Páginas

Boas Vindas

Seja Bem Vindo e Aproveite ao Máximo!
Curta, Divulgue, Compartilhe e se desejar comente.
Que o Eterno o abençoe!!

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Estudo da Parashá Lech Lechá - A influência do ambiente na nossa vida

 


Estudos da Torá

Parashá nº 3 – Lech Lechá (Vá por ti)

Bereshit/Gênesis 12.1-17.27

Haftará (separação) Is 40.27-41.16 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Mt 5.1-48; At 7:1-8



Tema: A influência do ambiente na nossa vida


Sabemos que o Eterno chamou Avram desde Ur dos Caldeus, a fim de sair do meio de um ambiente de idolatria e de todo o sistema pecaminoso que havia naquela região, para ir em direção à uma terra que o próprio D’us lhe mostraria. Mas interessante é que, nesta nova terra, também havia idolatria e um sistema pecaminoso. Qual a diferença de ambiente então? Esta terra, a chamada terra de Kenaan seria dada ao patriarca e a seus descendentes como herança, à partir de uma aliança com o criador, e isso tinha e tem apontamentos proféticos importantes. E neste estudo vamos tratar um pouco a respeito do ambiente que circunda o servo de D’us e a influência desse ambiente em nossa vida.


A PARASHÁ DA SEMANA

Observamos na parashá passada que o Eterno viu a vida reta que Nôach escolheu viver, em obediência à vontade divina. Também falamos sobre as leis de Nôach e sua verdadeira compreensão que deve ser tirada de toda a Escritura.

Agora, entraremos na terceira parashá, onde iniciaremos o estudo sobre a vida de Avraham, nosso pai na emunáh (fé, confiança, firmeza), que na época ainda era chamado de Avram. Essa parashá é considerada uma das porções mais importantes da Torá, pois ela trata do chamado de Avram(Abrão), o primeiro patriarca da nação de Yisrael. E nela temos a oportunidade de aprender muitas coisas a respeito da promessa que o Eterno fez a este patriarca e de sua repercussão para as nações do mundo, através de seus descendentes, e principalmente de Yeshua HaMashiach, que iniciou a concretização dessas promessas.

Assim, para uma visão mais ampla da parashá, antes do estudo do tema, vamos ao resumo da porção, com base no resumo do site Chabad. O Eterno fala a Avram, ordenando: “Sai da tua terra, do teu local de nascimento e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei.” Ali, D'us diz, ele será transformado numa grande nação. Avram e sua esposa, Sarai, acompanhados pelo seu sobrinho Lot, viajam para a terra de Kenaan, onde Avram constrói um altar e continua a divulgar a mensagem de um único D'us.

Uma fome regional força o patriarca a partir para o Egito, onde a linda Sarai é levada ao palácio do faraó; Avram escapa da morte porque eles se apresentam como irmão e irmã. Uma praga impede o rei egípcio de tocá-la, e o convence a devolvê-la a Avram e a compensar o irmão – revelado como marido – com ouro, prata e rebanho.

De volta à terra de Kenaan, Lot se separa de Avram e se instala na perversa cidade de Sodoma, onde se torna cativo dos poderosos exércitos de Kedorlaomer e seus três aliados conquistam as cinco cidades do Vale de Sodoma. Avram vai com um pequeno grupo para resgatar seu sobrinho, derrota os quatro reis, e é abençoado por Malki-Tsedek, o rei de Shalem (cidade que muito tempo depois será chamada de Yerushalém).

O Eterno D'us sela o Pacto entre as Partes com Avram, no qual o exílio e a perseguição (galut) do povo de Israel é profetizada, e a Terra Santa é entregue a eles como seu eterno legado. Ainda sem filhos dez anos após sua chegada na Terra, Sarai diz a Avram para dormir com sua criada Hagar. Esta concebe, torna-se insolente com sua patroa, e então foge quando Sara a trata duramente; um anjo a convence a retornar, e diz a ela que seu filho será pai de uma populosa nação. Yishmael nasce quando Avram tem oitenta e seis anos.

Trinta anos depois, D'us muda o nome de Avram para Avraham (“pai das multidões”) e Sarai para Sara (“princesa”), e promete que um filho nascerá para eles; deste filho, que eles deveriam chamar de Yitschac (“vai rir”), nascerá uma grande nação com a qual D'us estabelecerá Seu vínculo especial. Avraham é ordenado a circuncidar a si mesmo e a seus descendentes como um “sinal do pacto entre Eu e você”, segundo o Eterno. Avraham obedece imediatamente, circuncidando a si mesmo e a todos os homens de sua família.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

Enquanto viveu em Ur, Avram não se misturava com a idolatria daquele lugar, os rabinos através de vários midrashim e de passagens da Torá Oral nos informam o comportamento do patriarca ali. Claro que ele não era perfeito, mas o Eterno viu sua intenção em não se misturar com aquelas coisas, não se contaminar com o ambiente ao seu redor, mesmo que ainda não conhecesse o D’us Altíssimo, pois ainda não o havia chamado. Entretanto, quando foi chamado, logo atendeu e partiu na direção indicada pelo Eterno. E nessa parashá, a Torah escrita nos relata o início dessa caminhada do patriarca com o Eterno em meio a ambientes diferenciados, e nem sempre propícios a ele. Vejamos o texto:


Partiu Avram, como lhe ordenara o Eterno, e Lót foi com ele. Avram tinha setenta e cinco anos quando saiu de Harã. Levou sua mulher Sarai, seu sobrinho Lót, todos os bens que haviam acumulado e os seus servos, comprados em Harã; partiram para a terra de Kenaan e lá chegaram. Avram atravessou a terra até o lugar do Carvalho de Manre, em Shiquém. Naquela época os cananeus habitavam essa terra. Gênesis 12:4-6


O Eterno havia dado uma ordem ao chamar Avram. Ele deveria sair da terra e da parentela, ou seja, abandonar o país de nascimento e deixar os parentes. Mas ainda assim, vemos que ele era um bom homem, e não poderia abandonar seu sobrinho, ao qual se sentia responsável. Isso muitas vezes pode ser um problema ao seguir o caminho em que o Eterno nos coloca, ou seja, desejar ser mais amoroso do que o Eterno. Ao levar consigo seu sobrinho Lót, o patriarca levava consigo ainda o ambiente de sua terra natal, para um ambiente em que ele não sabia como iria encontrar.

Quando falamos de ambiente devemos levar em consideração alguns aspectos importantes. O primeiro deles é o ambiente que ele deixou para trás, depois o que ele ainda carrega consigo, ou seja, seus próprios erros, vícios, medos, problemas, e seu parente que o acompanhava. E também o ambiente do lugar em que ele estará conhecendo. Cada um desses ambientes podem exercer influência sobre sua vida e sua caminhada. E isso ocorre conosco também, por isso o estudo da Torah e sua prática é importante, a fim de manter um ambiente propício à sabedoria divina.

Nesse aspecto do assunto que estamos tratando, o rabino Isaac Dichi, autor de “Nos caminhos da Eternidade I”, segunda edição, ao comentar sobre a parashá Lech Lechá, discorre sobre a importância do meio ambiente, e começa dizendo o seguinte, observe a transcrição abaixo:

“Vashem berach et Avraham bacol” (Bereshit 24:1) – “E D’us abençoou Avraham em tudo.”

O Midrash Rabá (57:1) diz que esta bênção se refere ao fato de Hashem não ter voltado a testá-lo. Como se sabe, Avraham foi testado pelo Todo-Poderoso dez vezes e saiu-se bem em todos os testes que lhe foram impostos, principalmente no último, que foi levar seu filho Yitschac à akedá (sacrifício), depois de tantos anos de ansiedade por ter um filho.

É evidente, que se Avraham fosse testado novamente pelo Criador, iria sair-se da melhor forma, pois sua crença, fé e dedicação ao Todo-Poderoso não tinham limites ou barreiras.

Não obstante, vemos que pelo ponto de vista de nossos sábios, o fato de Avraham não ser novamente submetido à prova, foi considerado uma berachá – uma bênção.

Por outro lado, nesta parashá vemos que Lot, o sobrinho e cunhado de Avraham, estava disposto a abandonar a companhia de Avraham e unir-se às pessoas de Sedom, as quais a Torá denomina de “raim vechataim Lashem meod” (Bereshit 13:13) – más e pecadoras a D’us em demasia.

Em que situação colocou-se Lot? A quem uniu-se e quais difíceis testes teve de enfrentar, a ponto de nossos sábios associarem a ele o seguinte versículo (Mishlê 13:20): “Holech et chachamim yechcam veroê kessilim yeroa” – Aquele que acompanha os sábios acrescenta sabedoria e aquele que lidera os tolos passa a fazer o mal com eles?

Enquanto Lot estava em companhia de Avraham, estava na situação de “Holech et chachamim yechcam” e no momento que dispensou esta companhia, passou de uma situação nobre e honrada para a situação vexatória e baixa de “roê kessilim yerôa”. Daqui inferimos, o quanto o meio ambiente em que o indivíduo vive é importante, para que ele se mantenha em situação espiritual estável, com possibilidades de ascensão.

O simples fato de colocar-se em teste, já é considerado uma decadência, principalmente quando os motivos são materiais e os interesses, pessoais – que muitas vezes cegam o indivíduo. Ambições materiais levaram Lot a se separar de Avraham, pois percebeu que o Jordão era rico em água para poder abastecer seu rebanho.

Ao afastar-se dos sábios da Torá, a propensão do ser humano é afastar-se também do Criador e de seus mandamentos.

Tende a conformar-se e a convencer-se de que sua situação espiritual não é tão ruim, porque as pessoas que o rodeiam são piores do que ele. Porém se estivesse em um ambiente de Torá, em companhia de sábios e estudiosos, estaria sempre atento quanto a seu nível espiritual e a sua elevação, carregando consigo o título de “Holech et chachamim yechcam” - Aquele que acompanha os sábios acrescenta sabedoria.

Esta parashá comprova que ao afastar-se dos sábios da Torá, o indivíduo afasta-se também de D’us, conforme diz a Torá: “Vayissá Lot mikedem” (Bereshit 13:11). A explicação deste passuc – Vayissá Lot Micadmonô shel olam – e afastou-se Lot do Antecessor do Universo. Rashi explica, que Lot manifestou-se assim: “Não me interessa Avraham, nem o seu D’us!” Ou seja: Lot afastaria-se de Avraham, um grande sábio, e conseqüentemente afastaria-se também de D’us.

Mesmo que o indivíduo planeje separar-se de um ambiente sadio apenas por algum tempo, o simples fato de desligar-se deste meio já é considerado uma decadência. Isso deixa no indivíduo uma nódoa negativa cuja recuperação torna-se difícil.

Para demonstrar a importância do meio em que vivemos, nossos sábios trazem no Pirkê Avot um acontecimento que se passou com Rabi Yossef ben Kismá.

Certa vez, Rabi Yossef ben Kismá encontrou um indivíduo no caminho que o saudou, dizendo-lhe shalom e lhe perguntando de que lugar era ele. Rabi Yossef ben Kismá respondeu que vinha de uma grande cidade de sábios e escrivãos. Esse indivíduo, então, convidou-o para morar em sua cidade, oferecendo-lhe muitas riquezas. Rabi Yossef ben Kismá respondeu-lhe, que mesmo que lhe fossem dadas todas as riquezas do mundo, somente moraria em lugares onde houvesse Torá, porque após o falecimento não são as pedras preciosas, o ouro e a prata que nos acompanham, mas somente a Torá e suas mitsvot. (Páginas 28 - 31)


O QUE ESTÁ AO REDOR

Conforme disse acima os diversos tipos de ambientes podem exercer influência sobre sua vida e sua caminhada. E repetindo o que já mencionei isso pode ocorrer conosco também, ou seja, nossas experiências anteriores ao caminho, as pessoas ao nosso redor e outras tantas coisas, por isso o estudo da Torah e sua prática é importante, a fim de manter um ambiente propício à sabedoria divina e as consequentes bênçãos da obediência.

Na psicologia há uma área de estudo chamada Psicologia Ambiental e ela afirma que o ambiente afeta o comportamento, assim como o comportamento afeta o ambiente. Essa é uma das principais proposições da psicologia ambiental, área que estuda a inter-relação entre o comportamento humano e o ambiente que o circunda, seja ele construído ou natural. Através de observações os especialistas estudam como o ambiente afeta a personalidade do indivíduo e também como esse indivíduo afeta o ambiente ao seu redor.

No contexto do nosso estudo nessa parashá, teremos a oportunidade de aprender que o Eterno prepara o caminho e nos encaminha para fazermos a diferença onde formos, e o ambiente, como estamos vendo deve ser afetado também.

A reflexão que desejo que tenhamos é que:

- Avram e Lot influenciaram ou foram influenciados pelo ambiente ao seu redor?

- Faz alguma diferença para aquele que foi chamado pelo Eterno a seguir no caminho da Torah, o ambiente em que ele está inserido?

- Nós na atualidade sofremos essa influência do ambiente? E como devemos agir?

Quando olhamos para essa porção da Torah e para a próxima, podemos perceber como o ambiente pode influenciar e ser influenciado, conforme vimos na transcrição citada anteriormente. Na verdade, entendo que o propósito do Eterno ao transmitir sua Torah ao homem e mandar que ele leve-a aos outros, é exatamente que ele exerça influência divina pela luz da palavra nas pessoas e no ambiente como consequência. Esse é o propósito que vemos em toda a Escritura. Não é à toa que os textos da Toráh são tão proféticos e com apontamentos tão profundos perpassando a história em diversos níveis desde o passado até o futuro, quando o messias e rei ungido pelo criador vier e estabelecer o Reino de D’us.


A VONTADE DE D’US

Até ser reconhecido como “pai da emunah” Avram passou por várias provações em sua vida. E a maioria delas à partir do ambiente que o cercava. Ano passado no estudo dessa parashá eu disse que, o Eterno sempre procura pessoas que possam viver de forma justa e seguir a seus mandamentos fazendo parte de uma nação separada e obediente. No “El Midrash Dice”, que está em espanhol, diz que o Eterno encontrou Avram depois de aguardar dez gerações desde Shem. Este filho de Noach, foi fiel a D’us em toda a sua vida, mas alguns de seus descendentes não, até que veio Avram, mesmo vivendo em uma terra e no meio de um povo pagão, não se misturava com os costumes daquelas pessoas.

O mencionado midrash também diz que, quando Adam e Chavah pecaram, eles fizeram com que a shekhinah se afastasse do primeiro céu, mas Avram trouxe a shekhinah de volta a terra. Adam trouxe morte para a humanidade, mas Avram deu vida ao mundo ao ser hospitaleiro e ao por as pessoas debaixo dessa shekhinah. Percebemos como o patriarca é um apontamento profético para o caráter e ministério de Yeshua Hamashiach ao levar a presença do Eterno pela Torah às pessoas.

Disse também naquela ocasião que, o que podemos ver com o midrash é que a vida de Avram tinha propósito, ao ser chamado pelo Eterno, viver uma vida de justiça e mostrar às pessoas que ele servia ao único D’us. E ele sabia o que isso significava, já que ele viveu em uma terra muito idólatra e padeceu por viver de forma justa naquele lugar. O citado midrash mostra as provas que o Eterno permitiu que Avram passasse, a fim de provar sua fidelidade. Algumas dessas provas aconteceram enquanto ele ainda vivia em Ur dos caldeus, esse patriarca foi contemporâneo de Ninrod, e dentre as provas que passou estava o fato de Avram ser jogado em uma fornalha, ser preso, entre outras. Com isso, devemos entender que quando o Eterno chama Avram em Bereshit 12, ele havia passado por várias provas, mas ainda não todas. E depois de sua saída de Haran de vez, deixando tudo para trás, apesar de ainda levar seu sobrinho Lot, o que lhe custou alguns momentos de problemas e a necessidade de enfrentar uma batalha para salvá-lo, Avram continuou a ser provado pelo Eterno, pois isso o faria crescer em justiça até que alcançou o que lemos em Gn 24:1. E como disse, o ambiente ao redor sempre tentou influenciar, mas o que precisamos observar são as atitudes certas e erradas desse patriarca para aprendermos a agir de forma correta. Afinal, o propósito maior de o Eterno nos dá a Torah, que é instrução, direção e ensino, é nos instruir no caminho correto em meio a um ambiente hostil em que vivemos.

Nossa vida é que deve ser uma influência ao ambiente e nunca o contrário. Aprendemos isso com Avram, e mesmo com todo o problema, também aprendemos com Lót, pois veremos na próxima parashá que mesmo em um ambiente tão corrupto, não deixou de lado o que aprendeu com seu tio Avram acerca dos mandamentos do Eterno. E precisamos agir da mesma forma a cada dia de nossas vidas.

E antes de finalizar vejamos o contexto profético desse assunto que estamos estudando dentro da haftará em Is 40:27-41:16.


Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Pr/Rav Marcelo Peregrino Silva (Marcelo Santos da Silva - Moshê Ben Yosef)

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Estudo da Parashá Bereshit - 2023-2024 - A criação da luz e a relação com o messias

 



Estudos da Torá

Parashá nº 1 – Bereshit (No Princípio)

Bereshit/Gênesis 1.1-6.8

Haftará (separação) Is 42.5-43.10 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Jo 1:1-51 e Mc 10:1-12


Tema: A criação da luz e a relação com o messias


Essa semana reiniciamos o ciclo anual de estudos da Torah. Se você chegou agora no caminho da teshuvah e está começando o estudo da Torah nesse ciclo, pode consultar depois no blog: SouPeregrinonaTerra.blogspot.com.br, todos os estudos do ciclo passado publicados lá em texto, e estão disponíveis para pesquisa além de muitos outros estudos. Também os estudos estão disponíveis em vídeo nos canais do YouTube Sou Peregrino na Terra e Kahal Teshuvah Brasil.

E para muitos aqui será mais um ano de estudos. Assim como falei ano passado, digo novamente, o mais importante é que você, seja novo ou antigo no caminho, está seguindo pelo caminho que o Eterno o colocou.

A todos eu digo, preparem-se para mais um ano de muito estudo das Escrituras Sagradas, de aprendizados, de respostas e principalmente, de muita prática na obediência aos mandamentos do Eterno. Sempre falamos isso, e vou repetir, nada adianta aprender sobre as Escrituras se não colocar o aprendizado em prática. A cada porção semanal teremos um novo aprendizado ao qual precisamos começar a praticar.

E começaremos estudando sobre a luz e a sua ligação com o messias. O sistema religioso cristão e alguns grupos de messiânicos afirmam que JC é essa luz criada nesse primeiro dia, porém veremos o que realmente o TaNaK fala a respeito desse assunto, e qual a verdadeira relação da luz com o messias. E para esse fim entraremos em um dos textos de sugestão da B’rit Hadashah conhecido como Novo Testamento, veremos o capítulo 1 do Evangelho de Yochanan.


RELEMBRANDO

Antes de começarmos, precisamos relembrar algumas coisas para ajudar os que estão chegando no caminho da teshuvah, e ainda não conhecem alguns termos.

O termo “Parashá” é uma palavra no singular que vem do hebraico e significa porção, no plural é “Parashiot”, significando porções.

O ciclo anual de estudos da Torá possui 54 parashiot ou porções de estudos semanais, que iniciam no primeiro dia da semana e encerra no shabat semanal. Cada porção semanal possui 7 porções menores chamadas de aliot, plural de aliá, que significa subida. Porque iniciamos a leitura e a meditação nas linhas da Torá desde o primeiro dia da semana, e vamos subindo uma a uma, dia a dia, até chegar na última que é lida no shabat. É importante ter isso em mente para que possamos compreender como devemos levar a sério o mandamento de estudar a Torá, conforme lemos no livro de Josué.


Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem sucedido.” Js 1:8


Por isso reúna com sua família e medite nas Escrituras durante a semana, lendo cada uma das aliot e suas separações ou haftarot dos profetas e sugestões dos Escritos Nazarenos. E se você estiver sozinho em teshuváh, não desanime, pois o Eterno é contigo, estude assim mesmo e seja luz para outros. Há uma multidão no engano do sistema religioso precisando serem despertados, mas você precisa se preparar e praticar.


A PARASHÁ DA SEMANA

Como falado logo no início, essa semana estudamos a primeira parashá, chamada de Bereshit que significa no início ou no princípio. Bereshit é o nome do livro e o nome da porção, assim como é a primeira palavra que aparece no texto em hebraico. Este é o livro dos começos. Ele conta o começo da criação, o começo da vida do homem, o começo da transgressão ou pecado, o começo de uma família que reiniciou a humanidade, o começo dos que buscam a D’us, e o começo do povo hebreu.

Segundo o Chabad, D'us criou o mundo em seis dias. No primeiro dia Ele fez a escuridão e a luz. No segundo dia formou os céus, dividindo as “águas superiores” das “águas inferiores”. No terceiro dia Ele estabeleceu as fronteiras entre terra e mar, e atrai árvores e as plantas vindas da terra. No quarto dia Ele fixa a posição do sol, lua e das estrelas como mantenedores do tempo e iluminadores da terra. Peixes, aves e répteis são criados no quinto dia; animais terrestres, e então o ser humano, no sexto. D'us cessa o trabalho no sétimo dia, e o santifica como um dia de descanso. E é importante destacar que cada um desses dias e as coisas criadas neles dão um logo estudo cada, inclusive com alguns detalhes da Torah Oral, mas aqui não nos aprofundaremos, pois nosso objetivo é ir devagar.

Seguindo então, de acordo com o citado site, vemos que D'us forma o corpo humano do pó da terra, e sopra em suas narinas tornando-o “alma viva”. O homem originalmente é uma só pessoa, mas decidindo que “não é bom que o homem permaneça sozinho”, D'us pega um “lado” do homem, forma-o numa mulher, e os casa um com o outro.

Adam e Eva são colocados no Jardim do Éden, e ordenados a não comer da “Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal”. A serpente persuade Eva a violar a ordem, e ela partilha o fruto proibido com seu marido. Por causa do pecado, o homem experimenta a morte, e a partir dele todos retornarão ao solo do qual foi formado, e todo ganho virá somente através de luta e trabalho. O homem é banido do Jardim.

Eva dá à luz a dois filhos, Caim e Abel. Caim briga com Abel e o mata, e se torna um ser vagante. Um terceiro filho, Seth, nasce para Adam; o descendente da oitava geração de Seth, Noach, é o único homem justo num mundo corrupto.

Assim, iniciamos o estudo da Torá pelo livro dos inícios, e na Torá do Eterno durante esse ciclo, encontraremos ainda muitas respostas para perguntas que nunca foram respondidas pelas teologias do sistema religioso, em continuação ao trabalho que viemos desenvolvendo através dos nosso canais e do Blog.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

Iniciando nosso estudo, vamos ler dois versos do capítulo um de Bereshit/Gênesis:


A terra era informe e vazia, havia trevas sobre a face da profundeza, e o ruach Elohim pairou sobre a superfície da água. Então, disse Elohim: Haja luz; e houve luz. Elohim viu que a luz era boa, e Elohim chamou à luz dia, e às trevas chamou noite. Assim, houve tarde e manhã, um dia. Gn 1:2-5


O texto de Bereshit 1, assim como toda a Torah não é meramente um texto literal, ou seja, não está apenas contando a história da criação de todas as coisas conforme mostramos no resumo acima. Ele é também, e principalmente, um texto profético, e dessa forma tem apontamentos para o futuro, sendo assim, para entendermos precisamos seguir os passos corretos ao estudarmos, ou seja, vamos seguir o passo a passo judaico para analisar os textos proféticos.

Vimos nos versos acima o Eterno com sua “palavra” criar no primeiro dia, a “Luz”. E ainda podemos ver que o dia foi chamado para a luz e a escuridão ou a ausência de luz para a noite. Interessante notar que aqui, a Torah já nos dá as primeiras palavras chaves, ou seja, luz para dia, escuridão para noite, e com isso, alguns entendimentos para os próximos contextos.

Como disse no início, para entendermos a respeito da “luz” que foi criada aqui no texto vamos passar por alguns textos do TaNaK e especificamente, pelo texto de Yochanan/João 1, que apesar de muitos não entenderem, é um texto altamente profético e vamos comprovar. Usarei aqui o estudo do Rav Yochanan Ben Yaakov sobre esse capítulo como base para nossa reflexão.

Sendo assim, vamos ler o texto da Bessorah/Evangelho de Yochanan/João 1, abra sua Bíblia.

Agora que lemos o capítulo 1 vamos iniciar nossas reflexões.

Segundo o Rav Yochanan, o Texto de João 1 é um dos mais mal interpretados da história da Humanidade. Muitos usam o este texto para provar a divindade de Yeshua, ou a sua pré existência. Eles isolam o texto, ignoram a Torah e os profetas, que mostram como seria o messias prometido pelo Eterno e afirmam através dos versos isolados que o messias já existia antes da criação. Mas tudo isso não passa de filosofia religiosa, e veremos nesse estudo como entender claramente o que realmente é a luz.

Como sempre falamos aqui, todas as palavras dos profetas, e suas próprias vidas fazem parte da Grande Profecia. Yeshua é o maior deles e com ele não é diferente. Por isso devemos entender que para bem compreendermos o verdadeiro contexto, o estudo deve ser feito levando em consideração 3 pontos principais.

1° Ponto de Análise - Dentro do Contexto Histórico da Época;

2° Ponto de Análise - Dentro do Contexto da Primeira Vinda de Yeshua;

3° Ponto de Análise - Dentro do Contexto da Volta de Yeshua (2° vinda).

As vezes dentro do mesmo texto temos os 3 pontos juntos, as vezes 2, e também é importante mencionar que, não necessariamente, a profecia segue a ordem cronológica dos versos que estão no texto. E dessa forma, iniciamos nossa análise pelo verso 6, e não pelo primeiro.

O verso 6 diz: “...houve um homem enviado de D'us, cujo nome era Yochanan.” A profecia começa com o chamado de Yochanan, o imersor. Como todos sabem Yochanan, o imersor, recebeu a missão de purificar as pessoas com água e preparar o caminho do Messias. A Torah oral diz que alguém com a mesma medida do Ruach Hakodesh que estava sobre Elyahu (Elias) prepararia o caminho do Mashiach, no caso Yochanan, o imersor.

Dentro do Contexto Histórico, Yochanan o imersor, fazia a Purificação nos 10 dias entre Yom Teruá (Rosh Hashaná/Festa das Trombetas) e Yom Kippur (Dia do Perdão), conhecido como os 10 dias temíveis. Os judeus não entendiam porque Yochanan dizia: ...arrependam-se pois o Reino dos Céus está perto. Os 10 dias entre as 2 Festas eram dias que o Eterno mudava e muda decretos negativos para o próximo ano. O que muitos não sabem é que os judeus se purificam antes de todos os dias Festivos (Shabatot). Já fizemos um shiur aqui falando sobre purificação.

Com isso, dentro do contexto da primeira vinda de Yeshua quando passamos pela purificação nos 10 dias entre Yom Teruá e Yom Kippur e o fazemos em nome de Yeshua, somos lavados pela água (Torah) e pela vida justa do messias. Já dentro do contexto da volta de Yeshua, Yochanan o imersor será o primeiro a ressuscitar e com o seu grito (toque do Shofar) os Santos acordarão do pó da terra, isso será entre Yom Teruá e Yom Kippur, onde nesses dias se dará o processo de glorificação. Yeshua voltará em um desses dias de Yom Teruá (entre setembro e outubro).

Os texto 7 e 8 dizem: ...Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz. Agora, preste atenção! Nesses versos muitos teólogos se apegam para dizer que Yeshua é a luz, mas veremos a verdade. Aqui os versos continuam falando de Yochanan o imersor. Mas e a “Luz” o que é então?

A Luz mencionada aqui é a Torah e por conseguinte, também é a forma que Yochanan e principalmente Yeshua vivia e ensinaria a viver. E você pode se perguntar se existe algum texto que mostre o que estou dizendo? Sim, conforme sempre falamos, os textos do chamado Novo Testamento devem sempre ser avaliados por um texto espelho do TaNaK. Dessa maneira, vamos confirmar através de alguns textos do TaNaK, conhecido como Antigo Testamento:


A tua Torah é lâmpada que ilumina os meus passos e “luz” que clareia o meu caminho. Salmos 119:105


Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz. Daniel 2:22


E disse D'us: Haja luz. E houve luz. Gênesis 1:3


Assim constatamos que o Eterno não criou Yeshua no primeiro dia, como os pagãos acreditam erradamente, mas a primeira coisa da Criação depois dos céus e da terra, foi a “Torah”, ou seja, a “Luz”. Como já dissemos em outros estudos, a Torah é uma das 7 coisas cuja ideia foi criada na mente do Eterno antes da criação. A Torah está com D'us como pode alguém dizer que está com ele rejeitando-a. Os Santos que perseveram no cumprimento da Torah e levam o testemunho da vida justa de Yeshua aos necessitados das Nações fazem o papel que fez Yochanan, ou seja, preparam o caminho da volta do Rei dos Reis. Veja o que Yochanan, o apóstolo diz quando recebe as visões da revelação.


Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de D'us e a fé em Yeshua. Apocalipse 14:12


O que muitos não sabem, mas o povo judeu sempre soube, é que o verbo mencionado em João 1:1 estava primeiro com Yochanan o imersor. Você pode achar estranho, mas vai fazer sentido, acompanhe o raciocínio.

Primeiramente, vamos a definição do que realmente é o “verbo” no contexto das Escrituras Sagradas, ou seja, o TaNaK. No caso de um profeta, algumas vezes era o homem falando e outras vezes era o Verbo do Eterno que estava falando pela boca dele. Assim, repare que o termo “Verbo” é uma indicação para “Palavra”, que por sua vez indica “Sabedoria”, que é um apontamento para a “Torah”, que indica a “Luz”. Talvez você pergunte como eu cheguei nesses termos? A resposta é, através dos textos das Escrituras, que nos dão as pistas, essas se tornam palavras chaves para decifrarmos os contextos, como vimos acima.

O Verbo foi criado pelo Eterno, ou seja, quando ele se espremeu para criar algo tão limitado como o Universo, antes ele criou a Palavra. Com a Sua Palavra ele trouxe a existência as coisas que não existiam.

Então, entenda que quando o Apóstolo Yochanan disse “No Principio era...”, ou seja existia, estava dizendo que o “Verbo” já existia antes de toda a Criação, pois por meio dele tudo foi criado. Em outras palavras o Eterno precisou criar a sua Palavra para através dela criar as outras coisas. O verso 1 de João 1 da Bíblia Online diz: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com D'us, e o Verbo era D'us. Lembrando que, antes de Adão e Eva e antes de tudo, o Eterno criou a Torah. Percebe como o entendimento fica mais claro quando começamos a compreender o contexto original.

Na Bíblia Israelita o mesmo texto diz: No princípio existia a palavra, e a palavra estava com o Eterno, e a palavra era divina. Aqui vemos como uma tradução mais fiel aos originais não mostra que o Verbo/palavra era o próprio D'us mas sim parte dele. Dessa maneira, entendemos que o Verbo/palavra era um atributo divino e não o próprio D'us. Entendemos também que o verbo em nenhum momento poderia ser Yeshua que já era pre existente antes de tudo. Existem provas dentro da Torah e dos profetas que o verbo ou palavra (atributo divino) esteve com outros homens. Vejamos os textos que provam isso.


Agora, portanto, vai; e Eu estarei contigo, e te ensinarei o que hás de falar e como falarás! Êxodo 4:12


O Eterno falando a Moshê que ensinaria o que ele deveria falar, ou seja, colocaria o verbo ou palavra na boca dele.


Coloco as minhas palavras na tua boca e te protejo com a sombra da minha mão, para que Eu estenda novos céus, estabeleça nova terra e declare a Sião: “Eis que tu és meu povo! Isaías 51:16


Esse é um texto profético, onde Isaías está falando de Yeshua, mas dentro da literalidade o Eterno dizendo que colocaria as palavras na boca do profeta, assim como na boca do messias.


Então o Eterno estendeu a mão, tocou a minha boca e declarou-me: “Eis que a partir de agora coloco as minhas palavras em tua boca! Jeremias 1:9


Em todos esse exemplos vemos o atributo do Eterno chamado “verbo” na boca de outros profetas. Muitos sendo incautos sobre as Escrituras pensam que um atributo do Eterno se transformaria em um homem. Seguem os seus próprios pensamentos e se perdem por não ir aos que receberam a autoridade de Sacerdotes, os Judeus Nazarenos.

Vejam ainda uma prova que o Verbo também esteve e está na Boca dos Nazarenos, ou seja, seguidores de Yeshua e servos do D’us de Yisrael.


Porque Eu colocarei as devidas palavras em vossa boca e vos concederei sabedoria, a que não conseguirão resistir ou contradizer todos os que vierem a se opor a vós. Lucas 21:15


O versos 1,2,3,4 e 5 dizem:

1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com D'us, e o Verbo era D'us.

2 Ele estava no princípio com D'us.

3 Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

4 Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

5 E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.


Reparou que começamos a estudar pelo verso 6 e só nesse momento estamos indo para os versos iniciais do capítulo? Isso é porque, como já dissemos, os textos proféticos não estão em ordem cronológica, e dessa forma, devemos ter o entendimento para saber como estudar. Agora creio que ficou claro, que em outras palavras, Yochanan Hashalyach (João Apóstolo) quis dizer que no começo de tudo, o Eterno criou a sua palavra (verbo/luz) saindo dele mesmo e tornando-se o primeiro dos seus atributos, para através dele criar todas as coisas, ou seja a vida estava nessa palavra pois foi feita por ela.

O verso 4 diz que o verbo do Eterno em todas as gerações foi o guia a “luz” dos homens. E sabemos que desde Adão a Torah era cumprida entre os filhos de D’us, era ela que iluminava os servos do Eterno, como faz até hoje. Não é a toa que o salmista escreve:


A tua Torah é lâmpada que ilumina os meus passos e “luz” que clareia o meu caminho. Salmos 119:105


O verso 5 diz que “...E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”, ou seja, o verbo do Eterno sempre apareceu através de alguns homens que viviam em justiça guiados por ele, isso aconteceu com vários patriarcas como Noach, incompreendido pelos de sua época, e como José, que foi incompreendido pelos seus irmãos. Acreditar que um atributo do Eterno, essa “luz/verbo” se tornaria um homem, no caso Yeshua, é paganismo puro ou uma heresia.

Agora, retornando para as demais partes do texto, o verso 8 diz: Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz. Quando João fala essas palavras ele estava falando da plenitude da Palavra do Eterno que estaria em Yeshua após ele ser aceito como mashiach, ou seja, sua vida justa aceita. Dentro do Contexto devemos entender que em nenhum momento o Apóstolo estava se referindo a Yeshua, mas sim à Plenitude do Ruach Hakodesh expressada na forma do verbo ou palavra, que é a Luz. Assim como outros profetas anteriores a Yochanan o Imersor foram testemunhas da Luz, que é a Justiça ou Torah, ele foi testemunha dela também, mas agora da forma correta, a vida de Yeshua.

Dentro do contexto histórico: Yochanan o imersor e os Apóstolos foram as testemunhas da Luz (Torah).

Dentro do Contexto da 1ª vinda de Yeshua até a 2ª, os Nazarenos, compostos por judeus naturais e ex gentios enxertados, são as testemunhas.

Os versos 9, 10 e 11 dizem:


9 Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.

10 Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.

11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.


O Rav Yochanan Ben Yaakov, em seus ensinos, diz que existe um segredo dentro desses versos que poucos conseguem enxergar. O que muitos acham é que o verso 9 fala de Yeshua mas na verdade fala da Luz (Torah), que naquele momento estava na boca de Yochanan o imersor. A Luz que esteve na vida de muitos homens que eram iluminados por ela (Torah), conforme mostramos acima.

Antes de sua imersão Yeshua ainda não sabia se seria aceito pelo Eterno como messias, como Filho. O verso 10 na Bíblia Israelita está assim:


10 Estava ela no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dela, e o mundo não a conheceu. - Yochanan - João – 1


Na Bíblia Online foi trocada uma letra para sustentar uma doutrina a fim de referir-se referir-se ao messias. Estava ela no mundo (Luz/Torah) e não ele, a Palavra ou verbo. Vamos agora ao verso 11.


11 Yeshua veio para o que era seu, e os seus não o receberam. - Yochanan - João – 1


No verso 11 vemos o segredo da profecia. Repare que muitos gentios jogam na conta dos judeus, usando esse verso sem realmente conhecê-lo. Mas eles não se perguntam para quem Yeshua veio? Observe o que o próprio Yeshua diz a esse respeito:


Eu não fui enviado, senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Mateus 15:24


Quem foram então, os que não o receberam?

Muitos acham que foram os judeus, mas na realidade o contexto completo mostra que foram os remanescentes da casa de Yisrael que vivem perdidos dentro das Nações ou gentios. Segundo Rav Yochanan, mesmo alguns do grupo dos fariseus que rejeitaram a Yeshua estarão dentro do pequeno grupo da 1° ressurreição, por terem crido nele. Shaul Hashaliach (Paulo Apóstolo) confirmou isso aos Romanos.


E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: “Virá de Sião o redentor que desviará de Jacó a impiedade. Romanos 11:26


O contexto de Salvação é que todo Yisrael será perdoado e lavado pelo sangue de Yeshua (vida justa) e será a Nação Sacerdotal no milênio. A profecia do verso 11 se cumpriu e ainda está se cumprindo, pois muitos remanescentes que vivem perdidos nas Nações (Ovelhas perdidas da Casa de Yisrael) rejeitaram e morrem rejeitando-o ficando fora do grupo da 1° ressurreição. Sempre devemos levar em consideração que o Apóstolo João inspirado pelo Ruach Hakodesh escreveu a profecia do Apocalipse, por isso suas palavras devem ser estudadas e analisadas de um ponto de vista profético e mais ainda a respeito da vida de mashiach.

Alguns judeus estão cegos momentaneamente para dar lugar ao remanescente na Grande Oliveira. Os judeus fazem algo que reconhecem a Yeshua sem perceber durante todos os Shabatot, O Kidush com Pão e Vinho, onde esses elementos trazem apontamentos proféticos.

- Pão é uma pré-figuração da Torah e de Yeshua;

- Vinho é uma pré figuração de sangue e da vida justa de Yeshua;

Yeshua é o Pão que descerá dos céus. Assim como também é o pão que foi tirado da terra.

Quando bebemos o vinho depois de apresentar ao Eterno somos lavados pelo Senhor do Shabat, que é Yeshua, e este é o 1° requisito para ser filho de D'us. Aqui vemos a profecia falando dos remanescentes que o recebem como mashiach (aceitam que ele cumpriu todas as profecias a respeito do mashiach prometido).

O verso 12 diz:


Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de D'us, aos que crêem no seu nome;


Essa crença vai além do que simplesmente acreditar mas sim em viver como ele viveu.

O 2° requisito é crer em seu nome verdadeiro não no que foi criado por Roma.


Quem diz que vive unido com D'us deve viver como Yeshua viveu. 1Joao 2:6


Ou seja, o Remanescente gentio que se achega ao povo de Yisrael e a Torah entende que o mashiach não é o que eles aprenderam no sistema pagão, mas sim o judeu que não aboliu a Torah (Lei). Primeiro ele tem o seu coração circuncidado e depois de aprender a Torah segue caminhando para entrar na Aliança com a Circuncisão da Carne. O Judeu é o inverso disso, mas muitos terão seus corações circuncidados quando acordarem na 1° Ressurreição. Eis a importância da “luz” criada no primeiro dia, a Torah.

O verso 14 diz:


E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.


O verso 14 nos mostra porque Yeshua é chamado da Torah Viva. Quando diz que nós vimos a sua majestade isso é uma profecia para sua volta aonde todos verão a realeza do Rei dos Reis, ou seja, verão seu corpo glorioso. O texto diz que o verbo/palavra se materializou ou seja entrou em um ser humano com toda a sua plenitude cheio de benevolência (bondade com todos). Quando o texto diz: Como a excelência de um filho Único do Pai. A profecia mostra a perfeição do cumprimento da Torah e a aceitação de sua vida pelo Eterno, acarretando assim a glorificação, que é o retorno ao que Adão era antes da queda, assim como Rav Shaul (apóstolo Paulo) fala em 1Co 15:35-44.

Resumindo as palavras do Apóstolo João: Vivemos com a própria Sabedoria/verbo/palavra/luz/Torah do Eterno que estava dentro de Yeshua e vimos a bondade dele nas suas palavras como mashiach e a bondade expressada na sua voz como filho primogênito. Por isso Yeshua disse as seguintes palavras:


Então Yeshua ministrou-lhes: “Há tanto tempo estou convosco, e tu não me tens conhecido, Filipe? Aquele que vê a mim, vê o Pai; como podes dizer: ‘mostra-nos o Pai’? João 14:9


Yeshua aqui não quis dizer que ele seria o Eterno, mas sim que os Apóstolos deveriam conhecer o caráter e os atributos dele. Yeshua teve e têm toda a Plenitude do Poder do Eterno sobre si. Todos os que iniciam na teshuvah cumprindo Torah recebem esse atributo, depois dependendo da qualidade de sua obediência recebem outros atributos. O primeiro atributo, o Espírito do Eterno é o Ruach Hakodesh (Poder de D'us).


E repousará sobre ele o Espírito do Eterno, o Espírito de Sabedoria e de Entendimento, o Espírito de Conselho e de Fortaleza, o Espírito de Conhecimento e de Temor do Eterno. Isaías 11:2


Não conseguimos receber a Plenitude (os 7 atributos) por causa da Nossa Yetzer Hará. Mas todos os Santos após a Ressurreição terão os 7 sobre si.

O verso 15 diz:


Yochanan testificou dele, e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.


Antes de “mim”, ele fala da promessa do messias, dada ao povo de Yisrael. A partir deste verso João fala de Yeshua. Ou seja 2 tempos dentro da Profecia. Quando ele diz que foi primeiro do que eu, João Batista fala a respeito do plano de Redenção da Humanidade que se iniciaria a partir daquele momento (chegada do Reino na terra)

Os versos 16 e 17 dizem:


16 E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça.

17 Porque a Torah foi dada por Moshê; a graça e a verdade vieram por Yeshua o messias.


O verso 16 fala de uma profecia futura após a ressurreição, ou seja, na glorificação. O verso 17 é uma referencia ao plano de Redenção que primeiro consistia em cumprir Torah e quando a pessoa cedia a Yetzer Hará sacrificava um animal para a expiação (perdão). Isso foi provisório até o nascimento de Mashiach no 4° milênio. Após o 2° Adão, isto é, Yeshua, nascer ele teve a sua vida aceita pelo Eterno e teve ela interrompida para que fosse trocada pela de muitos injustos. Então através desse ato todos que o aceitarem e viverem como ele viveu receberam a Graça (misericórdia e perdão) de todos os pecados. Através de Yeshua recebemos a verdade (Torah/Luz) e quando erramos tentando acertar temos o perdão apresentando a vida justa de mashiach (Graça).

A luz/Torah foi criada no primeiro dia para ser o que iluminaria o caminho de todos que desejam servir ao Eterno e fazer parte do seu povo. E Yeshua, o representante dessa luz, ensinou a Torah/luz de forma plena, a fim de cumprir a vontade do Eterno. Por causa disso, podemos viver no caminho e ser luz e no futuro ressuscitaremos e seremos também a luz para outros.


Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Estudo da Parashá Vezot HáB’rachá - 2022-2023 - Mosheh: O Grande Líder do Povo de D'us.

 



Estudos da Torá

Parashá nº 54 – Vezot HáB’rachá (E esta é a benção)

Devarim/Deuteronômio Dt 33:1-34:12

Haftará (Separação) Js 1:1-18 e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Hb 12:28 e 29 e Rm 7:21-25


Tema: Mosheh: O Grande Líder do Povo de D'us.


No estudo desta última parashá desse ciclo veremos as últimas palavras de Moshê ao povo de Israel. Vemos também Moshê concedendo bênçãos específicas e proféticas para cada uma das tribos, de acordo com suas responsabilidades nacionais e grandeza individual, e então abençoa a nação como um todo. E refletiremos quais ligações proféticas essas bênçãos tem com o que vivemos hoje e com o futuro, quando o messias estiver reinando.


A PARASHÁ DA SEMANA

Maimônides o chama de “o mais perfeito ser humano”, e os Sábios do Talmud dizem que “a Presença Divina falou pela sua garganta”. Porém a Torá também atesta que o homem que tirou os Filhos de Israel do Egito e recebeu a Torá de D'us era “o homem mais humilde na face da terra”.

Moisés nasceu no Egito em 7 de Adar do ano 2368 da Criação (1393 AEC), numa época em que os israelitas eram escravos dos donos da terra e sujeitos a muitos decretos rigorosos. Ele foi o terceiro e último filho de Yocheved e Amram – seu irmão Aharon era três anos mais velho e sua irmã Miriam seis.

Quando tinha três meses de idade, Moshê foi escondido num cesto que foi colocado para flutuar no Rio Nilo a fim de que pudesse escapar do decreto do faraó de que todos os bebês hebreus do sexo masculino seriam afogados; ele foi tirado do rio pela filha do faraó, Batyah, que o criou no palácio.

Aos 20 anos, Moisés fugiu do Egito após matar um egípcio que viu matando um judeu, e foi para Midian, onde se casou com Tzipora, a filha de Yitrô, e foi pai de dois filhos, Gershon e Eliezer.Quando tinha 80 anos de idade, Moshê estava pastoreando o rebanho de seu sogro quando D'us Se revelou a ele numa sarça ardente no Monte Horeb (Sinai) e o instruiu a libertar os Filhos de Israel.

Moshê tirou os israelitas do Egito, e D’us realizou numerosos milagres (as dez pragas do Egito, a abertura do mar, extrair água de uma rocha, fazer cair o maná, e numerosos outros), recebeu a Torá de D'us e a ensinou ao povo, construiu o Mishcan (morada Divina) no deserto, e liderou os Filhos de Israel durante os 40 anos de sua jornada pelo deserto; porém D'us não permitiu que ele os levasse até a Terra Santa. Moshê faleceu em seu 120º aniversário no Monte Nebo, sem ver a terra na qual ansiava por entrar. (Introdução extraída do site: chabad)


2 - ESTUDO DAS PALAVRAS

No estudo desta semana analisaremos o contexto de acordo com os tópicos abaixo, e o Moré Moshe juntamente com os demais morim explicarão cada um deles:


1. Foi criado no Egito e adotado pela filha de Faraó; (Êx 2:5-10)

2. Matou um egípcio por ter ferido um homem hebreu; (Êx 2.11,12)

3. Por medo de Faraó, Mosheh foge para Midiã; lá ele se casa e forma sua família; (Êx 2.16-22)

4. No Monte Horebe, Mosheh recebe o chamado do Eterno para tirar Seu povo do Egito; (Êx 3.1-10)

5. Mosheh recebe poder do Eterno para desempenhar sua missão; (Êx 4.1-17)

6. O povo creu que Mosheh era um enviado pelo Eterno para livrá-los de sua aflição; (Êx 4.28-31)

7. Após o envio de várias pragas, Mosheh tira os hebreus do Egito, atravessando o Mar de Juncos (Mar Vermelho); (Êx 7.1-14.31)

8. Mosheh recebe conselhos de Yitro (Jetro) em que como liderar e julgar aquele grande povo; (Êx 18.13-26)

9. Mosheh ficou durante quarenta dias e quarenta noites no Monte Sinai a fim de receber as tábuas de pedra contendo as Dez Palavras; (Êx 24:12-18)

10. Mosheh é instruído pelo Eterno sobre como proceder na fabricação de um santuário móvel e à instituição do sacerdócio na casa de Arão (Êx 25-32)

11. Mosheh era um homem mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra. (Nm 12:3)

12. Mosheh liderou todo o povo de Yisrael no deserto pelo período de quarenta anos; (Nm 14.34)

13. Mosheh sobreviveu a rebelião de Korach, Datá e Abirã; (Nm 16)

14. Mosheh fere a rocha duas vezes com a sua vara; (Nm 20.7-13)

15. Mosheh orou a D'us e lamentou profundamente o castigo de não poder entrar na Terra Prometida (Dt 3:24-27)

16. Mosheh viveu 120 anos; (Dt 34.7)

17. A Torá professa que nenhum profeta jamais chegou ao nível de Moshêh; (Dt 34.10-12)


Assista ao estudo completo clicando do link: 

https://www.youtube.com/live/Nbt8yymC5Jg?si=adhOoN-oCXnukbKa

Que o Eterno lhes abençoe!

Por: Moshê Ben Yisrael