Estudos
da Torá
Parashá
nº 46
e 47
– Êkev
/ Reê
(Pois
que / Observe)
Devarim/Deuteronômio
Dt 7:12-11:25
e Dt
11:26-16:17
Haftará
(Separação) Is
54:11-55:5;
e
B’rit
Hadashah (Nova Aliança) Jo
7:1-8:59.
1
- INTRODUÇÃO
Semana
passada estávamos no trabalho missionário Aliança Radical e por
isso não
tivemos estudo, sendo assim, veremos um resumo do estudo que
não tivemos
e o desta semana.
Veremos
parte da Parashá Êkev de forma resumida e falaremos também um
pouco da parashá Reê, bem como os seus significados literais e
práticos para nossas vidas.
2
- ESTUDO DAS PALAVRAS
Parashá
Êkev
Em
primeiro lugar vejamos o que significa a palavra Êkev, que dá nome
a esta porção. Segundo o comentarista da Torá a palavra Êkev, em
hebraico, que significa nesse versículo “por causa, pois que”,
tem uma grande semelhança com a palavra Akêv, cuja tradução
literal é “calcanhar do pé”. De acordo com o Midrash (Ialcut
846), se guardamos os preceitos que nos
parecem insignificantes, e aos quais pisamos, por assim dizer, com os
calcanhares, o Eterno, nosso Deus, também guardará a aliança e a
bondade prometida sob juramento a nossos pais. Ainda de acordo como o
comentário da Torá, toda essa parashá é uma vibrante e veemente
elocução de Moisés ao povo de Israel; em todo esse fervoroso
discurso, ele acentua a relação existente entre a Torá como
doutrina de vida e o estilo de viver judaico; entre a felicidade
humana e as boas ações; entre a obediência aos ensinamentos da
Torá como filosofia de vida judaica e a recusa à inércia, e tudo
isso serve para cada um de nós.
Os
versos de Devarim (Dt) 7:12-16 ensinam que há condições para que o
Eterno mantenha a aliança que jurou aos patriarcas e aos filhos de
Israel. Eles também falam sobre as consequências da fidelidade à
aliança, ou seja, as bençãos relacionadas à obediência. Então
devemos entender que existem condições e consequências. Vejamos
então as condições:
-
ouvir e obedecer aos mishpatim (juízos, regras (leis sociais));
-
guardar os mishpatim; e
-
cumprir os mishpatim.
Vejamos
também as consequências:
-
YHWH
guardará a sua aliança com Israel;
-
YHWH guardará a sua miseriórdia com Israel;
-
YHWH amará Israel;
-
YHWH abençoará Israel;
-
YHWH multiplicará Israel;
-
YHWH abençoará os filhos de Israel;
-
YHWH abençoará os produtos agrícolas;
-
YHWH abençoará a produção de animais dos israelitas;
-
Os israelitas usufruirão mais do bem estar que os outros povos;
-
Não haverá esterilidade em israelitas ou nos seus animais;
-
Não heverá enfermidades entre o povo;
-
Doenças vão atingir os inimigos de Israel; e
-
Os israelitas serão capazes de exterminar as sete nações.
Entendamos
que ao
ler os textos dessa porção vemos que as
condições de obtenção dos benefícios da aliança, primeiramente,
tem a ver com a fidelidade às leis que têm a ver com o amor ao
próximo, ou seja, as leis sociais. A obediência aos mishpatim que
são leis sociais, é uma condição para receber o amor de YHWH. E
assim, temos a oportunidade de aprender que o amor que YHWH nos
demonstra está relacionado com o amor que demonstramos ao próximo.
Esse
mesmo princípio pode ser encontrado em textos apostólicos no
chamado Novo Testamento, onde vemos que o amor que mostramos ao
próximo é um reflexo do amor que temos para com o Pai, conforme
lemos em: 1Jo 3:14, 23; 4:8,12, 20.
A
relação entre cada um de nós e nosso próximo determina como é o
nosso relacionamento com o Pai. Não é possível servir ao Eterno,
sem amar os irmãos, os nossos semelhantes. É impossível obter os
benefícios da aliança sem estar bem uns com os outros.
Parashá
Reê
A
porção dessa semana é “Reê”, que significa “observa” ou
“vede”. Ela é tão profunda quanto a palavra “shemá” que
fala de ouvir e obedecer. Perceba
que ela está em modo imperativo. Ela
tem a ver com uma percepção mais profunda, uma visão interior, com
os “olhos” do coração. Veja o texto de Devarim (Dt) 11:26-28:
“Observa(reê)
que, hoje,
eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção,
quando cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim, que hoje vos
ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos de YHWH,
vosso Elohim, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para
seguirdes outros deuses que não conhecestes.”
Vemos
Adonai apresentando dua opções para o homem, a fim de que ele tenha
a oportunidade de escolher. Para que ele possa usufruir do livre
arbítrio. O homem pode escolher viver desligado ou ligado ao Eterno.
Por isso, essa parashá inicia com a palavra “Reê” ou seja,
“observa”. O que temos que observar é as opções que nos são
colocadas à frente, e tomar a decisão correta. Se o homem tivesse
sido criado sem o poder de escolha seria um autômato, como uma
máquina, porém, cada um de nós temos o poder ou a liberdade de
escolher. Ninguém é obrigado a obedecer ou a pecar (desobedecer),
porque o Eterno nos criou para sermos pessoas que podem escolher
servir de livre e espontânea vontade.
O
homem pode optar pelo caminho da transgressão, do pecado, no entanto
essa liberdade não o isenta da responsabilidade e das consequências
de
suas escolhas.
As
bençãos eram pronunciadas por aqueles que estavam no monte
Guerizim, enquanto as maldições pelas pessoas que estavam no monte
Ebal. Agora perceba uma coisa, o monte Ebal, onde
se pronunciaram as maldições, era mais alto que monte Guerizim.
Isso é uma relação interessante, pois o fato de que o topo do
monte, representa juízo sobre a pessoa a qual cai a maldição. Ou
seja, a maldição é aplicada após uma jornada mais longa do que a
jornada que se percorre para subir o monte Guerizim. Isso quer dizer
que, possivelmente, essa relação demonstra que o Eterno espera até
ao último momento para que o ímpio se arrependa. O Eterno dá-lhe o
máximo de
tempo possível para que possa vir a se arrepender, mas se isso não
ocorrer, ao final de sua jornada, a maldição ou juízo recairá
sobre ele.
A
porção “Reê” ou “ver” implica em compreender não só o
aspecto da escolha mas o que está revelado, o caminho correto para a
vida, assim também como crer e ter consciência de que esta bem
aventurança procede de Deus. Outra coisa, é que consiste ainda
em
considerar sobre as consequências desastrosas,
conforme já mencionamos antes, da desobediência, como
também as recompensas que o cumprimento dos mandamentos
proporcionam, para que através delas o homem possa ter uma vida
plena e abundante e servir melhor ao Eterno.
Yeshua fala
sobre estes dois caminhos, da obediência e da rebeldia e suas
consequências “Eu
sou a porta, se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e
sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a
matar, e a destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham com
abundância;”
(Yochanan/João
10:9-10).
O site britolam.com.br no estudo dessa parashá diz que, estes são
como dois caminhos alegóricos que se localizam no meio exterior, ao
longo de toda a extensão da vida humana, onde obrigatoriamente se
escolhe uma opção em detrimento da outra em meio a constante luta
interior, na submissão do ser à vontade Divina.
Em
nossas vidas muitas
destas opções que surgem diariamente são de fácil escolha, ou
seja, podemos prever suas consequências benéficas ou maléficas com
muita clareza e evidência, sem haver uma tensão, um conflito
interno, pois trata-se de uma escolha que condiz com o nosso caráter
ou com nossa visão de mundo, como por exemplo, a escolha entre
roubar ou não roubar. Contudo algumas escolhas não são tão
simples assim, e dessa
forma exigem
certo discernimento espiritual para saber qual é o caminho certo a
seguir, a fim de estar de acordo com a justiça de D’us. Isto
portanto, requer o conhecimento das Escrituras, como também um
relacionamento mais íntimo com o Eterno, com o exercício das
disciplinas espirituais que consta na santidade, na adoração e
tefilá
(oração),
no estudo da Torah,
e
comunhão constante com o povo de D’us.
Com
tudo isso, essa porção compreende em retornar à pureza da essência
da Torá rompendo com as tradições que impedem a percepção e o
entendimento da vontade Divina expressa nas Escrituras. Veja Marcos
7:9. Assim, é muito importante e urgente que retornemos a observação
das prescrições da Torá, considerando que a Palavra de Deus é
imutável, e nos garante tomar a opção certa, não para entrada na
Aliança, que é concedida pela graça Divina mediante o sacrifício
de Yeshua HaMashiach, mas para permanecer nela, em santidade
constante, como o próprio Yeshua disse em Mt 5:18-19.
Concluindo,
ao aprender com a porção “observa” ou “vede” que o Eterno
nos dá a liberdade de escolha sobre qual caminho seguir devemos ter
em mente onde esse caminho nos levará, ou qual será as
consequências dele. Adonai coloca para escolhermos o caminho da
obediência, cuja consequência são as bençãos, e também coloca o
caminho da desobediência, cuja consequência são as maldições ou
juízos. Devemos saber escolher, pois quando se entra pelo caminho da
desobediência, mesmo que depois nos arrependamos e sejamos
perdoados, e retornemos para o caminho da obediência, algumas
consequências de nossas escolhas erradas nos acompanharão por
muitos anos em nossas vidas. Então, como diz o texto: “Cuidem
de seguir todas as leis e regras que ponho hoje diante de vocês.”
Dt 11:32
Bibliografia:
-
Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
-
Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
-
http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
-
http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/parasha_46-_ekev_consequncia.pdf
-
http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/parasha_47-_re.pdf
-
https://www.britolam.com.br/parashat-ree
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