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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Estudo da Parashá Vaiechi (E viveiu)

 

Estudos da Torá

Parashá nº 12 – Vaiechí (E viveu)

Bereshit/Gênesis Gn. 47:28 – 50:26

Haftará (separação) 1Rs 2:1-12 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Mt 20:1-21:46


1 - INTRODUÇÃO

Vamos ao resumo dessa parasha, a parasha Vayechi, a Porção final do primeiro livro da Torá, descreve as últimas ações de Yaacov antes de sua morte no Egito. Ele faz Yossef jurar que o enterrará na Terra de Israel. Yaacov então dá aos dois filhos de Yossef, Menashe e Efráyim, uma bênção especial que lhes confere o elevado status de serem duas tribos separadas dentre os filhos de Israel.

Apesar do protesto de Yossef, Yaacov insiste em conceder a Efráyim, o mais jovem, o direito de primazia de ficar à direita durante a bênção, declarando que Efráyim seria mais notável.

Yaacov então dá a cada um de seus outros filhos uma bênção individual, apropriada a seus particulares traços de caráter e missões.

Yaacov morre aos 147 anos, e é levado pelos filhos, acompanhado por um grande séquito da realeza egípcia, à Terra de Israel, onde é enterrado em Maarat HaMachpelá, onde já se encontram sua esposa Lea, seus pais Yitschac e Rivca, e os avós Avraham e Sara.

Ao retornarem ao Egito, os irmãos de Yossef temem que ele finalmente buscará vingança, agora que o pai está morto. Yossef lhes assegura que não nutre sentimentos de vingança, declarando que o fato de ter sido vendido como escravo foi parte do plano Divino.

A porção conclui com a morte de Yossef, e o povo judeu promete carregar seus ossos com eles para Israel, quando serão finalmente redimidos

Assim, vemos que a parashá Vaiechí, descreve as últimas ações de Yaacov antes de sua morte no Egito. Ele faz Yossef jurar que o sepultaria da Terra de Israel. O que vamos aprender nessa parashá nos fará entender mais um pouco a respeito da importância de esperarmos a vinda de Yeshua, e de sabermos viver como tsadikim (justos).


2 – ESTUDO DAS PALAVRAS

E Jacó viveu na terra do Egito dezassete anos, de sorte que os dias de Jacó, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete anos.” Gn 47:28

Sempre afirmo que a Torá tem muitos ensinamentos e instruções para nossas vidas, e nessa porção não é diferente.

No site Chabad.org, encontramos um excelente comentário sobre um midrash. O comentário diz que após muito tempo de dificuldades, Yaacov passou seus últimos anos no Egito, em paz e felicidade imperturbáveis. Viu Yossef soberano, e todos os filhos, sem exceção, tsadikim seguindo seu legado.

O comentário continua dizendo que a Torá define seus últimos dezessete anos como "Anos de Vida", pois o Ruach (Espírito) Divino pairava sobre Yaacov. D'us compensou-o desta forma pelos vinte e dois anos que passara enlutado por Yossef. A Yaacov aplica-se o dito: "Tudo está bem, se termina bem." Yaacov vivia com os filhos e netos no Egito, numa localidade chamada Goshen. Somente seu filho Yossef vivia na capital, porque era o governante. Aos poucos, envelheceu e ficou mais fraco, até sentir que a morte se aproximava.

Ainda de acordo com o midrash, Yaacov então pediu a Yossef que fosse visitá-lo. Disse a Yossef: "Quero que me faça uma promessa. Após minha morte, certifique-se de que eu não seja enterrado aqui no Egito! Leve meu corpo para Êrets Yisrael, a Terra Santa, e sepulte-me na Gruta de Machpelá onde estão meus pais, Avraham e Yitschac."

Yaacov ordenou isto a Yossef em vez de fazê-lo a qualquer dos outros filhos, porque sabia que não possuíam poder para realizar seu desejo. Apenas Yossef, o governador, poderia obter permissão do Faraó para deixar o Egito a fim de levar os restos mortais de seu pai a Êrets Yisrael. Yaacov fez Yossef jurar que faria isso por ele, e Yossef jurou.

Segundo esse midrash Yaacov ficou feliz. Virou-se para a Presença Divina que pairava sobre sua cama (uma vez que a Divindade está presente sobre a cama de um enfermo justo) e curvou-se, agradecendo a D'us por seu desejo ter sido concedido. Falaremos mais sobre esse pedido de Yaakov mais a frente.

Podemos ainda aprender mais, por exemplo, nesse primeiro verso da porção, ela nos mostra o tempo que Yaakov viveu no Egito sob a tutela de Yossef. E talvez você se pergunte o que pode ser aprendido com isso?

Perceba o seguinte, o tempo que Yaakov cuidou do seu filho Yossef durante a sua infância e juventude, foram 17 anos, conforme lemos em Gênesis 37:2. Agora, no entanto, Yossef retribui ao seu pai, durante a mesma duração de anos, o que recebera de seu pai. E com isto a Torá ensina-nos que os filhos têm o dever de recompensar os seus pais, quando são maiores, por tudo o que receberam deles, como está escrito em 1 Timóteo 5:4:


Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Elohim.”

Veja que a Torá dá essa instrução também em outro lugar:


"Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor,o teu Deus, te dá.” Ex 20:12


Cuidar dos pais quando estão idosos com amor e zelo é uma importante instrução da Torá para cada um de nós. E nosso messias também ensinou sobre isso, veja:


Pois Deus disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’ e ‘quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser executado”. Mateus 15:4


honra teu pai e tua mãe’ e ‘amarás o teu próximo como a ti mesmo’”. Mateus 19:19


Paulo também fala sobre o assunto, conforme vimos acima, mas ele fala ainda em outras cartas também como em Ef 6:1 e 2, Cl 3:20 e 1Tm 5:8.

Vamos avançar mais um pouco e passar ao próximo verso dessa porção, pois ele também trás alguns ensinamentos.


Chegando-se, pois, o tempo da morte de Israel, chamou a José, seu filho, e disselhe: Se agora tenho achado graça em teus olhos, rogo-te que ponhas a tua mão debaixo da minha coxa, e usa comigo de beneficência e verdade; rogo-te que não me enterres no Egito, mas que eu jaza com meus pais; por isso me levarás do Egito e me enterrarás na sepultura deles. E ele disse: Farei conforme a tua palavra. Gn 47:29 e 30

Yaakov também conhecido como Israel, tinha aprendido a importância do compromisso com a mão debaixo da coxa, por causa do sinal do pacto de circuncisão do seu avô Avraham, conforme vemos em Gn 24:2.


Disse ele ao servo mais velho de sua casa, que era o responsável por tudo quanto tinha: Ponha a mão debaixo da minha coxa...”.


No caso dessa passagem de Avraham, tratava-se de conseguir uma noiva para o filho da promessa, e neste caso trata-se da importância em não sepultar Israel no Egito. Estas duas coisas têm uma importância vital para o cumprimento do plano de salvação do Eterno. E assim, podemos nos perguntar, porque era tão importante que Israel não fosse enterrado no Egito, mas sim na terra da promessa?

Podemos mencionar algumas razões:

- Mostrar que a terra do povo de Israel não é o Egito;

- Evitar que os filhos de Israel voltassem ao Egito, conforme Dt 17:16;

- Evitar que os egípcios idolatrassem o patriarca; e

- Estar na terra de Israel quando chegar a ressurreição com a vinda do Messias.

Ainda sobre os motivos de Israel não desejar ser sepultado no Egito um midrash postado no site Chabad.org diz o seguinte:


Yaacov tinha várias razões pelas quais não queria ser enterrado no Egito:

Com seu dom profético previu que, um dia, D'us enviaria dez pragas sobre os egípcios, e uma delas seria a praga dos piolhos. Os piolhos cobririam a terra do Egito e Yaacov não queria que seu corpo fosse coberto de piolhos.

Yaacov temia que se fosse enterrado lá, seus descendentes considerariam o Egito sua pátria e terra natal. Ponderariam: "Se não fosse uma terra sagrada, não teria sido enterrado aqui." Queria que seus descendentes estivessem sempre conscientes do fato de que estavam no Egito apenas temporariamente.

Yaacov também tinha uma razão para desejar especificamente ser enterrado em Êrets Yisrael:

Nossos sábios ensinam que aqueles que são enterrados em Êrets Yisrael serão os primeiros a levantar-se em Techiyat Hametim (Ressurreição dos Mortos).

Qual o destino de um judeu enterrado fora de Êrets Yisrael? D'us criará túneis subterrâneos especiais. Através desses, o corpo irá “rolar” até Êrets Yisrael. Então reviverá na Terra Santa.

Portanto, Yaacov instruiu Yossef: "Não me enterre no Egito. Gostaria de ser poupado de revolver-me até Êrets Yisrael na época da Ressurreição dos Mortos."

Pediu também a Yossef: "Quero descansar junto com meus pais, e levantar em boa companhia quando chegar a hora certa."

Um judeu deve fazer os arranjos necessários para ser enterrado perto de tsadikim, justos, a fim de estar perto deles na hora da ressurreição.


Vemos como Israel estava preocupado em estar no lugar certo para o momento da ressurreição, e isso nos mostra como ele cria que o Eterno o faria ressurgir para a vida eterna. Mas também podemos compreender como a revelação das coisas do fim foram sendo dadas aos poucos. Os antigos pensavam que a ressurreição se daria somente nas terras de Israel, e que quem estivesse enterrado em outro lugar sairia rolando, mas entendemos que Yeshua e Paulo esclareceram como será essa ressurreição dos mortos.

E ele enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e estes reunirão os seus eleitos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.” Mateus 24:31


Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. ICo 15:51 e 52


Vejamos mais algumas coisas importantes sobre o morrer e o estar morto.

Quando um justo está morto, na verdade está como se estivesse dormindo, está em repouso. As Escrituras dão uma mensagem clara relativamente ao que sucede com a alma(vida) depois da morte. Alguns textos dão a entender que não há consciência depois da morte e outros parecem indicar o contrário, porém apenas parecem, o fato é que as Escrituras deixam claro. No entanto, a filosofia grega ensina que a alma é imortal e eterna, e essa ideia infiltrou-se tanto no judaísmo como no cristianismo. Mas isso não é o que ensinam as Escrituras. Vejamos o que diz Ezequiel 9:5-6:


Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.”.

Também em Ezequiel 18:4 está escrito:


Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá.”


E diz-nos o Salmo 22:29:


Todos os que na terra são gordos comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele; e nenhum poderá reter viva a sua alma.”


Em Mateus 10:28 está escrito:


E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.”


Hebreus 10:39 diz:


Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma.”

Esse estudo da última parashá de bereshit nos trás uma reflexão importante para nossa vida de seguidores do Mashiach Yeshua. E em um texto do site chabad.org, encontrei uma pergunta que nos leva a refletir. “Qual a diferença entre a vida de um tsadic e a de um rashá (perverso)?” O autor do texto revela em seu artigo que o rashá pode desfrutar de uma paz imperturbável no começo, mas seu prazer é seguido de intermináveis amarguras. E o justo pode ter tribulações no início, no entanto, uma vez superadas, sua felicidade é eterna. Podemos ver essa situação de contraste entre o justo e o perverso no texto do salmo 73.

Agora o que isso tem a ver com Yaacov e com a parashá da semana? Vamos procurar refletir no que a Torá quer nos instruir. Ela define os últimos dezessete anos da vida desse patriarca, como “Anos da Vida”, pois o ruach hakodesh (Espírito Santo) pairava sobre ele. Os sábios de Israel afirmam que HaShem compensou Yaacov pelos vinte e dois anos de sofrimento pensando que seu filho Yossef estava morto. Daí o termo Vaiechí (e viveu) aparecer como se dissesse que depois de muitos sofrimentos agora ele viveria, aproveitando sua vida. Também, seria uma forma de Adonai retribuir a Yaacov, por ter sustentado Yossef por 17 anos, e agora, seria sustentado por Yossef por esse período de tempo. Tudo isso vimos até agora. Entretanto, a mensagem da Torá vai além, ela fala de ressurreição e vida eterna.

Lemos à partir do verso 28 do capítulo 47, que próximo de sua morte, Yaacov chama Yossef e lhe faz um pedido muito sério. Ele queria que seu corpo fosse levado para ser sepultado em Israel. Yaacov pediu isso a Yossef no lugar de qualquer um dos seus dos irmãos, porque sabia que não possuíam poder para realizar seu pedido. Apenas Yossef, o governador, poderia obter permissão do Faraó para deixar o Egito a fim de levar os restos mortais de seu pai a terra de Israel.

Podemos fazer a seguinte pergunta: Por que Yaacov desejou tanto ser enterrado nas terras de Israel? A nossa resposta normalmente seria: Porque ele queria ser sepultado no mesmo lugar de seus antepassados. Porém, há algo mais nesse assunto, e é um ensinamento profético a respeito da ressurreição. Os sábios de Israel ensinam que aqueles que são enterrados nas terras de Israel serão os primeiros a levantarem-se na Techiyat Hametim (Ressurreição dos Mortos). E eles também afirmam que aqueles que são sepultados fora das terras de Israel, HaShem criará túneis subterrâneos, e que através desses o corpo irá revolvendo-se até as terras de Israel, para ressuscitar ali. Dessa forma, entendem que Yaacov instruiu Yossef a não sepultá-lo no Egito, porque gostaria de ser poupado da dor de revolver-se até Israel.

Em detrimento da crença antiga dos judeus que não creem em Yeshua como messias, sobre HaShem abrir túneis até Israel para os que estão longe possam ressuscitar na terra, podemos ver na Bessorá (evangelho) que Yeshua revela como na verdade isso se dará, em Mt 24; Jo 6.39 e Jo 11.23-25. Também podemos ver o Rav. Shaul (apóstolo Paulo) em Rm 8.11; 1Co 15; 2Co 4.14; 1Tes 4.16 e em 2Tes 2, ensinar sobre a ressurreição vindoura. Tanto Yeshua quanto Shaul acreditaram na ressurreição dos mortos e por causa deles nós também, mas o ponto em comum entre a crença dos judeus e a nossa é a justamente a ressurreição dos mortos em um tempo vindouro. Podemos desprezar o antigo entendimento dos túneis, pois foi nos revelado que vamos encontrar com o messias nos ares de acordo com os ensinos de Yeshua e Shaul, mas vamos para o mesmo lugar da crença dos judeus, ou seja, as terras de Israel.

Essa última parashá de Bereshit nos ensina que, assim como Yaacov e os demais patriarcas, bem como os seus descendentes acreditavam na ressurreição, e viviam com essa certeza nós também devemos viver. Independentemente das dificuldades que tenhamos em nossas vidas, assim como Yaacov, devemos ansiar pelo dia da ressurreição, pois ela é a garantia que encontraremos com o salvador, o messias, aquele que nos fez fazer parte do povo de D’us.


Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771015/jewish/Resumo-da-Parash.htm

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/12-_vayiechi_e_viveu.pdf

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