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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Estudo da Parashá Bereshit (No Princípio)


Estudos da Torá

Parashá nº 1 – Bereshit (No Princípio)
Bereshit/Gênesis 1.1-6.8
Haftará (separação) Is 42.5-43.10 e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mt 1:12:23

1 - INTRODUÇÃO
                  
Na semana que passou reiniciamos o ciclo de estudos da Torá, juntamente com nossos irmãos judeus, judeus messiânicos e crente em Yeshua que guardam os mandamentos em todo o mundo.
Este é o livro dos começos. Podemos aprender muita coisa ao estudarmos a Torá com singeleza de coração, amor e dedicação, pois é a revelação da vontade do Eterno ao ser humano.
Bereshit é o nome do livro e o nome da porção, assim como é a primeira palavra que aparece no texto em hebraico.
Neste estudo falaremos um pouco sobre a criação do homem e veremos o que a Torá quer nos instruir com esse relato que é também profético.

2 – ESTUDO DAS PALAVRAS
              
          Ao estudar essa porção da Torá, nos deparamos com o início de tudo o que foi criado no âmbito material. O Eterno cria todas as coisas do nada, por isso o texto usa a palavra “bará”, e a cada dia da criação, que pode não ser um dia de 24h como conhecemos, o criador faz pela sua palavra que as coisas sejam criadas. Tudo o que existe, desde a escuridão e a luz, o dia e a noite, os animais, a terra e o mar, e etc. Até que no sexto dia o Eterno Elohim cria ser humano. E o mais interessante e profético, é que Ele cria o ser humano e logo depois descansa, ou seja, cria o shabat (sábado). D’us cessa o trabalho no sétimo dia, e o santifica, separa, como um dia de descanso, repouso. Iremos entender isso no decorrer desse estudo.
     “E disse Elohim: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Elohim o homem à sua imagem; à imagem de Elohim o criou; homem e mulher os criou.”Gn 1:26-27
      Naquele sexto dia, conforme o relato de Gn 1.26-27, Adonai formou o corpo humano do pó da terra, e sopra em suas narinas o Ruach (Espírito) fazendo que ele se torne um ser vivo, ou alma vivente.
     De acordo com o site Yeshuachai.org, a primeira palavra pronunciada por D’us, “haja luz”(vaihi ohr) em Gn 1:3, foi proferida na intenção de todos os que desejam contemplar Sua Glória, como podemos ler no profeta: “Levanta-te, e ilumine, porque vem a tua luz” (Is 60:1). Dessa forma, podemos ver que quando Adam (Adão) abriu os olhos pela primeira vez, e sua consciência humana nasceu, ele compreendeu imediatamente que o Eterno criou todas as coisas, incluindo eles próprios. De acordo com um Midrash (comentário alegórico dos rabinos), as primeiras palavras deste Adão (ser humano) consciente foram: “Adonai malach olam Vaed” - Adonai é o Rei por toda a eternidade. E Hashem (D’us), disse: “Agora todos saberão que Eu Sou Rei”, e se contentou muito, e esse teria sido o momento “Tov Me’od” (muito bom) da criação, quando D’us viu tudo o que tinha feito “e viu que era muito bom” (Gn 1:31). Por isso, o nome para o ser humano, ou seja, Adam, אָדָם, está relacionado com a palavra “muito” – me’od” מְאד. Perceba que duas letras se repetem, o Alef e o Dálet. Isso aponta para importância do homem na criação.
        Sobre esse assunto, o site judeu.org diz que, Gn 1 começa com uma premissa anterior de que os seres humanos são os seres mais importantes no mundo, e trabalham dali pra trás desde a criação o que precisaria existir antes deles, para que pudessem prosperar, no sentido conseguirem viver no mundo. Observe que o objetivo disso é óbvio, ou seja, demonstrar que o homem, que fora criado à imagem e semelhança do Eterno, é um elemento muito importante da Criação. No entanto, o Eterno está no comando de tudo, suprindo o homem no que for necessário. Bastando apenas obedecer e ter fé para andar em seus caminhos.

A Criação do Homem e o Shabat
       Como vimos até aqui, Adonai cria o homem, e dá tudo o que ele tem, inclusive sua própria vida, conforme pode ser confirmado pelo profeta Isaías: “Assim diz Elohim, o YHVH, que criou os céus e os desenrolou, e estendeu a terra e o que dela procede; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela...”
      Depois de criar todas as coisas e também o homem, o Eterno Elohim, cria uma última coisa, o Shabat, o descanso. Quando lemos o texto parece algo estranho vermos um D’us que cria tudo, e que descansa ao final.
       Perceba que esse ato de Elohim descansar foi também a primeira coisa que o homem fez depois de ser criado. Observe o texto bíblico:
“E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o sexto dia. Gênesis 1:31

“Assim foram concluídos os céus e a terra, e tudo o que neles há. No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação.” Gênesis 2:1-3
        Note que em Gn 1:31, assim como nos textos anteriores, referentes aos dias da criação, a Torá nos diz sobre “a tarde e a manhã”, um dia. No sexto dia, após fazer o homem, novamente aparece o texto “a tarde e a manhã”, e finaliza o texto, mostrando-nos que também acabou o sexto dia. Isso porque no calendário bíblico um dia começa com o final da tarde, ao por do sol. Assim, ao final do sexto dia, inicia o sétimo (hasheviy), o dia do descanso (shabat).
      E o ser humano que havia acabado de ser criado inicia o dia de descanso com o seu criador. Isso nos mostra algo especial e profético, pois o shabat além de ser dia de descanso, é também dia de comunhão com o Eterno e com sua família. Por isso, esse momento nos aponta para o desejo de Elohim em ter comunhão com o homem. Aquele fora o primeiro momento de comunhão de D’us com o ser humano, nos indicando que novamente esse tempo de comunhão íntima será restaurado no Olam chabá (mundo vindouro), através da volta do messias Yeshua.
      O shabat é um dia especial para o Eterno, conforme demonstramos acima. O texto nos diz que Adonai abençoou o dia sétimo, e o santificou (separou). Na criação este é o único dia que recebe um nome, “há sheviy” (o sétimo). A palavra santificar vem do hebraico “kadosh” que significa “ser consagrado, ser santo, ser separado”. E o fato de o Eterno criador descansar no sétimo dia, nos mostra que Adonai estava dando exemplo ao homem daquilo que ele deveria fazer. Com isso podemos facilmente entender a atitude do homem, guardar o shabat, juntamente com o Eterno, seu criador. E segundo o site Shemaysrael.com, Elohim diz ao homem que a importância maior na vida do homem seria a comunhão entre a criatura e o Criador. Nada substituiria este momento entre os dois e justamente por isso Adonai estabelece que o shabat será separado, santificado, consagrado para o homem e para Ele.
           Ainda se tratando da criação do homem, podemos perceber que o ser humano é a forma visível daquilo que até então era invisível. De acordo com o entendimento das Escrituras Sagradas o homem físico é feito à imagem e semelhança do Eterno. Os sábios de Israel afirmam que essa imagem e semelhança também vem dos seres espirituais (anjos), bem como do messias que já existia antes da criação do mundo material. A diferença deste homem que é criado, é que este tem um corpo físico. Ele é espiritual e carnal, ao contrário dos seres celestiais que não tem corpo físico.
        Por isso devemos concluir, que o ser humano teria que refletir a forma de ser do Eterno no mundo físico, da mesma forma que os anjos refletem no mundo espiritual.
        Veja Romanos 5:14b: “Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir”
       Note que Adão, o homem, foi criado segundo o plano do Messias. Pois, assim como o Messias, a origem, estava predestinado a ser o reflexo do Eterno, Adão teria que ser feito semelhante a esse plano, esse molde, esse homem original.

Bibliografia:

- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/quadros.asp
 - http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/
- https://judeu.org/bereshit/
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771004/jewish/Resumo-da-Torá
- http://shemaysrael.com/parasha-bereshit/
- http://www.yeshuachai.org/forums/topic/parasha-bereshit-genesis-11-68/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/01_bereshit.pdf

sábado, 14 de setembro de 2019

Estudo da Parashá Ki Tetsê (Quando saíres)


Estudos da Torá

Parashá nº 49Ki Tetsê (Quando saíres)
Devarim/Deuteronômio Dt 21:10-25:19
Haftará (Separação) Is 54:1-10; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 12:1-50.

1 - INTRODUÇÃO
Essa semana estudaremos a porção chamada Ki Tetsê (Quando saíres), ela é a 49ª porção semanal, e é a 6ª de Devarim/Deuteronômio. Nela contém 74 mandamentos, abordando os mais diferentes assuntos que são muito importantes ao nosso conhecimento. Há leis referentes à guerra, cativos, despojos e até mesmo aferimento de balanças. Nesta parashá também fala sobre divórcio e casamentos proibidos. Muito há que se aprender ao se estudar essa porção, porém não temos espaço aqui para analisá-la na sua totalidade, veremos apenas uma parte, e no próximo ano mais um pouco e assim por diante. Mas isso não lhe impede de ler e estudar em sua casa, e se preciso pesquisar mais sobre o assunto, o que eu incentivo.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
O nome da porção vem descrito nas primeiras palavras no texto hebraico. “Ki Tetsê” significa “quando saíres”, nesse texto está trazendo da possibilidade da ida para a guerra. Guerra é uma palavra que nos assusta e como crentes, logo pensamos que não podemos participar. No entanto, esse trecho da Torá quebra alguns tabus em relação a isso. Veja o que o comentário da Torá diz sobre isso: 

A Torá nos impõe prescrições referentes à guerra. Existem doutrinas que impedem a guerra aos seus crentes, e existem os que pretendem permanecer absolutamente neutros e passivos diante de todo combate, mas não conseguem; ao contrário, caíram nas mãos dos inimigos. Por essa razão, a Torá determina o dever da autodefesa e da luta por nossos direitos. É triste ter de recorrer à guerra e ao derramamento de sangue, mas há momentos em que essa é a única alternativa e tem de ser feito. A Torá não quer, de modo algum, negar isto, mas quando a guerra é necessária, deve legislar até sobre ela. A tática do avestruz que esconde a cabeça é indigna, e se a guerra for necessária, submeter-se-á aos mandamentos (os mandamentos da Torá). No caso de guerra, onde todos os maiores sentimentos humanos são sufocados, a Lei de Moisés impõe prescrições, porque mesmo na guerra não se pode preder a consciência do bem. Em primeiro lugar, a Torá ordena oferecer a paz ao povo inimigo (Dt 20:10); mais adiante (vers. 19), proíbe destruir as árvores frutíferas ao redor da cidade sitiada, pois a guerra não deve significar de maneira nenhuma a destruição; e os primeiros versículos desta parashá tratam das leis relativas aos direitos dos vencedores israelitas sobre as mulheres cativas. O ideal máximo da Torá é a paz. Assim diziam os nossos profetas em suas prédicas: “Não levantarás povo contra povo a espada, e não ensinarão mais a guerra” (Miquéias 4:3). O judaísmo sabe como é triste ter de recorrer à guerra e derramar sangue, mas às vezes esta é a única alternativa. Mas, se a guerra é necessária, mesmo nela devem vigorar as leis humanas. (Torá, Ed. Sefer. pág 566)

Entendendo os princípios desse texto vejamos então um pouco mais de contexto histórico a respeito de guerra para que possamos entender os motivos de Moshê ter falado essas palavras ao povo.

Perceba que no período da antiguidade quando as terras não tinham donos e os Estados soberanos estavam iniciando, era comum que houvessem disputas por territórios, e nessas disputas, os dominados ou derrotados, eram aniquilados ou tornavam-se cativos para posterior servidão, podemos ver isso em vários textos das Escrituras, como no livro de Juízes. E com isso, muitas vezes quem eram poupados eram mulheres e crianças que tornadas cativas somavam junto com os despojos de guerra, que era propriedade dos vitoriosos. Encontramos ocorrências destes procedimentos ao consultarmos a literatura clássica grega, e encontramos também a semelhança da legislação contida nesta porção da Torá nas leis escritas no código de Hamurabi e no código de Mari, que são documentos que regulamentavam a vida nas terras próximas naquela época.

Contudo, há uma diferença grande, pois a Torá dava às mulheres prisioneiras o status de seres humanos e não de uma mera propriedade de guerra, e isso com um motivo claro, conforme teremos a oportunidade de verificar nesse estudo.
Voltemos ao texto bíblico dessa porção.

10 Quando saíres à peleja contra os teus inimigos, e o SENHOR, teu Deus, os entregar nas tuas mãos, e tu deles levares prisioneiros,
10 כי תצא למלחמה על איביך ונתנו יהוה אלהיך בידך ושבית שביו
11 e tu, entre os presos, vires uma mulher formosa à vista, e a cobiçares, e a quiseres tomar por mulher,
11 וראית בשביה אשת יפת תאר וחשקת בה ולקחת לך לאשה
12 então, a trarás para a tua casa, e ela rapará a cabeça, e cortará as suas unhas,
12 והבאתה אל תוך ביתך וגלחה את ראשה ועשתה את צפרניה
13 e despirá a veste do seu cativeiro, e se assentará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe um mês inteiro; e, depois, entrarás a ela, e tu serás seu marido, e ela, tua mulher.
13 והסירה את שמלת שביה מעליה וישבה בביתך ובכתה את אביה ואת אמה ירח ימים ואחר כן תבוא אליה ובעלתה והיתה לך לאשה

Sabemos que a Torá proíbe o casamento de servos do Eterno com pessoas de outros povos, e já vimos também, que apesar disso, D’us permitiu em alguns casos tais casamentos, desde que a pessoa demonstrasse que queria servir ao Eterno. Vemos também na Torá instruções a respeito da auto disciplina, responsabilidade e controle, então pode parecer estranho nessa porção a Torá trazer ensinamentos sobre hum homem querer se casar com uma mulher cativa.

Um homem que passa pelos horrores de uma guerra, está emocionalmente desequilibrado, pois pode estar há muito tempo longe de casa, sendo ele casado ou não, e por isso estar no limite de suas forças em resistir à inclinação para o mal (Yetser hará), que a Torá tanto preza, e satisfazer seus instintos naturais. Sendo assim, a Torá o protege de se precipitar em uma relação apenas passageira, pois ele vendo uma mulher cativa de beleza e formosura que influenciada pelos conselhos de Bilam (Nm 25:1-4; 31:16) de seduzir os soldados por meio de belas roupas e penteados, poderia ele ser tentado a prevaricar com a tal mulher, e mesmo precipitadamente tomá-la em casamento. E no intuito de colocar alguns empecilhos a um ato desencadeado por desejos passageiros a Torá cria um roteiro para que o soldado que temente a D’us e obediente as Suas leis não fosse traído por seus impulsos e se conscientizasse de seus atos precipitados. Ou seja, o Eterno entende isso, e permite que nessa situação ele despose uma mulher não israelita, ao invés de a violar como era habitual (e na verdade ainda é, infelizmente) nas guerras.

Mas para se casar com ela, deveria seguir algumas orientações prescritas na Torá, que estão nestes versos que estamos analisando, Dt 21:11-13. A prescrição era que, se um homem desejasse casar com uma mulher que trouxe cativa de entre o povo com quem guerreou, esta deveria rapar a cabeça e deixar as unhas crescerem. Na verdade, há nessa passagem uma mensagem importante, pois o propósito dessa instrução é que o homem não se engane pelas aparências físicas ou pelo desgaste emocional provocado pela guerra. Quando ele visse a mulher em um estado lastimável, literalmente, destruída pelo sofrimento de perda de entes queridos, com cabelo rapado e unhas crescendo, ou seja, sem qualquer sinal de beleza feminina, o homem olharia para ela de forma diferente, e perceberia se de fato a ama ou se seria apenas uma ilusão. Contudo, se depois de tudo isso, continuasse a desejar se casar com ela, mesmo não tendo a aparência fisica agradável de antes, o casamento poderia se realizar.

Entendendo o propósito além da letra
Olhando para a história dos povos antigos podemos entender que cada cultura tinha seus cortes de cabelo exclusivo, estilos de vestuário e a decoração das unhas, isso identificava as pessoas a qual povo pertencia. Então, é normal se considerar que pela mudança do corte de cabelo, nas unhas e no vestuário da mulher pelo modo israelita, isto significasse um processo de mudança de sua identidade de uma estrangeira para a possibilidade de tornar-se uma israelita. Porque, ao acabar com tudo que a identificava anteriormente, com os laços de sua vida antiga, tudo é deixado para trás simbolicamente.

Mas e o porquê disso? Segundo o Midrash, as filhas dos povos da antiguidade adornavam-se nos tempos de guerra para seduzir sexualmente os inimigos, conforme já dissemos anteriormente. Sendo assim, quando lemos: “e despirá a veste do seu cativeiro, e se assentará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe um mês inteiro; e, depois, entrarás a ela, e tu serás seu marido, e ela, tua mulher.” Dt 21:13. Aqui “veste do seu cativeiro” está se referindo a roupas atrativas que vestia ao ser feita prisioneira. O propósito maior aqui de tirar-lhe as roupas é que o homem já não a encontre atraente como antes, pois era proposital. Antes de realmente se casar com a prisioneira ele deveria esperar um mês para que ela pudesse “chorar pelo seu pai e sua mãe”. Isto nos ensina que Adonai se interessa que a alma da mulher seja consolada antes do casamento. E também nos ensina, conforme já vimos, que o Eterno não quer que o homem tome uma decisão precipitada. Ela precisaria chorar tanto tempo para que o homem não a visse contente e feliz, mas sim feia e pouco atraente comparativamente com as mulheres israelitas.

Ainda outro ponto importante a respeito do luto dela pelos pais é que, pela guerra acontecia de os pais ou algum parente ter sido morto, mas não necessariamente esse luto seja por isso. Esse luto também era para que ela tivesse uma oportunidade para esquecer de sua família, assim ela teria condição de recomeçar deixando todo o passado familiar idólatra para trás, devido acultura a qual estava inserida.

Podemos perceber o princípio desse desligamento com o passado quando Yeshua, no evangelho de Marcos 10:29-30 diz:

Respondeu Yeshua: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho que não receba, já neste mundo, cem vezes mais de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo vindouro, a Vida Eterna.”

Resumindo, podemos ver que a Torá nos dá através desta lei sobre a “mulher cativa”, a essência de “um enxertado na Oliveira”, conforme menciona o Judeu Autônomo em seu Blog, que segundo Yeshua, deve deixar para trás sua cultura familiar (religião familiar, crendices e etc) em favor da cultura e mandamentos do Reino de D’us que se encontram nas Palavras de Yeshua que torna plena a Torá.

Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://shemaysrael.com/shoftim/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/49_-_ki_tets_quando_sares.pdf
- http://judeu-autonomo.blogspot.com/2012/09/parashat-ki-tetse-quando-saires.html
- https://www.cafetorah.com/deuterenomio/
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/822869/jewish/Mensagem-da-Parash.htm

sábado, 31 de agosto de 2019

Estudo das Parashiot Êkev e Reê (Pois que / Observe)


Estudos da Torá

Parashá nº 46 e 47Êkev / Reê (Pois que / Observe)
Devarim/Deuteronômio Dt 7:12-11:25 e Dt 11:26-16:17
Haftará (Separação) Is 54:11-55:5; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 7:1-8:59.


1 - INTRODUÇÃO

Semana passada estávamos no trabalho missionário Aliança Radical e por isso não tivemos estudo, sendo assim, veremos um resumo do estudo que não tivemos e o desta semana. Veremos parte da Parashá Êkev de forma resumida e falaremos também um pouco da parashá Reê, bem como os seus significados literais e práticos para nossas vidas.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS

Parashá Êkev

Em primeiro lugar vejamos o que significa a palavra Êkev, que dá nome a esta porção. Segundo o comentarista da Torá a palavra Êkev, em hebraico, que significa nesse versículo “por causa, pois que”, tem uma grande semelhança com a palavra Akêv, cuja tradução literal é “calcanhar do pé”. De acordo com o Midrash (Ialcut 846), se guardamos os preceitos que nos parecem insignificantes, e aos quais pisamos, por assim dizer, com os calcanhares, o Eterno, nosso Deus, também guardará a aliança e a bondade prometida sob juramento a nossos pais. Ainda de acordo como o comentário da Torá, toda essa parashá é uma vibrante e veemente elocução de Moisés ao povo de Israel; em todo esse fervoroso discurso, ele acentua a relação existente entre a Torá como doutrina de vida e o estilo de viver judaico; entre a felicidade humana e as boas ações; entre a obediência aos ensinamentos da Torá como filosofia de vida judaica e a recusa à inércia, e tudo isso serve para cada um de nós.

Os versos de Devarim (Dt) 7:12-16 ensinam que há condições para que o Eterno mantenha a aliança que jurou aos patriarcas e aos filhos de Israel. Eles também falam sobre as consequências da fidelidade à aliança, ou seja, as bençãos relacionadas à obediência. Então devemos entender que existem condições e consequências. Vejamos então as condições:

- ouvir e obedecer aos mishpatim (juízos, regras (leis sociais));
- guardar os mishpatim; e
- cumprir os mishpatim.

Vejamos também as consequências:

- YHWH guardará a sua aliança com Israel;
- YHWH guardará a sua miseriórdia com Israel;
- YHWH amará Israel;
- YHWH abençoará Israel;
- YHWH multiplicará Israel;
- YHWH abençoará os filhos de Israel;
- YHWH abençoará os produtos agrícolas;
- YHWH abençoará a produção de animais dos israelitas;
- Os israelitas usufruirão mais do bem estar que os outros povos;
- Não haverá esterilidade em israelitas ou nos seus animais;
- Não heverá enfermidades entre o povo;
- Doenças vão atingir os inimigos de Israel; e
- Os israelitas serão capazes de exterminar as sete nações.

Entendamos que ao ler os textos dessa porção vemos que as condições de obtenção dos benefícios da aliança, primeiramente, tem a ver com a fidelidade às leis que têm a ver com o amor ao próximo, ou seja, as leis sociais. A obediência aos mishpatim que são leis sociais, é uma condição para receber o amor de YHWH. E assim, temos a oportunidade de aprender que o amor que YHWH nos demonstra está relacionado com o amor que demonstramos ao próximo.

Esse mesmo princípio pode ser encontrado em textos apostólicos no chamado Novo Testamento, onde vemos que o amor que mostramos ao próximo é um reflexo do amor que temos para com o Pai, conforme lemos em: 1Jo 3:14, 23; 4:8,12, 20.

A relação entre cada um de nós e nosso próximo determina como é o nosso relacionamento com o Pai. Não é possível servir ao Eterno, sem amar os irmãos, os nossos semelhantes. É impossível obter os benefícios da aliança sem estar bem uns com os outros.

Parashá Reê

A porção dessa semana é “Reê”, que significa “observa” ou “vede”. Ela é tão profunda quanto a palavra “shemá” que fala de ouvir e obedecer. Perceba que ela está em modo imperativo. Ela tem a ver com uma percepção mais profunda, uma visão interior, com os “olhos” do coração. Veja o texto de Devarim (Dt) 11:26-28:

Observa(reê) que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.”

Vemos Adonai apresentando dua opções para o homem, a fim de que ele tenha a oportunidade de escolher. Para que ele possa usufruir do livre arbítrio. O homem pode escolher viver desligado ou ligado ao Eterno. Por isso, essa parashá inicia com a palavra “Reê” ou seja, “observa”. O que temos que observar é as opções que nos são colocadas à frente, e tomar a decisão correta. Se o homem tivesse sido criado sem o poder de escolha seria um autômato, como uma máquina, porém, cada um de nós temos o poder ou a liberdade de escolher. Ninguém é obrigado a obedecer ou a pecar (desobedecer), porque o Eterno nos criou para sermos pessoas que podem escolher servir de livre e espontânea vontade.

O homem pode optar pelo caminho da transgressão, do pecado, no entanto essa liberdade não o isenta da responsabilidade e das consequências de suas escolhas.

As bençãos eram pronunciadas por aqueles que estavam no monte Guerizim, enquanto as maldições pelas pessoas que estavam no monte Ebal. Agora perceba uma coisa, o monte Ebal, onde se pronunciaram as maldições, era mais alto que monte Guerizim. Isso é uma relação interessante, pois o fato de que o topo do monte, representa juízo sobre a pessoa a qual cai a maldição. Ou seja, a maldição é aplicada após uma jornada mais longa do que a jornada que se percorre para subir o monte Guerizim. Isso quer dizer que, possivelmente, essa relação demonstra que o Eterno espera até ao último momento para que o ímpio se arrependa. O Eterno dá-lhe o máximo de tempo possível para que possa vir a se arrepender, mas se isso não ocorrer, ao final de sua jornada, a maldição ou juízo recairá sobre ele.

A porção “Reê” ou “ver” implica em compreender não só o aspecto da escolha mas o que está revelado, o caminho correto para a vida, assim também como crer e ter consciência de que esta bem aventurança procede de Deus. Outra coisa, é que consiste ainda em considerar sobre as consequências desastrosas, conforme já mencionamos antes, da desobediência, como também as recompensas que o cumprimento dos mandamentos proporcionam, para que através delas o homem possa ter uma vida plena e abundante e servir melhor ao Eterno.

Yeshua  fala sobre estes dois caminhos, da obediência e da rebeldia e suas consequências “Eu sou a porta, se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância;” (Yochanan/João 10:9-10). O site britolam.com.br no estudo dessa parashá diz que, estes são como dois caminhos alegóricos que se localizam no meio exterior, ao longo de toda a extensão da vida humana, onde obrigatoriamente se escolhe uma opção em detrimento da outra em meio a constante luta interior, na submissão do ser à vontade Divina.

Em nossas vidas muitas destas opções que surgem diariamente são de fácil escolha, ou seja, podemos prever suas consequências benéficas ou maléficas com muita clareza e evidência, sem haver uma tensão, um conflito interno, pois trata-se de uma escolha que condiz com o nosso caráter ou com nossa visão de mundo, como por exemplo, a escolha entre roubar ou não roubar. Contudo algumas escolhas não são tão simples assim, e dessa forma exigem certo discernimento espiritual para saber qual é o caminho certo a seguir, a fim de estar de acordo com a justiça de D’us. Isto portanto, requer o conhecimento das Escrituras, como também um relacionamento mais íntimo com o Eterno, com o exercício das disciplinas espirituais que consta na santidade, na adoração e tefilá (oração), no estudo da Torah, e comunhão constante com o povo de D’us.

Com tudo isso, essa porção compreende em retornar à pureza da essência da Torá rompendo com as tradições que impedem a percepção e o entendimento da vontade Divina expressa nas Escrituras. Veja Marcos 7:9. Assim, é muito importante e urgente que retornemos a observação das prescrições da Torá, considerando que a Palavra de Deus é imutável, e nos garante tomar a opção certa, não para entrada na Aliança, que é concedida pela graça Divina mediante o sacrifício de Yeshua HaMashiach, mas para permanecer nela, em santidade constante, como o próprio Yeshua disse em Mt 5:18-19.

Concluindo, ao aprender com a porção “observa” ou “vede” que o Eterno nos dá a liberdade de escolha sobre qual caminho seguir devemos ter em mente onde esse caminho nos levará, ou qual será as consequências dele. Adonai coloca para escolhermos o caminho da obediência, cuja consequência são as bençãos, e também coloca o caminho da desobediência, cuja consequência são as maldições ou juízos. Devemos saber escolher, pois quando se entra pelo caminho da desobediência, mesmo que depois nos arrependamos e sejamos perdoados, e retornemos para o caminho da obediência, algumas consequências de nossas escolhas erradas nos acompanharão por muitos anos em nossas vidas. Então, como diz o texto: “Cuidem de seguir todas as leis e regras que ponho hoje diante de vocês.” Dt 11:32

Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/parasha_46-_ekev_consequncia.pdf
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/parasha_47-_re.pdf
- https://www.britolam.com.br/parashat-ree