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domingo, 2 de junho de 2019

Estudo da Parashá Acharê mot (Depois da morte)


Estudos da Torá

Parashá nº 29 – Acharê mot (Depois da morte)
Vayicrá/Levítico Lv 16:1-18:30,
Haftará (Separação) Ez 22:1-19, e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Rm 3:10-28, 9:30-10:13

1 - INTRODUÇÃO
                  
               As duas últimas porções da Torá, Tazria e Metzora, discutiu as leis da Tumah (impureza) e tahanah (pureza).
               Nesta semana, a Torá começa com avisos de Deus sobre a entrada no Kedosh Hakedoshim (Santo dos Santos) após a morte (acharei mot) de Nadab e Abiú, os filhos de Arão que pereceram quando trouxeram “fogo estranho” diante de Adonai. Nesta parashá, parece que Adonai está tentando evitar mais “mortes acidentais” devido ao bem – que de acordo com o site ShemaYsrael.com, significa que os israelitas chegaram muito perto da santidade de D’us.
               Assim, veremos no estudo dessa porção o que o Eterno fez para que nós possamos nos aproximar da santidade dele, sem sermos mortos, por causa dos nossos pecados, e qual ligação tudo isso tem com Pessach (páscoa) e Yom Kipur (dia do perdão).

2 – ESTUDO DAS PALAVRAS
              
O Entendimento Profético

               O capítulo 16 de Levítico é considerado, pelos judeus, um dos capítulos mais importantes da Torá. É neste capítulo que encontramos instruções acerca do dia da expiação (Yom Kippur) ou dia do perdão, que cai no 10º dia do sétimo mês.
               Esse era o único dia de todos os dias do ano em que o sumo-sacerdote podia entrar no lugar santíssimo e apresentar incenso e sangue diante da presença do Eterno. Como já mencionei, o eterno não queria que houvesse mais mortes acidentais, por isso estabeleceu estes princípios.

O IHVH falou a Moshe após a morte dos dois filhos de Arão que morreram quando se aproximou do IHVH” O IHVH disse a Moshe: Diga a seu irmão Arão que ele não virá sempre que ele escolher o lugar mais sagrado atrás da cortina na frente da tampa da expiação na arca, ou então ele morrerá” (Lv 16:1-2).

               No verso 3 em diante lemos que Adonai estabeleceu a forma como Arão deveria entrar ante a presença do Senhor. O propósito desse ato, ou seja, entrar no lugar santíssimo, é fazer uma limpeza geral dos pecados e das impurezas dos filhos de Israel que se tinham acumulado no tabernáculo durante todo o ano.
               Apesar do Eterno ter dado instruções claras acerca de como os filhos de Israel tinham que se manter longe das impurezas rituais para não contaminar o santuário, era inevitável que o tebernáculo fosse contaminado por elas.
               Se alguém entrasse no tabernáculo estando impuro, contaminava-o. Poderiam ter entrado lá sem dar conta de que estavam impuros, ou alguém poderia ter-se esquecido que estava impuro no momento de entrar.
               Essa é uma das razões pelas quais o Eterno institui este dia de expiação para justificar o tabernáculo terreno. Este é também o dia em que o Eterno demonstra de que forma o homem pode se reconciliar com Ele.
               É o Grande dia de Reconciliação. A reconciliação entre o Eterno e o homem é o tema central de toda a Escritura e este capítulo mostra como esta reconciliação pode ser feita. A ira do Eterno está sobre o homem por causa dos seus pecados, e sabemos que pecado é transgressão da Lei (1Jo 3:4). Essa ira é mortal para o ser humano. E a única coisa que acalma essa ira é a misericórdia do Eterno. Essa misericórdia é mostrada ao homem mediante a reconciliação sobre a base dos sacrifícios sangrentos de vidas inocentes, como está escrito em Levítico 17:11

“Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.”
              
               Nos textos desta porção, podemos ver a explicação daquilo que aconteceu com o Messias Yeshua antes e depois da sua ressurreição ao ser introduzido no ministério sumo sacerdotal celestial segundo a ordem de Melquisedeque. Ele entrou no tabernáculo celestial e purificou-o com seu próprio sangue, como lemos em Hebreus 9:22-26.

“E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes. Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo-sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.”

               Com isso precisamos refletir sobre o dia da expiação, no dia 10 do sétimo mês, pois está ligado ao dia 10 do primeiro mês. Neste dia foi tomado um cordeiro para cada casa no Egito onde se ia celebrar Pêssach (Páscoa) para logo poder sair da escravidão sob o domínio do Faraó. O cordeiro de Pessach foi escolhido no dia 10 para ser sacrificado no dia 14. O décimo dia do sétimo mês tem uma conexão com o cordeiro de Pessach. Perceba: o sangue do cordeiro de Pessach protegeu os primogênitos da morte, e a carne do cordeiro produziu vitalidade e sanidade nos corpos débeis e enfermos daqueles que até então eram escravos. Semelhantemente, os sacrifícios do Yom Kippur (Dia da Expiação/Perdão) fazem expiação pelos pecados dos filhos de Israel para os salvar da morte, como está escrito em Levítico 16:30.

“Porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante YHWH”.

               Pessach está intimamente ligado com o Yom Kippur. Também, a morte e a ressurreição de Yeshua, que sucede na Páscoa, cumpriu também grande parte do serviço de Yom Kippur no tabernáculo celestial. Ele entrou no lugar santíssimo no céu e se mantém lá até o dia de hoje. Da mesma forma que o sumo-sacerdote não se limitava somente a entrar no lugar santíssimo no tabernáculo terreno, mas logo saía e abençoava o povo, assim sabe-se que o Messias não permanecerá no lugar santíssimo no céu definitivamente sem sair de lá para abençoar os filhos de Israel.
               Então, de acordo com o que vimos até aqui, percebemos que o Messias cumpriu apenas metade do culto de Yom Kippur. O seu retorno à terra cumprirá o restante. Nesse dia, todo o pecado será eliminado naqueles que depositaram a sua confiança nEle, como lemos em Hebreus 9:27-28.

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, Assim também o Mashiach, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.”

O Acesso à Santidade de Deus

O IHVH disse a Moshe: Diga a seu irmão Arão que ele não virá sempre que ele escolher o lugar mais sagrado atrás da cortina na frente da tampa da expiação na arca, ou então ele morrerá” (Lv 16:1-2).

               Não apenas qualquer pessoa não poderia entrar nesta parte do santuário, apenas o sumo sacerdote (Cohen HaGadol), mas ele só poderia entrar um dia no ano, o dia da expiação (Iom Kippur). Observando este fato, podemos perceber um notável contraste com o acesso ilimitado que os crentes em Yeshua agora têm para o próprio trono do D’us todo-poderoso a nova aliança.

“Portanto, uma vez que temos um grande sumo sacerdote que ascendeu ao céu, Yeshua o filho de Elohim, vamos manter firmemente a fé que professamos. Pois não temos um sumo sacerdote que é incapaz de empatia com as nossas fraquezas, mas temos um que tem sido tentado em todos os sentidos, assim como nós somos – mas ele não pecou” (Hb 4:14–15).
               Assim, quando Yeshua morreu sem pecado como uma oferenda para o pecado, o próprio céu se colocou de luto, como é o costume judaico de um pai que perde um filho. “E Yeshua gritou novamente com uma voz alta, e rendeu o seu espírito. E eis que o véu do templo foi rasgado em dois de cima para baixo; e a terra tremeu e as rochas foram divididas.” (Mt 27:50-51)

               Agora que a libertação em pessach e parte da expiação foi feita através do sangue de Yeshua, e o véu foi rasgado, cada homem, mulher ou criança pode ter acesso contínuo a D’us. Agora nós temos acesso ilimitado à santidade de Adonai, devemos nos tornar santos, pois ele é santo.

3 – RESUMO

               Os mandamentos descritos na Parashá Acharê Mot , seguem cronologicamente as mortes trágicas dos dois filhos mais velhos de Aharon, Nadav e Avihu, sobre as quais lemos na Parashá Shemini há algumas semanas.
               A porção desta semana começa com uma longa descrição do serviço especial de Yom Kipur, a ser realizado no Mishcan pelo Cohen Gadol. O serviço incluía a confissão do Cohen Gadol em seu próprio nome e em nome de toda a nação; a seleção por sorteio entre duas cabras, uma das quais seria a oferenda pelo pecado nacional, e a outra seria empurrada de um penhasco no deserto, como portadora dos pecados do povo; e as complicadas cerimônias de aspersão de incenso e sangue a serem realizadas no Codesh HaKedoshim (Santo dos Santos).
Seguindo a ordem de que Yom Kipur e suas leis de jejum e abstinência de trabalho seriam observadas eternamente pelo povo judeu como um dia de perdão, a Torá proíbe a oferenda de corbanot (ofertas) fora das instalações do Mishcan. O sangue não pode ser ingerido, e durante o processo da shechitá (abate ritual), uma porção do sangue derramado deve ser coberta. A porção da Torá conclui com uma lista dos relacionamentos sexuais imorais e proibidos, e a ordem de que o povo judeu mantenha e assegure a santidade da terra de Israel.

               Kedoshim inicia-se com a ordem de D’us para toda a nação de Israel para ser santa, imitando a suprema santidade do próprio Criador. A Torá prossegue delineando uma infinidade de mitsvot através das quais podemos atingir a santidade, abrangendo uma grande variedade de assuntos, tanto mandamentos positivos como inferências negativas, lidando com nosso relacionamento ímpar com D’us e com nosso próximo.
Recebemos ordens de temer nossos pais, guardar o Shabat e abstermo-nos da adoração de ídolos. D’us nos instrui a deixar vários presentes de nossa colheita para os pobres e oprimidos, incluindo o canto dos campos e os feixes que caíram por acaso ao serem juntados. Devemos manter a justiça, fazer negócios honestos com nossos vizinhos, não praticar a maledicência, e de forma geral ter pelos outros a mesma consideração que temos por nós mesmos.
               Segue-se uma descrição de várias categorias de kilayim (misturas proibidas) – hibridação de animais e plantas, e vestir shatnez (uma mistura de lã e linho em uma mesma peça de roupa) – a Torá discute orlá, a proibição de consumir frutas nos primeiros três anos após o plantio de uma árvore. A porção continua com uma lista das punições a serem impostas às pessoas que transgridem e participam das várias relações proibidas relacionadas na porção da semana anterior. A Parashá Kedoshim conclui com o mandamento, mais uma vez, para que sejamos um povo santo e distinto dentre as nações do mundo.

Bibliografia:

- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.


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