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sexta-feira, 26 de maio de 2023

Estudo da Parashá Bamidbar-2022-2023 - Levi, o menor se torna o maior.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 34Bamidbar (No deserto)

Bamidbar/Números Nm 1:1-4:20,

Haftará (Separação) Os 2:1-22; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Lc 1:1-12:59; Rm 9:22-33


Tema: Levi, o menor se torna o maior.


RELEMBRANDO


Semana passada estudamos sobre a casa em cidade murada e vimos os conceitos histórico, literal e profético. Entendemos que nós que estamos em teshuvah somos a casa em cidade murada e não podemos de forma alguma perder a chance de buscar a redenção. Essa semana falaremos sobre o fato de a tribo de Levi ser considerada a menor tribo que saiu do Egito, no entanto, a importância dela por ter sido escolhida pelo Eterno para o serviço sacerdotal, a tornou maior. Por isso, o tema dessa semana, em que celebramos shavuot, é bem sugestivo e nos leva a refletir em nossa caminhada.


A PARASHÁ DA SEMANA


Como sempre iniciamos nosso estudo com um resumo, veja a seguir um extraído do site “Chabad”.

A Parashá Bamidbar, a primeira porção do quarto livro da Torá, está principalmente envolvida com o recenseamento do povo de Yisrael feito no segundo mês de seu segundo ano no deserto. Após relacionarem os líderes das doze tribos de Yisrael, a Torá apresenta os totais de homens entre as idades de 20 e 60 anos para cada tribo, sendo que a contagem totalizou 603.550.

A estrutura do acampamento é então descrita, com a tribo de Levi no meio, guardando o Mishcan, Tabernáculo, e cercada pelas doze tribos de Israel, cada uma na área que lhe foi designada. É feita a designação da tribo de Levi como os líderes espirituais do povo judeu, e seu próprio censo é realizado, à parte do restante de Israel.

A porção da Torá conclui com as instruções dadas à família de Kehat, o segundo filho de Levi, pelo seu papel em lidar com as partes mais sagradas do Mishkan.

Podemos tirar uma mensagem na porção desta semana. Segundo o site Chabad, encontramos um Midrash fascinante à partir do primeiro versículo: "E D'us falou a Moshê no deserto do Sinai." O Midrash explica que a Torá foi outorgada em associação com três coisas - fogo, água e no deserto. No estudo da parashá Bamidbar do ano passado falei sobre o deserto de forma um pouco mais ampla, busque lá no meu canal no YouTube ou no canal da Kahal Teshuvah Brasil.

Rabi Meir Shapiro dá uma bela explicação sobre a importância destas três coisas. Explica que o traço de caráter que destacou o povo judeu desde o início é o espírito de auto sacrifício. Isso tem sido sempre evidente em nosso cumprimento das leis da Torá e em nossa aderência à sua fé. Avraham, o primeiro dos Patriarcas, segundo o Midrash Bereshit, permitiu-se ser atirado a uma fornalha ardente por ter quebrado os ídolos de seu pai, e foi salvo apenas por um verdadeiro milagre de D'us. Por este ato, ele conferiu a todas as gerações futuras a vontade e a força de morrer por seu interesse de obedecer ao Eterno. Segundo o Chabad, algumas pessoas poderiam argumentar que este foi um ato de heroísmo isolado de um indivíduo notável. Eles deveriam então considerar um segundo exemplo, envolvendo todo o povo de Yisrael. Quando o Mar Vermelho foi dividido, o povo marchou como uma só nação para as águas enraivecidas, a um comando do Criador.

Ainda de acordo com o site, é claro que alguém poderia argumentar ainda que, este teste ocorreu em um período de tempo relativamente curto. Deixemos então, que considerem o terceiro exemplo, o fato de toda a nação israelita voluntariamente entrar no deserto sem comida ou bebida, não sabendo quanto tempo teriam que permanecer lá. Fizeram isso apenas por amor e lealdade a D'us, como está escrito em Yirmiyáhu/Jeremias:


"Lembro-Me da afeição de tua juventude... como seguiram-Me no deserto, numa terra que não era semeada" Jr 2:1


Foi em virtude destes três testes - pelo fogo, água e deserto - que a Torá foi outorgada ao povo de Yisrael como sua possessão eterna. A disposição para desistir de suas vidas pela sua crença em D'us, assegurou a sobrevivência do povo até os dias de hoje, bem como de cada remanescente que atende ao chamado de entrar no caminho da Teshuvah.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ


As famílias da tribo de Levi, porém, não foram contadas juntamente com as outras, pois o Eterno tinha dito a Mos: "Não faça o recenseamento da tribo de Levi nem a relacione entre os demais israelitas. Em vez disso, designe os levitas como responsáveis pelo tabernáculo que guarda as tábuas da aliança, por todos os seus utensílios e por tudo o que pertence a ele. Eles transportarão o tabernáculo e todos os seus utensílios; cuidarão dele e acamparão ao seu redor. Sempre que o tabernáculo tiver que ser removido, os levitas o desmontarão e, sempre que tiver que ser armado, os levitas o farão. Qualquer pessoa não autorizada que se aproximar do tabernáculo terá que ser executada. Os israelitas armarão as suas tendas organizadas segundo as suas divisões, cada um em seu próprio acampamento e junto à sua bandeira. Os levitas, porém, armarão as suas tendas ao redor do tabernáculo que guarda as tábuas da aliança, para que a ira divina não caia sobre a comunidade de Israel. Os levitas terão a responsabilidade de cuidar do tabernáculo que guarda as tábuas da aliança". Números 1:47-53


Repararam nas partes sublinhadas dos versos lidos acima? Notem que Essa parashá inicia com o Eterno dando uma ordem a Moshê para que fizesse censo de todo o povo de Yisrael que saiu do Egito. Isso é interessante, já que sabemos que não saíram só o povo de Yisrael, saíram também representante de 70 nações junto com eles. E a Torá deixa claro para nós que o Eterno tinha conhecimento disso, claro, vejam o texto e notem a palavra usada para se referir a todos os que saíram do Egito.


Faça o censo de toda a assembléia do povo de Yisrael, segundo os clãs e as famílias. Registre os nomes de todas os homens com mais de 20 anos sujeito ao serviço militar em Yisrael. Você e Aharon enumerarão grupo a grupo.


A palavra “assembléia” foi traduzida do termo hebraico עֲדַתAdat, que traz os seguintes significados: comunidade, assembléia, público; congregação; grupo; testemunha (mulher); preceito. Esse termo é uma variação da raiz עֵדָהEdah ou עֵד , que traz os seguintes significados: testemunha; testemunho, evidência. E aí você deve estar se perguntando qual a relação entre os significados dessas palavras em hebraico, vindas da mesma raiz?

Pois bem! O entendimento que podemos extrair é que a palavra Adat lá no texto da parashá, além de indicar a coletividade das pessoas que saíram do Egito, tanto os filhos de Yisrael, como os representantes das nações, estava também mostrando que eles eram as testemunhas de tudo o que o Eterno fizera. Eles em si mesmos eram a evidência do poder que o Eterno havia empregado no Egito, durante a libertação do povo. Claro que sabemos, e vamos compreender ainda mais hoje, que nem todos que estava lá eram justos, muitos estavam vivendo de acordo com o modo de vida egípcio, ou seja, no pecado e na idolatria. Os descendente de Levi, os levitas eram os justos, pois viviam em obediência aos preceitos orais que haviam recebido dos patriarcas e de Shem, assim também, como alguns dentre as demais tribos e pessoas das nações que procuravam viver uma vida santa de obediência ao Eterno. Foi por eles que o Eterno manifestou seu poder naquele lugar. Os desobedientes pegaram uma carona na derrota do Egito e na libertação dos obedientes. Você pode até procurar sobre isso nos vídeos da midrash profética lá no canal da Kahal Teshuvah Brasil.

Durante o tempo no deserto, antes de chegarem ao Sinai, quando receberam a Torá escrita, o povo passou por algumas provações e a grande massa composta pelas outras tribos e pelos representantes das nações foram reprovados várias vezes, enquanto os justos compostos pela tribo de Levi e por alguns justos eram aprovados e cada vez mais sendo separados pelo Eterno, como no lamentável caso do bezerro de outro, em que esse grupo de justos não adoraram aquela imagem e ficaram ao lado de Moshê. Tanto que nessa parashá, o Eterno manda fazer a contagem de todas as tribos em um primeiro momento, e fala para Moshê não incluir na contagem das demais tribos a tribo do levitas. Vejamos o que um midrash tirado do povo de Yisrael fala sobre isso. No livro “Nos caminhos da Eternidade” do Rabino Isaac Dichi, na parashá Bamidbar, cujo título muito apropriado é “Não se deixar envolver pelo ambiente”, incia seu comentário dizendo o seguinte:

A Torá nos relata nesta parashá (Bamidbar 3:12) que após o pecado do bezerro de ouro, o Criador escolheu a tribo de Levi em substituição aos primogênitos, para servir ao Todo-Poderoso no Mishcan e no Bêt Hamicdash. A partir desse acontecimento, a tribo de Levi, que se subdivide em cohanim e leviim, passou a ter este privilégio para sempre. Os cohanim e leviim serviram no Mishcan (Tabernáculo), no Primeiro e no Segundo Bêt Hamicdash, e trabalharão no Terceiro, que, esperamos seja construído brevemente em nossos dias…Analisemos qual foi o mérito pelo qual a tribo de Levi se fez merecedora deste nobre encargo.

Após o Êxodo do Egito, o povo de Israel cometeu o terrível erro do bezerro de ouro. Conforme explica o Rashi, a tribo de Levi manteve-se alheia ao pecado, não praticando esta falta que contagiou o povo. Consta que, quando Moshê desceu do Monte Sinai e viu o que estava acontecendo, perguntou ao povo: “Mi Lashem elay” (Shemot 32:26) – Aqueles que querem permanecer fiéis a

D’us que se aproximem de mim, e a resposta positiva foi somente da tribo de Levi: “Vayeassefu elav col benê Levi” – E juntaram-se a ele todos os filhos de Levi. (Dichi, Isaac. Pág 194 e 195)


Estamos confirmando através deste midrash que havia um motivo prévio para o Eterno mandar Moshê tratar a tribo de Levi e todos os que a eles se uniram em obediência, de forma diferenciada, apesar de serem a menor das tribos. Vimos que a obediência e a prática da justiça levou essas pessoas a serem vistas pelo Eterno como santos, ou seja, separados dos demais. Porém, havia ainda um outro motivo pelo intrínseco ao primeiro mencionado, que fez com que o Eterno separasse os levitas. Veremos logo mais à frente. No entanto, primeiro vejamos algumas outras informações sobre o fato dos levitas não terem sido contados junto com os demais.


Por que a tribo Levi não foi contada junto aos outros grupos?

Como falamos, a parashá começa com a contagem das tribos de Yisrael, com exceção dos levitas. E no capítulo 3, depois de algumas informações importantes sobre essa tribo e sobre sua escolha, que falaremos daqui a pouco, vemos o Eterno mandando Moshê fazer a contagem dos levitas. No site Chabad encontramos uma seleção do midrash a respeito disso. Ele diz que uma das razões pela qual a tribo de Levi não foi contada com as demais é que, D’us disse a Moshê: “Os levitas, meus servos no tabernáculo, são tão sagrados que seus filhos serão contados desde a idade de um mês.” Todas as outras tribos do povo de Yisrael eram contadas a partir da idade

de vinte anos. Segundo o midrash, apenas os levitas eram contados ainda bebês. Por isso, D’us ordenou que sua contagem fosse feita separadamente. Mas por que os levitas eram contados a partir de um mês de idade?

Segundo o midrash, apesar de, em nenhuma das outras tribos nenhum homem com idade inferior a vinte anos ter sido contado no censo, os levitas eram exceção. D'us disse a Moshê que contasse os varões levitas a partir da idade de um mês. Isso porque, segundo o entendimento judaico, antes de um mês de idade a vida de um recém-nascido é incerta, ou seja, não se tem certeza que sobreviverão. Por que os bebês dos levitas eram contados, apesar de serem jovens demais para realizarem qualquer tipo de serviço? Já que um levi só pode servir a partir dos trinta anos. Sabendo que até mesmo seus filhos eram contados no censo, os pais tomariam cuidados especiais para educar os filhos em santidade. Tanto pais, quanto filhos, merecem ser recompensados por todos os anos de preparo para o Serviço de D'us.

Assim, ainda de acordo com o midrash, Moshê conclui a contagem dos levitas do sexo masculino acima de um mês, chegando ao total de 22.300. A título de entendimento e comparação veja os números das demais tribos:

Reuven 46.500

Shim'on 59.300

Gad 45.650

Yehudá 74.600

Yissachar 54.400

Zevulun 57.400

Efráyim 40.500

Menashê 32.200

Binyamin 35.400

Dan 62.700

Asher 41.500

Naftali 53.400

Em comparação aos números das demais tribos os levitas estavam em número menor, conforme já havia mencionado acima. E assim, temos a explicação do porque a tribo de Levi era tão pequena. Enquanto estavam no Egito, as outras tribos foram forçadas a fazer trabalho escravo. E de acordo com o midrash, quando este trabalho começou, D'us prometeu que, "Quanto mais duro for o trabalho forçado do povo hebreu, mais eu os farei se multiplicar." Por isso, as mães das tribos restantes tinham seis filhos de uma só vez. Mas, como os levitas não foram obrigados a trabalhar, suas mulheres tinham apenas um bebê a cada vez. Como resultado desse fato, a tribo dos levitas era menor.

Com tudo isso que dissemos até agora vimos que a tribo de Levi, a tribo sacerdotal era a menor tribo em número, porém devido a sua vida de justiça e obediência ao Eterno em todos os momentos, foram escolhidos para um trabalho específico, que realmente exigia santidade, ou seja, separação. Eles tinham que ser diferentes das demais tribos. E isso dentro do ponto de vista profético é um apontamento para os remanescentes nazarenos toraístas, que apesar de serem um número pequeno, em comparação aos judeus tradicionais, ortodoxos, e todos os outros sistemas que dizem serem servos do Eterno, são na verdade aqueles a quem o Eterno tem chamado à santidade e ao trabalho sacerdotal, tanto hoje quanto no futuro na sua volta.


Uma missão muito especial

Mencionamos no início desse estudo alguns versos do primeiro capítulo dessa parashá, veja:


As famílias da tribo de Levi, porém, não foram contadas juntamente com as outras, pois o Eterno tinha dito a Mos: "Não faça o recenseamento da tribo de Levi nem a relacione entre os demais israelitas. Em vez disso, designe os levitas como responsáveis pelo tabernáculo que guarda as tábuas da aliança, por todos os seus utensílios e por tudo o que pertence a ele. Eles transportarão o tabernáculo e todos os seus utensílios; cuidarão dele e acamparão ao seu redor. Sempre que o tabernáculo tiver que ser removido, os levitas o desmontarão e, sempre que tiver que ser armado, os levitas o farão. Qualquer pessoa não autorizada que se aproximar do tabernáculo terá que ser executada. Os israelitas armarão as suas tendas organizadas segundo as suas divisões, cada um em seu próprio acampamento e junto à sua bandeira. Os levitas, porém, armarão as suas tendas ao redor do tabernáculo que guarda as tábuas da aliança, para que a ira divina não caia sobre a comunidade de Israel. Os levitas terão a responsabilidade de cuidar do tabernáculo que guarda as tábuas da aliança". Números 1:47-53


Nestes versos vemos o Eterno escolhendo os levitas para cuidarem do Mishkan e de seus utensílios, sendo os guardas das tábuas da aliança. E essa responsabilidade não poderia ser executada por outros, pois o texto diz que qualquer pessoa não autorizada que se aproximasse do Mishkan, no sentido de executar algo que era dos levitas morreriam. E isso, profeticamente mostra que não é qualquer um ou de qualquer jeito que se faz o trabalho sacerdotal. É preciso ter uma vida de santidade e ser escolhido pelo Eterno.

Falamos também acima, que a Torá, no capítulo 3 de Números dessa parashá, revela de forma mais explicada as tarefas dos levitas. Leiamos Número 3:1-13.

Nestes versos que lemos encontramos algumas coisas importantes e que merecem ser mencionadas. Como auxiliares de Aharon, os membros da trigo de Levi iriam ajudá-lo nas obrigações com sua própria obrigações e com a congregação, ou seja, eles seriam os mediadores para si mesmos e seus familiares, mas também seriam para as demais tribos. E isso mais uma vez nos mostra como nós, remanescentes em teshuvah temos responsabilidades. Primeiro conosco e com nossos familiares e depois com as demais pessoas. Nossa justiça afeta e ajuda a outras pessoas. Da forma como Yeshua ensinou, que os seus seguidores deveriam ser o sal da terra e a luz do mundo.

Vejamos agora mais alguns versos:


O Eterno disse a Moshê: Eu tomei os leviím dentre o povo de Yisrael em lugar de todo primogênito macho, o primeiro que sai do ventre dentre o povo de Yisrael; os leviím serão meus. Todos os primogênitos machos pertencem a mim, pois, no dia em que matei todos os primogênitos da terra do Egito, separarei para mim todos os primogênitos de Yisrael, tanto de seres humanos quanto de animais. Eles são meus; Eu sou o Eterno. Nm 3:11-13


Nesses versos estão a parte mais importante da escolha dos levitas. Eles são os substitutos de cada primogênito de Yisrael, seja homem ou animal. Essa era a missão muito especial que eles deveriam cumprir. De acordo com um autor do Manual Bíblico da SBB, a reivindicação dos primogênitos por parte do Eterno, havia começado na noite de Pessach (Ex 12), enquanto ainda estavam no Egito, E isto está de acordo com o texto que lemos acima. Dessa forma, agora os levitas substituem os primogênitos de todo Yisrael na missão especial de auxiliar os sacerdotes no serviço do Eterno. Porém, conforme vimos, o censo mostrou que os primogênitos israelitas excediam os levitas e por isso, eles precisariam redimir esse grupo excedente fazendo um pagamento. Veja o texto:


Pelo fato haver, em Yisrael, 273 primogênitos machos mais que o número de leviím, com o objetivo de resgatá-los, pegue cinco shekalim (60 gramas) para cada um deles (use o shekel do santuário, equivalente a 20 gerot). Dê a Aharon e a seus filhos o dinheiro do resgate pelas pessoas excedentes do povo. Nm 3:46-48


Concluindo assim nosso estudo, quero te chamar a atenção para o que o texto está nos mostrando. Assim como o número pessoas das demais tribos era maior que o número de levitas, o número de pessoas que estão distantes da teshuvah é muito maior do que o número de pessoas que estão em teshuvah. E quando chegar a hora o Eterno irá cobrar essa diferença. Dentro do ponto de vista profético, nossa tarefa é viver de forma santa e justa, vivendo a prática da Torá a fim de que as pessoas possam ver, perceber e sentirem o desejo de também se aproximar de HaShem.

Mesmo que estejamos em menor número, somos grandes em autoridade, pois o Eterno está com todo aquele que vive segundo os seus preceitos, e os eleva em status de autoridade, tanto hoje, como na ressurreição.


Se ouvirem com atenção o que diz o Eterno, seu Deus, guardarem e obedecerem a todas as suas mitsvot que entrego a vocês hoje, o Eterno, seu Deus, os estabelecerá acima de todas as nações da terra. Dt 28:1


Então, vimos que a tribo de Levi era a menor e se tornou a maior, inclusive profeticamente, e isso abarca a cada um de nós que estamos fazendo teshuvah, pois todos os santos que estão vivendo de acordo com a Torá do Eterno e seguindo os passos de Yeshua, serão ressuscitados na primeira ressurreição. E destes muitos serão estabelecidos como reis e outros como sacerdotes. Não importa se é pequeno hoje, se acham você insignificante ou que está louco por obedecer aos mandamentos, que segundo eles não é para o nosso tempo. O que importa é o que seremos no futuro, quando a promessa do Eterno cumprir a palavra.


Que possamos nos manter fiel e no caminho da verdade sempre, sem vacilar e sem voltar atrás, pois somos escolhidos.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr./Rav Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


sábado, 22 de junho de 2019

Estudo da Parashá Bahaalotecha (Quando subires)


Estudos da Torá

Parashá nº 36 – Bahaalotecha (Quando subires)
Bamidbar/Números Nm 8:1-12:16,
Haftará (Separação) Zc 2:10-4:7; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Lc 15:1-16:31

1 - INTRODUÇÃO
                  
               A parashá desta semana inicia com uma breve discussão a respeito do acendimento diário da menorá de ouro (candelabro de sete braços) no tabernáculo, aborda os fatos concernentes ao restante das obrigações sacerdotais e a consagração dos levitas, os toques dos shofarot (trombetas) e as ocasiões, e também a revolta de Mirian e Aharon contra Moshê.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
              
               “E falou a Moshê, dizendo: Fala a Aharon, e dize-lhe: quando acenderes as lâmpadas, as sete lâmpadas iluminarão o espaço em frente do candelabro.” (Nm 8:1 e 2)

               Encontramos no verso 2 do início desta porção o Eterno falando sobre o acendimento das lâmpadas do candelabro. A palavra “lâmpadas” em hebraico é “NIR”. Esta palavra refere-se aos pequenos objetos em forma de tigela que tinha óleo e o pavio aceso a fim de proporcionarem luz. E a palavra “candelabro” vem do termo “MENORAH”, ela é o conjunto da haste mais os sete “copinhos” onde era depositado o óleo a fim de proporcionar luz no Mishkan (tabernáculo) e depois no Beit HaMikdash (templo sagrado). Estas sete lâmpadas traziam uma conotação de algo completo, pleno.
               Assim, quando a Menorah era acendida certamente os israelitas estavam recebendo a plenitude de luz que tinha o objetivo de iluminá-los até chegarem à presença do Eterno. Isso apontava para o messias que haveria de vir, pois ele é a luz central, que ilumina o caminho dos homens, mas que ao mesmo tempo também deve ser iluminado para que os homens o vejam. Perceba o que Yeshua diz acerca dele ser a luz:

“Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.”(Jo 1:4)
“A luz verdadeira que ilumina a todos os homens estava vindo ao mundo.”(Jo 1:9)
“Jesus continuou a dizer à multidão: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”(Jo 8:12)
“Então Jesus lhes disse: A luz ainda está convosco por um pouco. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem. Quem anda nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz. Terminando de dizer estas coisas, Jesus se retirou e ocultou-se deles.”(Jo 12:35-36)

               Devemos refletir aqui o porquê de aparecer o contexto da Menorah (candelabro) justamente após o relato das ofertas dos líderes das doze tribos? Qual a relação entre ambas?
               A tribo de Levi não tinha participado nas ofertas dos líderes de cada tribo. Por isso a Torá continua a falar do ministério de Aharon para assim incluí-lo entre os demais.
              
Sobre o Nome da Parashá

               O nome dessa parashá, “Behaalotechá”, significa literalmente “quando fizeres subir”, fazendo referência às chamas de fogo do candelabro que faziam subir, ou que ardiam. Também se entende que, quando se ia acender a Menorah, subia-se em uma plataforma com escadas para poder acender as lâmpadas, por isso, o termo quando subires.
               Aharon acende a Menorah conforme a ordem de Adonai. Podemos perceber que o conjunto que proporciona luz está aceso de acordo com a ordem daquele que é o Eterno, que deseja ser a luz para todos os homens através de seu Mashiach. Observe que a palavra “ordenar” em hebraico é “TSAW” significando “ordenar, incumbir”. A raiz dessa palavra designa a instrução de um pai para seu filho, de um fazendeiro a seus lavradores, de um rei a seus servos, ou seja, de alguém que tem autoridade sobre outro. O acendimento da Menorah era uma incumbência que fora dada pelo Eterno aos levitas, pois a eles seria dado o privilégio de trazerem a luz ao Mishkan, iluminando assim a Palavra do Eterno. E do mesmo modo que aos levitas foram designadas esta incumbência, a nós hoje como sacerdotes do Eterno em Yeshua, devemos também trazer luz à Palavra do Eterno, para que as pessoas possam vir ao conhecimento dessa Palavra que é a luz a todos os homens, conforme lemos em:

Sl 119:105 - “A tua palavra é lâmpada para os meus passos e luz que clareia o meu caminho.”
Mt 5:14-16 – “Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.”
               Voltando ao termo “Behaalotechá”, o Eterno usou esse termo, que não é muito usual no contexto de acender a Menorah, dizendo: “Behaalotechá – quando você fizer subir” em vez de “behadlicchá – ao acender”. Dentre outras implicações, este termo denota: “Você será elevado” Cumprindo a mitsvá, os servos do Eterno tornam-se espiritualmente elevados. Mas e o porquê disso?
               Segundo a tradição, Moshê não conseguia compreender porque D’us desejava que uma Menorah fosse acesa no Santuário, pois toda vez que ele entrava, encontrava o Mishkan brilhando com o esplendor da Shechiná (Presença) do Eterno. Então, como poderiam as luzes da pobre Menorah terrestre serem comparadas ao esplendor que a Shechiná irradiava? Por esse motivo Adonai disse a Moshê a palavra “Behaalotecha”, ou seja, você se tornará espiritualmente elevado acendendo a Menorah.
               Assim, nunca pense que o Eterno precisa de nossa luz! Pelo contrário, nós precisamos da luz dele. Por isso, para demonstrar isso, o Todo Poderoso, ordenou que os três braços de cada lado fosse inclinado para o centro e não para fora. Demonstrando assim, que nós dependemos dele, mas também como falamos anteriormente, que nós precisamos trazer luz sobre o Eterno para que os outros a vejam.

Sobre a separação dos Levitas

“Assim você os purificará: faça aspersão com água da purificação sobre eles, faça-os raspar todo o corpo com lâmina, lavar suas roupas e se limpar. Em seguida, eles pegarão um novilho com a oferta de grãos, que será farinha pura amassada com azeite de oliva, enquanto você pega outro novilho para a oferta pelo pecado.”(Nm 8:7-8)

               Para que os levitas pudessem exercer seu serviço ao Eterno no santuário havia uma condição, eles deveriam ser purificados. E vamos estudar um pouco sobre isso agora. A palavra “purificar” aqui, vem do hebraico “TEHAR” e significa “ser (estar) puro, limpo”. A raiz dessa palavra é “TOHAR” que significa “claridade” e também “TEHAR” que significa “limpeza”. Podemos então entender que os levitas precisavam ser e estar puros pra ser luz e revelação ao povo de Israel e esse ato dissiparia todas as trevas, trazendo então claridade ao povo, tudo isso porque eles fizeram uma limpeza em sua vida.
               Entretanto,essa limpeza deveria seguir o padrão dado pelo Eterno (v. 7-8). A limpeza deveria ser feita não através de água, mas de águas, pois a palavra que aparece no texto original é “MAYM” e ela está no plural, da mesma forma a palavra expiação ali não tem este significado, pois a palavra “HATÁ” ali no texto significa “errar, sair do caminho, pecar, tornar-se culpado, perder”. A intenção aqui é que as águas purificariam o pecado que porventura eles pudessem ter cometido. A água aqui como muitas outras coisas, aparece em um sentido profético, pois já apontava para o futuro e é descrita na Brit Hadashá (Nova Aliança) como: “Para a santificar, purificando-a com a lavagem das águas, pela palavra”(Ef 5.26). A água simboliza a Palavra do Eterno que traz limpeza à nossa vida (corpo, alma e espírito). O que foi feito com os levitas não era nada mais que um ato profético que seria executado no futuro através da Palavra, onde já começou a ser executado e finalizará como retorno do Messias Yeshua.
               Outra parte da purificação é raspar o corpo com a lâmina, ou navalha. Esta representa a Torá que passa pela nossa carne (o yetser hará, que é a nossa tendência para praticar o mal), e nos prepara a fim de podermos servir ao Eterno de forma eficaz. Deixemos que essa lâmina passe sobre nossa carne, para que venhamos a servir melhor ao Eterno em obediência. Veja o que autores da Nova Aliança falam sobre isso:

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.”(Hb 4.12)

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”(2 Tm 3:16-17)

Sobre o segundo Pessach

               Sabemos que Pessach (páscoa) é uma festa obrigatória para todos os filhos de Israel e para aqueles que se aproximaram deles através de Yeshua. Essa festa é muito importante, pois representa libertação da escravidão no jugo de Faraó, bem como do pecado. Já estudamos sobre tudo isso, e vimos também que essa mo’ed (festa) deveria ser celebrada no primeiro mês, aos 14 dias, e tinha todo um contexto de preparação para isso, reveja o estudo especial de Pessach. Entretanto, leia o texto de Números 9:6-12.
               Podemos perceber que houve alguns que não puderam participar da festa de Pessach porque estavam impuros, por haverem tocado em um cadáver. Mas essas pessoas foram perguntar a Moshê o que fariam. E este foi perguntar ao Eterno. E o Senhor respondeu que eles poderiam celebrar essa festa em suas casas um mês depois. Porém aquele não seria um dia de shabat, como é o primeiro. Daí aprendemos que o Senhor sempre nos dá uma oportunidade de celebrarmos e obedecermos ao que Ele preescreve em sua Torá. E também confirmamos o porquê os sacerdotes no tempo de Yeshua se apressavam tanto para o matar e sepultar, por que queriam celebrar o Pessach e não queriam estar impuros. Que nós possamos ter sinceridade em nossos desejos de servir ao Eterno, não sendo hipócritas e agindo apenas de forma que os outros vejam.

3 - RESUMO

               Este é um resumo dessa porção da Torá extraído do site Chabad.org, para auxílio na compreensão do contexto geral do assunto.
               Parashá Behaalotechá inicia-se com uma breve discussão sobre o acendimento diário da menorá de ouro (candelabro de sete braços) no Tabernáculo, seguida por uma descrição do ritual de consagração dos Levitas.
               A Torá então descreve a celebração de Pêssach no segundo ano no deserto, completada com a oferenda do corban Pêssach. Aqueles que estão impuros na data regular de Pêssach e, portanto incapazes de participar na oferenda, são ordenados a celebrar Pêssach Sheni, uma celebração similar a Pêssach realizada um mês mais tarde, quando o cordeiro pascal é comido com matsá e ervas amargas.
               Após mencionar a nuvem e o fogo que pairavam alternadamente sobre o Tabernáculo, a Torá descreve o procedimento padrão pelo qual os Filhos de Israel levantavam acampamento para continuar suas viagens pelo deserto. Logo após deixar o Monte Sinai e viajar até o deserto de Paran, o povo começa uma série de amargas reclamações. Espicaçados pelo erev rav (a múltipla mistura de povos que juntou-se ao povo judeu na saída do Egito), os Filhos de Israel ficaram insatisfeitos com o maná, sua miraculosa porção diária de pão celestial.
               Quando Moshê começa a se desesperar, D'us ordena-lhe que selecione setenta anciãos para compor o Sanhedrin, a corte que o ajudaria a liderar a nação. Quase imediatamente, dois dos membros recém-eleitos anunciam uma profecia no acampamento. D'us envia um enorme bando de codornas, que o povo junta para comer; aqueles que haviam reclamado da falta de alimentos comem demais e morrem durante este fato sobrenatural.
               A porção conclui com Miriam falando lashon hará, maledicência, a Aharon sobre seu irmão Moshê. Ela é punida por D'us com lepra, e fica de quarentena fora do acampamento por sete dias.

Bibliografia:

- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.