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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Estudo da Parashá Bereshit (No Princípio)


Estudos da Torá

Parashá nº 1 – Bereshit (No Princípio)
Bereshit/Gênesis 1.1-6.8
Haftará (separação) Is 42.5-43.10 e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mt 1:12:23

1 - INTRODUÇÃO
                  
Na semana que passou reiniciamos o ciclo de estudos da Torá, juntamente com nossos irmãos judeus, judeus messiânicos e crente em Yeshua que guardam os mandamentos em todo o mundo.
Este é o livro dos começos. Podemos aprender muita coisa ao estudarmos a Torá com singeleza de coração, amor e dedicação, pois é a revelação da vontade do Eterno ao ser humano.
Bereshit é o nome do livro e o nome da porção, assim como é a primeira palavra que aparece no texto em hebraico.
Neste estudo falaremos um pouco sobre a criação do homem e veremos o que a Torá quer nos instruir com esse relato que é também profético.

2 – ESTUDO DAS PALAVRAS
              
          Ao estudar essa porção da Torá, nos deparamos com o início de tudo o que foi criado no âmbito material. O Eterno cria todas as coisas do nada, por isso o texto usa a palavra “bará”, e a cada dia da criação, que pode não ser um dia de 24h como conhecemos, o criador faz pela sua palavra que as coisas sejam criadas. Tudo o que existe, desde a escuridão e a luz, o dia e a noite, os animais, a terra e o mar, e etc. Até que no sexto dia o Eterno Elohim cria ser humano. E o mais interessante e profético, é que Ele cria o ser humano e logo depois descansa, ou seja, cria o shabat (sábado). D’us cessa o trabalho no sétimo dia, e o santifica, separa, como um dia de descanso, repouso. Iremos entender isso no decorrer desse estudo.
     “E disse Elohim: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Elohim o homem à sua imagem; à imagem de Elohim o criou; homem e mulher os criou.”Gn 1:26-27
      Naquele sexto dia, conforme o relato de Gn 1.26-27, Adonai formou o corpo humano do pó da terra, e sopra em suas narinas o Ruach (Espírito) fazendo que ele se torne um ser vivo, ou alma vivente.
     De acordo com o site Yeshuachai.org, a primeira palavra pronunciada por D’us, “haja luz”(vaihi ohr) em Gn 1:3, foi proferida na intenção de todos os que desejam contemplar Sua Glória, como podemos ler no profeta: “Levanta-te, e ilumine, porque vem a tua luz” (Is 60:1). Dessa forma, podemos ver que quando Adam (Adão) abriu os olhos pela primeira vez, e sua consciência humana nasceu, ele compreendeu imediatamente que o Eterno criou todas as coisas, incluindo eles próprios. De acordo com um Midrash (comentário alegórico dos rabinos), as primeiras palavras deste Adão (ser humano) consciente foram: “Adonai malach olam Vaed” - Adonai é o Rei por toda a eternidade. E Hashem (D’us), disse: “Agora todos saberão que Eu Sou Rei”, e se contentou muito, e esse teria sido o momento “Tov Me’od” (muito bom) da criação, quando D’us viu tudo o que tinha feito “e viu que era muito bom” (Gn 1:31). Por isso, o nome para o ser humano, ou seja, Adam, אָדָם, está relacionado com a palavra “muito” – me’od” מְאד. Perceba que duas letras se repetem, o Alef e o Dálet. Isso aponta para importância do homem na criação.
        Sobre esse assunto, o site judeu.org diz que, Gn 1 começa com uma premissa anterior de que os seres humanos são os seres mais importantes no mundo, e trabalham dali pra trás desde a criação o que precisaria existir antes deles, para que pudessem prosperar, no sentido conseguirem viver no mundo. Observe que o objetivo disso é óbvio, ou seja, demonstrar que o homem, que fora criado à imagem e semelhança do Eterno, é um elemento muito importante da Criação. No entanto, o Eterno está no comando de tudo, suprindo o homem no que for necessário. Bastando apenas obedecer e ter fé para andar em seus caminhos.

A Criação do Homem e o Shabat
       Como vimos até aqui, Adonai cria o homem, e dá tudo o que ele tem, inclusive sua própria vida, conforme pode ser confirmado pelo profeta Isaías: “Assim diz Elohim, o YHVH, que criou os céus e os desenrolou, e estendeu a terra e o que dela procede; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela...”
      Depois de criar todas as coisas e também o homem, o Eterno Elohim, cria uma última coisa, o Shabat, o descanso. Quando lemos o texto parece algo estranho vermos um D’us que cria tudo, e que descansa ao final.
       Perceba que esse ato de Elohim descansar foi também a primeira coisa que o homem fez depois de ser criado. Observe o texto bíblico:
“E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o sexto dia. Gênesis 1:31

“Assim foram concluídos os céus e a terra, e tudo o que neles há. No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação.” Gênesis 2:1-3
        Note que em Gn 1:31, assim como nos textos anteriores, referentes aos dias da criação, a Torá nos diz sobre “a tarde e a manhã”, um dia. No sexto dia, após fazer o homem, novamente aparece o texto “a tarde e a manhã”, e finaliza o texto, mostrando-nos que também acabou o sexto dia. Isso porque no calendário bíblico um dia começa com o final da tarde, ao por do sol. Assim, ao final do sexto dia, inicia o sétimo (hasheviy), o dia do descanso (shabat).
      E o ser humano que havia acabado de ser criado inicia o dia de descanso com o seu criador. Isso nos mostra algo especial e profético, pois o shabat além de ser dia de descanso, é também dia de comunhão com o Eterno e com sua família. Por isso, esse momento nos aponta para o desejo de Elohim em ter comunhão com o homem. Aquele fora o primeiro momento de comunhão de D’us com o ser humano, nos indicando que novamente esse tempo de comunhão íntima será restaurado no Olam chabá (mundo vindouro), através da volta do messias Yeshua.
      O shabat é um dia especial para o Eterno, conforme demonstramos acima. O texto nos diz que Adonai abençoou o dia sétimo, e o santificou (separou). Na criação este é o único dia que recebe um nome, “há sheviy” (o sétimo). A palavra santificar vem do hebraico “kadosh” que significa “ser consagrado, ser santo, ser separado”. E o fato de o Eterno criador descansar no sétimo dia, nos mostra que Adonai estava dando exemplo ao homem daquilo que ele deveria fazer. Com isso podemos facilmente entender a atitude do homem, guardar o shabat, juntamente com o Eterno, seu criador. E segundo o site Shemaysrael.com, Elohim diz ao homem que a importância maior na vida do homem seria a comunhão entre a criatura e o Criador. Nada substituiria este momento entre os dois e justamente por isso Adonai estabelece que o shabat será separado, santificado, consagrado para o homem e para Ele.
           Ainda se tratando da criação do homem, podemos perceber que o ser humano é a forma visível daquilo que até então era invisível. De acordo com o entendimento das Escrituras Sagradas o homem físico é feito à imagem e semelhança do Eterno. Os sábios de Israel afirmam que essa imagem e semelhança também vem dos seres espirituais (anjos), bem como do messias que já existia antes da criação do mundo material. A diferença deste homem que é criado, é que este tem um corpo físico. Ele é espiritual e carnal, ao contrário dos seres celestiais que não tem corpo físico.
        Por isso devemos concluir, que o ser humano teria que refletir a forma de ser do Eterno no mundo físico, da mesma forma que os anjos refletem no mundo espiritual.
        Veja Romanos 5:14b: “Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir”
       Note que Adão, o homem, foi criado segundo o plano do Messias. Pois, assim como o Messias, a origem, estava predestinado a ser o reflexo do Eterno, Adão teria que ser feito semelhante a esse plano, esse molde, esse homem original.

Bibliografia:

- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/quadros.asp
 - http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/
- https://judeu.org/bereshit/
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771004/jewish/Resumo-da-Torá
- http://shemaysrael.com/parasha-bereshit/
- http://www.yeshuachai.org/forums/topic/parasha-bereshit-genesis-11-68/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/01_bereshit.pdf

sábado, 26 de outubro de 2019

Estudo da Parashá Vezot HáB’rachá (E esta é a benção)


Estudos da Torá

Parashá nº 54 – Vezot HáB’rachá (E esta é a benção)
Devarim/Deuteronômio Dt 33:1-34:12
Haftará (Separação) Js 1:1-18; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Rm 7:21-25.


1 - INTRODUÇÃO
                  
               Esta foi a última porção da Torá que estudamos no ciclo 2018-2019, a “Vezot Haberachá”, que é lida na festa de “Simchat Torá (Alegria da Torá), e ela descreve as últimas palavras de Moshê ao povo de Israel. Depois de elogiar a nação por acolher a Torá, conforme afirma o site Chabad.org, Moshê concede bênçãos específicas e proféticas para cada uma das tribos, de acordo com suas responsabilidades nacionais e grandeza individual, e então abençoa a nação como um todo.
               Vejamos o que esta última porção nos ensina e o que poderemos à partir daí passar a praticar em nossas vidas.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
              
               Lemos no comentário da Torá, que após o cântico de “Adeus” da parashá anterior, Moshê, antes de se separar do seu povo amado, abençoou-o, como o fez o patriarca Yaacov (Jacó), fundador das tribos de Israel (Gn 49:29). Ele convocou toda a congregação e abençoou a cada tribo em separado, destacando o papel que haveriam de desempenhar ao longo dos tempos.
               Lemos mais, que essas maravilhosas palavras de despedida de Moshê são a mais significativa expressão do otimismo e da fé que define o segredo da existência e continuidade do povo de Israel. Esse homem escolhido por Adonai, estava fortalecido pela couraça de uma fé poderosa e inquebrantável, que lhe deu coragem para defrontar-se com o desastre e a morte, e mesmo assim, contemplar a Onipresença Divina. Sua alma estava impregnada, segundo esse comentário, de coragem e otimismo, porque sabia que o único refúgio da nossa vida é o Eterno. Esta foi a fé que o moveu a abençoar seu povo nas últimas horas de sua vida, e a falar-lhe cheio de confiança e fé a respeito do futuro.
               Com toda certeza a confiança que Moshê tinha em Elohim era tão grande, que esse era o motivo de sua esperança. Devemos aprender essa lição com Moshê, mesmo em momentos de dor, nada pode abalar nossa confiança no eterno. Ainda que tudo ao redor esteja direcionando para tristeza, encontre em Adonai a força para visualizar o cumprimento das promessas, pois foi isso que ele fez. Veja o que lemos em Salmos 23: “YHVH ROY LO ECHESAR” Adonai é meu pastor e não me faltará...” Quando lemos todo o salmo, podemos perceber do que está sendo falado, não fala de coisas materiais, mas fala da confiança no Eterno, mesmo que o material falte, o Eterno não faltará. Esse é o entendimento que Moshê tinha.
               O versículo 1 desse capítulo 33 de Dev/Det nos diz o seguinte: “Esta é a bênção com o qual Moisés, homem de Elohim, abençoou os israelitas antes da sua morte.”
               É muito bonito quando uma pessoa pode terminar os seus dias abençoando no lugar de amaldiçoar. Verdadeiros servos de Adonai vivem assim, como vemos com Moisés, mas também com o próprio Yeshua, que foi o profeta que o Eterno levantou como Moshê (Deut 18:15, 18), também ele terminou os seus últimos momentos na terra a abençoar os seus discípulos, como podemos ler em Lc 24:50-51:

“Tendo-os levado até as proximidades de Betânia, Jesus levantou as mãos e os abençoou. Estando ainda a abençoá-los, ele os deixou e foi elevado ao céu.”

               Vejamos o verso 2: “E disse: Adonai chegou do Sinai; de Seir ele raiou sobre seu povo, brilhou desde o monte Paran; e com ele estavam miríades de santos; escrita com sua mão direita, deu-lhes a Lei do meio do fogo.”
               De acordo com o site Emunah a fé dos santos, o talmud diz que isto ensina-nos que o Santo, Bendito seja ele, ofereceu a Torá a todas as nações e línguas, mas não a aceitaram até que chegou a Israel que a recebeu.
              A Tora foi dada como fogo, ou do meio do fogo. E isso representa para nós que, é muito importante manter o fogo da Torá do Eterno nos nossos corações para que a nossa prática, o caminhar em obediência, não se converta em algo pesado, aborrecido ou seco, conforme lemos em Lc 24:32. Quando a Torá está no coração, é um fogo interior que nos mantém inspirados no nosso amor pelo eterno. Em Rm 12:11 podemos ler: “ No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor.”
               Outra coisa que podemos notar neste verso 2, é que a Torá foi entregue por Deus a Seu povo sem intermediários. Isso porque a expressão “Sua mão direita” reflete a proximidade ímpar de Deus com o povo de Israel e indica também a força e a segurança que Israel recebeu juntamente com a Torá revelada por Deus. Vemos isso no comentário da Torá.
               Sabemos assim, com certeza dita pela própria Torá, que o Eterno a deu diretamente ao povo, e Moshê que fazia parte do povo, foi quem a recebeu e levou ao povo. Devemos com isso, entender que ela é a vontade de Deus para aqueles que se propõe a servi-lo.
              
Um olhar retrospectivo
               Quero passar a seguir um trecho do estudo dessa porção extraído do site Chabad.org, pois achei muito apropriado, para nós nesse momento.
               O texto diz que, ao chegar ao final do livro de Devarim, é hora de olharmos em retrospecto e refletir sobre o que estamos a ponto de completar. Segundo esse estudo, os rabinos referem-se a este livro como Mishnê Torá, conforme mencionamos em alguns estudos anteriores, isso é, uma explicação e revisão da Torá, pois Devarim inclui muitas mitsvot que já foram ensinadas anteriormente em outros livros da Torá. Poderíamos pensar: por que foi necessário revisar tantas coisas muitas e muitas vezes?
               Afirma-se que Rabi Samson Raphael Hirsch explica que a narrativa em Devarim ocorreu ao final da permanência de quarenta anos do povo judeu no deserto. Eles haviam testemunhado muitos milagres às claras enquanto D’us lhes fornecia tudo o era necessário: jamais tiveram de trabalhar a terra para produzir alimentos; D’us fornecia o maná diariamente. O poço de Miriam jorrava água o tempo todo, e as Nuvens de Glória os protegiam deia e noite. Às margens do Rio Jordão, o povo judeu esperava para entrar na terra de Israel onde não receberiam mais milagres tão óbvios. Não haveria mais o maná, sendo assim, teriam que plantar, arar, colher e cultivar a terra para sustentar-se. O poço e as nuvens também se foram, a vida agora seria governada pela realidade.
               Com tudo o que foi dito acima, devemos entender que esse é o momento de repensar e recapitular tudo o que aprendemos nesse ciclo que se acabou. Quantos ensinamentos para nossas vidas extraímos da Torá durante esse ano de estudos. Porém agora é o momento de parar e rever tudo, assim como Moshê fez com o povo de Israel, possa também cada um de nós fazer. Extrair dos ensinamentos teóricos a prática e viver o que aprendemos. Assim, como naquele momento, o povo de Israel iria colocar em prática todo o aprendizado no deserto, ao entrar em Canaã, pois não teriam agora a presença divina e os milagres da mesma forma. Nós também somos levados a exercer nosso aprendizado no nosso viver diário. Obedecendo e levando o ensinamento da Torá para outros.
               Como podemos ver no verso 4, a Torá é uma herança para a congregação de Israel, e quando um gentio se converte ao Elohim de Israel através de Yeshua HaMashiach, adentra a esse povo conforme já dissemos outras vezes, e por isso, também recebe por herança a Torá, como lemos em Atos 26:17b-18:

“gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim.”
              
               E em Gálatas 3:29 está escrito: “e se sois do Messias, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.”
               Dessa forma, concluindo, que possamos adentrar nesse novo tempo em nossas vidas confiantes no poder do Eterno, mas obedecendo e praticando a sua vontade para nossas vidas, que é a Torá, como verdadeiros herdeiros da promessa.

Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/54-_vezot_haberach_esta__a_beno.pdf
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/822876/jewish/Mensagem-da-Parash.htm
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/822843/jewish/Resumo-da-Parash.htm

domingo, 13 de outubro de 2019

Estudo da Parashá Haazínu (Dêem ouvidos)


Estudos da Torá

Parashá nº 53 – Há’azínu (Dêem ouvidos!)
Devarim/Deuteronômio Dt 32:1-52
Haftará (Separação) 2Sm 22:1-51; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Rm 10:14-21; Jo 20:1-31; Hb 12:28 e 29.


1 - INTRODUÇÃO
                  
               Essa parashá (porção) é na verdade a continuação da porção passada, pois aqui está a canção que havia sido mencionada em Devarim/Deuteronômio 31:16-19.
               Ela é um poema chamado Haazínu, que começa invocando a terra e o céu juntando-os a este final de trajetória de Moshê em Devarim, transportando-nos do início de Bereshit/Gênesis até este momento do livro.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
              
               O significado do termo hebraico “Há’azínu” é “ouvi, ouça ou deem ouvidos”. É a primeira palavra que aparece no texto hebraico.
               Disse anteriormente, que essa porção era a continuação da anterior, a parashá “Vayelech”, isso porque nela Moshê introduz o poema Haazínu informando ao povo a principal função dele:

               "E disse o Eterno a Moshe: Eis que tu estás para jazer com os teus pais, e levantarse-á este povo, e errarás atrás de deuses estranhos...e violará a aliança que fiz com ele. Então crescerá o Meu furor contra ele, naquele dia; e o abandonarei, e ESCONDEREI o meu rosto dele...E agora, escreverei para vós este cântico, e tu ensina-o aos filhos de Israel...para que este cântico Me seja por testemunha contra os filhos de Israel..." (Devarim 31:16-19)
                  
                   Ou seja, o propósito do poema é guiar o povo durante os tempos difíceis e nas provações, em que se pudesse pensar que D’us os tenha deixado, para que se lembrem de que no momento em que se arrependerem e fizerem teshuvá (retorno/conversão) o Eterno os livraria.
               Este cântico de Moshê fala de toda a história de Israel, desde o princípio até ao final. De acordo com o site “Emunah a fé dos santos”, pode-se resumir o seu conteúdo segundo a leitura desse capítulo, da seguinte forma:

1-6 O Nome e a obra de YHWH por Israel e pelo mundo;
7-12 A origem de Israel;
13-18 A prosperidade a apostasia de Israel;
19-26 A perda de Israel após a apostasia;
29-30 A dispersão de Israel entre as nações; e
40-43 A salvação de Israel e a sua influência mundial.
              
Ouvi, ó céus, e falarei
               O primeiro verso diz:

“Ouvi, ó céus, e falarei, e ouça a terra os ditos da minha boa.”

               Sobre este verso o comentário da Torá diz que nessa parashá, Moisés se dirige aos céus e à terra para que ouvissem as suas palavras. Segundo o Midrash (Ialcut 942), a razão desta magnífica invocação foi a seguinte: Eu – disse Moisés – sou um ser de carne e osso, sujeito a morrer; os meus sucessores também o serão; se o povo de Israel vier esquecer a Lei e transgredir a Divina aliança, quem lhe fará lembrar a sua desobediência e infidelidade? Eu vou chamar contra eles testemunhas permanentes, os céus e a terra. (...) É a vós que eu invoco; eu chamo os céus e a natureza inteira para encaminhar Israel no caminho do bem e desviá-lo da via do mal e da ingratidão humana. Que os céus e a terra sejam os eternos censores do povo de Deus. Nós, os condutores dos povos, passamos, e vós ficareis para sempre.
               Podemos entender que Moshê, inspirado por D’us, chama duas testemunhas pelo povo de Israel, os céus e a terra, para que eles se lembrassem da aliança que fora firmada nessa Lei. E podemos ver Yeshua lembrando-os do compromisso dessas duas testemunhas, quando afirma que não veio abolir a Lei, mas veio cumprir. E relembra que enquanto existirem céus e terra, nada da Lei passaria até que tudo se cumprisse, veja Mt 5:17-18.
               Os céus e a terra são duas testemunhas contra Israel, conforme Dt 30:19; 31:28, porque testemunham toda a sua história. Na verdade são três testemunhas, porque a palavra hebraica para céus “shamayim”, está escrita na sua forma plural, ou seja, um par de céus. A história de Israel, de acordo com o site, está escrita tanto nos céus como na terra. Estas duas ou três testemunhas, serão os primeiros a “atirar pedras” contra Israel se cometerem infidelidade contra o pacto, em conformidade como que lemos em Dt 11:17 e 17:7.
               Por isso podemos entender que YHWH tem que criar novos (ou transformar os atuais) céus e terra depois do milênio, para que estas duas testemunhas nada tenham a apontar a Israel, lembrando a sua história de desvios e pecados.
               Em Isaías 65:17-18 está escrito:
              
               “Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, gozo.”
              
               Em apocalipse 21:1 diz:

“E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.”

               Os céus e a terra são tomados como testemunhas por causa da sua firmeza, conforme Jeremias 31:35-37. O rolo da Torá pode ser queimado, mas não as estrelas nem as pedras (Os Dez Mandamentos). São testemunhas muito firmes.
              
A importância da Torá
               “Goteje a minha doutrina como a chuva, caia como o orvalho meu discurso;”
               A chuva representa a Torá Escrita, que vem diretamente do céu em quantidades que não se podem medir. O orvalho pode representar a halachá, o passar da teoria à prática, o caminhar em conformidade com a Torá.
               O site Chabad.org também dá uma interpretação para o fato de Moshê ter comparado a Torá com a chuva. Diante de vários motivos estão os abaixo relacionados:
               - Assim como a água é vital para a sobrevivência do universo, assim é a Torá;
              - A água é um purificador muito importante. Da mesma forma, a Torá purifica e eleva aqueles que a estudam e cumprem pelo mérito do Céu;
          - Assim como a chuva não cria uma nova planta, mas apenas desenvolve e amadurece uma semente ou planta já existe, também a Torá desenvolve as sementes no coração da pessoa. Explica-se ainda que, uma pessoa deve primeiro dedicar seu coração e mente ao estudo da Torá, e então seus estudos serão frutíferos, ou seja, primeiro conheça a Torá para que todo o resto frutifique. E aqui pode-se entender o que Yeshua diz em Mt 6:33: “Busquem,pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” Para que sua vida seja frutífera, é preciso buscar o Reino de Deus e a justiça dele, que é a Torá e o que ela instrui.
               - Um judeu jamais se cansa de estudar Torá. Assim como os peixes vivem num ambiente aquático, podem continuar sedentos e procuram cada gota de chuva, assim a pessoa mergulhada em Torá deseja ouvir ainda outra explicação de Torá. Esse deve ser um modelo também para nós que fomos aproximados a Israel pelo messias, desejar a cada dia aprender mais da Torá de HaShem.
               Moshê ainda disse mais no verso 2, ele disse: “...minhas caia como orvalho o meu discurso;...”
               Depois de comparar a Torá com a chuva, ele também a comparou ao orvalho. A chuva pode até aborrecer algumas pessoas, pois pode incomodar viajantes nas estradas e as pessoas com barris de vinho abertos, cujo vinho poderia se estragar. No entanto, para que não se tenha uma ideia errônea a respeito da Torá, e de que talvez ela possa fazer alguém infeliz, Moshê explicou que não é este o caso. A Torá, a esse respeito, é como orvalho. Todos, sem exceção, se alegram ao ver o orvalho cair. Sendo assim, devemos entender que a Torá traz apenas felicidade.
               Moshê estava dizendo aos filhos de Israel que, assim como ele arriscou sua vida quando permaneceu quarenta dias no Monte Sinai entre os anjos, eles deveriam também estar preparados para se sacrificarem pela Torá. E que sacrifício seria esse? A renúncia à suas próprias vontades a fim de obedecer a vontade de Adonai, escrita na Torá.
               Essa declaração de Moshê também continha uma prece, que esta mensagem não deveria ser ignorada, mas entrar nos corações do filhos de Israel: “Que meus ensinamentos sejam agradáveis a Bnei Ysrael, como a chuva; que minhas palavras sejam bem aceitas por ele como orvalho; como os ventos soprando nas campinas no outono; e como a chuva de primavera que irriga os campos no mês de Adar.”
               Segundo os ensinamentos do site “Chabad.org”, pode-se assim, também dizer que “meus ensinamentos” refira-se à Torá Escrita, e que “minhas palavras” à Torá Oral.
               Que possamos desejar tanto e cada dia mais aprender da Torá, que esse desejo nos leve a buscar, a escavar mais e a pesquisar mais. Que bebamos cada dia dessa fonte que é a Palavra do Eterno, a qual Yeshua disse à mulher samaritana em Jo 4:6-15.


Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/53-_haazinu_ouam.pdf
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/923532/jewish/Tor-Chuva-e-Orvalho.htm
- https://tanach.org/dvarim/hazprt.doc

sábado, 5 de outubro de 2019

Estudo da Parashá Vaielech (Ele foi)


Estudos da Torá

Parashá nº 52 - Vaiêlech (E ele vai/ Ele foi)
Devarim/Deuteronômio Dt 31:1-30
Haftará (Separação) Os 14:2-10, Jl 2:11-27, Mq 7:18-20, Is 55:6-56:8; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 18:1-19:42.


1 - INTRODUÇÃO
No estudo da parashá dessa semana estudaremos mais uma parte do discurso de Moshê antes de sua partida para YHWH, ou seja, sua morte. Essa porção têm apenas um capítulo, mas carrega um aprendizado profundo para nossas vidas, principalmente em relação ao Messias.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
Primeiramente, vejamos o termo do nome da porção. Como temos dito, e ocorre sempre no texto em hebraico, a primeira palavra do texto é וַיֵּלֶךְ “vaielech”, e significa literalmente “e foi”.

Repare que o texto diz:

E foi Moisés, e falou estas palavras a todo o Israel.”

A tradição judaica diz que Moshê em seu último dia de vida, que é justamente neste texto que estamos estudando, saiu do acampamento dos levitas, onde vivia, “e foi” ao acampamento onde ficavam as outras tribos para se despedir dos Israelitas e também consolá-los devido ao seu falecimento iminente. O autor do site “chabad. Org” diz que: “a humildade de Moshê era tão magnificente que ele considerava seu dever pessoal despedir-se do povo naquele momento.” Talvez, por isso a Torá nos traga essa palavra nessa porção.

No verso 2 lemos:

E disse-lhes: Hoje completo cento e vinte anos de idade; já não poderei mais sair e entrar; e o Eterno me disse: “Não passarás este Jordão.””

Agora, examinemos nesse verso o significado de “já não poderei sair e entrarno texto.

O comentário da Torá diz que, com estas palavras, Moshê queria dizer que não tinha mais permissão de ensinar ao povo, e que ele devia, por ordem de Adonai, ceder o seu lugar a Yehoshúa (Josué). De acordo com outra versão, a de Rashi, tendo completado os seus cento e vinte anos, Moshê sentia que lhe faltava aquele vigor intelectual para ensinar ao povo a palavra de Deus. Não podendo mais “sair e entrar” (nos caminhos da ciência sagrada), Moshê deveria ceder seu lugar a outro. Quanto ao vigor físico, este nunca lhe faltou, segundo lemos mais adiante em Dt 34:7.

Também podemos entender que Moshê manifesta a sua tristeza por não poder passar o Jordão. A sua jornada tinha se acabado, e aproximava-se o momento de sua morte. Por isso, primeiramente despede-se do povo, conforme podemos ler nos versos 1-6, de pois apresenta-lhes Yehoshúa (Josué), o que seria à partir de então, seu sucessor, conforme lemos nos versos 7-8).
Moshê estaria passando a liderança, e isso é muito significativo para todos os que crêem em Yeshua como o Mashiach, vejamos o porquê disso.

Já mencionamos em um outra porção da Torá a respeito da troca, por Moshê, do nome daquele veio a ser conhecido como Josué ou Yehoshúa em hebraico, mas foi bem resumido.

Vejamos algo mais agora. O nome dele era Oshêa (Oséias) Nm 13:8 e 16, e significa “Salvação”, enquanto seu novo nome Yehoshúa, significa “o Eterno salva ou D’us salva”.

Agora repare, que assim como contraímos o nome “Carolina” para “Carol”, o nome Yehoshúa também pode ser contraído para Yeshua. E na verdade foi isso que aconteceu, durante a estadia do povo em terras babilônicas/persas durante seu exílio.

O nome do messias de Israel é Yeshua, que tem o mesmo significado de Yehoshúa, ou seja, “o Eterno salva”. O nome do Salvador não definido ou escolhido por Yosef (José) ou Miryam (Maria), mas foi dado pelo próprio Eterno, que enviou um anjo para o anunciar a Yosef, de acordo com o que podemos ler em Mt 1:20-21.

Yosef [José], filho de David, não tenha medo de receber Miryam [Maria] em sua casa como mulher, pois o que foi gerado nela procede da Ruach HaKodesh [espírito de santidade ou Espírito Santo]. Ela dará à luz um filho, e você lhe chamará YESHUA, porque ele salvará seu povo dos pecados dele.”

Repare que o mensageiro de Adonai ao citar o nome, já contendo seu significado intrínseco, já dá o porquê dele. “...Yeshus, porque ele salvará...”. Assim, podemos entender o motivo de Moshê ter mudado o nome de Oshêa para Yehoshúa. O Eterno provavelmente o motivou a isso, pois quando Yehoshúa entrasse na terra prometida com o povo, tendo o nome de Oshêa (salvação), alguém poderia dizer que foi ele que os salvou. Daí trocando o nome, pelo significado, aponta para o fato de que “o Eterno salva”, assim quem os salvou e deu a vitória de entrar na terra fora o Eterno. Concluímos então, que pelo fato de Yeshua e Yehoshúa serem o mesmo nome e significando a mesma coisa, isso já apontava para o Mashiach que salvará o seu povo e o fará ocupar a terra prometida na sua totalidade, o que Josué, o tipo de Yeshua Hamashiach, o fez parcialmente.

Algumas pessoas na internet tem o costume de dizer que o nome do messias não seria Yeshua, e para isso dão muitas explicações mirabolantes, através de muitas teorias. Entretanto, de acordo com Tzadok Ben Derech, o nome Yeshua está em alguns escritos como, os ketuvim netsarim, o manuscrito siríaco kuretoriano do século II, a peshita do século IV, o peshito do século V, nos manuscritos de Manser do século 16, no manuscrito hebraico de Shentor e Nutier, todos estes utilizam o nome Yeshua.


Sejam fortes e corajosos
No decorrer desta porção vemos Moshê instruindo o povo a serem “fortes e corajosos”. Isso é um encorajamento para que o temor seja destruído pela certeza de que o Eterno estaria com eles. E esse encorajamento de Moshê pode servir como um princípio para nossas vidas, pois se tivermos confiança da presença de D’us conosco seguiremos sempre em frente. E podemos ver essa certeza nas palavras do Salmo 23:4a.

ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo.”

A palavra hebraica que foi traduzida é חִזְקוּ “chizeq” uma variação da palavra “chazak” que significa “forte, firme, duro ou poderoso”. A firmeza é uma força de resistência interior que permite ao homem não desanimar e ficar para trás nos momentos de crise. Essa força ou firmeza é necessária para possibilitar cumprir os mandamentos nos momentos de adversidades. Quando ocorre tentações em que possamos nos sentir desanimados, é necessário manter a firmeza para poder seguir em frente e ver a mão poderosa do Eterno. Veja como o Rabino Sha’ul (apóstolo Paulo) fala sobre isso em 1Co 15:58:

Portanto, meus amados irmãos, sejam firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.”

Confira também em Ef 6:10-18; Mt 10:22; 24:13; Mc 13:13; e Hb 10:35-39.
Agora, o contrário de ter força ou firmeza é recuar e retroceder. O que retrocede, perde sua vida, confira o que Yeshua diz em Lc 9:62:

Mas Yeshua lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Elohim.

É necessário que sejamos fortes e corajosos, ou seja, que mantenhamos a confiança o Eterno e mesmo em face de dificuldades tenhamos coragem de seguir em frente.

A leitura da Torá
No verso 9 inicia uma instrução sobre a leitura da Torá ao final de cada sete anos, no ano de “Shemitah”, durante a festa de Sucot (tabernáculos). E no contexto desse verso, a Torá nos mostra que Moshê foi quem a escreveu. E o comentário da Torá da Editora Sefer diz que, “esta Lei” quer dizer: desde o Gênesis até o fim do Pentateuco, que Moisés lhes entregou, antes da sua morte. Entretanto, “esta Lei” do verso 11 significa uma parte do Deuteronômio, segundo Rashi.

O comentário ainda fala sobre o verso 11, que este mandamento de ler a Torá cabia ao rei de Israel. Em Chol Hamoed Sucot (medianos da festa de tabernáculos), no começo do primeiro ano da Shemitah (ano sabático), tocavam-se trombetas em Jerusalém para reunir o povo. Todos deveriam comparecer, homens, mulheres e crianças. E era erguida uma plataforma de madeira no ezrat nashim (átrio feminino) do Bet Hamikdash, onde o rei se senta.

É tempo de sair e gastar o que recebeu
Estamos quase encerrando o estudo da Torá desse ano, estão faltando duas porções, e durante esse tempo aprendemos muitas coisas sobre o Eterno, sobre seu povo, sobre o Messias, mas também aprendemos a como viver e como fazer parte do povo do Eterno. Aprendemos que devemos sair e praticar o que aprendemos. De acordo com o que lemos em Tg 2:8:

Se vocês de fato obedecerem à lei real encontrada na Escritura que diz: “Ame o seu próximo como a si mesmo”, estarão agindo corretamente.”

E também conforme está escrito em Tg 1:22:

Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos.”
De nada nos adiantará sabermos da Torá, e do que ela ensina, mas não vivenciarmos o que aprendemos.

Está na hora de sairmos a campo e descarregarmos o nosso aprendizado, levando a restauração e a palavra do Messias a todas as pessoas, pois esse é o objetivo final de todo aprendizado da Torá.

Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/52-_vayelech_e_passou.pdf
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/822841/jewish/Resumo-da-Parash.htm
- http://shemaysrael.com/parasha-vayelech/
- https://judaismonazarenosp.wordpress.com/2016/10/06/parashat-vayelech-ele-foi/