Páginas

Boas Vindas

Seja Bem Vindo e Aproveite ao Máximo!
Curta, Divulgue, Compartilhe e se desejar comente.
Que o Eterno o abençoe!!

Mostrando postagens com marcador Reino de Deus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Reino de Deus. Mostrar todas as postagens

sábado, 15 de agosto de 2020

Estudo da Parashá Reê (Observe ou veja)

 

Estudos da Torá


Parashá nº 47 – Reê (Observe ou veja)

Devarim/Deuteronômio Dt 11:26-16:17

Haftará (Separação) Is 54:11-55:5; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 7:1-8:59; 10:9-10.


1 - INTRODUÇÃO

Desde o início do Sefer Devarim (Livro de Devarim) percebemos Moshê (Moisés) relembrar as histórias vividas pelo povo no deserto, bem como todas as leis, estatutos e mandamentos que o Eterno deu em todo o tempo vivido no deserto até aquele momento.

Na parashá (porção) desta semana temos a oportunidade de ver uma série de instruções dadas ao povo para que fossem vividas, e assim pudessem demonstrar através de suas vidas, que eram o povo de Adonay. Vejamos abaixo, um pequeno resumo antes de entrarmos no estudo.

Nessa porção Moshê continua a exortar o povo a seguir os caminhos da Torá, e a confiar em D’us, declarando que seriam abençoados se cumprissem a Torá, e amaldiçoado se não o fizer.

Ele começa então uma longa revisão de várias mitsvot, compreendendo a maior parte do livro de Devarim. Primeiro discute alguns dos mandamentos que são relevantes à iminente conquista da Terra de Israel pelo povo, conclamando-os novamente a remover qualquer vestígio de idolatria. Após ensinar-lhes certos detalhes sobre a oferenda e o consumo de corbanot (sacrifícios), a Torá ordena que o povo do Eterno se abstenha de imitar as nações que os circundam. A eles é dito que permaneçam atentos aos falsos profetas e outras pessoas que poderiam afastá-los de D’us, e ensinar-lhes as leis das cidades cananéias que tornaram-se tão corruptas, que a maioria de seus cidadãos sucumbiu à idolatria, recebendo por isso a pena de morte.

A Torá faz uma revisão sobre quais animais são casher (puros), permitidos para consumo, e quais não o são, seguida pelas leis de ma’aser sheni (o segundo "dízimo"), que é consumido por seus proprietários, mas apenas na cidade de Jerusalém.

Após ordenar que todas as dívidas sejam canceladas ao final de cada sétimo ano (Shemitah), e que devemos ser calorosos e caridosos com nossos irmãos, a Torá repete as leis relativas ao servo. Ele deve ser libertado incondicionalmente no

sétimo ano e coberto de presentes generosos por seu antigo amo.

A Parashá Reê conclui com uma breve descrição das três festas de peregrinação – Pêssach, Shavuot e Sucot – quando todos deveriam ir a Jerusalém e ao Templo com oferendas, para celebrar sua prosperidade.

Que o Eterno nos dê graça de aprendermos com mais esta porção da santa Torá e de toda a Escritura, e acima de tudo, colocarmos em prática o que aprendermos aqui.


2 - ESTUDO DO TEXTO

O significado do nome da porção

A porção dessa semana é introduzida pela palavra “רְאֵה - Re’eh ou Reê”, que significa “observa” ou “veja”. Ela é tão profunda quanto a palavra “shemá” que fala de ouvir e obedecer. Perceba que esta palavra está em modo imperativo, demonstrando pra nós a importância de obedecer o que seria dito. Ela tem relação com uma percepção mais profunda, uma visão interior, com os “olhos” do coração. Veja o texto de Devarim (Dt) 11:26-28:


Observa(reê) que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.”


Podemos perceber que Moshê continua sua exortação ao povo para que sigam o caminho da Torá, e confiem no Eterno. Por isso, disse antes, que ela trás uma relação mais profunda, pois para que se possa exercer emunah (confiança, firmeza, fé) é necessário que o homem olhe para dentro de si, note sua incapacidade, e tenha certeza que precisa confiar no seu criador.

A escolha que podemos e devemos fazer

“...hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim,...”(Dt 11:26-28)


Moshê coloca os mandamentos e instruções do Eterno em perspectiva, apontando a benção como consequência da obediência, e a maldição caso não as obedeçam. Com isso, vemos Adonai apresentando, por meio de seu servo, duas opções para o homem, a fim de que ele tenha a oportunidade de escolher. O que nos mostra que o Criador permitiu ao homem usufruir do livre arbítrio, ou seja, poder de escolha. Ele pode escolher viver desligado ou ligado ao Eterno. Por isso, essa parashá inicia com a palavra “Reê” ou seja, “observa”. O que temos que observar é as opções que nos são colocadas à frente, e tomar a decisão correta. Se o homem tivesse sido criado sem o poder de escolha seria um autômato, como uma máquina, porém, cada um de nós temos o poder ou a liberdade de escolher. Ninguém é obrigado a obedecer ou a pecar (desobedecer), porque o Eterno nos criou para sermos pessoas que podem escolher servi-lo de livre e espontânea vontade. E penso, que na verdade, esse é seu maior desejo.


O homem pode optar pelo caminho da transgressão, do pecado, no entanto essa liberdade não o isenta da responsabilidade e das consequências de suas escolhas.


Os Montes Gerizim e Eival e a paciência do Eterno

Quando, porém, YHWH, teu Elohim, te introduzir na terra a que vais para possuí-la, então, pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim e a maldição sobre o monte Eival.” (Devarim11:29)


Segundo o site “Shema Ysrael.com”, os montes Gerizim e Eival serviriam como referenciais para o pronunciamento das bênçãos e maldições para que o próprio povo escolhesse o caminho por onde deveriam seguir.


É importante destacar que não podemos atribuir a benção ou a maldição à montanha, mas entender que foi uma forma de ilustrar as duas realidades.


As bençãos eram pronunciadas por aqueles que estavam no monte Gerizim, enquanto as maldições pelas pessoas que estavam no monte Eival.


Segundo o site “Emunah a fé dos santos.com”, os rabinos discutem se realmente se pode falar de uma montanha de maldição e outra de bênção. E diz também, que segundo Rashí, isso se refere ao fato da bênção e da maldição serem anunciadas sobre estes dois montes respectivamente. Nachmánides, escreve que a bênção e a maldição não estão ligados a uma montanha específica.


Assim, perceba uma coisa, o povo tinha que pronunciar a bênção numa montanha e a maldição em outro. O monte Eival, onde se pronunciaram as maldições, era mais alto que monte Gerizim. Isso é uma relação interessante, pois o fato de que o topo do monte, representa juízo sobre a pessoa a qual cai a maldição. Ou seja, a maldição é aplicada após uma jornada mais longa do que a jornada que se percorre para subir o monte Gerizim. Isso quer dizer que, possivelmente, essa relação demonstra que o Eterno espera até ao último momento para que o ímpio se arrependa. O Eterno dá-lhe o máximo de tempo possível para que possa vir a se arrepender, mas se isso não ocorrer, ao final de sua jornada, a maldição ou juízo recairá sobre ele.


Dessa forma, o mencionado site nos diz que, existe uma forma simples de entender a “montanha”, visto que a bênção e a maldição, são ambas metas de dois percursos diferentes; uma caminhada, uma subida pela montanha, que representa uma conduta de vida santa, ou uma conduta de transgressão. Ainda segundo o site, no final dessa caminhada, a pessoa alcançará a bênção, ou a maldição, consoante a escolha que fez como padrão de vida, uma vida pautada pela santificação, ou pelo pecado.


O estudo da porção “Reê” ou “ver” implica em compreender não só o aspecto da escolha, mas o que está revelado, o caminho correto para a vida, assim também, como crer e ter consciência de que, esta bem-aventurança procede de Deus.


Outra implicação, é que consiste ainda, em considerar as consequências desastrosas, conforme já mencionamos, da desobediência, como também as recompensas que o cumprimento dos mandamentos proporcionam, para que através delas o homem possa ter uma vida plena e abundante e servir melhor ao Eterno.


Yeshua fala sobre estes dois caminhos, da obediência e da rebeldia e suas consequências “Eu sou a porta, se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância;” (Yochanan/João 10:9-10). O site britolam.com.br no estudo dessa parashá diz que, estes são como dois caminhos alegóricos que se localizam no meio exterior, ao longo de toda a extensão da vida humana, onde obrigatoriamente se escolhe uma opção em detrimento da outra em meio a constante luta interior, na submissão do ser à vontade Divina.


Em nossas vidas muitas destas opções que surgem diariamente, são de fácil escolha, ou seja, podemos prever suas consequências benéficas ou maléficas com muita clareza e evidência, sem haver uma tensão, um conflito interno, pois trata-se de uma escolha que condiz com o nosso caráter ou com nossa visão de mundo, como por exemplo, a escolha entre roubar ou não roubar. Contudo algumas escolhas não são tão simples assim, e dessa forma exigem certo discernimento espiritual para saber qual é o caminho certo a seguir, a fim de estar de acordo com a justiça de D’us. Isto portanto, requer o conhecimento das Escrituras, como também um relacionamento mais íntimo com o Eterno, com o exercício das disciplinas espirituais que consta na santidade, na adoração e tefilá (oração), no estudo da Torah, e comunhão constante com o povo de D’us.


Com tudo isso, essa porção compreende em retornar à pureza da essência da Torá rompendo com as más tradições que impedem a percepção e o entendimento da vontade Divina expressa nas Escrituras. Veja Marcos 7:9.


E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.”


Retorno à Torá

Depois de alguns assuntos já mencionados aqui, torna-se importante nesse momento, repararmos mais uma vez os primeiros versos da parashá Êkev, que estudamos semana passada, pois trás um princípio importante para todo aquele que serve ao Eterno, principalmente na atualidade. A aliança que HaShem fez com os antepassados é mantida mediante a observância das regras, estatutos que foram entregues. Repare no texto:


Pelo fato de vocês ouvirem essas regras, e continuarem a cumprí-las, Adonai, seu Deus, manterá com vocês a aliança e misericórdia juradas por ele a seus antepassados.” (Devarim 7:12 - Bíblia Judaica Completa)


Repare que a parashá passada Ekev e a Reê, que estamos estudando, estão ligadas pelo mesmo princípio. Assim, é muito importante e urgente que retornemos a observação das prescrições da Torá, considerando que a Palavra de Deus é imutável, e nos garante tomar a opção certa, não para entrada na Aliança, que é concedida pela graça Divina mediante o sacrifício de Yeshua HaMashiach, conforme vimos no estudo passado, mas para permanecer nela, em santidade constante, como o próprio Yeshua disse em Mt 5:18-19.


Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.”


Com estes versos e com o que dissemos acima percebemos a importância que Yeshua deu ao cumprimento da Torá, e isso corrobora com o que a própria parashá nos aponta como instrução.


E sobre a importância do cumprimento da Torá, no estudo da parashá Reê do site “britolam.com.br”, encontrei algo muito interessante. Eles afirmam que a importância do cumprimento da Torá se dá em quatro níveis de obediência. Assim, vejamos cada um deles:


- O primeiro nível é a obediência plena alicerçada no amor a D’us e ao próximo. Este nível implica em um estado de subordinação onde a pessoa cumpre a mitsvá (mandamento), pois tem ciência da autoridade e majestade de HaShem e na sua obrigação de executar a Sua vontade. Desta forma, sua submissão se dá ao fato dele aceitar o jugo do Eterno, independente de sua compreensão ou apreciação de ação.


- O segundo nível está mais elevado que o anterior e consta na obediência da mitsvá tendo não somente o zelo e respeito pela autoridade Divina, mas também existe a apreciação intelectual e o envolvimento emocional com a mitsvá, bem como a compreensão das implicações ocasionadas pela observância destas mitsvot (mandamentos). Portanto, mesmo nos Chukim, os mandamentos que não sabemos plenamente seu pleno significado, estes são cumpridos com grande estima e prazer, mesmo diante da ausência da compreensão e razão.


- O terceiro nível de obediência é o nível da visão, que se refere a mensagem da Parashá. Este é o nível do discernimento espiritual que é concedido como dádiva Divina. Este consiste em não apenas ter submissão e zelo pela Palavra, entendimento e prazer no cumprimento, mas também, valendo-se da habilidade de percepção transcendental, abrangendo não somente os aspectos e consequências físicas, mas também os significados e inferências espirituais. Neste estágio o indivíduo requer maior aproximação da luz Divina, a fim de que possa alcançar maior contato e experiências sobrenaturais com as obras do Eterno.


- O quarto nível, o mais elevado, onde o cumprimento das mitsvot implica na soma de todos os níveis anteriores. Este reflete no amor que contém a entrega total, o se deixar gastar pela Obra de D’us na terra, se envolvendo totalmente com a causa do Reino de D’us por puro amor ao Eterno e as Escrituras. Esta entrega pode chegar ao seu extremo, mesmo diante do que lhe é mais precioso, a própria vida, no ato do kidush HaShem, a santificação do Nome no martírio, que muitos achim(irmãos) sofreram ao longo da história e isso expressa a maior dimensão do amor e obediência a D’us. Portanto, o maior alcance do amor é o auto sacrifício que não poupa nem a própria vida, para que o Nome de HaShem seja honrado e conhecido, esta é a prova extrema da fé.


Vemos prova que essa expressão de amor é divina, quando observamos o amor do Eterno ao entregar seu filho unigênito em resgate da humanidade. Também podemos notar Yeshua nos seus momentos finais no Getsemani nos ensinando com seu ato desprendido e supremo que devemos nos submeter à vontade de HaShem, quanto ao cumprimento de seus propósitos a fim de sermos instrumentos de sua justiça.


Dessa forma, amar a D’us compreende justamente o que essa parashá em toda a sua extensão nos ensina, ou seja, cumprir a Torá, pois é sua bendita vontade.


Conforme disse acima, Yeshua se submeteu a vontade divina em se entregar como corban (sacrifício) ao Eterno, cumprindo a determinação do Pai para que o homem fosse redimido. Veja o que diz Jo 15:9-14:


Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa. O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.


Não devemos comer animais imundos

Nesta parashá também é tratado a respeito de quais animais podemos considerar alimento. Observe o texto abaixo:


Não comam nada que for abominável. Estes são os animais que comereis: o boi, a ovelha, e a cabra. O veado e a corça, e o búfalo, e a cabra montês, e o texugo, e a camurça, e o gamo. Todo o animal que tem unhas fendidas, divididas em duas, que rumina, entre os animais, aquilo comereis” (Dt 14:3-6)

Aqui, o Eterno através de Moshê, repete o que é considerado comida, a fim de que seu povo se alimente. As carnes desses animais poderiam se consumidas de acordo com as demais especificações da Torá que envolvem dentre outras coisas, a forma correta de matá-los.


Disse acima que era uma repetição porque em Vaycrá/Levítico 11 a Torá apresenta esse assunto com tanta clareza quanto aqui. E nesses termos, assim como há animais que são considerados alimentos, há também animais que não são considerados alimentos, pois são imundos. Veja o texto abaixo:


Porém estes não comereis, dos que somente ruminam, ou que têm a unha fendida: o camelo, e a lebre, e o coelho, porque ruminam mas não têm a unha fendida; imundos vos serão. Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será; não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres” (Dt 14:7-8).


Da mesma forma, em relação aos peixes, a Torá nos instrui o seguinte: : “Isto comereis de tudo o que há nas águas; tudo o que tem barbatanas e escamas comereis. Mas tudo o que não tiver barbatanas nem escamas não o comereis; imundo vos será” (Dt 14:9-10). E é importante destacar, que em relação a isso em Lv 11, há mais especificidade, pois fala de “...todas as pequenas criaturas aquáticas...”(Lv 11:10).


Também fala a respeito das aves, e diz o seguinte:“Toda a ave limpa comereis. Porém estas são as que não comereis: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango, e o abutre, e o falcão, e o milhafre, segundo a sua espécie. E todo o corvo, segundo a sua espécie. E o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gavião, segundo a sua espécie. E o bufo, e a coruja, e a gralha, e o cisne, e o pelicano, e o corvo marinho, e a cegonha, e a garça, segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego. Também todo o inseto que voa, vos será imundo; não se comerá. Toda a ave limpa comereis” (Dt 14:11-20).


A Torá nos dá instruções que são corretas para nós a respeito do que comemos, e isso implica com a nossa santidade enquanto povo do Eterno. Quando comemos algo imundo, internalizamos o que é imundo, e consequentemente nos tornamos imundos, enquanto aquilo estiver em nosso ventre. Por isso além do fato de transgredirmos o mandamento, e ficarmos em estado de pecado, também nos tornamos inaptos a estar diante do eterno, por estarmos impuros. Podemos observar, como princípio, em relação ao comer coisa indevida e seus resultados, o que o Rav. Sha’ul (Apóstolo Paulo) diz em 1Co 10:14-22. Claro que o contexto ali é idolatria e comida sacrificada, mas ao comer coisa sacrificada o indivíduo também comete pecado, e faz parte da idolatria pelo que passou o animal oferecido, e consequentemente, fica inapto para servir ao Eterno, por isso o princípio é o mesmo. Devemos nos lembrar que Ele é Santo, por isso, devemos ser santos também, caso contrário não poderemos serví-lo.

3 - CONCLUSÃO

Concluindo nosso pequeno estudo, podemos aprender com a porção “observa” ou “vede” que o Eterno nos dá a liberdade de escolha sobre qual caminho seguir. E devemos ter em mente onde esse caminho nos levará, ou qual será as consequências dele. Adonai coloca para escolhermos o caminho da obediência, cuja consequência são as bençãos, e também coloca o caminho da desobediência, cuja consequência são as maldições ou juízos advindos da desobediência. Devemos saber escolher, pois quando se entra pelo caminho da desobediência, da transgressão, mesmo que depois nos arrependamos e sejamos perdoados, e retornemos para o caminho da obediência, algumas consequências de nossas escolhas erradas nos acompanharão por muitos anos em nossas vidas. Então, como diz o texto: “Cuidem de seguir todas as leis e regras que ponho hoje diante de vocês.” Dt 11:32.


Essa porção traz muito mais instruções, as quais devemos estar atentos, e com o tempo, e em próximas oportunidades poderemos abordar.


Bibliografia:


- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- Bíblia Hebraica. Editora Sefer.

- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/parasha_47-_re.pdf

- https://www.britolam.com.br/parashat-ree

- https://www.shemaysrael.com/parasha-reeh/

- pt.chabad.org

- cip.org.br/regras-rituais-e-morais/

- https://www.cjb.org.br/malhut/ree.htm



Por: Pr. Marcelo Santos da Silva

sábado, 8 de agosto de 2020

Estudo da Parashá Êkev

 PARASHA ÊKEV – (Em razão de) 

PARASHA ÊKEV  – (Em razão de) Beit HaDerekh 

PARASHA ÊKEV   Em razão de…

 Dt 7:12- 11:25 Is 49:14 -51:3 Hb 11: 8:13

 Resumo da Parashá : Êkev começa com MOISÉS encorajando os filhos de Israel a confiar em D’us e nas maravilhosas recompensas que o Eterno nos dará se guardarmos a Torá. 

MOISÉS assegura-lhes que derrotarão com êxito as nações de Canaã, e deverão remover todo e qualquer vestígio de idolatria remanescente na Terra Santa. 

MOISÉS os lembra sobre o maná e as outras maravilhas com que D’us os supriu pelos quarenta anos passados, e ele adverte o seu povo para estar consciente das armadilhas da futura prosperidade e do orgulho das façanhas militares, o que poderia fazê-los esquecerem-se de D’us. 

Ele os relembra ainda de suas transgressões no deserto, recontando toda a história do bezerro de ouro, e descrevendo a abundante misericórdia de D’us. 

MOISÉS enfatiza que a geração do deserto tinha uma responsabilidade especial de permanecer leal aos mandamentos por causa dos muitos milagres que vivenciaram pessoalmente. 

Após detalhar as numerosas virtudes da Terra Prometida, MOISÉS ensina ao povo o segundo parágrafo do Shemá, que enfatiza a doutrina fundamental de recompensa e punição, baseada no cumprimento dos mandamentos. (O Shemá é composto de três trechos da Torá (Deut. 6:4-9; 11:13-21; e Núm. 15:37-41) 

Esta Porção da Torá termina com a promessa de D’us, uma vez mais, de que Ele protegerá o seu povo se eles cumprirem as Leis da Torá. Como podemos agradar a D’us? Vale a pena escolher obedecer?

 Dt 7:12 Será, pois, que, se ouvindo estes juízos, os guardardes e cumprirdes, o Senhor teu Deus te guardará a aliança e a misericórdia (Graça/ (Chesed) que jurou a teus pais; 

Hb 11:6 Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador (recompensador) dos que o buscam.·. 

1º Tem que crer em D’us. Eu acredito que Ele existe! Mas isto não é crer. Este é o conceito gregoromano, que a crença se faz pela percepção do intelecto. Isto não é o suficiente por não ser o conceito bíblico. 

Tg 2:19  Você crê que existe um só Deus? Muito bem! Até mesmo os demônios creem — e tremem! O diabo crê em D’us, mas nem por isto ele tem fé. 

Quando Jesus diz: Jo 7:38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. Crer no sentido bíblico é ter experiência com, não existe crença sem experiência, é ser fiel a. (Fé = emuná  מוּנה ָא ֱfidelidade) A palavra fé vem de Fidelis.

 A fé começa quando O Senhor se revela a você e depois desta experiência ninguém nunca mais conseguirá te convencer do contrario. Por isso não fique só estudando, busque isto na sua vida. O estudo nos leva a crer com o nosso intelecto a experiência nos leva a comprovar o que estudamos. E é esta a fé que o autor de hebreus está dizendo que agrada a D’us. Crer que D’us recompensa àqueles que o buscam. Você também tem que crer nisso. Estes são os pilares da fé que agrada a D’us. Por quê? 

Porque Ele ama recompensar aqueles que o buscam e nós amamos receber os favores de D’us, não só no mundo vindouro, mas aqui e agora. Somente quando você sabe que nosso D’us é um D’us que retribui, só assim você pode exercer o livre arbítrio.

 Lembra-se do texto quando iniciamos Hb 11:6? Ler os capítulos 7, 8, 9,10 e 11 é só benção. Todos amam esta porção da bíblia. Mas o 11:26-28 fala das maldiçoes,não podemos nos esquecer do SE, esta é a palavra mais importante SE. Quando você tem consciência destas coisas ai você tem o verdadeiro livre arbítrio. Livre arbítrio não é você chegar numa encruzilhada e escolher para qual caminho você vai. Livre arbítrio é você chegar nesta encruzilhada e ter o conhecimento prévio das consequências de cada escolha. 

Adão não tinha uma natureza pecaminosa o que ele tinha era o livre arbítrio. Porque D’us colocou a arvore do conhecimento lá? Para que ele tivesse a oportunidade de pecar, a oportunidade de desobedecer, se não; não seria livre arbítrio. 

É como se minha mãe dissesse Stella você é a nora que eu mais gosto. De que valeria este elogio pois eu sou filho único e ela não teria escolha? É o mesmo caso de D’us, Ele tinha que dar opção a Adão. E para o livre arbítrio ser completo D’us disse a Adão:  Gn 2:17  Mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá”. 

Adão sabia as consequências da desobediência por isso o livre arbítrio era pleno. O povo de D’us conhece também o livre arbítrio pleno. 

Vejamos as recompensas: Dt 7:12-15 Será, pois, que, se ouvindo estes juízos, os guardardes e cumprirdes, o Senhor teu Deus te guardará a aliança e a misericórdia que jurou a teus pais; E amar-te-á, e abençoar-te-á, e te fará multiplicar; abençoará o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, o teu grão, e o teu mosto, e o teu azeite, e a criação das tuas vacas, e o rebanho do teu gado miúdo, na terra que jurou a teus pais dar-te. Bendito serás mais do que todos os povos; não haverá estéril entre ti, seja homem, seja mulher, nem entre os teus animais. E o Senhor de ti desviará toda a enfermidade; sobre ti não porá nenhuma das más doenças dos egípcios, que bem sabes, antes as porá sobre todos os que te odeiam. 

Dt 11:22-25 Porque se diligentemente guardardes todos estes mandamentos, que vos ordeno para os guardardes, amando ao Senhor vosso Deus, andando em todos os seus caminhos, e a ele vos achegardes,Também o Senhor, de diante de vós, lançará fora todas estas nações, e possuireis nações maiores e mais poderosas do que vós. Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé será vosso; desde o deserto, e desde o Líbano, desde o rio, o rio Eufrates, até ao mar ocidental, será o vosso termo. Ninguém resistirá diante de vós; o Senhor vosso Deus porá sobre toda a terra, que pisardes, o vosso terror e o temor de vós, como já vos tem dito. 

Busque-o enquanto é tempo você não sabe o dia de amanhã. Buscar a D’us é mandamento. Existe um caminho traçado predestinado para aqueles que resolvem obedecer a D’us.Da mesma forma que há um caminho traçado predestinado para aqueles que resolvem não obedecer a D’us. 

Dt 8: 19 -20 Será, porém, que, se de qualquer modo te esqueceres do Senhor teu Deus, e se ouvires outros deuses, e os servires, e te inclinares perante eles, hoje eu testifico contra vós que certamente perecereis. Como as nações que o Senhor destruiu diante de vós, assim vós perecereis, porquanto não queríeis obedecer à voz do Senhor vosso Deus. 

O ser humano recebeu o poder de escolha. Tudo esta na Mão do Senhor exceto o teme-lo. (Talmud Brarrot pag. P). O poder de temer a D’us não esta nas mãos de D’us, pois Ele nos deu e está na nossa mão. 

D’us deu as cartas, conhece nosso jogo, mas decidiu não interferir. 

E como fazer se você esta na trilha da predestinação contraria a D’us? Sozinho, não há como você pular para a outra. 

Ai é que entra a obediência aos mandamentos, Sl 119:105  Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho. Estudando,guardando,conhecendo e obedecendo a palavra de D’us. Isto fará com que você ande com segurança no caminho predestinado a salvação. Por isso ensinamos que a Lei não salva, a lei não te tira daqui e te passa para aqui, mas uma vez colocado aqui, é a lei que direciona os seus pés,é a lei que te guia,é a lei que te da parâmetros para que você não se desvie nem para a direita nem para a esquerda. 

A Lei não salva, mas te mantém salvo. Mas se eu tropeçar e cair? Ai você vai precisar da Graça e de um arrependimento genuíno, ai não entra lei nenhuma, é entre você e o Eterno. Só precisamos da Graça quando pecamos então viva a sua vida procurando não pecar, mas saiba que se você tropeçar precisará da Graça e ela estará  disponível a você. 

PV 7:1-3 1 Filho meu, guarda as minhas palavras, e entesoura contigo os meus mandamentos. 2 Observa os meus mandamentos e vive; guarda a minha lei, como a menina dos teus olhos.  3 Ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração. João 8:31,32 Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, (ouvir guardar cumprir) verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. 

O discípulo não é aquele que estuda a Torá e sim o que guarda a palavra. 

João 14:21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. 

Temos que combater este falso evangelho, NÃO EXISTE EVANGELHO SEM LEI. 

O próprio Jesus diz: A palavra e os profetas falam a meu respeito. Por que não sabem quem eu sou?  Na parábola do rico e Lazaro o que Abraão fala é : Seus irmãos já têm Moises e os profetas, ouça-os. D’us é um só. Nós estamos seguindo o seu propósito. Aquilo que Ele anunciou aos profetas continua da mesma forma, não se desviou para lado nenhum. Jesus não veio fundar outra religião, Ele veio cumprir as Leis do Senhor. Este evangelho que prega a exclusão da Lei, o mínimo esforço, está produzindo uma geração de discípulos infrutíferos. E tornando-se infrutífero você pode ser cortado. 

Mateus 3:10 E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo. 

Mateus 7:21-23 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. (Anomia- Falta de Lei)  

Mateus 7:24-27    Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-loei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda. 

Preste atenção: É possível você ter recebido a graça de D’us, você ter nascido de novo, você ter sido colocado na predestinação dos vitoriosos, e você por causa das suas escolhas se colocar na trilha contraria a vontade de D’us. Isto é possível! 

Efésios 2:8-10  Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. 

Ezequiel 33:12-19 Tu, pois, filho do homem, dize aos filhos do teu povo: A justiça do justo não o livrará no dia da sua transgressão; e, quanto à impiedade do ímpio, não cairá por ela, no dia em que se converter da sua impiedade; nem o justo poderá viver pela sua justiça no dia em que pecar. Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar a iniquidade, não virão à memória todas as suas justiças, mas na sua iniquidade, que pratica, ele morrerá. Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado, e praticar juízo e justiça, Restituindo esse ímpio o penhor, indenizando o que furtou, andando nos estatutos da vida, e não praticando iniquidade, certamente viverá, não morrerá. De todos os seus pecados que cometeu não se terá memória contra ele; juízo e justiça fez, certamente viverá. Todavia os filhos do teu povo dizem: Não é justo o caminho do Senhor; mas o próprio caminho deles é que não é justo. Desviando-se o justo da sua justiça, e praticando iniquidade, morrerá nela. E, convertendo-se o ímpio da sua impiedade, e praticando juízo e justiça, ele viverá por eles.··. 

Toda profecia de juízo pode ser alterada por um coração contrito e arrependimento genuíno e com atitude. Lembre-se que Nínive não foi destruída porque o Rei se arrependeu. D’us não destruiu a cidade que havia prometido destruir. 

Arrependimento faz milagres. Arrependimento verdadeiro move o coração de D’us. A valorização dos mandamentos de D’US  é um dos pilares da fé bíblico-judaica. Esta é a missão das sinagogas judaicas messiânicas: Restaurar o evangelho e as suas origens e não judaizar a igreja. Valorizar os mandamentos de D’us. Pois este conceito eu estou na Graça e você está na Lei te torna uma pessoa medíocre. 

Portanto o que a palavra nos ensina é que as recompensas vêm depois de termos cumprido os mandamentos de D’us. 

Curiosidades: Midrash Yalcut 846

 “Se você respeitar os mandamentos que as pessoas geralmente pisoteiam com o calcanhar, então D’us abençoará”… 

A palavra Ekev tem um duplo significado:

 (a) em razão de… e 

(b) calcanhar קבֵע.ָ 

Daí o nome de Jacob “Yaacov”  קב ֹעֲי ַpois ele estava pendurado no calcanhar de Esaú quando nasceu de Rebeca. Esta Parashá também aponta para o Messias pois a primeira ocorrência da raiz da palavra Ekev aparece em Gênesis 3:15, onde D’us disse que o Calcanhar (do Messias) iria esmagar a Rosh (cabeça) da serpente (Satanás). Moisés apela para o povo, fazendo uma pergunta: ‘E agora, Israel, o que o teu Deus quer de vocês; é que tenham Temor do Senhor (Yirat Adonay), e que caminhem no caminho do Senhor que amem o Senhor de todo coração para que pratiquem os seus Mandamentos, para o seu próprio bem. 

Dt 10:12 Qual a ligação desta Parashá com HB 11: 13-16? Hebreus fala dos heróis da fé que não alcançaram as promessas Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade. 

Essa experiência de cumprimento adiado, nas vidas dos patriarcas (v. 13-16) os capacitou a aprenderem a olhar para além da morte, para um cumprimento mais extenso que o de sua própria vida e experiência terrena. Assim, eles vieram a perceber que esta vida não é um fim em si mesmo, mas tão somente uma peregrinação (ver Gn 23.4; Gn 47.9) em direção a um alvo melhor (isto é, celestial), além desta vida. 

HB 11:15,16 — Os patriarcas e Sara não retornaram para Ur, embora pudessem tê-lo feito se quisessem.

Da mesma forma deveríamos seguir o exemplo dos patriarcas, recusando-nos a retornar hábitos antigos e às atrações e perdições deste mundo. 

Nós também não sabemos se vamos para a nossa terra prometida nesta geração ou vamos aguardar junto com os patriarcas o retorno do Messias, mas a mensagem aqui é que se queremos habitar na nossa terra prometida, se almejamos morar na nova Jerusalém, temos que seguir a orientação de D’us, Seguir seus mandamentos e nos esforçar para cumpri-los, pois, a Lei não salva como já vimos, mas, nos manténs salvos.  

Finalizando: Gostaria de deixar um salmo para meditarem  Salmos 19:7-10.

AUTOR DESCONHECIDO.

domingo, 17 de novembro de 2019

Estudo da Parashá Vaierá (E mostrou-se)


Resultado de imagem para imagens parashá vaierá
Estudos da Torá

Parashá nº 4 – Vaierá (E mostrou-se)
Bereshit/Gênesis Gn.18:1-22:24
Haftará (separação) 2Rs. 4:1-37 e
B’rit Hadashah (nova aliança) Lc 17:26-37, Rm 9:6-9 e Gl 4:21-31


1 - INTRODUÇÃO
                           
    Essa semana a porção da Torá nos trás passagens muito interessantes e que nos trazem muitos aprendizados. Vemos Avraham (Abraão) recebendo a visita de três mensageiros de Adonai, a intercessão dele pelas pessoas em Sodoma e Gomorra, o livramento de Lot (Ló) e a entrega de Yitz’chak (Isaque) em sacrifício por Avraham.
    É recomendado ler os textos na porção dessa semana, pois faremos nesse estudo uma rápida análise em alguns textos de B’rit Hadasha (Nova Aliança/Novo Testamento) que estão alinhadas com a parashá em estudo, a fim de buscarmos um entendimento ampliado dos ensinos das Escrituras.
                  
2 – ESTUDO DAS PALAVRAS
              
       Vejamos os seguintes versos:

"Assim como foi nos dias de Noé, também será nos dias do Filho do homem. O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio e os destruiu a todos. "Aconteceu a mesma coisa nos dias de Ló. O povo estava comendo e bebendo, comprando e vendendo, plantando e construindo. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu e os destruiu a todos. "Acontecerá exatamente assim no dia em que o Filho do homem for revelado. Naquele dia, quem estiver no telhado de sua casa, não desça para apanhar os seus bens dentro de casa. Semelhantemente, quem estiver no campo, não deve voltar atrás por coisa alguma. Lembrem-se da mulher de Ló! Quem tentar conservar a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida a preservará. Eu lhes digo: naquela noite duas pessoas estarão numa cama; uma será tirada e a outra deixada. Duas mulheres estarão moendo trigo juntas; uma será tirada e a outra deixada. Duas pessoas estarão no campo; uma será tirada e a outra deixada". "Onde, Senhor? ", perguntaram eles. Ele respondeu: "Onde houver um cadáver, ali se ajuntarão os abutres". Lucas 17:26-37

          Yeshua Hamashiach (Jesus Cristo/Messias/Ungido) estava falando acerca da sua volta e do Reino de D’us, este é o mesmo assunto tratado por Mateus no capítulo 24, podemos perceber como algumas palavras estão sendo repetidas neste texto de Lucas e naquele de Mateus.

         Qual era então o contexto? Ou porque Yeshua fala sobre Noach(Noé) e Lot (Ló)?
      
      Yeshua foi interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de D’us, conforme lemos em Lc 17:20, e responde dizendo que “o Reino de D’us não vem de forma visível, pois estaria dentro de cada um”. Assim ele inicia o discurso onde fala sobre a sua vinda, pois a vida de todo servo de Adonai deve ser em prol da preparação das pessoas para a vinda do Messias, e ele compara aqueles dias com os dias de Noach e Lot, quando as pessoas viviam normalmente suas vidas na desobediência aos mandamentos, sem querer saber qual a vontade de Adonai. Por isso, o Mashiach usa os termos “comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento”, pois são coisas costumeiras em uma sociedade. Ou seja, tudo parece muito normal, em meio às transgressões dos homens aos mandamentos de D’us, mas repentinamente, como Yeshua fala, virá destruição sobre esses, e libertação para os obedientes, quando da ocasião da sua volta.
         Um dos assuntos dessa porção é a salvação de Lot da destruição das duas cidades impenitentes, é por isso que estamos ligando o que Yeshua falou com essa parashá, pois ela fala em um contexto de destruição de transgressores, mas também fala sobre livramento dos obedientes, e acima de tudo, do domínio do Eterno sobre seu Reino, pois Ele vê tudo e todos. Esse é o Reino que Yeshua falou que deve estar dentro de nós, através da obediência e do acatamento das ordenanças do Eterno em nossas vidas diárias, através de ações e atitudes que o reflitam.
         Vamos ver outro texto que também guarda uma ligação com essa parashá.

Não pensemos que a palavra de Deus falhou. Pois nem todos os descendentes de Israel são Israel. Nem por serem descendentes de Abraão passaram todos a ser filhos de Abraão. Pelo contrário: "Por meio de Isaque a sua descendência será considerada". Noutras palavras, não são os filhos naturais que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que são considerados descendência de Abraão. Pois foi assim que a promessa foi feita: "no tempo devido virei novamente, e Sara terá um filho". Romanos 9:6-9

          Aqui Paulo está afirmando para alguns que se diziam judeus e descendentes de Avraham, mas seguiam apenas dogmas humanos e legalismos, no lugar da Torá verdadeira, ele estava dizendo que nem todos os que são descendentes de Israel são verdadeiramente Israelitas. Ele diz que não basta ser descendente, tem que obedecer, e isso através de Yeshua.
        Seguindo o mesmo viés do Messias a respeito de como devem viver os verdadeiros servos de Adonai, o apóstolo Sha’ul (Paulo) fala nesse texto transcrito acima sobre os filhos naturais e os filhos da promessa. Nas porções da Torá, vemos o Eterno fazer uma promessa a Abraão a respeito de sua descendência através de um filho, e por serem velhos, ele e Sara decidem, de forma manipuladora e humana, fazer com que essa promessa se cumpra, colocando a escrava Hagar para se deitar com o Patriarca. Dessa relação nasce Ishmael (Ismael), e somente mais tarde quando Deus cumpre a promessa é que nasce Yitz’chak (Isaque). O primeiro é o natural, ou seja, pelas mãos e vontade humana, e o segundo o da promessa, no tempo certo de Deus.
             Uma comparação semelhante também é feita por Paulo no seguinte texto:

Digam-me vocês, os que querem estar debaixo da lei: Acaso vocês não ouvem a lei? Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. O filho da escrava nasceu de modo natural, mas o filho da livre nasceu mediante promessa. Isso é usado aqui como uma ilustração; estas mulheres representam duas alianças. Uma aliança procede do monte Sinai e gera filhos para a escravidão: esta é Hagar. Hagar representa o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à atual cidade de Jerusalém, que está escravizada com os seus filhos. Mas a Jerusalém do alto é livre, e essa é a nossa mãe. Pois está escrito: "Regozije-se, ó estéril, você que nunca teve um filho; grite de alegria, você que nunca esteve em trabalho de parto; porque mais são os filhos da mulher abandonada do que os daquela que tem marido". Vocês, irmãos, são filhos da promessa, como Isaque. Naquele tempo, o filho nascido de modo natural perseguia o filho nascido segundo o Espírito. O mesmo acontece agora. Mas o que diz a Escritura? "Mande embora a escrava e o seu filho, porque o filho da escrava jamais será herdeiro com o filho da livre". Portanto, irmãos, não somos filhos da escrava, mas da livre. Gálatas 4:21-31

           Nesse caso o apóstolo está fazendo uma alusão aos verdadeiros filhos de D’us, pela analogia dos dois filhos de Avraham. Sabemos através das Escrituras que os filhos de Abraão na carne, são os que detém a promessa, mas não basta ser filho na carne, é preciso se unir a D’us através de Yeshua e obedecer aos mandamentos do Reino, como disse acima e conforme lemos também Yeshua dizer em Jo 8:31-47 e Yohanan o Imersor (João Batista) em Mt 3:9-12 e Lc 3:7-20.
           Essa alegoria ou midrash, falando de Sara e Hagar, usada pelo rabino Sha’ul (apóstolo Paulo), de acordo com o site “Yeshua Chai.org”, é muito citada mas de forma errada, como a representação da distinção entre a “Lei” e a “Graça”, e do mesmo jeito a doutrina da “Lei versus Graça”. Infelizmente, muitos comentaristas e teólogos cristãos através dos séculos têm usado esta alegoria como um meio de rejeitar a importância do estudo e da prática da Torá para o cristão. Podemos perceber isso claramente ao ler o seguinte comentário:

“Paulo estava usando o método alegórico comum dos judeus da época para defender seu ponto de vista. Ele usou essa figura de linguagem para fazer um forte contraste entre dois concertos bíblicos divergentes nas igrejas na Galácia: a promessa abraâmica (Gn 12.1-3) e a Lei de Moisés que Deus deu a Israel no monte Sinai.” (O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais, Editora Central Gospel, 1ª Edição: janeiro/2010, página 493)

          Além de defender a contrariedade entre a Lei e a Graça em um texto que não trata desse assunto, os autores do texto mencionado ainda afirmam que Paulo usa da alegoria comum aos judeus, como se fosse para usar das mesmas ferramentas dos judeus para revidar um ensino. Mas Paulo usa da alegoria simplesmente porque ele era judeu e essa era a forma de ensinar da época, usando-se de alegorias ou midrashins.
            Perceba que o apóstolo não usa desses meios para argumentar contra a Torá e sua importância em nossas vidas, mas para instruir contra o legalismo e contra o ensino errado dos religiosos da galácia, de que a salvação só poderia ser recebida por meio da obediência aos mandamentos e pela circuncisão.
            Assim, conforme já mencionei acima e de acordo com o comentário no site “Yeshua Chai.org”, a concepção de Ishmael foi natural, ou seja, foi da carne, pois é resultado da intervenção humana, já a concepção de Yistz’chak foi sobrenatural, pois Sara já não tinha mais como ter filhos, e o resultado dessa intervenção foi divina. E de acordo com a interpretação de Paulo, as duas mães representam duas promessas distintas: Hagar a escrava, a aliança feita no Sinai, que resulta em filhos nascidos da escravidão. E Sara representa a aliança feita anteriormente com base na promessa do Eterno que resulta em filhos nascidos livres (Gl 4:24-27). O termo escravidão aqui não está ligado a Lei, mas ao fato de Hagar ser escrava, e assim a escravidão é uma alusão ao que está além da promessa, ou seja, a intervenção humana.
               A interpretação de Paulo pode se tornar mais clara para nós quando olharmos a distinção fundamental entre a ideia da Aliança e a Torá. Ainda de acordo com o mencionado no site, se observarmos o contexto geral da carta aos Gálatas, podemos compreender a alegoria como um meio de impugnar a autoridade dos “Legalistas” da época, que afirmavam serem os intérpretes exclusivos da Torá. Eles diziam que de acordo com suas interpretações da Lei, a salvação somente poderia ser conseguida por meio da circuncisão, ou seja, tornando-se judeu. E isso ocorre também hoje com o cristianismo, onde muitos dizem que somente pode-se obter a salvação se alguém se tornar cristão. Mas o que Paulo estava realmente dizendo era que, a circuncisão física (protótipo de transformas em judeu) não é um meio de salvação, e qualquer tentativa de “justificação” com base no mérito pessoal é um passo longe da justificação que vem livremente para aqueles que agarram rápido a promessa do Eterno de herança eterna. Com isso, entendemos que se alguém quer agir, como Sara e Abraão, tomando a frente, e colocando Hagar no meio, não surtirá resultado, pois ele somente pode ser conseguido por meio da esperança da promessa de Abraão e Sara pelo tempo de Deus para o cumprimento da promessa. Ou seja, agindo pela fé na promessa feita pelo Eterno através do Messias, sem tomar ação humana, que no caso do texto era a circuncisão. Assim como não se pode hoje ser salvo alguém que se torna cristão, pois ela somente se consegue pela fé na promessa de Yeshua, não pela religião ou religiosidade.
               O conceito de justificação pela “Hessed”(Graça) e pela “Emuná”(Fidelidade, fé) são fundamentalmente judaicos e perduraram por milênios, e foi amplamente demonstrado e ensinado na Torá, nos profetas e na tradição oral judaica, isso não é exclusividade dos textos do chamado Novo Testamento. Todos os atos de revelação de D’us (incluindo aí, a revelação dada no Sinai, na Cruz no monte Moriá, em Noach e sua família, em Lot e sua família, em David, em Ruth e etc) são manifestações da “Hessed”(Graça) Divina.
               Yeshua disse para a mulher samaritana que a salvação vem dos judeus (Jo 4:22) e o Eterno prometeu que sempre haveria um remanescente do seu povo que iria ser fiel às sua Palavras (Isaías 1:9; 10:21, Jer 23:3; 31:7, Jl 2:32, Rm 9:27; 11:5). Entendemos que no fim, “todo o Israel será salvo” e todas as promessas que o Eterno fez ao povo de Israel através dos profetas serão cumpridas (Rm 11:26).
               Nessa parashá (porção), que vai de Gênesis 18:1-22:24, encontramos muitos ensinamentos para nossas vidas como servos do Eterno, em Yeshua. Ao meditar nesta porção aprendemos com a hospitalidade de Abraão e com seu zeloso serviço ao Senhor, quando ele recebe os três “Malachim” (mensageiros, anjos) do Eterno que devemos primar por servir a D’us. Somos instruídos a aguardar a promessa divina com firmeza e viver intensamente a Aliança do Senhor para conosco. Também aprendemos a ser benção para as pessoas e ainda sermos intercessores pelos que estão perdidos, pois temos o Reino dentro de nós para levar até essas pessoas e prepará-las para a volta do Messias. Através da instrução da Torá, nessa porção, podemos olhar para os Textos do Novo Testamento com mais clareza e entender o que Yeshua e os apóstolos disseram a respeito do Reino de D’us e dos que são filhos desse Reino, e como eles devem agir e que a Lei de D’us é boa para o homem, não sendo fardo algum.
               Aos que se achegam a D’us através de Yeshua, e passam a também fazer parte das promessas, conforme tudo o que disse acima e de acordo com o que Paulo diz em Ef 2, é muito importante observar todo o ensinamento que foi dado aqui com cuidado. Por esse motivo, nós que antes não éramos povo, e agora passamos a ser povo, conforme Ef 2:11-13, nos tornando verdadeiros filhos de Abraão, não somente da carne, mas pela fé, devemos nos aprofundar na Torá, nos esforçar para obedecer aos mandamentos do Eterno, e a viver segundo os princípios do Senhor de acordo com Ef 2:10, pois eles são vida para nós.

Bibliografia:

- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/
- http://www.yeshuachai.org/forums/topic/a-alegoria-de-agar-e-sara/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/04_vayer_e_apareceu.pdf
- http://shemaysrael.com/parasha-vayera/
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771007/jewish/Resumo-da-Parash.htm