Você está passando pelo
deserto? Você acha que sua vida está passando por um grande deserto espiritual?
Pretendo ensinar a você leitor, a aprender com o Espírito Santo de Deus, alguns princípios espirituais para não morrermos
no deserto.
Texto Bíblico Base: 1Co 10.1-13
Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar.
E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar,
E todos comeram de uma mesma comida espiritual,
E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso foram prostrados no deserto.
E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
Não
vos façais, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O
povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar.
E não nos forniquemos, como alguns deles fizeram; e caíram num dia vinte e três mil.
E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes.
E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor.
Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.
Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.
Não
veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos
deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o
escape, para que a possais suportar.
1 Coríntios 10:1-13
Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar.
E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar,E todos comeram de uma mesma comida espiritual, E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso foram prostrados no deserto.
E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. Não
vos façais, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O
povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar.
E não nos forniquemos, como alguns deles fizeram; e caíram num dia vinte e três mil.
E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes.
E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor.
Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.
Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.
Não
veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos
deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o
escape, para que a possais suportar.
Introdução:
Primeiramente vejamos algo a respeito do texto da nossa reflexão. Esta epístola foi
escrita por Paulo para uma igreja, a qual vemos seu início em Atos 18.1-17, na
sua segunda viagem missionária. Essa porém, foi provavelmente, sua congregação
mais problemática. Depois que o apóstolo seguiu viagem sua comunicação com ela
era feita por meio de cartas (epístolas). Primeiro ele mandou uma carta admoestando os
novos crentes para se afastarem da prostituição, conforme percebemos sua menção em 1Co 5.9. No entanto, não temos essa referida carta, apenas a menção dela na referência mencionada anteriormente. Depois os
coríntios enviaram uma carta para Paulo pedindo orientação sobre os problemas
na igreja, de acordo com o que consta em 1Co 7.1. Várias pessoas dessa igreja foram visitar Paulo na Ásia
e levavam notícias daquela comunidade eclesiástica. Algumas dessas pessoas eram os servos da casa de
Cloé, que mencionaram sobre a divisão que havia entre os irmãos, conforme podemos ler em 1Co 1.11.
Outras pessoas foram, três irmãos registrados em 1Co 16.17,18. Então, o apóstolo
escreveu sua segunda carta, que é a nossa Primeira aos Coríntios, respondendo
aos questionamentos feitos pelos crentes. Depois ele volta àquela igreja em uma
segunda visita, ficando pouco tempo, pois a situação não estava boa ali. Ocasião em que ele
escreve a terceira carta, que é a nossa Segunda aos Coríntios.
Tendo observado esse pequeno resumo, passemos ao texto que
estamos fazendo menção como base para nosso estudo. Ele está falando sobre a desobediência, a falta de fé e
a idolatria, entre outros assuntos, e menciona o povo de Israel, enquanto estavam
no deserto, caminhando para a terra de Canaã, que é o nosso alvo de estudo no momento.
Deus tirou o povo do Egito com mão forte, conforme lemos em Ex 13.3.
E Moisés disse ao
povo: Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da
servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui; portanto não comereis
pão levedado.
Ao chegarem na península do Sinai, ao pé do monte onde Deus falou com Moisés, o povo acampou, pois receberiam as Leis da Aliança com o Senhor, e aprenderem a viver como uma nação livre, isso levou mais ou menos dois anos. Nesse período, a Aliança é quebrada, pois ao descer do monte com as tábuas da Lei, depois de quarenta dias, o povo estava adorando a uma imagem de um bezerro de ouro que tinham feito. Então, Deus os corrige, e Moisés sobe ao monte novamente para receber do Senhor outras tábuas, pois as tinha jogado ao chão quebrando-as, em representação a Aliança que tinha sido quebrada.
Depois reiniciam a marcha até o momento em que Moisés envia espiões até a terra que teriam que conquistar. Porém quando eles voltaram, suas afirmações temerosas a respeito dos exércitos inimigos e dos gigantes que haviam na terra fizeram o povo sentir medo e não confiarem no Senhor. Apenas Josué e Calebe, dos doze espiões enviados, permaneceram firmes na confiança de que Deus daria a terra se eles se esforçassem.
No entanto, por causa da falta de fé e das murmurações dos espiões e do povo, todos daquela geração iriam perecer no deserto. Ou seja, não veriam o cumprimento da promessa, não tomariam posse da terra, e por quarenta anos viveriam ali, andando no deserto, até que o último deles tivesse perecido ali. E pior do que isso, lemos em Amós 5.25-27, que aquela geração não se arrependeu dos seus erros e adoraram a outros Deuses.
Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por
quarenta anos, ó casa de Israel?
Antes levastes a tenda de vosso Moloque, e
a estátua das vossas imagens, a estrela do vosso deus, que fizestes para vós
mesmos.
Portanto vos levarei cativos, para além de Damasco, diz o Senhor, cujo nome é o
Deus dos Exércitos.
E isso pode ser confirmado em Atos 7.42,43.
Mas Deus se afastou, e os abandonou a que servissem ao exército do céu, como está escrito no livro dos profetas: Porventura me oferecestes vítimas e sacrifícios no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Antes tomastes o tabernáculo e Moloque, e a estrela do vosso deus Renfã, figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois, para além da Babilônia.
Fazemos uma pausa aqui, a fim de refletirmos em alguns pontos importantes antes de continuarmos nosso pequeno estudo. Precisamos entender algo a respeito de Deserto, pois estamos vendo muito este termo nos versículos já mencionados. O que é o Deserto? A resposta que pode ser encontrada na maioria dos dicionários é algo parecido com o que segue: "Lugar geralmente desabitado, onde quase não chove, com pouca ou nenhuma vegetação." Entretanto, em sentido espiritual e bíblico, é um lugar também muito árido, onde há muitas dificuldades e escassez, servindo para passagem, provação, treinamento e preparação dos servos de Deus.
Sendo assim, vamos dar continuidade ao estudo vendo a importância do deserto na vida do cristão e o como devemos viver para não morrermos no deserto, da forma como os hebreus morreram.
I
– TODOS NÓS TEMOS QUE PASSAR PELO DESERTO
Em primeiro lugar, precisamos ter em mente, de forma muito clara, que todos os servos
de Deus necessariamente passam pelo deserto. Porque é no deserto que o cristão vai aprender, com a escassez e as dificuldades, a depender totalmente de Deus, em detrimento de qualquer situação. Passar pelo deserto prepara o cristão para vencer as lutas e tentações que lhe sobre virão na caminhada com Deus. E devemos olhar para os exemplos bíblicos, de servos do Senhor que passaram pelo deserto, como os que seguem abaixo:
A) O
povo de Israel passou quando foi liberto do Egito.
Conforme já dissemos anteriormente, Deus libertou o povo do Egito e os levou para o deserto, a fim de aprenderem a ser uma nação livre, com leis e estatutos, mas também para os livrar de terem que enfrentar um inimigo, estando ainda despreparados para isso.
B) Josué
e Calebe passaram pelo deserto, mesmo demonstrando sua fé em Deus.
Esses dois homens foram os únicos que acreditaram que Deus poderia lhes dar a posse da terra, mesmo havendo tantos problemas a serem enfrentados. Porém isso não impediu que caminhassem durante os quarenta anos no deserto, enquanto todos os outros caiam. O fato de acreditarem, de terem fé, não lhes levou mais rápido para Canaã.
C) Davi
passou pelo deserto quando teve que fugir de Saul.
Esse homem, que era segundo o coração de Deus, viveu muito tempo em cavernas e em lugares desertos, escondendo-se do rei que o queria morto, por causa da inveja e cobiça. No deserto Davi aprendeu com Deus e se preparou para assumir sua posição que já lhe tinha sido prometida.
D) Elias
passou depois de anunciar a escassez de chuva e depois que matou os profetas de
BAAL e de Astarot.
E) Jeremias
passou pelo deserto quando anunciou os juízos de Deus ao povo de Judá.
F) Ester
passou pelo deserto quando foi levada para ser concubina do Rei da Pérsia e
quando descobriu o plano de Hamã para destruir o seu povo.
G) Daniel
passou pelo deserto ao ser jogado na cova dos leões por ser fiel a Deus.
H) João
Batista passou pelo deserto para ser a voz que clama, preparando o caminho do
Rei.
I) O próprio Senhor Jesus passou pelo deserto desde
antes de começar seu ministério, quando foi levado ao deserto para se consagrar
e ali foi tentado, até sua traição e morte, toda a sua vida foi um deserto.
J) O
apóstolo Paulo passou pelo deserto quando caiu do cavalo e Jesus se identificou
a ele e desde então passou a ser perseguido e sofreu diversos perigos (2Co
11.26,27).
Em viagens muitas vezes, em
perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em
perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no
mar, em perigos entre os falsos irmãos;
Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas
vezes, em frio e nudez.
K) E
cada um dos apóstolos e discípulos de Jesus passaram pelo deserto ao serem
perseguidos e mortos por causa do nome do Senhor.
Precisamos entender uma coisa muito importante. Ninguém recebe nada de Deus sem antes ser moldado para isso. A conquista das promessas de Deus não estão incluídas no kit benção! Precisamos ser moldados, preparados, e não há escola melhor para isso do que o deserto. Onde vamos estar na dependência de Deus, se não morremos, como veremos mais adiante.
II
– O DESERTO É O CAMINHO PARA O CUMPRIMENTO DA PROMESSA
Quando estamos passando pelo deserto a tendência, como seres humanos, é nos sentirmos fracos, sem esperanças e sozinhos.
É pelo deserto que se pode chegar até o cumprimento da promessa. Na caminhada com Deus não existem atalhos, nem elevadores. É necessário percorrer o caminho completo, e este passa pelo deserto. Quem pega atalhos morre no caminho, pois está desprotegido, por pior que seja o caminho a ser percorrido há a garantia da presença do Senhor a nos guardar e a nos ajudar a chegar em segurança ao lugar da promessa.
A Bíblia nos mostra que Deus está sempre com quem está passando pelo deserto, como em Nm 10.34-36.
Vejamos mais uma vez com os exemplos da bíblia.
A) O
povo de Israel tinha que passar pelo deserto para chegar à Canaã.
Aquele tinha sido o caminho que Deus escolhera e orientara a Moisés para guiar o povo, embora fosse mais longe, era mais seguro e levava ao monte do encontro com o Senhor, onde Ele se revelaria ao povo.
B) Josué
e Calebe tinham que ir pelo deserto para receberem suas heranças.
Após os quarenta anos, os dois homens de Deus, ainda fortes e robustos estavam em condições de receberem suas promessas, mesmo tendo que lutar para conquista-las.
C) Davi
tinha que esperar o tempo certo para subir ao trono.
D) Ester
estava indo para o lugar onde Deus a queria, para que no momento certo ela
fosse um instrumento para ajudar o povo em todos os lugares do reino.
E) Daniel
depois da cova dos leões tornou-se ainda mais influente no reino ultrapassando
gerações.
F) Jesus,
o nosso Mestre e Senhor, só iniciou seu ministério depois do deserto e através
de sua vida estamos aqui hoje.
III – MUITOS PREFEREM ESTAR NO
DESERTO DO QUE CONQUISTAR A PROMESSA DE DEUS
O
texto bíblico que lemos como base desta mensagem é mais um dos textos quem
mostram o motivo do povo ter perecido no deserto, o outro é no capítulo 3 da
epístola aos Hebreus.
Não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto. Onde vossos pais me tentaram, me provocaram, e viram por quarenta anos as minhas obras. Hb 3.8,9
Daniel
e Isabela Mastral, em seu livro Voz que Clama no Deserto, volume 2, dizem o
seguinte:
“Se o nosso prêmio é chegar a uma
Terra que mana leite e mel (e usamos dessa analogia Bíblica para simbolizar o
Centro Perfeito da Vontade de Deus, onde todas as Promessas Dele se realizam),
o contrário disso é viver e perecer no Deserto. Por que, então, a maioria vive
no Deserto? Repare que no Deserto o Senhor também nos acompanha e sustenta: as
vestes não desgastam... o maná não falta... mas é só. Não existe plenitude nem abundância e não haverá até que a decisão de conquistar penetre com entendimento
em nosso coração. Deixar de entrar em Canaã significa que jamais haverá a terra
fértil, o lar estruturado, os celeiros cheios, as oportunidades de vida,
alegria, conforto, saúde, bem estar, paz e tranquilidade que a Promessa sob
Juramento encerrava em si mesma. Viver no deserto significa conhecer
teoricamente um Deus Vivo e Poderoso que pode grandes coisas, mas na prática a
pequenez da fé humana e o mal uso do livre arbítrio acabaram determinando
consequências desastrosas.”
A) Não
se conforme com a sua situação (Rm 12.2, 1Pe 1.14).
Muitas pessoas se conformam com a vida que estão vivendo, mesmo estando no deserto. O deserto é somente um lugar de passagem, não é um lugar de morada. Não podemos nos conformar, pelo contrário temos que nos renovar e seguir em frente, para o alvo da nossa soberana vocação, conforme afirma Paulo.
B) O
deserto é para nos preparar para tomarmos posse da promessa.
Depois que passarmos pelo deserto estaremos habilitados a tomar posse da promessa. Ninguém assume um cargo público sem passar em um concurso. Ninguém ganha uma corrida se não se preparar. Precisamos nos preparar e Deus nos leva ao deserto para isso.
C) Logo
depois do deserto vem o cumprimento da promessa.
Depois de se passar pelo deserto vem o local da promessa. A herança é recebida depois de se realizar o inventário. Quando tudo estiver preparado vem a promessa.
D) Não
podemos morrer no deserto, temos que fazer a diferença.
Os autores já citados afirmam que, “Só faz diferença quem está no Centro da
Vontade do Pai. Só faz diferença quem conquista. Que Povo construiu a primeira
Nação de Israel afinal? A primeira Geração de cativos, ou a segunda? A primeira
pereceu no deserto e não fez diferença alguma. Somente seus filhos, aqueles que
conquistaram a Terra junto com Josué, foram os precursores da Nação que atingiu
o apogeu no reinado de Salomão.”
De nada adianta estarmos na igreja e vivermos uma vida mais ou menos. Vimos que aquele povo tinha a presença de Deus por meio do fogo e da nuvem, tinham a benção com o maná diário, e suas roupas não se estragavam, mas ainda assim estavam sem Deus, pois adoravam a outros deuses.
CONCLUSÃO
Sendo assim, devemos estar atentos ao que a Palavra de Deus nos transmite em relação a isso. Não
morra no deserto, seja firme e constante, busque conquistar o que Deus te prometeu. O deserto é somente
um lugar para treinamento, não é lugar para permanecer. Levante os olhos e veja
logo à frente, a vitória está logo ali, mas precisamos lutar. Precisamos buscar
ao Senhor para termos força pra caminhar, precisamos nos santificar para termos
condições de combater o nosso inimigo que tão de perto nos rodeia. Ore, se
consagre, frequente a igreja, lute, estenda as mãos, ame o seu irmão, sirva ao
Senhor de coração e quando menos perceber estará conquistando sua vitória. O
Senhor requer de cada um de nós mais disciplina, e principalmente, intimidade,
pois Ele é um Deus que tem ciúmes de nós, pois nos ama.