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sexta-feira, 5 de abril de 2024

Estudo da Parashá Shemini - A Torah não é instantânea.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 26 – Shemini (Oitavo)

Vayicrá/Levítico Lv 9:1-11:47,

Haftará (Separação) 2Sm 6:1-19, e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) 2Co 6:14-7:1


Tema: A Torah não é instantânea.


No estudo dessa semana trataremos a respeito da situação atual vivida por muitas pessoas que, devido ao mundo atual pensam que a Torah é instantânea, ou seja, acham que pode simplesmente aprender a Torah de forma instantânea assim como o sistema religioso tem praticado. Veremos que o aprendizado e a prática de Torah é constante e leva a vida toda, pois nunca poderemos saber tudo, devido a profundidade de sabedoria contida na Lei de Deus.

RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA


No nosso resumo, vemos que a Parashá Shemini começa discutindo os eventos que ocorreram no oitavo e último dia de melu'im, o serviço de inauguração do Mishkan/tabernáculo. Após meses de preparação e antecipação, Aharon e seus filhos são finalmente instalados como cohanim/sacerdote, em um serviço elaborado.

Aharon abençoa o povo, e toda a nação se rejubila quando a presença de D’us paira sobre eles. Entretanto, o entusiasmo é interrompido abruptamente quando os dois filhos mais velhos de Aharon, Nadav e Avihu, são consumidos por um fogo celestial e morrem no Mishkan, enquanto ofereciam ketoret/incenso, sobre o altar. A Torá declara que eles morreram porque trouxeram um "fogo estranho" no santuário interior do Mishkan, cujo significado é discutido pelos comentaristas à exaustão.

Aharon recebe ordens de que os cohanim são proibidos de entrar no Mishkan enquanto impuros, e a Torá continua a relatar os eventos que ocorreram imediatamente após a morte trágica de Nadav e Avihu. A porção termina com uma lista dos animais casher/permitido e não-casher/não permitido, com detalhes a respeito do assunto com apontamentos de alguns animais, e também várias leis sobre tumá, ou seja, impureza.

ESTUDO DO CONTEXTO LITERAL, PRÁTICO E PROFÉTICO


Pretendo iniciar a reflexão desta semana com algo que o Rei Salomão escreveu que tem íntima relação com o tema que trataremos. Observe o seguinte texto:


Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todos os propósitos debaixo dos céus. Há tempo de nascer e tempo de morrer, há tempo de plantar e tempo de colher. Ec 3:1-2


O tempo é algo que se repete nas palavras do Rei, isso por que ele é muito importante, e é uma pena que muitos não percebam isso. Para falar sobre nosso tema, o tempo é uma característica importante a ser observada. No povo de Yisrael o tempo é considerado um bem muito importante, mas ao mesmo tempo finito. E há ensinos que dizem que antes da criação esse termo não tinha sentido, pois esse conceito só assumiu algum significado em relação aos eventos posteriores à criação. Segundo Bruno Summa, enquanto havia apenas o Eterno, não havia necessidade de criar o tempo. Já depois que iniciou o processo da criação e vemos que o dia se tornou um ponto muito importante em relação ao qual os eventos podem ser medidos e cronometrados. Ele diz que os conceitos de “antes” e “depois” passaram a existir desde que houve o “bereshit”, ou seja, um começo.

O termo estação, no hebraico Z’MAN, de acordo com o autor, refere-se ao tempo como uma trama geral de eventos, o termo hebraico ET - tempo, significa um período de tempop específico para acontecimentos claramente definidos. Já o termo “sob os céus” é aplicado a tudo o que ocorre em nosso universo físico, que por definição é móvel, em constante movimento.

Como no reino de HaShem não há essa variação, Rabbi Meir aconselha as pessoas a minimizar suas atividades terrenas e maximizar seu estudo de Torah, uma vez que o tempo foi concedido com o propósito de ocupar-se com o estudo de Torah. Veja o que diz o Eterno a Josué:


Não permita que a Torah saia de suas lábios, a estude noite e dia. Js 1:8


Com isso percebemos como é importante aproveitar seu tempo ao estudar a Torah. No entanto, o conhecimento que se adquire ao estudar a Torah não é instantâneo, ele leva tempo. As pessoas acreditam que podem começar a estudar a Torah e como em um passe de mágica já saber tudo, mas o conhecimento exige tempo, ele é adquirido em estágios, em níveis. O mencionado autor diz que, se alguém perguntar como é possível obter bens mundanos que exigem muito trabalho e tempo para acumular, a resposta é ser de espírito humilde diante de um homem e confiar no Eterno. Se alguém rejeitar a Torah em favor da aquisição de valores transitórios, seu próprio fim será tão finito quanto o das mercadorias as quais foram adquiridas com tempo e esforço. O contrário também se aplica; se a pessoa se concentrar na aquisição dos valores da Torah, tudo que conquistar estará desvinculado da realidade transitória humana. A cada nível que se atinge, uma gama de conhecimento e prática é desenvolvido. Isso requer paciência e dedicação no estudo das Escrituras Sagradas e na prática dos mandamentos. E a própria Torah demonstra isso nessa parashá que estamos estudando, há muito a ser dito sobre o assunto e a relação com a parashá shemini, mas selecionamos apenas alguns. Veja o texto abaixo:


E aconteceu, ao dia oitavo, que Moisés chamou a Arão e seus filhos, e os anciãos de Israel” Lv 9:1


Pergunto, ao oitavo dia depois de quê? Depois de que os sacerdotes aguardaram 7 dias à entrada da Tenda da Congregação, para iniciarem o serviço no Mishkan. Percebe como tudo nas Escrituras tem um motivo? E nesse estudo terá a oportunidade de confirmar ainda mais isso. Aharon e seus filhos tiveram que ter paciência de esperar o tempo certo para iniciarem seu trabalho de sacerdote. Não foi instantâneo! E há pessoas atualmente que pensam ser instantâneo fazer o serviço ao Eterno. Começam a teshuvah hoje e já querem ensinar as Escrituras, sem um mínimo de conhecimento básico da Torah.

O site Emunah a fé dos santos nos diz que segundo Rashi e um Midrash, este oitavo dia coincidia com o primeiro dia do primeiro mês do segundo ano, ou seja, era 1 de Aviv, conforme lemos em Ex 40:2 e 17, estava se aproximando o pessach após saírem do Egito.


No primeiro mês, no primeiro dia do mês, levantarás o tabernáculo da tenda da congregação,

E aconteceu no mês primeiro, no ano segundo, ao primeiro do mês, que o tabernáculo foi levantado;


O oitavo dia, o shemini, que se segue a um período de sete dias é um dia especial nas Escrituras, ele aponta para o reinício, o recomeço, e entre eles mencionamos alguns abaixo:

- o dia da circuncisão dos meninos;

- o oitavo dia depois da festa de Sukot, chamado Shemini Atseret (O oitavo grande dia, que inclusive Yeshua se levanta para dizer quem tem sede venha a mim e beba);

- Como um dia representa mil anos, o oitavo dia simboliza o oitavo milênio depois da criação do homem, quando ao final desse tempo, serão instituídos os novos céus e nova terra, e o Reino será entregue pelo Messias ao Pai, reiniciando tudo.

Podemos perceber que shemini, o oitavo dia, é um reinício depois de um ciclo de 7 dias, sete anos ou até sete milênios. Segundo Bruno Summa, tendo em vista que o homem tende a perder de vista a rápida passagem do tempo e a brevidade de sua estada na terra, a Torah nos ordena a contar ciclos de 7 e ciclos de cinquenta anos para nos lembrar da rapidez com que passa o tempo que nos foi concedido e para nos alertar para usar esse tempo com sabedoria. Há um dito dos sábios de Yisrael a respeito disso, veja:


O homem se preocupa com a perda de seu dinheiro, mas deixa de se preocupar com a perda de seu tempo. Enquanto ele procura ajuda de seu dinheiro, seu tempo é irremediavelmente perdido. Sefer Hachayim 10:1


Os rabinos entendem que quando a Torah legisla a contagem dos ciclos, ela diz “você deve contar para si mesmo”, ou seja, para seu próprio benefício. O já mencionado autor diz que os ciclos de sete anos simbolizam diferentes estágios de vida do homem. Assim, os setes dias de consagração que Aharon e seus filhos passaram em isolamento, longe de suas respectivas famílias antes de assumirem suas funções sacerdotais, foram para sua tarefa. Embora tivessem de permanecer no limiar, não deviam entrar no santuário nem deixar o pátio sagrado. Segundo o autor, isso demonstra claramente que esses sete dias eram preparatórios para sua tarefa sagrada, mas que até o oitavo dia seus preparativos não estariam completos. O que podemos aprender com isso?

O autor nos diz que simbolicamente, esses sete dias representam todo o ciclo da vida. Assim como a vida nesta terra é vista como uma antecâmara para o mundo vindouro, Aharon e seus filhos deveriam se ver como se dedicando ao destino de suas vidas. Assim, onde e quando encontrarmos o número sete é para nos lembrar que a perfeição pode ser alcançada ao final de um ciclo de sete, pois quando chega o shemini, o oitavo, teremos um outra chance de crescer, de melhorar, de acertar e de nos desenvolver.

Assim, a lição que podemos tirar é que realmente, não existe “Torah instantânea”. A Torah não pode ser absorvida instantaneamente, embora a observância das mitsvot possa começar repentinamente, sua compreensão somente vem como tempo. O autor mencionado diz que nos tornamos bons seguidores de Torah apenas passo a passo. Embora muitos achem que pode ser tudo muito rápido, na verdade é preciso muita paciência e persistência no estudo da Torah.


Meditarei nos teus preceitos e darei atenção às tuas veredas. Sl 119:15


Fico acordado nas vigílhas da noite, para meditar nas tuas promessas. Sl 119:148


Retornando ao primeiro verso desta parashá, observe:


E aconteceu, ao dia oitavo, que Moisés chamou a Arão e seus filhos, e os anciãos de Israel” Lv 9:1


Podemos perceber que a parashá shemini inicia relatando como foi a inauguração do Mishkan e dos serviços sacerdotais. E todo o capítulo 9 mostra como foi esse primeiro dia do Mishkan, e define esse dia como o oitavo dia. O termo shemini, oitavo no hebraico é a representação desse ciclo se iniciando, conforme vimos até aqui.

No entanto, esse é um dia muito, muito profético e falaremos um pouco sobre isso. Na manhã daquele oitavo dia, aconteceram coisas importantes, mas que uma leitura desatenta pode passar sem a devida percepção. Burno Summa diz que aconteceram naquele dia, coisas que são sentidas até os dias de hoje. Na manhã daquele dia, Moshê iniciou algumas ações que apontam para o futuro perpassando por nós e indicando ainda mais no futuro. São oito ações importantíssimas com apontamentos proféticos claros: Vejamos:

1 – Colocou as tábuas dentro da Arca da Aliança.

Ao fazer isso Moshê criou uma ponte entre o terreno e o espiritual, ou seja, o meio de obedecer ao Eterno pelos mandamentos. Isso era a oportunidade do ser humano de se tornar habitação da presença divina. À partir dali todo ser humano recebeu a oportunidade de se conectar diretamente com HaShem, de onde ele estiver.

Devemos estudar a Torah para que seus mandamentos vivam dentro de nós.

2 – Imergiu Aharon e o vestiu

Se observarmos os detalhes das vestes sacerdotais perceberemos que cada uma peça das vestes representa a expiação por um tipo diferente de pecado. Note que são oito peças e oito pecados diferentes. À partir desse dia expiações por diversos tipos de pecados passam a ser feitos, apontando para o serviço e chamado do messias.

Devemos vestir as vestimentas sacerdotais para buscar expiação pelos nossos pecados.

3 – Acendeu a Menorah

A luz da menorah representa a luz que HaShem invocou à realidade terrena durante à criação, quando disse: “Haja luz e houve luz” (Gn 1:3). Essa luz que HaShem trouxe à existência é representada profeticamente pelas luzes da Menorah é a sabedoria oculta da Torah, sabedoria a qual colocou toda a criação sob a vontade divina. O citado autor diz que no oitavo dia, essa luz que até então havia sido possuída apenas por Adam, foi colocada à disposição do homem que a deseja encontrar. A luz que está oculta na Torah, quando obtida por um hopmem, colocará todaà criação à sua disposição da mesma forma que toda a criação esteve um dia à disposição de Adam, uma oportunidade dada a nós graças ao shemini, oitavo dia.

Está percebendo o motivo da paciência no estudo da Torah?

Devemos acender a Menorah para iluminar os caminhos daqueles que estão à nossa volta através de nosso conhecimento.


4 – Ofertou o primeiro Tamid e Ok’toret

Nesse dia, Moshê ofertou a primeira oferta Tamid, a oferta que era apresentada duas vezes ao dia. Essa oferta representa a oportunidade que recebemos de HaShem, de poder buscá-lo diariamente, algo que antes não era visto. Por falar nisso, quantas vezes mesmo no mínimo devemos rezar o shemah? Duas vezes né! Está entendendo como tudo está ligado? Um homem pode buscar o Eterno sempre que desejar.

Devemos ofertar o Tamid para buscar a HaShem diariamente.

5 – Estabeleceu a contagem dos shabatot

Neste dia da inauguração do Mishkan, que está oculto nas palavras da Torah e é altamente importante, pois foi nesse dia que ficou estabelecido a contagem dos tempos estabelecido para as celebrações da Torah, em complemento ao que já tinha dado no Egito antes do primeiro Pessach. Os dias em que celebramos as data importantes da Torah, como Pessach, Shavuot e até o shabat, inclusive nos dias de hoje, foram estabelecidos no shemini, oitavo dia.

Devemos estabelecer a contagem para guardar as festas e os dias santos de HaShem, pois ele nos espera neles.

6 – Colocou os pães sobre a mesa

O pão possui representação importante nas Escrituras, sendo a mais contundente entre elas e a primeira a ser mencionada é a maldição que foi imposta a Adam. Quando Moshê coloca os pães sobrea mesa e os santificou, ele anula a maldição lançada sobre Adam, e isso afeta a todos nós que buscamos obedecer ao Eterno. Com esse ato, nos foi dado a oportunidade de não ter mais que suar o rosto para obter o pão. O homem que entende esse segredo, através da obediência à Torah receberá do Eterno as bênçãos da obediência.

Devemos colocar o pão na mesa para que venhamos fazer Tzedakah, ou seja, ajudar a quem precisa.

7 – Santificou a si mesmo

Quando Moshê se santificou, ele mostrou que todos nós podemos nos santificar, uma ação que depende apenas de nós sem que necessitemos de terceiros para nos santificar. A nossa obediência e separação do erro nos santifica.

Devemos nos santificar para continuar buscando santificação através dos mandamentos da Torah.

8 – As dez coroas

Além de cada uma dessas ações de Moshê naquele dia, dez coisas aconteceram também ali, coisas que o Sefer Olam chama de “as dez coroas”.

O shemini, oitavo dia, não foi de forma alguma um dia comum, e seu relato não pode ser considerado apenas como fato histórico. O já mencionado autor diz que nada em nossa realidade aconteceu por acaso ou de forma natural. O número oito possui enormes segredos como vimos até aqui.

Então, depois de fazermos tudo isso relatado até agora com paciência e dedicação, receberemos as dez coroas, que são sabedorias divinas dadas pelos céus aos obedientes, conforme foi mencionado por dois Apóstolos:


Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida que D’us prometeu aos que o amam. Tg 1:12


Não tenha medo do que você está prestes a sofrer. Saibam que o enganador lançará alguns de vocês na prisão para prová-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias. Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida. Ap 2:10.


Compreendamos portanto, que a Torah não é instantânea e requer de cada um de nós paciência e dedicação no estudo e na obediência. Cada dia é um dia de aprender dela, pois cada dia faz parte do ciclo de shemini, preparado pelo Eterno para nos instruir e nos guiar.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr/Rav. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


quinta-feira, 13 de abril de 2023

Estudo da Parashá Shemini (Oitavo) - 2022-2023 - Comendo com obediência

 


Estudos da Torá

Parashá nº 26Shemini(Oitavo)

Vayicrá/Levítico Lv 9:1-11:47,

Haftará (Separação) 2Sm 6:1-19, e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mc 7:1-23 At 10:1-48


Tema: Comendo com obediência


RELEMBRANDO


No último estudo da parashá falamos sobre a prefiguração de Yeshua e sua vida justa com o sacrifício pelos pecados, sua ligação com pessach, e como tudo isso influência em nossas vidas. Essa semana trataremos acerca dos alimentos que são permitidos e dos alimentos que não são permitidos, ou seja, não são alimentos. Veremos como comer com obediência e dessa forma servir ao Eterno com alegria.

A PARASHÁ DA SEMANA


No nosso resumo, vemos que a Parashá Shemini começa discutindo os eventos que ocorreram no oitavo e último dia de melu'im, o serviço de inauguração do Mishkan/tabernáculo. Após meses de preparação e antecipação, Aharon e seus filhos são finalmente instalados como cohanim/sacerdote, em um serviço elaborado.

Aharon abençoa o povo, e toda a nação se rejubila quando a presença de D’us paira sobre eles. Entretanto, o entusiasmo é interrompido abruptamente quando os dois filhos mais velhos de Aharon, Nadav e Avihu, são consumidos por um fogo celestial e morrem no Mishkan, enquanto ofereciam ketoret/incenso, sobre o altar. A Torá declara que eles morreram porque trouxeram um "fogo estranho" no santuário interior do Mishkan, cujo significado é discutido pelos comentaristas à exaustão.

Aharon recebe ordens de que os cohanim são proibidos de entrar no Mishkan enquanto impuros, e a Torá continua a relatar os eventos que ocorreram imediatamente após a morte trágica de Nadav e Avihu. A porção termina com uma lista dos animais casher/permitido e não-casher/não permitido, com detalhes a respeito do assunto com apontamentos de alguns animais, e também várias leis sobre tumá, ou seja, impureza.

Estudo do Texto da Parashá


Reparem nos versos abaixo:


"Essa é a regulamentação acerca dos animais, das aves, de todos os seres vivos que se movem na água e de todo animal que se move rente ao chão. Vocês farão separação entre o impuro e o puro, entre animais que podem e os que não podem ser comidos". Lv 11:46-47


O Eterno dá a Torá, ou seja, a instrução, a orientação, o ensino, a ordenação, a lei, e essas orientações dizem respeito aos animais que se podem comer, mas devemos entender que não é meramente uma proibição que impede da pessoa comer algum alimento. Esta proibição diz respeito a coisas que realmente não são alimento, pois o criador definiu que não são. Embora muitos digam até hoje que podem comer de tudo. E falaremos sobre este assunto de forma um pouco mais detalhada. No meu canal no YouTube, Sou Peregrino na Terra e também na Kahal Teshuvah Brasil tem um vídeo meu sobre o assunto, mas hoje iremos um pouco mais afundo, embora nem tanto devido ao tempo. E sendo assim, vamos procurar entender o princípio desse mandamento, a fim de compreendermos bem a essência do ensino que o Eterno quer passar, pois esteja certo de que sempre há algo a aprendermos com a Torá de HaShem.

No livro Cashrut e Shabat na Cozinha Judaica – Leis e Costumes, do Rabino Shamai Ende, da Editora Chabad, o mencionado rabino afirma que os sábios de Yisrael ensinam que D’us criou o mundo, porque queria ter uma moradia nos mundos inferiores. Isso porque, não é a vontade de HaShem que o ser humano se afaste do mundo físico e se dedique apenas a assuntos espirituais, como muitos pensam, e por isso acabem desprezando a matéria, até porque isso terá um pé la no gnosticismo, uma filosofia religiosa que despreza a matéria e se volta ao campo espiritual como valor extremo. Voltando ao entendimento do mencionado rabino, o objetivo do ser humano é usufruir ao máximo a matéria para o Serviço Divino, ou melhor, para fazer do mundo material uma moradia para D’us. No entanto, ele mostra em seu texto, que não é tudo que pode ser revertido para o Serviço Divino, pois certas coisas nos são proibidas de serem usadas, sendo que não somente o ser humano não consegue elevá-los, mas também estes componentes acabam rebaixando o homem a níveis muito desprezíveis, e no decorrer desse estudo poderá entender melhor.

O entendimento acima, segundo o mencionado autor, é válido principalmente com relação à alimentação. Muitas pessoas acham que para servir a D’us de forma correta devemos nos afastar ao máximo dos prazeres mundanos e nos acostumar com restrições e jejuns. No entanto, não é isso que a Torá demonstra, como disseram os sábios de Yisrael no Talmud:


Não basta o que a Torá lhe proibiu, para querer se restringir de outras coisas mais?” Yerushalmi, Nedarim 41b


O entendimento é que devemos nos alimentar bem, sabendo usar a energia da alimentação para o Serviço Divino. A Torá dá a instrução correta para o homem. Dessa forma, até nossa alimentação servirá como uma ferramenta na edificação de uma moradia para o Criador. Entretanto, a Torá, segundo o rabino, nos colocou certas regras alimentares, proibindo coisas que as pessoas até consideram alimento, apesar de não serem, por estarem “amarrados”, que é uma das traduções da palavra “assur”, que também carrega o sentido de proibido.

E talvez você pergunte: amarrado a quê?

Essas coisas estão amarradas a forças impuras, que não temos possibilidade de elevá-los. Já que aquilo que comemos passa a ser sangue e carne conosco, aquilo que é proibido tem o poder de rebaixar o homem a níveis muito inferiores, nos tornando como a coisa impura ingerida. Outra coisa importante a ser observada é que, o comportamento negativo do homem muitas vezes provém daquilo que é proibido e foi ingerido. O Rebe afirma que um dos maiores responsáveis pela decadência moral das pessoas nas últimas décadas são os alimentos não casher ou não permitidos, pois um povo é aquilo que come. E se você tem uma boa memória, em uma das lives de ensino da midrash profética, no canal da Kahal Teshuvah Brasil no YouTube, o Rav Yochanan Ben Yaakov falou sobre essa causa da decadência moral do homem devido ao que come, entre outras coisas.

É importante ainda, destacar da fala do mencionado autor, e eu concordo muito com ele, que qualquer motivo que usamos para explicar a cashrut, ou outros mandamentos da Torá, não são os motivos divinos pelos quais o Eterno nos deu a mitsvá, pois não temos como alcançar a sabedoria divina. Os mandamentos aos quais refletimos e cumprimos, fazemos apenas para servir a HaShem e cumprir Sua vontade, mesmo acima de nossa compreensão. Sabemos porém, que o Eterno nos possibilitou e autorizou entendermos alguns motivos lógicos para cumprimos aos mandamentos com mais empolgação e alegria.

Para continuarmos nosso estudo, em primeiro lugar precisamos compreender que foi o próprio Eterno quem definiu quais animais são puros e quais são impuros, e isso antes mesmo de o ser humano receber autorização do Eterno para se alimentar de animais, antes da época do dilúvio e antes da outorga da Torá no monte Sinai, uma vez que na época do dilúvio HaShem determinou a Noach separá-los. Isso não vem de Moshê ou de homem algum, vem do próprio D’us, Bendito seja ele! Veja o texto:


Leve com você sete casais de cada espécie de animal puro, macho e fêmea, e um casal de cada espécie de animal impuro, macho e fêmea.” Gn 7:2


Repare uma coisa interessante nesse texto. Note que a Torá não cita o Eterno mencionando quais eram os animais puros e os impuros, ele não dá uma lista a Noach, o que nos leva a entender apenas pelo texto, que Noach sabia quais eram eles. Ele sabia distinguir uns dos outros. Isso porque a Torá do Eterno já existia mesmo antes de ser outorgada no Sinai ao povo de Yisrael. Ela era oral. Veja que o apóstolo Pedro afirma que Noach era pregador da justiça em 2Pe 2:5, isso quer dizer que este homem de D’us anunciava a Torá, que é a justiça de HaShem. Noach anunciava a Torá que ele conhecia na época, o que já havia sido revelado até então. Anunciava com sua vida, vivendo em justiça, de acordo com as instruções que havia recebido.


No entanto, até este momento da história o homem ainda não comia animais, apesar de saber distinguir quais eram puros e impuros. Aí você pode perguntar o porquê da distinção?

Noach precisava saber distinguir principalmente porque os sacrifícios que oferecia ao Eterno tinha que ser de animais puros, no entanto, como já disse, eles ainda não comiam animal algum. Somente após o dilúvio o Eterno permitiu o ser humano se alimentar de animais. Veja o texto a seguir:


Tudo o que vive e se move lhes servirá de alimento. Assim como lhes dei os vegetais, agora lhes dou todas as coisas.” Gn 9:3


E aqui está um ponto em que muitos se apegam para alegar que se pode comer qualquer animal. O texto fala: “Tudo o que vive e se move lhes servirá de alimento...” aí muitos dizem: veja como o Eterno permitiu comer qualquer animal! Entretanto, eles não param para pensar que o mesmo verso também diz o seguinte: “...Assim como lhes dei os vegetais, agora lhes dou todas as coisas.” É preciso que sejamos coerentes ao estudarmos as Escrituras. Apesar de o Eterno desde o princípio ter dado os vegetais para comer, o homem não come qualquer vegetal, pois há vegetais que não são comestíveis e há até aqueles que são venenosos ao ser humano. O texto também diz: “...agora lhes dou todas as coisas.” Isso por acaso significa que o homem possa comer terra, pedras, madeira, aço? Consideremos então que o princípio, é no mínimo, o mesmo para os animais que o Eterno agora estava autorizando o homem comer. Ou seja, mesmo o texto dizendo “tudo o que vive e se move lhes servirá de alimento...” nem tudo pode ser comido. Assim, o princípio a ser observado é que apenas coisas permitidas pelo Eterno podem ser comidas, ou seja, os animais puros, e isso é claramente entendido no decorrer das Escrituras e até mesmo nos textos da B’rit Hadashá conhecido como Novo Testamento.

Mesmo que alguém faça a seguinte afirmativa: “Mas o verso acima diz “tudo o que vive e se move lhes servirá de alimento”.  É importante nos atentar para a palavra-chave é justamente essa, “alimento”.  Os animais imundos não são considerados alimentos. E conforme mencionamos antes, os animais já haviam sido separados em limpos e imundos.

Outra coisa importante a ser considerada é que, essa questão de o homem comer o que não é considerado alimento já veio do Gan Eden (Jardim do Éden). HaShem havia dito a Adam para não comer do fruto da àrvore do conhecimento do bem e do mal. Gn 2:16 e 17.


E o Eterno D’us ordenou ao homem: "Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá".”


Esse fruto não era alimento, D’us tinha dado um mandamento a Adão, que comece livremente todos os frutos, mas aquele era proibido. E por isso o homem caiu de sua condição, ao desobedecer um mandamento do Eterno quanto a comer o que não era alimento.

Assim, como sabemos bem, a revelação do Eterno acerca de sua vontade ao homem é progressiva, ou seja, ela amplia a cada geração. E foi isso que aconteceu. Após Adam, Noach e os patriarcas. Quando o Eterno tirou o povo de Yisrael do Egito para fazer deles uma nação, eles precisavam das leis do Eterno para se tornarem uma nação sacerdotal. Então, HaShem lhes entregou a Torá escrita, e com ela os mandamentos acerca dos animais puros que servem de alimentos e dos animais impuros, que não servem de alimentos. Conforme podemos ler no texto dessa parashá, acompanhe os versos a seguir:


E o Eterno falou a Moshê e a Aharon, dizendo-lhes: Dizei aos filhos de Israel: Estes são os animais que podeis comer de todos os animais que há na terra: Podeis comer todo animal que tenha a unha fendida, dividida em duas, e que rumina.” Lv 11:1-3


Todo este texto de Vayicrá/Levítico é uma instrução acerca dos animais terrestres que podem ou não serem comidos. Ele é uma ampliação, agora em texto, do que já havia na Torá oral antes do Sinai, trazendo agora exemplos claros de quais animais são permitidos e quais são proibidos. Percebemos com isso mais uma vez, como a Torá do Eterno é didática, e orientadora. Pois, nestes versos que lemos o Eterno inicia a instrução falando sobre os animais terrestres, veja que o texto nos diz: “...de todos os animais que há na terra...”. Isso indica para nós que o Eterno ainda falará dos demais animais, como as aves ou animais dos céus e os peixes ou animais que vivem nas águas. E em todo esse capítulo de Vayicrá/Levítico, encontramos essas orientações bem claras para que se possa realmente distinguir os tipos de animais.

Note que nesses versos falando sobre os animais da terra, o texto destaca as características dos animais permitidos, dizendo: “...Podeis comer todo animal que tenha unha fendida, dividida em duas partes, e que rumina.”. Perceba que há duas características bem claras e interligadas, eles precisam ter unhas fendidas em duas partes e precisam ruminar. Não é uma coisa ou outra. São as duas características no mesmo animal. Assim, do verso 4 ao 8 são mencionados os animais que tem uma ou outra dessas características e por isso são proibidos, entre eles o camelo, a lebre e o porco, por exemplo.

Da mesma forma, a continuação do capítulo 11 de Vayicra/Levitico também menciona os animais aquáticos, os marinhos ou de rios e lagos.


"De todas as criaturas que vivem nas águas do mar e dos rios, vocês poderão comer todas as que possuem barbatanas e escamas. Mas todas as criaturas que vivem nos mares ou nos rios, que não possuem barbatanas e escamas, quer dentre todas as pequenas criaturas que povoam as águas quer dentre todos os outros animais das águas, serão proibidas para vocês. Por isso, não poderão comer sua carne e considerarão impuros os seus cadáveres. Tudo o que vive na água e não possui barbatanas e escamas será proibido para vocês.” Lv 11:9-12


Vejam que o texto diz claramente que eles precisam ter escamas e barbatanas, sendo proibidos os que tem apenas um ou outro. Além do mais, no verso 10, fala também das pequenas criaturas aquáticas e as criaturas que vivem na água, dizendo que eles também não são alimento. Isso quer dizer que o camarão, ostras e demais frutos do mar são proibidos pelo Eterno, de acordo com o texto da Torá, que foi dita a Moshê pelo próprio Eterno.

E ainda há no mesmo capítulo 11 a menção a respeito dos animais do ar, em que da mesma forma alguns são permitidos e outros não, além das criaturas que enxameiam o solo, são também proibidos, pois não são alimento, ou seja, dentro da Palavra do Eterno, são impuros.

Até aqui vimos que a Torá, seja ela oral, desde antes do Sinai, ou a escrita, à partir do Sinai, que o Eterno estabeleceu os princípios para a alimentação do homem. E ainda há situações acerca de alimentação que não estão sendo tratados de forma aprofundada nesse estudo, como comer vísceras por exemplo, pois não são permitidos, também alimentos transgênicos, mas podem ser tema de outro estudo no futuro.

No entanto, talvez você se questione que, todos os textos mencionados estão no chamado Antigo Testamento, e nada no Novo.

Minha resposta para você é que, os mandamentos do Eterno já estavam massificados na mente das pessoas, e para eles que viviam na época de Yeshua e dos apóstolos, tudo aquilo era muito natural. Todos sabiam, naturalmente o que era e o que não era alimento. Vejamos rapidamente alguns exemplos.

Em Marcos 7:19 encontramos a seguinte passagem:


Porque não entra em seu coração, mas em seu estômago, sendo depois eliminado. Ao dizer isto, Yeshua declarou “puros” todos os alimentos.


Esse texto aparenta aprovar a idéia da anulação da lei alimentar, mas quando se analisa o contexto, incluindo observando-se uma crítica textual, descobrimos que aí tem um enxerto, pois essa teórica fala de Marcos não é corroborada de forma alguma pela Torá e pelos profetas. E o contexto desse verso é sobre a questão da tradição de lavar as mãos ritualmente.


Outro texto que é muito utilizado para tentar comprovar anulação do mandamento a respeito dos alimentos, é Atos 10. Observe alguns versos:


No dia seguinte, por volta do meio dia, enquanto eles viajavam e se aproximavam da cidade, Pedro subiu ao terraço para orar. Tendo fome, queria comer; enquanto a refeição estava sendo preparada, caiu em êxtase. Viu o céu aberto e algo semelhante a um grande lençol que descia à terra, preso pelas quatro pontas, contendo toda espécie de quadrúpedes, bem como de répteis da terra e aves do céu. Então uma voz lhe disse: "Levante-se, Pedro; mate e coma". Mas Pedro respondeu: "De modo nenhum, Senhor! Jamais comi algo impuro ou imundo! " A voz lhe falou segunda vez: "Não chame impuro ao que Deus purificou". Isso aconteceu três vezes, e em seguida o lençol foi recolhido ao céu.” At 10:9-16


As pessoas costumam pensar que este é um texto que mostra o Eterno dizendo a Pedro que ele poderia comer qualquer animal, uma vez que na visão dele, que viu como um grande lençol contendo toda espécie de animais, o Eterno lhe mandava matar e comer. E o apóstolo responde dizendo que nunca comeu algo imundo, pelo que ouviu a resposta do Eterno para não tornar impuro o que o Eterno tinha purificado. Porém, infelizmente para essas pessoas, o contexto não é sobre os animais, mas sobre pessoas de outras nações. No início, Pedro até poderia ter se confundido com a visão, mas logo ele compreendeu, assim que os enviados de Cornélio chegaram o apóstolo teve a revelação do que se tratava. E podemos compreender isso no decorrer do capítulo, alguns versículos à frente. Veja:


Conversando com ele, Pedro entrou e encontrou ali reunidas muitas pessoas e lhes disse: "Vocês sabem muito bem que é contra a nossa lei um judeu associar-se a um gentio ou mesmo visitá-lo. Mas Deus me mostrou que eu não deveria chamar impuro ou imundo a homem nenhum. Por isso, quando fui procurado, vim sem qualquer objeção. Posso perguntar por que vocês me mandaram buscar?" Atos 10:27-29


Note que, conforme disse acima, Pedro compreendeu sobre o que se tratava a visão, e não era sobre comer animais impuros, mas sobre ele deixar de lado as tradições, chalachot ou dogmas e se aproximar dos gentios para lhes ensinar acerca da Torá e do Messias Yeshua. Por isso, o argumento usado por alguns para dizer que podem comer de tudo é quebrado com a Torá, e com a própria vida dos apóstolos, que obedeciam a Torá do Eterno.

Há ainda outros textos que podem ser mencionados aqui, que é utilizado para tentar provar que as leis alimentares foram anuladas, como Cl 2:16, 1Tm 4:1-5, Rm 14 e 1Co 10:27. Porém, se analisarmos cada um deles dentro de seus contextos veremos que o assunto tratado não é de anulação da lei do Eterno em relação aos alimentos.

Até agora demonstramos que Vayicrá/Levitico 11 foca-se nesse assunto, ou seja, os animais que são permitidos e os que não são permitidos. Também Devarim/Deuteronômio 14, que faz um resumo do que foi dito em Levítico 11. O povo judeu, e os que estão verdadeiramente em teshuvah, respeitam as chamadas Leis Alimentares. No entanto, a maioria dos cristãos pensam que não há nada de errado em comer animais que, de acordo com eles, “em tempos” eram considerados imundos.

Muitos cristãos e nutricionistas também, admitem que as pessoas seriam mais saudáveis se seguissem as leis dietéticas da Bíblia, e alguns fazem mesmo um pequeno esforço para evitar comer a carne de animais não-limpos. Mas a grande maioria, não vê as leis dietéticas como mandamentos divinos que devem ser observados. O argumento mais comum é que D’us aboliu essas leis no chamado Novo Testamento (NT).

De acordo com o site Emunah a fé dos santos, existem seis textos do NT que podem dar a ideia de que D’us aboliu as leis alimentares, que estabelecera no chamado Antigo Testamento (AT), mas não nos podemos esquecer que a palavra de D’us não muda, conforme lemos em Tiago 1:17, que diz:


Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.


E isso é corroborado pelo próprio Yeshua em Mat. 5:17-19 e Lucas 16:17. Para além disso, ou seja, qualquer coisa ensino que seja contra as Escrituras, devemos meditar nas palavras de Paulo em 2 Tess. 2:11-12.


E por isso D’us lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade.


Então, se sabemos pelas Escrituras que a palavra do Eterno não se contradiz, é importante não fazer interpretações particulares, e analisar tudo, e só assim veremos que afinal, se ao invés de ser feita uma análise isolada, for feita uma análise geral, analisando a Palavra como um todo, veremos que tudo se encaixa. 

De acordo com o mencionado site, se analisarmos essas pretensas passagens, veremos que, as únicas formas de uma pessoa usá-las para “provar” a anulação das leis alimentares é:

- ignorando o contexto da passagem;

- ignorando o que a Torá e os profetas, bom como o resto da bíblia diz sobre o tema;

- ignorando as conclusões lógicas desta posição teológica.

- ou se admitirmos que D’us é D’us de confusão.

Assim, fica claro para nós uma coisa muito importante, não é apenas o povo de Yisrael que precisa saber distinguir os animais puros e os impuros, o que é alimento e o que não é alimento, mas todos aqueles que querem servir ao Eterno, seguindo o Messias, todos os que se achegam ao Eterno e ao povo. Devemos comer com santidade e obediência, assim como em todas as áreas de nossas vidas.

Este é um assunto muito extenso, poderíamos ainda esticar mais o tema, pois há muito a ser tratado, porém não temos aqui tempo para isso. Recomendo a cada um de vocês fazerem uma boa pesquisa sobre isso à luz da Torá pura sem dogmas ou halachot. Em outra oportunidade podemos falar mais.

Para finalizar este estudo trago uma relação de animais permitidos para alimentação:

Animais da Terra

- Alce

- Antílope

- Búfalo

- Cabra

- Carneiro

- Cervo

- Cordeiro

- Gado bovino (boi, vaca, novilho) 

- Gazela

- Ovelha

- Rena

- Veado


Animais Aquáticos

- Anchovas

- Atum

- Bacalhau

- Badejo

- Barracuda

- Bonito

- Caranga 

- Carpa

- Cavala

- Dourado

- Garoupa

- Grunhido 

- Linguado

- Mandachuva

- Merluza

- Peixe-sol

- Pescada

- Salmão

- Sardinha

- Tainha

- Tarpão

- Tilápia

- Truta

- Vairão


Animais do Ar (Aves)

- Codorna

- Faisão

- Frango

- Galinha

- Galo

- Ganso

- Pardal 

- Pato 

- Perdiz

- Peru

- Pintada

- Pomba

Que HaShem lhes abençoe!


Pr./Rav Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)