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quinta-feira, 4 de julho de 2024

Estudo da Parashá Korach - É necessário agir como Arão!

 


Estudos da Torá

Parashá nº 38 – Korach (Coré)

B’midbar/Números Nm 16:1-18:32,

Haftará (Separação) 1Sm 11:14-12:22; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) 2Tm 2:8-21, Jd 1-25.


Tema: É necessário agir como Arão!


No estudo dessa semana vamos explorar na parashá Korach a atitude sacerdotal de Aharon ao se colocar entre os mortos pela praga e os vivos, levando a cessá-la, como lemos em Números 17:11-13. E relacionaremos essa situação com o texto de 1 Samuel 12:20-25, da haftará. Também discutiremos o papel do sacerdote e sua conexão com Yeshua, o Messias. Por fim, abordaremos como os seguidores de Yeshua podem aplicar essas lições em suas vidas diárias.


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

A Parashá Kôrach, segundo o site Chabad, começa com a infame rebelião liderada por Kôrach contra seus primos, Moshê e Aharon, alegando que os dois haviam usurpado o poder do restante do povo de Israel.

Após tentar convencer os rebeldes a uma retirada, Moshê diz aos dissidentes e a Aharon que cada um deve oferecer incenso a D'us. A oferenda do verdadeiro líder seria aceita pelo Eterno, enquanto que o restante do povo teria uma morte não natural. A um pedido de Moshê, D'us faz com que a terra miraculosamente se abra e engula Kôrach, enquanto o restante dos líderes da rebelião são consumidos por uma chama enviada por D'us. Quando os sobreviventes reclamam sobre a morte em massa, D'us ameaça destruí-los também, e irrompe uma peste.

Mais uma vez, Moshê e Aharon intervêm, oferecendo incenso para impedir a extinção do resto do povo. Deste modo, e com o miraculoso brotar do cajado de Aharon dentre aqueles dos outros líderes das tribos, Moshê e Aharon provam ser os líderes escolhidos. O papel de Aharon como Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) é reiterado, e a Torá descreve os dons a serem concedidos aos Cohanim como recompensa por seu serviço no Mishkan (Tabernáculo), incluindo o direito de comer determinadas porções dos Corbanot (Sacrifícios). Os Levitas devem também ser sustentados pela sua dedicação recebendo ma'asser, ou a décima parte de todas as colheitas produzidas pelo povo na Terra de Israel.


ESTUDO DO CONTEXTO LITERAL, PRÁTICO E PROFÉTICO

A Parashá Korach entre outras coisas narra a rebelião liderada por Korach, Datan e Abiran contra Mosheh e Aharon. Como já estudamos em anos anteriores Korach, um levita, questionou a liderança de Mosheh e Aharon, alegando que todos os filhos de Yisrael eram santos e não precisavam de intermediários, o que no final se provou ser um engano gigantesco que muitos cometem até os dias de hoje.

Vamos observar mais atentamente o texto de Bamidbar/Números 17:11-13 a fim de reparar na atitude de Aharon durante a crise gerada depois da morte de Korach e seus companheiros.


O papel de Aharon como intercessor

Desde os tempos bíblicos até os dias atuais, a figura do sacerdote desempenhou um papel crucial na relação entre D´us e seu povo. Na parashá Korach encontramos um exemplo marcante e muito claro em Aharon, o sumo sacerdote, que intercedeu pelos fiéis diante do julgamento divino devido à revolta do povo. Essa história nos oferece valiosas lições para os seguidores de Yeshua, o Messias, que assim como Aharon, também agiu como mediador e intercessor, não da humanidade como é ensinado por aí, mas da casa de Yisrael e dos remanescentes. Neste estudo exploraremos a necessidade de imitar Aharon, que era um apontamento profético para o messias, e como aplicar essas lições em nossa vida cotidiana.

É importante notar que, justamente o que estava em questão em todo o conflito era o sacerdócio de Aharon e a liderança de Mosheh, porém depois de tudo o que ocorreu o Eterno confirmou a escolha de Aharom como Kohem Hagadol (Sumo Sacerdote), fazendo sua vara florescer, na sequência do mesmo capítulo 17.

Retornando portanto aos versos 11 a 13 vemos que a murmuração dos revoltosos que sobraram da rebelião de Korach causou a deflagração de um julgamento do Eterno em forma de uma praga. Quando isso ocorreu, Aharon se colocou entre os vivos e os mortos, oferecendo incenso para aplacar a ira divina. O incenso é um apontamento para as obras de justiça, ou seja, a obediência, que dá autoridade para a intercessão. Aharon demonstrou compaixão e amor, intercedendo pelo povo mesmo quando parte deles estavam em rebelião.

A tarefa do sacerdote é justamente fazer expiação e fazer o papel de intermediador entre o povo e o Eterno. Reparem o texto abaixo, principalmente a palavra circulada:



A palavra para “e fez expiação” ou “e expiou” é וַיְכַפֵּרvayekhaper, que vem da raiz כִּפֵּרkiper, trazendo os seguintes significados: perdoar, desculpar; apaziguar; expiar, reparar. Note os significados, e todos estão ligados com a missão do sacerdote bem como a do messias, e no fim das contas ambos são realmente um messias, cujo significado é ungido, e essa unção é para um propósito do Eterno.

Há algo espetacular nessa palavra e em seu radical, uma mensagem maravilhosa que demonstra justamente a missão do sacerdote e do messias. Vejamos um pouco de gematria, observe abaixo:

- A palavra וַיְכַפֵּר - vayekhaper - “e expiou” tem o valor de 316, cuja raiz é 10.

- A palavra כִּפֵּר – kiper – “expiar” tem o valor de 300, cuja raiz é 3.

Perceba que a diferença entre as duas palavras é kiper é o verbo no infinitivo e vayekhaper é o verbo flexionado, ou seja, a realização da ação. E para que isso seja feito foi preciso acrescentar duas letras. Não por acaso as letras são justamente um - י - yud e um - וַ - vav, cujos significados pictográficos são, respectivamente, mão e prego. O que claramente nos diz que para haver a ação da expiação precisa de uma mão e de um prego. Justamente o que ocorreu com Yeshua! Será que isso é uma coincidência? Outra coisa a diferença entre os valores gemátricos é também representativo, pois yud = 10 e vav = 6, cuja soma é 16 dando uma raiz 7 que aponta para o shabat, o milênio e para a letra ז – záin, cujo significado pictográfico é cortar. Nos dando o entendimento de que para haver o corte da transgressão precisa haver expiação e para isso, é necessário acrescentar a mão e o prego, ou seja, a obra de intercessão do sacerdote ou messias. E veja que o resultado entre a diferença das raízes das duas palavras 10-3=7 também, indicando que isso é um código perfeito deixado pelo Eterno no texto da Torah.

Aqui, ainda é importante destacar que no verso 14 temos o número de mortos, que também não é um acaso, o valor é 14.700. Se somarmos esse número teremos uma raiz 3, a mesma raiz da palavra kiper – expiar. Demonstrando que o juizo do Eterno sobre aquelas pessoas foi justamente para expiar a transgressão. E a ação de Aharon ao ir para o meio com o incensário para gerar expiação, é o apontamento para a vida justa de Yeshua com a prática da Toráh que o leva a morte no madeiro tendo suas mãos e pés pregados com pregos. O que nos leva ao próximo tópico.


Yeshua como Sumo Sacerdote

De acordo com tudo que vimos até aqui, é correto concordar com o autor aos Hebreus que diz que Yeshua é o Sumo Sacerdote de uma ordem anterior e superior. Veja:


Yeshua, porém, tornou-se kohen pelo juramento pronunciado por D’us, ao dizer: Adonay jurou e não mudará de ideia: Você é kohen para sempre. Isso mostra também quão superior é a aliança da qual Yeshua se tornou fiador. Hb 7:21-22


Como Sumo Sacerdote, Yeshua intercede pelos servos do Eterno, oferecendo expiação, perdão, reconciliação. Da mesma forma que Aharon, Yeshua se coloca entre o homem que se aproxima do Eterno arrependido e o próprio Eterno com sua justiça.

O exemplo deixado por Yeshua ecoa até os dias de hoje ao estudarmos a Torah e da forma como ele instruiu. Dentre muitos textos podemos citar Jo 17, quando Yeshua orou pelos seus discípulos, e essa oração ficou conhecida como a oração sacerdotal. Ele perdoou transgressores, orou e curou enfermos, demonstrando compaixão, amor e misericórdia, agindo como o mediador perfeito, como um Sumo Sacerdote. Yeshua cumpriu claramente o que encontramos nos códigos da Torah a respeito do messias e seu papel de resgatador das casas de Yisrael e Yehudah.


A prática na atualidade

Como seguidores de Yeshua, devemos obedecer aos mandamentos do Eterno, a fim de estarmos aptos e puros para orar pelos que ainda não tiveram seus olhos abertos para a verdade da Palavra. Devemos ser como pontes de intercessão, fazendo o papel de sacerdotes, levando as necessidades dos outros diante de D’us.

Na verdade esse é o papel de todo servo do Eterno, todos que se aproximam de HaShem e de seu povo se tornam sacerdotes, e começam a exercer um papel profético que se cumprirá plenamente a partir do sétimo milênio. Precisamos ser mediadores de reconciliação, da mesma forma que Aharon, devemos levar reconciliação entre D’us e as pessoas. Isso ocorre ao vivermos e ensinarmos a prática das instruções do Criador, a Torah. Quando as pessoas começam a praticar os mandamentos ocorre perdão, amor, e ajuda aos necessitados. E aqui é um bom momento para lermos um dos textos da sugestão de leitura da Brit hadashá para essa porção, registrado em 2Tm 2:8-21.

Por isso, é muito importante, que em nossa vida diária, imitemos o exemplo de nosso messias Yeshua, servindo ao Eterno com obediência, compaixão e amor. Devemos ser compassivos com os que ainda estão perdidos e feridos no sistema, mostrando sempre que possível e houver oportunidade o amor prático, estendendo a mão, julgando com a reta justiça e vivendo segundo a vontade do Criador.

Concluindo, a atitude de Aharon nessa parashá, e o exemplo de Yeshua, nos lembram que o papel do sacerdote e do seguidor do Messias vai além de rituais e dogmas. Devemos ser agentes da justiça, da santidade, do amor, intercessão e reconciliação em um mundo que precisa desesperadamente desses princípios. Que possamos seguir o exemplo de Aharon e, acima de tudo, de Yeshua o messias, agindo como mediadores e servos compassivos, refletindo a misericórdia, conhecido como graça, e o amor de D’us.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr/Rav. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


sábado, 6 de julho de 2019

Estudo da Parashá Korach (Coré)


Estudos da Torá

Parashá nº 38Korach (Coré)
Bamidbar/Números Nm 16:1-18:32,
Haftará (Separação) 1Sm 11:14-12:22; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Lc 19:1-30:47

1 - INTRODUÇÃO

Na parashá (porção) desta semana vamos tratar do assunto da rebeldia, rebelião e questionamento de autoridade. Veremos que isso aconteceu com Moshê e quais foram as consequências destes atos, e refletiremos sobre o resultado disso nas nossas vidas.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS

Korach, o filho de Yitz’har, netode K’hat, bisneto de Levi, junto com Datan e Aviram, os filhos de Eli’av, e On, o filho de Pelet, descendentes de Re’uven, reuniram homens e se rebelaram contra Mosheh. Aliaram-se a eles 250 homens de Yisrael, líderes da comunidade, membros importantes do conselho, homens de bom conceito.” (Nm 16:1-2 - BJC)

O comentário da Torá nos diz o seguinte a respeito do primeiro verso dessa porção:
Esta porção semanal registra a primeira revolta contra a autoridade de Moisés e Aarão. Os interesses pessoais de Côrach motivaram a sua rebeldia. O descontentamento deste, nos diz o Midrash, surgiu porque Elitsafan, seu primo irmão, obteve um cargo ao qual Côrach se achava no direito de ocupar. Porém, Elitsafan tinha mais méritos: ele era mais apto que Côrach para as funções que lhe eram confiadas e Moisés não podia sacrificar o interesse geral em nome de idade e de família. Quanto a Datan e Abiram, a tradição nos ensina serem aqueles dois hebreus que brigaram no Egito e disseram então a Moisés: “Quem te pôs por homem, principe e juiz sobre nós?” (Ex 2:13-14) Eles eram também os mesmos homens que infringiram a prescrição de Deus relativa ao Maná (Ex 16:20). Côrach, conhecendo as más disposições destes, apoiou-se sobre essa classe de gente na sia revolta injusta.” (Torá – A Lei de Moisés, Ed. Sefer, 2001, Página 436)

Na leitura dessa porção, podemos perceber que o nome da parashá é o primeiro nome que aparece no texto, Korach (Coré), assim como também encontramos o nome de outros três. Segundo o que lemos no comentário da Torá transcrito acima, onde nos é informado o motivo pelo qual levou este homem a questionar a autoridade de Mosheh, e isso nos é confirmado mais à frente no texto, no verso 8-9.
Podemos assim, perceber que a Torá que nos apontar algo sobre o caráter deste homem chamado Korach. Embora fosse rico, estimado entre sua tribo e honrado com a tarefa de cuidar da Arca da Aliança, conforme Nm 4:15:

Quando Arão e os seus filhos terminarem de cobrir os utensílios sagrados e todos os artigos sagrados, e o acampamento estiver pronto para partir, os Coatitas virão carregá-los. Mas não tocarão nas coisas sagradas; se o fizerem, morrerão. São esses os utensílios da Tenda do Encontro que os coatitas carregarão.”

Korach não tinha sido nomeado líder dos Coatitas, mas sim Elisafã, um primo mais jovem. O avô de Korach, era Kehat (Coate), cf. Êxodo 6:18-22.

Os filhos de Coate foram Anrão, Isar, Hebrom e Uziel. Coate viveu cento e trinta e três anos. Os filhos de Merari foram Mali e Musi. Esses foram os clãs de Levi, por ordem de nascimento. Anrão tomou por mulher sua tia Joquebede, que lhe deu à luz Arão e Moisés. Anrão viveu cento e trinta e sete anos. Os filhos de Isar foram Corá, Nefegue e Zicri. Os filhos de Uziel foram Misael, Elizafã e Sitri.”

O pai de Korach era Izar, irmão de Uziel. E este era o pai de Elisafã. O pai de Korach era mais velho que o pai de Elisafã. Uziel mesmo sendo mais novo, seu filho Elisafâ foi eleito para ser o líder dos Coatitas, Conforme Nm 3:29-31.

Os clãs coatitas tinham que acampar no lado sul do tabernáculo. O líder das famílias dos clãs coatitas era Elisafã, filho de Uziel. Tinham a responsabilidade de cuidar da arca, da mesa, do candelabro, dos altares, dos utensílios do santuário com os quais ministravam, da cortina e de tudo o que estava relacionado com esse serviço.”

A inveja desses homens os levaram a dizer coisas que tinham aparência de verdade, como por exemplo o que Korach disse a Mosheh:

Vocês se valorizam em demazia! Afinal, toda a comunidade é sagrada, todas as pessoas, e Adonai está entre eles. Porque, então, vocês se elevam acima da assembléia de Adonai?”(Nm 16:3)

Toda a comunidade é santa, todas as pessoas, disse Korach, ou seja, todos poderiam exercer o ministério, mas isso contrariava a ordem de Adonai, que disse que somente os levitas poderiam servir.
Mas também disseram mentiras como Datan e Abiram:

Nós não subiremos! É algo sem importância ter-nos tirado da terra em que sobejam leite e mel para nos matar no deserto, a tal ponto que você se arroga o papel de ditador sobre nós?” (Nm 16:13)

Por acaso no Egito, para eles que eram escravos, era um lugar que emanava leite e mel? Eles eram bem tratados no Egito? Claro que não! Mas a inveja os cegou,assim como cega a todos os que vivem assim.

O tratamento do Eterno para a inveja

Alguns estudiosos defendem que Adonai deveria ter dado a Korach um cargo importante para que não se aborrecesse e assim, não se revoltaria. No entanto, com D’us não é dessa maneira que as coisas funcionam, pois o Eterno vê o coração do homem. E assim, como ele viu em Caim seu descontrole em relação a seu irmão Abel, estava olhando o coração de Korach e vendo seus reais motivos. O problema não está no cargo que D’us não deu àquele homem, mas na inveja e na falta de humildade dele. Por isso, a solução não seria dar a um homem ambicioso um cargo de responsabilidade, mas sim fazer com que ele se humilhe e aprenda a submeter-se aos líderes que YHWH instituiu sobre ele. E devemos aprender essa lição, e trazer para nossas vidas, pois não é porque entendemos que temos o direito, mais condições, ou mais conhecimento, que receberemos algum cargo ou autoridade no reino do Eterno. É ele quem planeja e estabelece quem vai usar e como vai usar, a nós cabe apenas aceitar sua vontade com humildade, e orar para que nosso irmão, que foi escolhido exerça com zelo e amor a autoridade que recebeu. Em Korach havia uma fonte insaciável, uma inveja implacável, que o levou à loucura e a autodestruição. Ele foi alcançado por sua própria inveja, arrogância e despeito.
Devemos perceber que essa escolha de outro líder que não Korach, era um tratamento de Adonai para curar a alma dele, porém ele se recusou tratar o pecado em sua alma, e desenvolveu um sentimento de revolta que cresceu de tal maneira que lhe custou a vida. Temos no entanto, nas Escrituras exemplos contrários que mostram que não houve ciúmes quando um irmão mais novo foi elevado a uma posição superior, como Moisés e Aarão; Efraim e Manassés.

Não devemos seguir os pensamentos errados

Outra coisa que devemos aprender é que, não é só porque alguém da nossa família tem um tipo de pensamento, que devemos seguir. Nessa situação de Korach, percebemos que seus filhos não estavam do lado dele, não tomaram partido, não penderam para o lado errado. Ao contrário dos filhos de Datan e Abiram, veja em Nm 16:27-32:

Eles se afastaram das tendas de Corá, Datã e Abirão. Datã e Abirão tinham saído e estavam de pé, à entrada de suas tendas, junto com suas mulheres, seus filhos e suas crianças pequenas. E disse Moisés: "Assim vocês saberão que o Senhor me enviou para fazer todas essas coisas e que isso não partiu de mim. Se estes homens tiverem morte natural e experimentarem somente aquilo que normalmente acontece aos homens, então o Senhor não me enviou. Mas, se o Senhor fizer acontecer algo totalmente novo, e a terra abrir a sua boca e os engolir, junto com tudo o que é deles, e eles descerem vivos ao Sheol, então vocês saberão que estes homens desprezaram o Senhor". Assim que Moisés acabou de dizer tudo isso, o chão debaixo deles fendeu-se e a terra abriu a sua boca e os engoliu juntamente com suas famílias, com todos os seguidores de Corá e com todos os seus bens.”

Se olharmos com cuidado as Escrituras perceberemos que a família de Datan e Abiram estavam ao lado dele quando o povo se afastou deles, mas a Torá não fala da família de Korach. Porque seus filhos não o seguiram, e por isso não tiveram o mesmo destino dos filhos de Datan e Abiram.

e os filhos de Eliabe foram Nemuel, Datã e Abirão. Estes, Datã e Abirão, foram os líderes da comunidade que se rebelaram contra Moisés e contra Arão, estando entre os seguidores de Corá quando se rebelaram contra o Senhor. A terra abriu a boca e os engoliu juntamente com Corá, cujos seguidores morreram quando o fogo devorou duzentos e cinqüenta homens, que serviram como sinal de advertência. A descendência de Corá, contudo, não desapareceu.” Nm 26:9-11


Com certeza, os filhos de Korach quiseram acabar com essa maldição familiar, tendo nomes importantes como o de Samuel, que foi um descendente de Korach, foram autores de vários Salmos como 42-49; 84 e 85; 87 e 88, e chegaram a ter cargos importantes no templo. Por isso encontramos os seus descendentes sendo mencionados em 1Cr 6:31-38:

Estes são os homens a quem Davi encarregou de dirigir os cânticos no templo do Senhor depois que a arca foi levada para lá. Eles ministravam o louvor diante do tabernáculo, da Tenda do Encontro, até quando Salomão construiu o templo do Senhor em Jerusalém. Eles exerciam suas funções de acordo com as normas estabelecidas. Estes são os que ministravam, junto com seus filhos: Dentre os coatitas: O músico Hemã, filho de Joel, filho de Samuel, filho de Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliel, filho de Toá, filho de Zufe, filho de Elcana, filho de Maate, filho de Amasai, filho de Elcana, filho de Joel, filho de Azarias, filho de Sofonias filho de Taate, filho de Assir, filho de Ebiasafe, filho de Corá, filho de Isar, filho de Coate, filho de Levi, filho de Israel.”

Quando se está feliz e fiel na posição e no chamado que o Eterno lhe colocou, no tempo certo receberá a devida recompensa. Conforme está dito pelo Apóstolo Pedro, se no humilhamos debaixo da mão poderosa do Eterno, ele nos exaltará no devido tempo, de acordo com 1Pe 5:5-6. Que tenhamos a atitude dos descendentes de Korach.

A questão da Autoridade de Yeshua

Nessa parashá, a porção referente a este assunto no Novo Testamento está em Lc 19:1-20:47. Entretanto, quero me ater a parte do capítulo 20, onde alguns sacerdotes, mestres da lei e anciãos vem questionar a Yeshua a sua autoridade. Para que se possa entender bem o contexto, leia desde o verso 45 do capítulo 19 até o verso 19 do capítulo 20, que não transcreverei aqui para poupar espaço.
Tendo lido todos os versos mencionados acima, podemos perceber que o questionamento aqui é o mesmo, de Korach, Datan e Abiram, ou seja: Quem é o escolhido de D’us? De quem é a autoridade de Yeshua?

Assim, como aqueles homens questionaram a autoridade de Mosheh sobre as decisões tomadas, os líderes religiosos hipócritas na época de Yeshua estavam questionando o que ele tinha feito no templo, ao expulsar os vendilhões da Beit Hamikdash (Casa da Santidade ou Templo Sagrado), conforme lemos em Lc 20:1-2. Ao que Yeshua responde com uma outra pergunta, sobre o batismo de Yohanan (João). Eles não respondem pois entendiam que se dissessem que o batismo era do céu, Yeshua os questionariam o porquê eles perseguiam Yohanan, mas se dissessem que era dos homens, então o povo os apedrejariam, porque era bem visto pelo povo. E, Yeshua então, diz que não lhes diria de onde vinha sua autoridade, e começa a contar uma Parábola (Agadá), sobre os lavradores maus.

Alguns detalhes dessa parábola:
- certo homem;
- uma vinha;
- arrendar;
- lavradores;
- 3 servos;
- o filho; e
- outros.

O significado de cada um deles:
- certo homem - o Eterno;
- uma vinha - Israel;
- arrendar - autoridade para cuidar (ensinar);
- lavradores - autoridades religiosas;
- 3 servos - os profetas do Eterno;
- o filho - Yeshua; e
- outros - Yeshua em sua volta.

Alguns ali que ouviram a Agadá disseram que não fosse assim, então Yeshua cita as Escrituras, fazendo um Midrash. E os religiosos entenderam que era deles que estava sendo falado.

O que podemos e devemos aprender com essa porção é que o Eterno enviou Yeshua seu filho, para receber sua porção dos lavradores a quem ele tinha arrendado a vinha, mas ele foi morto e ressuscitou, e retornará para tomar a vinha para si mesmo, e ele mesmo cuidará dela. A autoridade de Yeshua, assim como a de Mosheh no deserto, foi dada por Adonai, e aqueles que questionaram sabiam disso, mas mesmo assim, levantaram-se contra. E enquanto nós formos humildes e reconhecermos a autoridade da Torá e de Yeshua em nossas vidas, estaremos seguindo em frente em direção à vontade do Eterno.

Concluindo, devemos viver em nossas vidas de acordo com os filhos de Korach, que em detrimento de seu pai estar errado, eles tomaram a decisão de viver a verdade da vontade de Adonai. Assim como o Mashiach Yeshua, viveu de acordo com a vontade do Eterno e nos abriu o caminho para nos aproximar do Pai, e nos afastar do caminho da rebeldia e dos questionamentos. Vivamos segundo o que Adonai estabeleceu para cada um de nós, pois a cada um ele deu um talento, conforme Mt 25:14-30.

Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://shemaysrael.com/parasha-korach/
- http://www.yeshuachai.org/forums/topic/parasha-korach-cora-rebeldes/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/38-_korach_cor.pdf