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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Estudo da Parashá Nassô (Fazei uma contagem)


Estudos da Torá

Parashá nº 35 – Nassô (Fazei uma contagem)
Bamidbar/Números Nm 4:21-7:89,
Haftará (Separação) Jz 13:2-25; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Lc 13:1-14:35

1 - INTRODUÇÃO
                  
               Nessa porção você poderá perceber que é delineado as tarefas e responsabilidades das três famílias levitas, Gershon, Merari e Kehat, estabelecendo todos os levitas que estavam em idade de servir no “Mishkan”.
               Segundo o comentário da Torá, a tribo de Levi que tinha a seu cargo o serviço do Tabernáculo, era dividida em quatro partes ao redor da tenda sagrada. No ocidente, achavam-se os filhos de Gershon, que tinham a seu cargo a tenda, a sua coberta, o véu, etc. Ao sul, os filhos de Kehat, cuja missão era transportar a Arca de Deus. Ao norte, os filhos de Merari, que tinham a seu cargo as madeiras, as tábuas do Tabernáculo, as suas travessas, colunas, etc., e no lado oriental estavam Moisés, Aarão e seus filhos, como guias espirituais do povo.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
              
               “E falou o Eterno a Moshé, dizendo: Levanta o censo dos filhos de Gershon, também deles, pela casa de seus pais, segundo suas famílias.” (Nm 4:21 e 22)

               Na parashá desta semana, vemos o texto original hebraico no verso 22 nos dizendo o seguinte: NASSÔ ET ROSH BNEY GERSHON...” Literalmente, a tradução da parte sublinhada é “levanta a cabeça”. Isso está se referindo a um censo dos filhos de Levi, iniciando pela família de Gershon. E não era meramente para se fazer uma contagem, mas era para se estabelecer a idade que os homens dessa família iniciariam o trabalho no “Mishkan”, bem como a idade em que eles encerrariam, ou seja, de 30 a 50 anos (Nm 4:23).
               Aqui nessa porção podemos entender claramente que a tarefa dos filhos de Levi, também conhecidos por levitas, não tinha nada a ver com cantar, mas sim trabalhos de transporte, manutenção, montagem e desmontagem do “Mishkan”. Essa pequena parte de canto, começa a aparecer na época do Beit Hamikdash (Casa da Santidade/Templo Sagrado), segundo podemos ler em 1Cr 25:1-7 e 2Cr 23:13, e posteriormente durante as reformas do Rei Josias, conforme lemos em 2Cr 34:12,13; 35:15. E também na época do segundo templo, conforme lemos em Ed 2:65 e Ne 12:42.
               De acordo com o que lemos até aqui, vimos que a tarefa desse homens eram diversas e dentro do serviço a Adonai, muito diferente do que dizem por aí, que os levitas são os que cuidam da música. Conforme vimos nos textos bíblicos acima, havia sim os que cuidavam da música, mas eles eram uma parte dos levitas, e durante o período dos templos.
               Sendo assim, quando uma pessoa diz que é levita se referindo somente à área da música ela está cometendo um erro grave de entendimento das Escrituras Sagradas. Isso porque ela não está levando em consideração todas as outras atividades que essas pessoas exerciam ao servirem ao Senhor, em conformidade com o prescrito na Torá, nessa e em outras porções.
               Com relação a idade de início do serviço dos levitas devemos levar em consideração uma outra referência. Em Bamidbar (Números) 8:24 encontramos registrado que os levitas deveriam entrar no serviço aos 25 anos de idade, mas aqui diz que os levitas tinham que ser contados a partir dos 30 anos de idade. Se compararmos com o texto do verso 23 dessa porção, talvez possamos achar que há uma contradição na Torá. No entanto, devemos entender que nunca há contradições nas Escrituras. Rashi, um grande intérprete judaico, explica a aparente contradição dizendo que os levitas entravam aos 25 anos para estudar a fundo as leis e aos 30 anos iniciavam o exercício do seu serviço.
               Também encontramos nessa parashá a ordem de Adonai a Moshê para purificar o acampamento para que fosse um lar merecedor da Presença Divina, a Torá dá ordens sobre o leproso, do que sofre de fluxo e daquele que se tornou impuro por ter tocado em ossos do cadáver de uma pessoa. Além disso, descreve o processo a ser cumprido com uma “sotá”, uma esposa que dá motivos ao marido para que este pense que ela esteja em adultério. Instrui, então, que ela deve ser levada ao Cohen (sacerdote) no templo, para que se façam os procedimentos estabelecidos pela Torá. Onde se ela não admitisse a culpa teria que beber a “água amarga”, que levaria a dois resultados: ela seria inocentada e seria abençoada com filhos, ou ela morreria milagrosamente de forma grotesca.
               A Torá então descreve as leis acerca do voto de nazir, onde uma pessoa que aceitou voluntariamente adotar um estado especial de santidade em relação a seus irmãos, geralmente por trinta dias, abstendo-se de comer ou beber qualquer derivado de uva, cortar o cabelo, e de contaminar-se através do contato com o corpo de alguém que morreu. Essa parte nos instrui a respeito da importância de nos separarmos para o Eterno em determinados momentos de nossas vidas, para um propósito especial, pois separados devemos ser sempre.
               Após relatar as bênçãos pelas quais os Cohanim (sacerdotes) abençoarão o povo, a porção da Torá conclui com uma longa lista das oferendas trazidas pelos doze líderes das tribos durante a dedicação do Mishkan (tabernáculo) para uso regular. Cada príncipe faz uma oferenda comunal para ajudar a transportar o Mishkan, bem como doações idênticas de ouro, prata, animais e alimentos.

Bibliografia:

- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

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