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quinta-feira, 7 de julho de 2022

Estudo da Parashá Chukát (Estatuto)

 



Estudos da Torá

Parashá nº 39 – Chukát (Estatuto)

Bamidbar/Números Nm 19:1-22:1,

Haftará (Separação) Jz 11:1-33; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Lc 21:1-38


1 - INTRODUÇÃO

A parashá Chut, de acordo com o resumo no site Chabad, começa com o puro decreto da Torá, Chut Hatorá, uma mitsvá que somos conclamados a cumprir mesmo que não possamos entender seu propósito e sua razão - a vaca vermelha (Pará Adumá), cujas cinzas eram usadas, por exemplo, para purificar as pessoas que se contaminaram através de contato com o corpo de uma pessoa morta.

A narrativa então salta 38 anos, para iniciar a descrição do que aparece imediatamente antes do povo judeu entrar na Terra de Israel. A profetisa Miriam morre, e o povo fica sem água, pois o miraculoso poço que os acompanhara durante sua jornada no deserto existia apenas pelo seu mérito.

D'us ordena a Moshê e a Aharon que falem com uma rocha em especial, que produzirá água instantaneamente; em vez disso, Moshê golpeia a pedra com seu cajado, e D'us diz aos dois líderes que eles não entrarão na Terra Prometida.

Depois, o rei de Edom recusa-se a deixar o povo judeu passar, fazendo-lhes tomar uma rota mais distante. Aharon morre e é sepultado no Monte Hor, e seu filho Elazar o sucede como Sumo Sacerdote.

Os Filhos de Israel cantam uma canção de louvor sobre o milagroso poço que D'us tinha feito surgir pelo mérito de Miriam, e a porção termina com as batalhas e vitórias sobre Sichon, o rei de Emori, e Og, o rei de Bashan.

No estudo dessa semana estaremos tratando sobre “Chukát” – Estatuto, ou seja aquele estatuto que o Eterno estabeleceu e que os judeus e nós como parte do povo, aceitamos como mandamento que transcende nossa habilidade de entender racionalmente o porquê dele. É o mandamento que quando somos perguntados qual a razão de obedecermos, respondemos que obedecemos simplesmente porque D’us disse para obedecermos, e que não precisamos de uma razão lógica para isso. Esse é um estatuto perpétuo, através das gerações.

O estudo desta parashá fala novamente sobre a morte e a impureza, conforme já estudamos na porção “Emôr”(Fala), e sua consequente necessidade de purificação através da “Pará Adumá” (Vaca Vermelha).

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS

E falou a Moisés e a Aarão, dizendo: “Este é o estatuto da lei que ordenou o Eterno, dizendo: Fala aos filhos de Israel para que tomem em teu nome uma vaca vermelha, perfeita, na qual não haja defeito e que ainda não tenha levado jugo;” (Nm 16:1-2 – Torá, Ed. Sefer)

Há estatutos e decretos divinos dados sem nenhuma razão aparente, conforme já mencionamos em estudos anteriores. Exemplo deles é o dessa parashá, o da “PARÁ ADUMÁ”(vaca vermelha), no qual segundo a tradição nem mesmo o Rei Salomão entendeu o porquê.

Devemos entender, antes de prosseguir, que temos três tipos de “Mitzvot” (mandamentos), vejamos cada uma delas:

- Mishpatim – Leis Civis: Os “Mishpatim” são leis Divinas que promulgam a segurança e sobrevivência da sociedade humana. Incluem nelas, por exemplo, a proibição de roubar, matar e não cobiçar as coisas do próximo.

- Edut – Testemunhos: Quando uma “mitsvá” (mandamento) dá testemunho de um evento histórico ou algum aspecto da nossa “emunah” (fé, confiança), é chamada de “Edut” (testemunho). São exemplos a mitsvá de observar o Shabat, que atesta nossa crença de que o Todo Poderoso criou o mundo em seis dias; observar os dias de Festas (Yom Tov), pois comemoram o Êxodo do Egito; as mitsvot de usar o tsitsit e tefilin que demonstram nossa crença na soberania de D’us.

- Chukim – Decretos Divinos, Estatutos: Esse é o tipo de mandamento “Chok” (o plural é Chukim), classifica-se todas as mitsvot (mandamento) cujo propósito ou significado não são compreendidos pela inteligência humana. E este é o tipo de mandamento que é mais difícil de respeitar, principalmente por aqueles que não fazem parte do povo de HaShem, seja judeus ou não. O Talmud afirma que essas são as leis que o “yetser hará” (inclinação pra o mal) e as nações do mundo sempre tentam contestar. Quando não se compreende o motivo de alguma coisa é tentador achar pretextos para não cumpri-la. O fato de um mandamento não ter um motivo óbvio torna seu cumprimento um ato de “emunah” (fé, confiança) maior. Isso vai nos indicar que estamos prontos e desejosos de obedecer às ordens de D’us, até mesmo quando não podemos justificá-las de forma racional. Todas as leis de pureza ritual pertencem à esse tipo de mandamento conhecido como “chukim”.

Podemos entender isso de forma mais clara observando a “mitsvá” dos animais impuros (Lv 11). Nós não deixamos de comer tais animais por causa da nossa saúde, porque se for isso, o centro do mandamento seríamos nós. Deixamos, porém, de comer tais animais porque o Eterno nos mandou não comer. Não devemos racionalizar esse mandamento, pois ele é um tipo de Chuk, ou seja, D’us mandou e nós obedecemos e pronto. Dessa forma, estaremos colocando D’us acima de nosso próprio intelecto e vontade.

Existem muitos exemplos de “chukim”, porém o Midrash (ensino, interpretação) enumera alguns sobre os quais a Torá afirma explicitamente, a exemplo do verso 2, do texto em estudo: “Este é um chok”. Uma vez que elas contém elementos aparentemente contraditórios, são passíveis de serem ridicularizados pelos que se pautam pelo pensamento racional.

Digo aparentemente contraditórios, porque não existem contradições nas Escrituras, o que acontece é que muitas vezes os que pretendem estudar a bíblia não compreendem os métodos judaicos de interpretá-la corretamente, utilizando a hermenêutica judaica, como o “PaRDeS”.

Explicando rapidamente o que é o “PaRDeS”, para que possamos entender o assunto, a respeito de não haver contradições nas Escrituras. Na hermenêutica judaica existem quatro níveis de interpretações utilizadas pelos sábios. Essa interpretação pode chegar ao nível mais profundo que é o que mencionamos acima. Na tradução literal, “PaRDeS” significa “jardim”, no entanto esse termo é um acróstico desse método de estudo das Escrituras Sagradas, e cada um dos quatro níveis atendem a capacidade da pessoa naquele momento, em outras palavras são quatro diferentes abordagens da exegese das Escrituras no judaísmo rabínico. Vejamos os níveis do “PaRDeS” de acordo com o Rab. Joseph Shulam:

- Pshat - o entendimento “simples” e literal ou superficial do texto. Assim é ensinado para as crianças e adultos que não tem muito conhecimento das Escrituras.

- Remez - é a “dica” para um significado mais profundo saindo do literal. É buscado o contexto da passagem, onde se discerne as pistas, que o autor deixou escondidas, e ela é a indicação da direção a seguir.

- Drash - significa “pesquisa”, quando se lê um texto compreende-se o que o autor quer que o leitor entenda, acrescentando o seu conteúdo pessoal e seu sentimento para descobrir o significado através da midrash (ensino), por comparação de palavras, formas e também por ocorrências semelhantes em outras partes das Escrituras.

- Sod – “segredo” ou o significado místico de uma passagem, como determinado através de inspiração ou revelação. Ela é restrita aos que são do meio ou que foram ensinados a entender a linguagem própria específica do contexto em que foi escrita. Perceba o que o autor mencionado afirma.


“Um exemplo está no texto de II Tm 2:15. Na maioria dos textos em inglês diz: [...] que divide a palavra da verdade [...], diferente do texto em português: [...] que maneja a palavra da verdade [...]. A forma tradicional que os comentaristas cristãos dizem a respeito desse texto, é que o cristão deve dividir o Antigo Testamento do Novo Testamento, porque estamos na era do Novo Testamento e que não tem necessidade de aprender nada do Antigo Testamento.

Quando Paulo estava escrevendo esse texto, no contexto do seu tempo e lugar, parece sugerir a Timóteo que ele use o PaRDêS, para que ele entenda todos os níveis de entendimento dos textos bíblicos, não só aplicando a lógica, mas também a sua experiência própria e o que o Espírito Santo quer revelar com esse texto.” (Shulam. J, p.11)


Por isso, como realmente não há contradições nas Escrituras, a Torá aconselha o servo do Eterno a dizer a si mesmo: “É um chok, não tenho direito de questioná-lo.”

Existem outros chukim na Torá para tomarmos como exemplo:

- Yibum: Uma pessoa que se case com a esposa de seu irmão estando ele ainda vivo, ou mesmo morto, incorre em pena de caret (morte espiritual), desde que seu irmão tenha tido filhos. Mas, se a esposa do irmão não tem filhos, é mitsvá casar-se com ela (levirato, yibum). Embora a razão ache difícil de aceitar um paradoxo como este, mas o texto bíblico diz: “E vocês guardarão Meus chukim.” (Vayicrá/Levítico 18:26).

- Shaatnez: A Torá proíbe nos vestirmos com roupas que contenham mistura de lã e linho. Porém, é permitido vestir uma roupa de linho que tenha tsitsit de lã atados. Mesmo que questionemos isso a Torá nos diz: “E vocês guardarão Meus chukim.” (Vayicrá/Levitico 19:19).

- O bode para Azazel: Um bode era enviado à morte como parte do Serviço de Yom Kipur, expiando o povo de Israel de seus pecados. Mas também, tornava impuro a pessoa que o enviava. Assim, esta lei é chamada de “um chok eterno” (Vayicrá 16:29).

Uma vez tendo entendido os tipos de “mitsvot” (mandamentos), vamos então passar para o mandamento constante nesta parashá, o Chukát, que tem haver com a Pará Adumá – Vaca Vermelha.


A Ponte da Impureza à Pureza


De acordo com o estudo dessa parashá no site Shema Ysrael e com o texto da Torá, a Pará Adumah, ou seja, novilha vermelha escolhida, deveria ser uma jovem vaca que não tenha imperfeições, e também que nunca tenha usado um jugo.

Seria abatido sob a supervisão do sacerdote (Cohen), que então polvilharia seu sangue sete vezes em direção ao tabernáculo. Seu corpo seria queimado do lado de fora do acampamento e suas cinzas usadas para criar as águas da purificação.

As águas da purificação são necessárias para limpar ritualmente aqueles que foram contaminados pela morte por meio de contato com um cadáver, osso ou sepultura. Uma vez purificados, eles poderiam entrar no tabernáculo para se aproximar do D-us vivo.

Em hebraico, os conceitos de limpo e impuro ou puro (Tahor) e impuro (Tamê) são semelhantes a um impuro e um intruso. Somente aqueles que eram Tahor (limpos / puros) podiam entrar no local da presença de D-us.

Aqueles que eram considerados Tamê (impuros / contaminados) seriam mantidos do lado de fora e, se não purificados, seriam cortados de Israel – por exemplo, leprosos.

Juntamente com as cinzas da Pará Adumah sendo adicionadas às águas da purificação, outros três elementos foram colocados: Hissopo, madeira de cedro e linha escarlate.

Esses elementos foram todos usados ​​na construção do santuário. O hissopo foi usada pelos sacerdotes para borrifar o sangue, a madeira de cedro foi usada para os postes e o fio escarlate foi usado nas cortinas.

Através dessa mistura misteriosa – os elementos sagrados combinados com as cinzas da novilha – a morte e a vida se uniriam para trazer limpeza e purificação, o que permitiria que uma pessoa atravessasse a ponte de Tamê para Tahor.

A Brit Hadashah, conhecida como Novo Testamento, também fala das cinzas da Parah Adumah, prometendo que o sangue do Messias, ou seja a sua vida justa, tem maior poder para limpar nossa consciência de obras mortas para servir ao D-us vivo:


Pois se o sangue de touros e cabras e as cinzas de uma novilha, borrifando os impuros, santifica para a purificação da carne, quanto mais o sangue do Messias, que através do Espírito Eterno se ofereceu sem manchas a D-us, limpar Sua consciência de obras mortas para servir ao D-us vivo?” (Hb 9:13–14)


A Vaca Vermelha e Yeshua


Os mandamentos que têm o nome de “chuk” ou “chukát”, estão ligados de uma forma especial ao Messias. A chukát desta parashá, pode ser considerada chukát por excelência, pois há uma ligação íntima em todo este ritual, com o messias Yeshua.

A novilha citada deveria nascer com uma cor diferente das outras, e de acordo com o Midrash, se tivesse mais de um pelo que não fosse vermelho, seria desqualificada. O próprio Eterno era quem provinha o nascimento do animal, quando houvesse necessidade dele. Outras características desse animal era que a novilha deveria ter pelo menos três anos de idade e não podia ter estado sob jugo. Agora observem, os três anos apontam para os (cerca de ) 30 anos de idade que tinha o Messias Yeshua quando foi morto para limpar o povo. Veja no verso 6 outros itens que apontam para a morte de Yeshua: a madeira de cedro, o hissopo e a lã carmesim, que deveriam ser queimados juntos com a novilha vermelha.

E tomará o sacerdote um pau de cedro, hissopo e lã carmesim e os jogará no meio do fogo em que arde a vaca.” (Nm 19:6)

Esses elementos estavam presentes na morte de Yeshua, a madeira na cruz, o hissopo na hora que lhes deram vinagre a beber e a lã carmesim na túnica que o vestiram.

As cinzas da vaca vermelha eram recolhidas e reservadas, porque depois era misturada com águas vivas e serviriam para purificação daqueles que se encontravam impuros, enquanto tornavam impuro qualquer um que estivesse envolvido em sua preparação. Uma vez que isto também desafia a lógica, pois é um chukát, a Torá mais uma vez introduz o assunto com as palavras: “Este é o chukat da Torah” (19:2), por isso, devemos aceitar essa mitsvá como uma ordem Divina.

Um fato interessante a ser mencionado é que, as águas da purificação eram guardadas nas casas dos sacerdotes em todo o território de Israel, a fim de que aqueles que tivessem estado em contato com algum morto, pudessem se purificar durante sete dias, conforme prescreve a Torá. Não era necessário muita cinza para uma grande quantidade de água. Assim, as cinzas de uma novilha duravam muitos anos. De acordo com a Mishna e o Midrash, no total foram sacrificadas nove novilhas vermelhas na história de Israel. As cinzas da primeira vaca duraram até a época de Esdras. É possível que a décima novilha vermelha diga respeito à segunda vinda do Messias.


Mais paralelos entre a vaca vermelha e Yeshua


Analisemos o efeito da morte da novilha vermelha e das suas cinzas.

Purificava:

- A pessoa que matava a novilha;

- O Sacerdote (Cohen) que salpicou o sangue;

- A pessoa que queimou a carcaça; e

- A pessoa que reuniu as cinzas.

Como já afirmamos acima as cinzas da novilha vermelha com águas vivas eram chamadas de “Águas da Separação” – Mei Nidá. Porque eram usadas na limpeza cerimonial de pessoas impuras que queriam separar-se da impureza.

Como a purificação feita pela Pará Adumá (novilha vermelha) aponta para a morte de Yeshua? Ela aponta para o seguinte:

A morte de Yeshua purificou:

- Aqueles que estiveram implicados na Sua morte;

- Aqueles que falsamente testemunharam contra Ele;

- Aqueles que o entregou aos Romanos;

- Aqueles que bateram Nele e zombaram Dele;

- Aqueles que dirigiram os pregos em suas mãos e pés; e

- Todos os que pecaram.

O resultado deste sacrifício é o meio pelo qual cada um pode ser limpo ou purificado, esta era a razão da novilha vermelha, assim como foi a razão da morte e ressurreição do Messias. O que as pessoas fizeram à novilha e à Yeshua, os fez impuros, mas ele produziu o poder para fazê-los puros novamente.

A instrução da Torá para uso da novilha pode ser destinado para simbolizar o contato da nova vida daqueles que ficaram impuros pelo contato com a morte. O seu sangue, que é salpicado diante do Tabernáculo sete vezes, simbolizava a aceitação do sacrifício por D’us.

Tudo isso nos aponta para um paradoxo, os sacerdotes se consagravam para oferecer o sacrifício da Pará Adumá e por ter contato com a vaca vermelha se tornavam impuros, a fim de obter as cinzas para purificar os do povo de Israel que precisassem ser purificados. Da mesma forma Yeshua, como sacerdote também sendo puro se tornou impuro para purificar a todos os que tiveram contato com o momento de sua morte e todos os que precisam dele para se purificar. E da mesma forma, como novilha seu sangue, ou seja, sua vida justa, torna puro a todos quanto toca. Essa pureza é tanto espiritual quanto cerimonial. E esse paradoxo tem um centro, que o move, que é o "amor" em hebraico "AHAVÁ", para entendermos isso vemos o que Yeshua diz em MT 22:34-40. O amor é o ingrediente misterioso e é o principio dessa parashá, por isso não podemos questionar. E tudo isso aponta para o tempo do Messias, quando ele voltará e estabelecerá seu Reino de pureza espiritual.


Ao ouvirem dizer que Yeshua havia deixado os saduceus sem resposta, os fariseus se reuniram. Um deles, perito na lei, o pôs à prova com esta pergunta: "Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? "Respondeu Yeshua:" ‘Ame ao Eterno, o seu Elohim de todo o seu coração, de toda a sua alma e com todas as tuas forças’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas". Mt 22:34-40


Que cada um de nós possamos buscar sempre confiar em tudo que o Eterno nos deu de instruções por sua Torá, pois mesmo as coisas que não entendemos são para nosso bem e com um propósito maior.

Que o Eterno lhes abençoe a cada dia!


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


Bibliografia:


- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

- https://shemaysrael.com/parasha-chucat/

- https://shemaysrael.com/parasha-chukat-o-poco-de-miriam-e-a-raiva-de-moshe/

- http://www.yeshuachai.org/forums/topic/ חקת -chukat-estatutos-decretos/

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/39-_chukat_estatuto_de.pdf

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