos uma lição a ser aplicada em nossa vida diária. Nossa função na terra é servir a D’us, amar Suas criações e aproximá-las da Torá. Diferenças de opinião e de atitudes não é nosso problema. Nossa única meta verdadeira é chegar mais perto do Monte Sinai, e fazê-lo sem considerar quaisquer obstáculos que pareçam obstruir nosso caminho.
Que possamos a cada dia seguir os exemplos que encontramos nas páginas da santa Torá, nos profetas e nos escritos. Que o Eterno lhe abençoe!
Bibliografia:
- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/
- http://shaareishalom.net.br/bo-o-nome-diz-tudo/
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771023/jewish/Resumo-da-Parash.htm
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/16-_beshalach_quando_enviou.pdf
- http://sinagogaahavatshalom.com/parashadasemana/2018/01/25/parashat-beshalach/
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