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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Estudo da Parashá Miketz - Conceito de Autoridade: O poder que vem do Eterno.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 10 – Miketz (Ao fim)

Bereshit/Gênesis 41:1-44:17

Haftará (separação) 1Rs 3:15-4:1 e

B’rit Hadashah (nova aliança) At 7:9-16


Tema: Conceito de Autoridade: O poder que vem do Eterno.


No estudo desta semana, exploraremos a elevação de Yosef como governador do Egito, descrita em Bereshit 41:40 em diante, e como essa passagem aponta para o plano do Eterno em relação ao Mashiach. Veremos os paralelos entre a autoridade recebida por Yosef, sua justiça e papel de provedor, com as profecias sobre o Mashiach nos Profetas e sua aplicação nos registros dos Escritos Nazarenos a respeito de Yeshua e seus talmidim. Observaremos também alguns pontos interessantes a respeito desse que encontrei no livro de Bruno Summa, no qual faz os comentários dessa parashá. A história de Yosef nos ensina sobre o perdão, a reconciliação e a soberania do Eterno, revelando como Ele transforma adversidades em redenção.

RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

A Parashá Mikets nos traz a continuação da história de Yosef, revelando como o Eterno guia os acontecimentos para cumprir Seu propósito. A narrativa começa com o Faraó perturbado por dois sonhos enigmáticos: sete vacas gordas são devoradas por sete vacas magras, e sete espigas cheias são consumidas por sete espigas secas. Nenhum dos conselheiros do Faraó consegue interpretar o significado dos sonhos. Então, o copeiro-mor, lembrando-se de Yosef, que havia interpretado seus próprios sonhos na prisão, recomenda-o ao Faraó.

Yosef é chamado da prisão e, com humildade, declara que a interpretação pertence ao Eterno. Ele explica que os sonhos revelam um plano divino: sete anos de fartura no Egito serão seguidos por sete anos de fome severa. Yosef aconselhou Faraó a nomear alguém seguro para gerenciar a coleta de alimentos durante os anos de abundância, garantindo provisões para os tempos de escassez.

Impressionado pela sabedoria de Yosef, o Faraó o nomeia vice-rei do Egito, concedendo-lhe grande autoridade. Yosef se casa com Asnat e tem dois filhos, Menashê e Efraym. Como predito, os anos de fartura chegam, e Yosef supervisiona o armazenamento de suprimentos em grande escala. Quando os anos de fome começam, o Egito se torna o centro de provisões para muitas nações, incluindo Kenaan, onde Yaacov e seus filhos também sofrem com a escassez.

Os irmãos de Yosef descem ao Egito para comprar alimentos, mas não o autorizam. Yosef, agora no poder, aproveita a oportunidade para testar seus irmãos e avaliar se eles mudaram desde o dia em que o venderam como escravo. Ele os acusa de espionagem e exige que tragam Binyamin, o irmão mais novo, como prova de sua sinceridade, mantendo Shimeon como refém.

Relutante em enviar Binyamin, Yaacov resiste, mas, pressionado pela fome crescente, finalmente concorda. Os irmãos retornam ao Egito com Binyamin, e Yosef os recebe calorosamente, mas testa novamente sua lealdade. Ele manda colocar sua taça de prata na acomodação de Binyamin e, ao encontrá-la, acusa-o de roubo, ameaçando fazê-lo escravo.

A porção termina em suspense, com os irmãos diante de Yosef, enfrentando a possibilidade de perder Binyamin e, com isso, trazendo grande sofrimento a Yaacov. Este capítulo da história destaca o tema do arrependimento e da reconciliação, mostrando a mão do Eterno conduzindo tudo para o bem.

ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

Tu estarás sobre minha casa, e por teu dito se governará todo meu povo; somente no trono serei maior que tu. E disse o Faraó a Yosef: Vê, coloquei-te sobre toda a terra do Egito. Bereshit/Gn 41:40 e 41.

Esse texto, bem como outros que veremos adiante, nos apresentam o tema central de nosso estudo, a elevação de Yosef como governador do Egito, sua relação com a autoridade do Eterno e o papel do Mashiach conforme revelado nas Escrituras. Esta elevação de Yosef, narrada no texto acima, é um dos momentos mais significativos e emocionantes de sua história. Ele, era um jovem hebreu vendido injustamente como escravo e posteriormente foi preso por causa de acusações falsas, e depois de dois é tirado da prisão para interpretar os sonhos do Faraó. Sua ascensão repentina a uma posição de extrema autoridade, não apenas na terra do Egito, revela a mão do Eterno, que exalta aqueles que seguem Seus caminhos e cumprem Seu propósito. Yosef não apenas ganha poder, mas se torna o instrumento principal para salvar muitas vidas.

1. Yosef como Tipo do Mashiach: Elevação e Autoridade Divinamente Concedida

O papel de Yosef na narrativa bíblica é profético, apontando para o Mashiach. Assim como Yosef foi elevado à autoridade máxima no Egito, estando logo abaixo do Faraó, o Mashiach será exaltado pelo Eterno para governar sobre toda a humanidade, conforme descrito em Yeshayahu 52:13: "O Meu servo será bem sucedido; será elevado, exaltado, e muito sublime." Yosef não buscou a própria exaltação; sua promoção foi resultado de sua obediência ao Eterno e sua humildade, qualidades essenciais também atribuídas ao Mashiach nos textos proféticos e em comentários rabínicos.

Observe na transcrição em inteiro teor abaixo, o que Bruno Summa, em um de seus livros sobre comentários das parashiot diz:

A AUTORIDADE SOBRE HASHEM

Você terá autoridade sobre minha corte, e pelo seu comando todo meu povo será guiado; apenas por respeito ao trono eu serei superior a ti. Genesis 41:40

E fale à congregação de Israel e lhes diga: vocês devem ser santos (Lv 19:2)”. Nesse verso é como se o Santo, Bendito Seja, estivesse dizendo: “sejam santos como Eu sou Santo". Porém no final do verso está escrito: “pois Eu sou Santo, Hashem, vosso Elohim". Isso indica que o Santo, Bendito Seja, está dizendo: “Minha santidade está acima de vossa santidade”. Aprendemos a mesma coisa pelo faraó, o ímpio, quando diz a Yosef: “eu sou o faraó, e sem você nenhum homem poderá levantar sua mão ou seu pé em toda terra do Egito (Gn 41:44)”. Aqui é como se faraó estivesse lhe dizendo: “minha grandeza é maior que sua grandeza”, porém como se ao mesmo tempo lhe dissesse: “seja grande como eu sou grande". Do EU do ser humano, aprendemos uma lição sobre o EU do Santo, Bendito Seja. Bereshit Rabbah 90:2

Esse é um Midrash extremamente difícil, mas com um forte ensino sobre a personalidade de Hashem; por esse simples fato, é vital que o entendamos. Ele inicia comparando dois versículos da Torah, um na presente Parashá e outro que se encontra no Livro de Levítico:

Faraó disse a Yosef: EU sou faraó, e sem você nenhum homem poderá levantar sua mão ou seu pé em toda terra do Egito. Genesis 41:44

E fale aos filhos de Israel e lhes diga: vocês devem ser santos, pois EU sou Santo, Eu sou Adonai, vosso Elohim. Levítico 19:2

A princípio ambos não possuem conexão alguma, mas se os separarmos em duas partes e conectarmos as duas partes de um verso com as duas partes do outro verso, veremos que há certas semelhanças curiosas.

1) SEJAM SANTOS COMO EU SOU SANTO - SEM VOCÊ, NENHUM HOMEM PODERÁ LEVANTAR SUA MÃO OU PÉ EM TODA TERRA DO EGITO

2) EU SOU HASHEM - EU SOU FARAÓ

Primeiramente vamos olhar para Genesis 41:44. Faraó diz a Yosef que NENHUM HOMEM poderá levantar sua mão ou seu pé sem que ele, Yosef, permita, ou seja, NENHUM HOMEM poderá fazer nada em toda terra do Egito sem que Yosef saiba e autorize; e quando faraó diz NENHUM HOMEM, ele está incluindo absolutamente TODOS OS HOMENS, e como faraó é um homem, fica implícito que ele incluí a si mesmo. Em outras palavras, a autoridade dada a Yosef pelo faraó incluía ao próprio faraó; faraó se torna sujeito à autoridade dada por ele mesmo a Yosef. O faraó se sujeita a Yosef e Yosef se torna tão grande e poderoso quanto o próprio faraó. O mesmo é visto em Levítico 19:2 quando Hashem diz ao Povo de Israel para ser santo como Ele é Santo; dessa ordem entendemos que Hashem diz ao Povo de Israel para que seja Santo como Ele é Santo da mesma forma que faraó dá autoridade a Yosef para que seja tão poderoso quanto ele é poderoso. Isso é, a ordem de Hashem mostra que o homem pode se tornar tão santo quanto Ele.

E como faraó dá essa autoridade a Yosef? Da mesma forma que Hashem ordena ao Seu povo ser santo. Faraó diz: “eu sou faraó” e Hashem diz: “Eu sou Hashem”. Esse EU do faraó é como o EU de Hashem, e através desse EU faraó torna Yosef como o próprio faraó e Hashem torna Seu povo tão santo quanto o próprio Criador. A autoridade é a característica primordial de faraó, e ela foi dada a Yosef, a santidade é a característica primordial de Hashem, e ela foi dada ao povo, portanto, entendemos por meio de comparação que assim como o faraó fez de Yosef um faraó, Hashem ordena ao Seu povo para que se torne como Ele; e da mesma forma que se tornar como um faraó colocou faraó sob a autoridade de Yosef, se tornar santo como Hashem é Santo, também O coloca sob a autoridade de Seu povo.

Essa é uma afirmação pesada de se fazer, pois como pode Hashem se colocar sob a autoridade de Seu povo? Não faz sentido! Mas antes que possamos entender, existe um porém que deve ser ressaltado. No versículo 44 faraó se coloca sob a autoridade de Yosef, porém, no versículo 40, ele lhe diz: “apenas meu trono estará sobre ti”, e isso significa que mesmo que o faraó esteja se colocando sob a autoridade de Yosef, Yosef estará sob a autoridade do trono, e a autoridade do trono representa o julgamento; em outras palavras, faraó se colocou sob a autoridade de Yosef, mas não permitiu que Yosef o julgasse de forma alguma. O mesmo é visto nas palavras de Hashem ao Povo de Israel, quando diz: “Eu sou Hashem, VOSSO ELOHIM”. O nome Elohim representa o “trono do faraó”, o julgamento, a autoridade representada pelo trono, portanto, assim como faraó não permitiu que Yosef o julgasse, Hashem, ao dizer ELOHIM, está deixando claro que Ele está se colocando sob a autoridade de Israel, porém Israel não deve, e não pode, de maneira alguma julgá-lo.

Agora voltemos nossa atenção ao conceito de Hashem se subordinar à autoridade de Seu povo. Todo homem nasce sob a influência de decretos, tanto bons quanto ruins, que existem no mundo de Yetzira, os quais definem e determinam como será a vida de todos que nascem sob os céus. Tais decretos foram determinados por Hashem e colocados sob a autoridade do mundo de Yetzira; porém também foi estabelecido pelo Mestre que se o homem seguir uma vida segundo à vontade Dele, esse estilo de vida dará poder a esse homem de quebrar todos os decretos negativos previamente determinados em sua vida. Em outras palavras, a Torah na vida de uma pessoa lhe dará autoridade maior que a autoridade de Hashem, pois essa pessoa será capaz de anular algo que foi decretado pelo Mestre. Também existem situações nas quais Hashem diz que fará algo de ruim contra alguém, e o que esse alguém deve fazer em uma situação complicada como essa? Ele deve orar, e orar muito, pois através do poder da oração, lhe será dado autoridade para que Hashem não faça aquilo que disse que ia fazer, ou seja, o homem, através da oração, é capaz de anular algo que Hashem disse que faria. Isso é visto em Moises; quando Hashem lhe disse que destruiria Israel, Moises orou e anulou esse decreto dito por Hashem, e Hashem se colocou sob a autoridade que Ele mesmo deu a Moises. Tal também é visto em todos os livros dos profetas; toda vez que um profeta profetiza algo negativo contra Israel e Israel se arrepende, o que acontece? A profecia não se cumpre. Isso faz de Hashem um mentiroso? De forma alguma, que Ele não permita! O que acontece é que o arrependimento dá ao homem autoridade sobre a profecia de Hashem, e através dessa autoridade o homem anula a profecia negativa. Se Hashem não se colocasse sob a autoridade de Seu povo, nenhum decreto negativo, nenhuma profecia negativa e nenhum aviso negativo de Hashem seriam anulados.

Agora a pergunta é: sob a autoridade de que homem Hashem se coloca? Existiu um grande profeta que conhecia bem esse segredo e que escreveu a seu respeito:

O Elohim de Israel disse, a Rocha de Israel falou para mim: líder de homens; o Tzadik reinará através do temor de Elohim. II Samuel 23:3

O profeta Samuel começa dizendo que Hashem, a Rocha de Israel, pessoalmente lhe revelou esse mistério e lhe disse que existem duas condições para que um homem reine, isso é, para que Hashem se submeta à autoridade de um homem. Primeiro, ele deve ser um Tzadik, isso é, ele deve viver uma vida de Torah, pela qual todos os decretos negativos serão extintos. Segundo, ele deve temer Elohim (trono), e isso deixa implícito que ele deve orar e se arrepender; através de ambos, esse homem anulará todas as profecias e promessas negativas de Hashem. Ao homem que vive Torah, que ora e que vive em arrependimento, lhe será dado por Hashem autoridade sobre Ele mesmo, e Ele se colocará sob a autoridade dada a esse homem, e através dessa autoridade, ele será capaz de anular, cancelar e quebrar todos os decretos, promessas e profecias negativas de Hashem, e Hashem aceitará com grande alegria os resultados dessa autoridade dada a esse homem. Porém, assim como faraó colocou um porém, Hashem não autoriza absolutamente ninguém a julgá-lo, isso é, a ninguém é dada a autoridade de dizer que Ele está certo ou errado ou de julgar a forma como Ele definiu Sua criação como certa ou errada. Isso significa que ninguém está autorizado, por mais autoridade que lhe foi dada, a definir como sua própria existência deve ser vista e compreendida.

Esse forte mistério sobre Hashem é fantástico, pois ele quebra conceitos muito comuns sobre ideias errôneas que definem o “Deus do antigo testamento” como um Deus autoritário, vingativo e impetuoso, pois como poderia um Deus que possua todas essas características se sujeitar à autoridade de Seu próprio povo? Não faz o menor sentido! Deuses autoritários, vingativos e impetuosos jamais se sujeitariam à vontade de ninguém, sejam eles seus servos ou não. Hashem, em toda sua misericórdia, bondade e por livre e espontânea vontade, se colocou sob a vontade de Seu povo e permitiu que a vontade de Israel anulasse a vontade Dele, algo incompatível a um “deus mal e autoritário” como muitos O definem. Quando Hashem permite o homem a se elevar acima Dele, Ele está dizendo que Ele ajudará o homem que atingir esse nível espiritual a carregar o próprio fardo e que esse homem jamais estará sozinho e desamparado, e tudo de negativo que houver sobre a vida desse homem, será anulado e cancelado.

E Sua nação será toda de Tzadikim. Isaías 60:21

Isaías ainda ressalta um detalhe. Israel será formada apenas por Tzadikim, isso significa que Hashem só se coloca sob a autoridade do homem que faz parte de Israel e que é um Tzadik.

O presente versículo esconde esse profundo mistério com vestimentas de um diálogo entre Yosef e o faraó. Por trás do EU do faraó, aprendemos mais sobre o EU do Santo, Bendito Seja e como Ele opera nesse mundo e a maneira que estabeleceu seu Modos Operandos. Quando vivemos Torah, oramos e nos arrependemos, nos será dada a autoridade sob a qual Hashem se colocará e, através dessa autoridade, atingiremos o ápice dos planos que Hashem tinha para o homem antes do pecado de Adam. Hoje em dia vemos muitas pessoas sofrendo com os infortúnios da vida ou por se tornarem vítimas de promessas e decretos negativos; isso mostra o quão longe do Santo estão e o quão limitada sua sabedoria sobre o mundo espiritual é. A Torah ensina com perfeição como levarmos uma vida elevada e de sucesso, mas esse é um ensino que não é dado de mão beijada e muito menos ao homem tolo. Portanto, infortúnios estão fortemente associados à tolice do homem.

Esse não é um estudo simples e de fácil compreensão. Bendito seja aquele que for capaz de absorvê-lo. Summa, Bruno. SHA'AREI TORAH: Portões da Torah - BERESHIT 5 (SHA'AREI TORAH - PORTUGUÊS Livro 6) (pág. 60-66).

Com tudo o que dissemos até aqui, creio que você já entendeu um pouco do que realmente a história de Yosef representa no contexto profético. No Tanakh, a autoridade do Mashiach é frequentemente relacionada ao governo, para trazer paz e restauração. Por exemplo, em Tehilim 110:1-2, o Eterno declara: “Assenta-te à Minha direita, até que Eu coloque os Teus inimigos como estrado dos Teus pés.” Este salmo enfatiza a soberania do Mashiach, que, assim como Yosef, exercerá uma autoridade inquestionável concedida diretamente pelo Eterno.

Nos Escritos Nazarenos, esse paralelo se torna ainda mais claro. Em Fl 2:9-10, é dito que o Mashiach foi exaltado pelo Eterno "para que ao nome dele se dobre todo joelho." A submissão a Yosef no Egito, ordenada por Faraó ("Somente no trono serei maior que você"), antecipa a autoridade universal do Mashiach, que governará todas as nações com justiça e retidão.

A história de Yosef também destaca o papel de um mediador entre os governantes e o povo. Yosef era o canal pelo qual o Faraó comunicava sua vontade e garantia o sustento do povo. Da mesma forma, o Mashiach será o mediador entre o Eterno e a humanidade, estabelecendo um Reino de paz e justiça na terra.

Assim como Yosef não apenas recebeu autoridade, mas também assumiu a responsabilidade de provar e governar com sabedoria, o Mashiach também exercerá o papel de provedor e juiz. No próximo tópico, exploraremos como Yosef garantiu a sobrevivência física do Egito e como isso reflete a função do Mashiach como sustentador e juiz justo para toda a humanidade.

2. A Função de Governador: Justiça e Provisão Sob a Liderança Divina

No Egito, a fome que se reduziu após os sete anos de abundância revelou o verdadeiro propósito da exaltação de Yosef. Mais do que apenas ocupar uma posição de autoridade, ele foi nomeado pelo Eterno através de Faraó para prover sustento e garantir a sobrevivência de muitas vidas, inclusive de fora do Egito, de outras nações. Conforme descrito em Bereshit/Gn 41:55, o Faraó declarou ao povo: “Ide a Yosef; o que ele vos disser, fazei.” Yosef, portanto, tornou-se o mediador das necessidades do povo, o responsável por administrar com sabedoria os recursos armazenados durante os anos de fartura.

Esse papel de Yosef como provedor e juiz reflete aspectos fundamentais do governo do Mashiach. Não foi à toa que em pelo menos três momentos Yeshua também deu pão para multidões famintas. Assim como Yosef foi incumbido de alimentar tanto o Egito quanto as nações ao redor, o Mashiach será o sustentador e juiz que trará provisão e justiça para toda a humanidade. Yeshayahu 11:4 descreve o Mashiach como aquele que "julgará com justiça os pobres e decidirá com retidão pelos mansos da terra." A fome física no Egito aponta para uma realidade mais ampla: a fome espiritual, isto é, de estar debaixo da autoridade do Eterno, que o Mashiach saciará, tra redenção e plenitude.

A liderança de Yosef foi caracterizada pela sabedoria divina. Ele organizou os recursos durante os anos de abundância e garantiu sua distribuição justa nos anos de fome. Esse aspecto de seu governo também é profético. O Mashiach, segundo Tehilim 72:12-14, será o Rei justo que cuidará dos necessitados, livrará os oprimidos e estabelecerá a paz. Parte dessa profecia se cumpriu de forma local e reduzida, mas no futuro isso será amplo e universal. Assim como Yosef foi o canal pelo qual o sustento chegou ao povo, o Mashiach será a fonte pela qual a plenitude do Eterno se manifestará na terra.

Nos Escritos Nazarenos, Yosef encontra um paralelo no Mashiach como provedor e mediador. Em Yochanan 6:35, o Mashiach declara: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim jamais terá fome." Assim como o povo do Egito foi ao encontro de Yosef para receber alimento físico, a humanidade é convidada a buscar no Mashiach o sustento da Torah que provém do Eterno. Além disso, Yosef agiu com imparcialidade, forneceu alimento não apenas ao Egito, mas também às nações vizinhas. Isso reflete o papel universal do Mashiach, que traz justiça e provisão para todos os povos, desde que se enquadrem nos mandamentos de HaShem.

Outro ponto relevante é a confiança que o Faraó e o povo depositaram em Yosef. Ele era o único com acesso ao fornecimento necessário, e suas decisões eram finais. Isso ecoa o papel exclusivo do Mashiach como mediador e juiz. Fl 2:10 afirma que todo joelho se dobrará diante dele, regularizando sua autoridade concedida pelo Eterno.

3. Reconciliação e Redenção: O Plano do Eterno em Meio à Adversidade

Em Bereshit 45:5-7 “Não vos entristeçais, nem vos pese aos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para preservação da vida Elohim me enviou adiante de vós. Porque já ouve dois anos de fome na terra, e ainda durante cinco anos não haverá lavoura nem ceifa. E mandou-me Elohim adiante de vós, para dar-vos uma descendência sobre a terra, e para fazer-vos viver por uma grande salvação”

A história de Yosef culmina em um poderoso ato de reconciliação. Apesar de ter sido traído e vendido por seus próprios irmãos, ele reconhece que tudo fazia parte do plano do Eterno para salvar vidas, conforme declarado nos versos acima. Yosef não apenas perdoa seus irmãos, mas os reúne, restaurando a unidade da família. Esse ato aponta para o papel do Mashiach, que traz reconciliação entre a casa de Yisrael, bem como a todos os gentios que desejarem e o Eterno, como predito em Yeshayahu 53:5: "O castigo que nos traz a paz estava sobre ele."

Assim como Yosef testou arrependimento de seus irmãos antes de revelar sua identidade, o Mashiach também testa os que se aproximam instrui e leva os que se arrependeram a uma relação restaurada com o Pai. Em Romanos 5:10, vemos o Rav Sha’ul dizer: “fomos reconciliados com o Eterno pela morte de Seu Filho”. A trajetória de Yosef ilustra a soberania do Eterno em transformar adversidade em redenção, antecipando o maior ato de salvação conduzido pelo Mashiach.

Concluindo nosso estudo, vimos que o Eterno se coloca a disposição da autoridade do justo a quem ele estabelece, a fim de eliminar decretos de destruição e morte para os que se arrependem, assim como o Faraó se colocou sob autoridade de Yosef no sentido do cuidado, armazenamento e distribuição do alimento. Por isso, nessa pequena análise, pudemos entender que os eventos que se apresentaram na vida de Yosef são, na verdade, apontamentos proféticos, como uma figura que aponta para o Mashiach. Assim como Yosef foi exaltado por Faraó para salvar o Egito e sua família, o Mashiach será elevado pelo Eterno para governar com justiça e trazer reconciliação para toda a humanidade.

Os paralelos entre Yosef e o Mashiach Yeshua mostram a fidelidade do Eterno em cumprir Suas promessas por meio de situações inesperadas, desenvolvendo muitas vezes pelo sofrimento, e transformando em salvação e redenção. O plano divino não apenas preserva a vida física, mas também garante a redenção final. Em Tehilim 103:19 – "O Eterno circula o Seu trono nos céus, e o Seu Reino domina sobre tudo." Assim como Yosef foi colocado em posição de autoridade, o Mashiach, escolhido pelo Eterno, também o foi e governará com justiça e redenção para aqueles que buscam a HaShem.

Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!

Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


sábado, 3 de agosto de 2019

Estudo da Parashá Matôt/Massei (Tribos/Partidas)


Estudos da Torá

Parashá nº 42-43Matôt/Mass’ei (Tribos/Partidas)
Bamidbar/Números Nm 30:1-32:42/33:1-36:13,
Haftará (Separação) Jr 1:1-2:3/2:4-28. 3:4, 4:1-2; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 1:1-51/2:1-30.


1 - INTRODUÇÃO
Nesta semana estuda-se duas porções juntas, a porção Matôt e a Massei, e assim finaliza-se o livro de Bamidbar/Números.

A parashá Matôt (Tribos) inicia com um tratado a respeito das leis de nedarim (votos). Passando após para a descrição da batalha do povo de Israel contra os Midianitas e a consequente vitória, bem como a narrativa detalhada da distribuição dos despojos de guerra. Relata ainda o pedido das tribos de Reuven (Rubem) e Gad de assumir a possessão de sua herança daquele lado do rio, pois seria melhor para eles criarem seus gados.

Já na parashá Masse’i (Partidas), inicia-se com um resumo de toda a rota viajada pelo povo de Israel durante os quarenta anos no deserto, desde a saída do Egito até a chegada às margens do Jordão. Ordena que retirem todos os cananitas da terra, ordena várias recomendações e parâmetros para as várias categorias de assassinato e encerra com mais informações sobre as filhas de Tslofchad e as leis de herança.

Sendo assim, nesse estudo daremos ênfase à questão dos votos e o que eles têm a ensinar para nossas vidas a respeito de autoridade.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
E falou Moisés aos cabeças das tribos dos filhos de Israel, dizendo: Isto é o que ordenou o Eterno: Quando um homem fizer um voto ao Eterno, ou fizer um juramento para se obrigar a alguma abstinência, não profanará a sua palavra; como tudo que saiu de sua boca, assim fará.” (Nm 30:1-2).

Sobre o voto e seu cumprimento

A palavra principal aqui neste capítulo é “voto”, em hebraico “Neder” -נֶדֶר . Ela significa “voto, oferta votiva”. A raiz desse termo tem a conotação do ato de consagrar verbalmente (dedicar ao serviço) a D’us. O voto era e deve ser feito ao Senhor, pois é uma consagração da palavra dita pelo homem à D’us. Em caso de não cumprimento, D’us permitia que a pessoa fosse punida e isso é assim até hoje, pois de acordo com o texto, o homem ligou sua alma com uma obrigação. A palavra “alma” vem do termo hebraico “nepesh” e significa “vida, criatura, pessoa, mente”. Isso mostra que devemos ter plena consciência ao fazer um voto, pois o Eterno cobrará. E quando faz-se um voto, ele aplica a sua “vida ou alma” a essa palavra que saiu de sua boca. Por esse motivo é muito importante cumprir aquilo que se vota.

Repare que o fim do verso 2 diz: “...não profanará a sua palavra; como tudo que saiu de sua boca, assim fará.” A palavra hebraica que foi traduzida para “profanará” ou “violará” em algumas versões bíblicas, é “Yachel” que vem da raíz “yahal”, significando “ferir, perfurar”. É interessante então, notar a conexão entre perfurar ou ferir, e o ato de não cumprir um voto ou promessa, pois se um homem não cumpre seu voto, é como se provocasse uma ferida, uma perfuração na imagem de Adonai. Se o homem não cumpre sua palavra provoca uma ferida na sua função de refletir o caráter de YHWH, porque o Eterno não pode anular a Sua Palavra e o homem foi criado à sua imagem, consequentemente não poderia anular a sua também.

O voto é normalmente feito em períodos específicos, quando se está em necessidade, buscando a intervenção divina, ou em momentos de agradecimento ao Eterno, como forma de ação de graças. De acordo com o Rab. Matheus Zandona, os votos ainda são feitos e são muito utilizados na cultura judaica, tanto entre os judeus messiânicos como os tradicionais e ortodoxos. A abstinência também ainda é muito utilizada.

Porém o juramento ou promessa quase sempre acabam levando ao pecado conforme podemos verificar nos seguintes textos:

Se um de vocês fizer um voto ao Senhor, ao seu Deus, não demore a cumpri-lo, pois o Senhor, o seu Deus, certamente lhe pedirá contas, e você será culpado de pecado se não o cumprir. Mas se você não fizer o voto, de nada será culpado. Faça tudo para cumprir o que os seus lábios prometeram, pois com a sua própria boca você fez, espontaneamente, o seu voto ao Senhor, ao seu Deus.” (Dt 23:21-23)

"Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor’. Mas eu lhes digo: Não jurem de forma alguma: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. E não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo.” (Mt 5:33-36)

Ouçam agora, vocês que dizem: "Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro". Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso, deveriam dizer: "Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo". Agora, porém, vocês se vangloriam das suas pretensões. Toda vanglória como essa é maligna. Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado.” (Tg 4:13-17)

Sobretudo, meus irmãos, não jurem nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outra coisa. Seja o sim de vocês, sim, e o não, não, para que não caiam em condenação.” (Tg 5:12)

Os versos acima nos mostram que juramento ou a promessa representam a ilusão que o homem detêm o domínio sobre o seu futuro, por isso pode levar à transgressão, que é pecado. Porque em sua vida falha, o homem pode jurar ou prometer algo que não poderá cumprir, pois não tem o controle sobre seu futuro, e isso é pecado. Por isso Tiago nos diz o que transcrevemos acima, nos versos 13-17.

Com tudo o que já dissemos até aqui, podemos perceber a importância de se cumprir os votos, e devemos ter muito cuidado com as promessas e juramentos. Quando não se cumpre as promessas é algo grave, pois tem a ver com a honra de YHWH.

Esse capítulo nos mostra um princípio de D’us, um princípio bíblico, ou seja a questão da hierarquia, da autoridade, e falaremos mais sobre isso no tópico abaixo.

A Torá destaca os cabeças (líderes) das tribos em relação ao cumprimento dos votos (v. 1). Pode-se aprender que um líder tem mais responsabilidade para cumprir as suas promessas do que o resto do povo, porque ele representa Adonai diante do povo. Assim, se um líder não cumpre as suas promessas ou votos, o povo terá uma imagem equivocada do Eterno que o colocou como seu representante. Também aponta para que uma sociedade deva ser fundada sobre a fidelidade, especialmente entre os líderes. Estes versos também mostram que um homem deva ser responsável pelo cumprimento da sua palavra diante das autoridades.

Ainda tratando-se do verso 2, precisamos entender que o cumprimento da palavra é um propósito totalmente ético, não só sob o ponto de vista bíblico, mas também na sociedade em geral. Ou seja, a palavra de uma pessoa deve ser uma só, não pode ser inconstante, mudando a todo momento conforme lhe convier a situação. Por esse motivo Yeshua disse: Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do Maligno"” Mt 5:37. Podemos notar, que graças a Adonai, mesmo em meio a tanto caos a sociedade ainda se baseia em vários princípios da Torá, como por exemplo, as leis sobre o furto, roubo, homicídios e outros, se não fossem elas o mundo já teria sido destruído há muito tempo.

O princípio de autoridade e o voto

O mesmo princípio estabelecido aos príncipes ou cabeças é válido também para os pais de família. Quando um pai faz uma promessa aos filhos, é muito importante cumpri-la para que os filhos conheçam a fidelidade de Adonai através dos exemplos de seus pais. Segundo o site “emunah a fé dos santos”, a imagem que os pais projetam sobre os seus filhos é aquela que os filhos aplicam sobre o Eterno. Os filhos pensam que o Eterno é como seus pais. Dessa forma, é importante que os pais cumpram as promessas feitas aos filhos e não mudem a sua palavra. E caso haja necessidade de mudar o que havia prometido aos filhos, deverá se desculpar com eles, a fim de que entendam que tal comportamento não é correto e assim, não venham pensar que o Senhor quebra suas promessas também.

Os versículos deste capítulo 30 de Números demonstram que o homem é responsável espiritualmente sobre a mulher (o Pai em relação à Filha e o Marido em relação à Esposa). Ele detém autoridade de Deus para confirmar ou anular um voto ou juramento delas. Indicando para nós que a hierarquia é um princípio que o Eterno estabeleceu para o ser humano. A hierarquia demonstra organização, estando presente no campo espiritual em relação ao Pai com o Filho e com os anjos, e o Eterno nos aponta para essa organização, tanto na sociedade e congregações, como também nas nossas casas.

Submeter-se às autoridades constituídas por D’us sobre nossas vidas é uma benção para nós, conforme lemos em Rm 13:1-5; 1Tm 2.1-3 e Tt 3:1. E em relação à autoridade devemos entender que isso não se aplica apenas a governos seculares, mas também a âmbitos espirituais, como é o caso da igreja e da família. O foco nesse contexto é a igreja e a família, onde o homem é a autoridade a qual o Eterno estabeleceu como princípio a ser seguido, de acordo com a sua palavra. Essa autoridade fala de responsabilidade e não de mérito do homem, ou porque ele seja melhor do que a mulher.(Cl 3:18-22; Ef 5:22-33)

Então, se não há demérito algum em nos submetermos às autoridades, pelo contrário, dissemos com base nas Escrituras que é benção, também o será para as mulheres que submetem-se à autoridade do homem. Mais uma vez esclarecendo que não é devido a mérito dele, mas por uma questão de responsabilidade. Porque o Eterno lhe deu essa responsabilidade de cuidar e prover, assim como responsabilizou a mulher a ser a ajudadora nesse projeto divino.

Portanto, entendamos que há Hierarquia ao mesmo tempo em que há igualdade (1Co 11:3; Gl 3:28 e Ef 5:23). Sendo assim, mulheres que demonstram ter autoridade espiritual (eclesiástica) sobre seus maridos e ou sobre suas casas ferem o princípio divino. A mulher pode até ensinar no contexto didático, nas congregações, mas jamais deve exercer autoridade espiritual sobre homem algum, pois fere os princípios de D’us (1Tm 2: 12). Esclarecendo, que estamos tratando a nível eclesiástico, não secular.

Com isso podemos perceber que a situação de autoridade eclesiástica feminina vai contra o que o Eterno prescreve, ou seja, não tem base bíblica. Talvez você se pergunte: mas a bíblia não fala de diaconisas?

O caso é que, diáconos/diaconisas não são funções de autoridade, mas de serviço, ou seja, eles são aqueles que servem à comunidade dos santos.

Quando ocorrem casos de mulheres exercendo autoridade espiritual em casa ou na congregação, a culpa principal é do próprio homem (Pai/Esposo), que não assume sua posição.

Tendo em mente o conceito de autoridade fica fácil compreender os versos que nos falam do voto das filhas solteiras que moram com seus pais, bem como os votos das esposas, onde os homens tem autoridade para se envolver e até anular os votos delas. Isso é porquê, se o pai entende que a filha fez um voto sem o devido equilíbrio poderá anular e a jovem estará desobrigada diante do Eterno. E o mesmo acontece com a mulher casada.

Entretanto, se souber dos votos e não se pronunciar e mais tarde se arrependa de ter permitido e anular os votos, quem é cobrado por D’us é o pai ou o marido.

Sendo assim, entendamos o princípio de autoridade e submissão descrito nesse texto da Torá, pois como disse o apóstolo Paulo: “Porque somos criação de D’us realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais D’us preparou de antemão para que nós as praticássemos.” Ef 2:10.

Hazak, Hazak, venit chazek! (Seja forte, seja forte e sejamos fortalecidos!)

Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/
- http://shemaysrael.com/parasha-matot/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/42-_matot_tribos.pdf
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771049/jewish/Resumo-da-Parash.htm