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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

ENTENDA O QUE ACONTECEU DEPOIS DA MORTE DOS APÓSTOLOS.

ENTENDA O QUE ACONTECEU DEPOIS DA MORTE DOS APÓSTOLOS.

Às vezes as pessoas chegam e me perguntam: "Se a fé messiânica é judaica, então o que aconteceu com o judaísmo na igreja ? Onde ele foi parar ? Onde está o judaísmo que Yeshua e os seus emissários ensinaram ?" Eu vou tentar aqui explicar um pouco do que aconteceu com esse judaísmo. Abaixo estão alguns fatos que contribuíram para que o judaísmo de Yeshua e dos apóstolos fosse extirpados da igreja.

O que aconteceu depois da morte dos emissários ? Vejamos:

"Até aquele período (98 DC), a Assembléia havia permanecido como uma virgem pura e incorrompida: pois, se havia quaisquer pessoas dispostas a alterar a regra completa da proclamação da salvação, elas ainda vagavam em um lugar obscuro oculto ou outro. Mas, quando o bando sagrado de Emissários havia de várias formas findado suas vidas, e a geração dos homens havia sido confiado ouvir à Sabedoria inspirada com seus próprios ouvidos passou, então a confederação do erro da iniquidade tomou ascenção através da infidelidade dos falsos mestres que, vendo que nenhum dos emissários ainda sobrevivia, levantaram suas cabeças para se opor à proclamação da verdade, proclamando algo falsamente chamado de conhecimento." (Hegésipo, o Nazareno; c. 98 DC; citado por Eusébio em Hist. Ecl. 3:32)

Originalmente, os ‘bispos’ eram líderes das congregações, que respondiam diretamente ao concílio nazareno. Com os nazarenos sendo perseguidos, surgiu a oportunidade para que alguns bispos buscassem a independência, alimentando sua sede de poder. Dentre esses bispos, estava Inácio, bispo de Antioquia. Nascia uma Igreja controlada pelo poder dos bispos. Sobre o poder dos bispos, Inácio escreve:

"sujeitando-se ao seu bispo... andem juntos conforme a vontade do Eterno. Jesus... é enviado pela vontade do Pai; Assim como os bispos... são [enviados] pela vontade de Jesus Cristo." (Carta de Inácio aos Ef. 1:9,11)

"...seu bispo... penso que felizes são vocês que se unem a ele, assim como a igreja o é a Jesus Cristo e Jesus Cristo o é ao Pai... Vamos portanto cuidar para que não nos coloquemos contra o bispo, para que nos sujeitemos ao Eterno. Devemos olhar para o bispo tal como olharíamos para o próprio S-nhor." (Carta de Inácio aos Ef. 2:1-4)

"...obedeça ao seu bispo..." (Carta de Inácio aos Mag. 1:7)"Seu bispo está presidindo no lugar do Eterno... unam-se ao seu bispo..." (Carta de Inácio aos Mag. 2:5,7)

"...aquele...que faz qualquer coisa sem o bispo... não é puro em sua consciência..." (Carta de Inácio aos Tral. 2:5)

"...Não faça nada sem o bispo." (Carta de Inácio aos Fil. 2:14)

"Cuidem para que vocês sigam o seu bispo, Assim como Jesus Cristo ao Pai..." (Carta de Inácio aos Esm. 3:1)

Até então, os nazarenos sempre se sentiram parte de Israel (Jer. 31:31). Para consolidar a separação do concílio de Jerusalém, bem como para se dissociar da perseguição a Israel e estabelecer o seu poder, Inácio e outros bispos passaram a propor a separação entre “Igreja” e “Israel.”E para combater tudo o que era israelita, era preciso ir contra o cerne da identidade de Israel: A Torá.Inácio começa a pregar contra a observância da Torá:

"Não sejam enganados por doutrinas estranhas; nem por fábulas antigas sem valor. Pois se continuarmos a viver conforme a Lei Judaica, estamos confessando que não recebemos a graça..." (Carta de Inácio aos Mag. 3:1)

"Mas se alguém pregar a Lei Judaica a vocês, não lhe dêem ouvidos..." (Carta de Inácio aos Fil. 2:6)

Com Inácio e outros bispos, começa a surgir o Cristianismo como religião distinta daseita judaica original dos nazarenos.Com a remoção de tudo o que era judaico das ‘igrejas’ dos bispos supracitados, surge a necessidade de incorporar um novo sistema de prática religiosa na vida das igrejas. Esse sistema veio a partir da adaptação de rituais pagãos.

Uma das primeiras a adotar tais práticas foi a Igreja de Alexandria, que adotou elementos da adoração egípcia à Isis, a rainha do céu e a seu filho. Acerca dela, o historiador Samuel Dill escreve:

"O ritual diário de Isis, que aparentemente era tão regular e complicado quanto o da Igreja Católica, produziu um imenso efeito na mente romana. Todos os dias, havia dois serviços solenes, nos quais sacerdotes com tonsuras e vestes brancas, com acólitos e assistentes dos mais variados níveis oficiavam. A litania da manhã e o sacrifício era um serviço impressionante. A multidão de adoradores lotava o lugar perante a capela logo ao amanhecer. O sacerdote, subindo por uma escada oculta, levantava o véu do santuário e adorava à imagem santa. Então ele circulava os altares, recitando a litania [ie. palavras místicas de línguas estranhas], aspergindo água benta de uma fonte secreta" (Roman Socitey from Nero to Marcus Aurelius, páginas 577-578)

Nascimento do império religioso:

O primeiro passo: Alexandre Severo constrói (entre 220 e 230DC) um “santuário paraJesus”, junto aos santuários dos deuses pagãos romanos.Começa a proliferar uma espécie de sincretismo com o politeísmo romano, onde o Pai é associado a Dyeus, chefe do panteão romano (equivalente a Zeus no panteão grego), e Jesus e o Espírito Santo são tidos como deuses cristãos. Jesus é associado à figura do deus-sol.Gaivs Flavivs Valerivs Avrelivs Constantinvs (Constantino I – 280DC a 337DC): a conversão do primeiro papa. Constantino, adorador confesso do deus-sol, tem uma visão antes de uma batalha. Alega ter visto a cruz e o “sol invictus”Na realidade, Constantino I enxerga o Cristianismo como uma grande oportunidadepolítica de unificar um império fadado á divisão.Constantino promove a fusão da adoração romana pagã com o Cristianismo, fazendoum sincretismo entre o que sobrou da fé original de Yeshua, e a adoração ao deus-sol. Surge o Catolicismo Romano.

"Ele [Constantino I] continuou a usar linguagem monoteísta vaga que qualquer pagão aceitaria. Durante os primeiros anos de sua supremacia, ele realizou pacientemente todo o cerimonial que dele era requerido por ser o Pontifex Maximvs do tradicional culto [pagão]. Ele restaurou templos pagãos [posteriormente transformados em igrejas]… Ele usou tanto ritos cristãos quanto pagãos na dedicação de Constantinopla. Ele usava fórmulas mágicas para proteger a colheita e curar doenças." (Will Durant, historiador, na obra "Caesar and Christ", página 656)

A adoração ao deus-sol não era novidade no Império Romano. Veja a cronologia abaixo:

- Entre 138 e 161, o imperador Antoninvs Pivs ergueu um templo a Mitra em Ostai, uma cidade próxima a Roma. Mitra recebeu o título oficial de Sol Dominus Imperil Romani (“O Sol, Senhor do Império Romano”) e o seu dia, domingo no calendário romano, foi declarado “Dominus Dei”, o “Dia do Senhor”. Obs: Qual é o Dia do Senhor da Bíblia? A própria Bíblia responde: - Ex. 20:10; Lev. 23:3; Dt. 5:14; Is. 58:13

- Entre 270 e 275, o imperador Aurelivs, cuja mãe era uma sacerdotiza do deus-sol,tornou o mitraísmo a religião oficial do império.

- Em 321 DC, Constantino proclamou o seu famoso édito acerca do “Dominus Dei” (“Dia do Senhor”): “Que todos os juízes e cidadãos e ocupações de todos os negócios descansem no venerável dia do Sol…”Cinco outras leis acerca do Dominus Dei foram proclamadas nos anos seguintes parareforçar a questão.

"Ele [Constantino I] enviou às legiões, para ser recitado naquele dia [Dominus Dei] uma forma de oração que poderia ser emprega por um adorador de Mitra, ou de Serapis, ou de Apolo, bem como por qualquer crente cristão. Esta foi a sanção oficial do velho costume de fazer uma prece ao sol nascente." (Victor Duruy, historiador, na obra “History of Rome”, vol. 7, pg. 489)

Para os cristãos, Constantino I transferiu a adoração no Shabat definitivamente para o domingo. Sobre esta transferência, Eusébio, bispo de Cesaréia e consultor pessoal de Constantino I, escreveu:

"Todas as coisas que se faziam no Shabat, estas nós [líderes de Roma] transferimos para o Dia do Senhor" (Comentário sobre os Salmos, em Migne, patrologia graeca, vol. 23, col. 1171.)

O primeiro concílio cristão ocorreu em Nicéia, 325DC, a mando do imperador Constantino I. Nele, já não houve a participação nazarena.Nele, foram estabelecidas os seguintes principais pontos doutrinários:- A Santíssima Trindade- A Fórmula Batismal Católica- A Mudança da Páscoa Bíblica para a Páscoa Católica

A Fórmula Batismal CatólicaEm todas as instâncias de batismo no NT, encontramos sempre o mesmo feito “em nome de Jesus”, exceto em Mt. 28:19, que foi usado pelo Concílio de Nicéia paradeterminar a fórmula católicaAntes do Concílio de Nicéia, Eusébio (265DC a 339DC) cita Mt. 28:19 sete vezes. Em nenhuma delas, aparece a fórmula trinitária. Sobre Mt. 28:19, a Bíblia de Jerusalém (edição católica) admite abertamente:

"É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva.Sabe-se que o livro dos Atos fala em batizar 'em nome de Jesus' (cf.At 1,5+;2,38+). Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da Trindade..." (Bíblia de Jerusalém - Nova edição, revista e ampliada, pg. 1758 - comentário sobre Mt. 28:19)

Creio que esse texto dá uma boa noção do que aconteceu depois da morte dos líderes judeus da igreja. Agora vejamos um testemunho sobre os crentes que permaneceram na origem judaica:

"Mas estes sectários... não se chamavam de cristãos - mas de 'nazarenos'... contudo, são simplesmente judeus completos. Eles não só usam o Novo Testamento como também o Antigo Testamento, como o fazem os judeus... Eles não possuem diferentes idéias, mas confessam tudo exatamente como a Torá descreve e na forma judaica - exceto, porém, por sua crença no Messias. Pois eles reconhecem tanto a ressurreição dos mortos quanto a criação divina de todas as coisas, e declaram que Elohim é Um, e que o Seu Filho é Yeshua o Messias. Eles são bem treinados no hebraico. Pois dentre eles a Torá inteira, os Nevi'im (Profetas) e... os Ketuvim (Escritos)... são lidos em hebraico, como certamente o são entre os judeus. Eles são diferentes dos judeus, e diferentes dos cristãos, apenas no seguinte: Eles discordam dos judeus porque chegaram à fé no Messias; mas como eles ainda estão na Torá -- circuncisão, o Shabat, e o restante -- eles não estão de acordo com os cristãos... eles não são nada mais do que judeus... Eles possuem as Boas Novas de acordo com Matitiyahu completamente em hebraico. Pois está claro que eles ainda preservam-nas no alfabeto hebraico, tal qual foram escritas originalmente." (Epifânio; Panarion 29)
Shalom Aleichem ( que a plenitude da paz esteja sobre todos)

Por Yochanan Ben Yaakov
Extraído do Grupo DISCIPULADO DA RESTAURAÇÃO do Facebook.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

SAIBA SE YESHUA É O ETERNO E SE ELE DESCEU DO CÉU


SAIBA SE YESHUA É O ETERNO E SE ELE DESCEU DO CÉU

Antes de começar existe algo que devemos deixar absolutamente claro. O Mashiach  Yeshua é o Ben (filho)Adonay . É o ser mais importante de todo o universo, tirando Adonay. O propósito deste artigo é honrar  Yeshua  como deve ser honrado. Infelizmente, o ensino da Bíblia acerca do Adony  Yeshua  é freqüentemente mal entendido. 

 Num bem intencionado embora que errado intento de honrar Yeshua , muitas igrejas ensinam acerca dele coisas que não são bíblicas. Este estudo tem a intenção de corrigir essas idéias errôneas. Isto não emana de um desejo de criticar as idéias do outros, mas simplesmente de mostrar o que a Bíblia realmente ensina acerca do Adony  Yeshua , o Filho do Eterno. Unicamente quando entendermos isto, poderemos dar a Yeshua  a honra  que merece. “Porque eu desci do céu…”

O título deste artigo é uma pergunta: Desceu Yeshua literalmente do céu? O capítulo 6, v. 38 do evangelho deYohanan  aparentemente responde a esta pergunta. Yeshua disse: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou”. Não devemos apressadamente chegar a uma conclusão. O tema não é tão simples como parece à primeira vista. È preciso cavar  mais  fundo!!

A maior dificuldade que existe na interpretação é que há dois tipos de linguagem: A LITERAL E A FIGURADA. Yeshua utiliza ambos os tipos de linguagem no capítulo que estamos a considerar. No versículo 64  .Yeshua diz: “Mas há alguns de vós que não crêem”. Isto é linguagem literal. Significa exatamente o que diz. Nem sequer uma criança poderia deixar de entender o seu significado. Mas muitas outras passagens não são assim. Por exemplo, os versículos 53 e 54 do mesmo capítulo: “Yeshua pois lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e {não} beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. Isto é linguagem figurada. Não significa o que parece estar dizendo; em vez disso, as suas palavras têm um significado muito mais profundo. Há que se considerar as palavras cuidadosamente para descobrir o seu verdadeiro significado. Em conseqüência, se não formos cuidadosos podemos facilmente interpretar mal estas palavras.

Os judeus incrédulos interpretaram mal este e muitos outros ditos similares de Yeshua . Eles disseram: “Disputavam pois os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer?” (v.52). Talvez pensaram que ele estava a pregar o canibalismo! Conforme o que pensavam, a verdade é que estavam muito enganados. Voltando então à questão original — DESCI DO CÉU – Esta Linguagem é literal ou figurada? Existe uma boa razão para considerar que é figurada. No versículo 31 do mesmo capítulo existe uma menção ao que o “Antigo Testamento” chama de “maná”. Isto era uma espécie de pão produzido por Adonay  para que o seu povo se alimentasse durante a viagem pelo deserto. O versículo 31 diz: “Deu-lhes a comer pão do céu”. Isto é obviamente linguagem figurada. O pão milagroso não era cozinhado no céu e distribuído na terra. A declaração de que o pão veio do céu diz-nos que o Eterno do céu criou-o na terra. Enfatiza sua origem Divina. Mais linguagem figurada. A Bíblia usa linguagem figurada não só acerca de coisas mas também de pessoas. A Bíblia diz assim: “Houve um homem enviado de Adonay, cujo nome {era} Yohanan . Yohanan [João 1: 6].
 

No entanto, João(Yohanan) nunca esteve no céu. “Enviado de Adonay ” significa simplesmente que Adonay escolheu-o para uma tarefa especial
Mas esta explicação não só se pode aplicar a versículos que mencionam Yeshua “descendo” do céu. Existem outras passagens que aparentemente sugerem de uma ou de outra forma que Yeshua em certa altura viveu no céu. Esta é uma de tais passagens: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”. [João 17: 5]. 

Como devemos considerar versículos como este? São literais ou figurados? Vivia Yeshua  realmente com o Eterno antes que o mundo fosse criado? Ou têm estas palavras um significado mais profundo? O propósito deste estudo é deixar que a Escritura  fale por si mesma e nos traga a resposta a estas perguntas. Três pontos de vista sobre Yeshua. Aqueles que não acreditam na Bíblia, em geral dizem que Yeshua  era simplesmente um homem comum. 

Essas pessoas estão erradas. Ele e O Filho de Adonay, não precisamos perder tempo ao considerar este ponto de vista. Mas vamos considerar os três pontos de vista acerca de Yeshua aos quais aderem à cristandade que diz acreditar na Escritura sagrada. O primeiro ponto de vista é o mais comum. Sustenta que Yeshua é o Elohah todo-poderoso em forma humana. Os que acreditam nisto referem-se a Yeshua como a segunda pessoa da Trindade; É difícil entender o que querem exatamente dizer com essa frase [O ETERNO  EM FORMA HUMANA]. De acordo com este ponto de vista Yeshua  viveu no céu desde toda a eternidade antes de sua “encarnação” na terra.

O segundo ponto de vista é ensinado por uma denominação chamada “Testemunhas de Jeová” e por alguns outros pequenos grupos. Sustentam que Yeshua não é D-us mas sim um poderoso anjo que o Eterno  criou faz muito tempo. Também acreditam que Yeshua  viveu no céu antes do seu nascimento na terra. Os que acreditam num destes pontos de vista tomam literalmente os versículos que falam de Yeshua  descendo do céu. O terceiro ponto de vista é o que nós sustentamos neste artigo. De acordo com este ponto de vista, Yeshua  não viveu no céu antes do seu nascimento e os versículos que se referem à sua origem celestial deve se entender de forma figurada.

 Este é o ponto de vista que será explicado neste artigo. Se isto lhe parece surpreendente, tenha paciência e continue a ler. Existe uma grande quantidade de evidência bíblica para manter este ponto de vista. Yeshua  foi um homem de verdade . . Não devemos cometer o erro de pensar isso. Ele foi um homem único. 
Era Filho de Hashem. No entanto, num sentido sem ambigüidades, ele era um homem e não Elohim todo-poderoso. Isto não significa que ele deixou de ser homem assim que subiu em forma corpórea ao céu. A Bíblia ensina-nos a considerar Yeshua  como homem, mesmo na atualidade (1Timóteo 2: 5). 

Muito tempo depois de Yeshua  ter ressuscitado e ascendido ao shamaym, a  bri’t hadashah fazia declarações como a seguinte: “Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a resed do Eterno e o dom pela resed, {que é} dum só homem, Yeshua o mashiach, abundou sobre muitos. E não foi assim o dom como {a ofensa}, por um só que pecou. 

Porque o juízo veio de uma só {ofensa}, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da resed, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só – Yeshua.  
Pois assim como por uma só ofensa {veio o juízo} sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça {veio a resed} sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um [homem] muitos serão feitos justos”. [Romanos 5: 15-19]. “Porquanto há um só Elohah  e um só Mediador entre Hashem e os homens, Yeshua , homem”. (1Timóteo 2: 5]. 

Yeshua  realmente é um homem. Esse é o inequívoco ensinamento da nova Aliança. Consideremos agora esse ensino com as palavras de um bispo católico inglês, numa passagem que descreve o ponto de vista da maioria dos “cristãos” sobre Yeshua : “Yeshua não foi um homem que nasceu e cresceu, ele era Elohah  e por um tempo limitado participou de uma farsa. Tinha a aparência de homem mas no fundo era Elohim disfarçado — uma espécie de Pai Noel”. 

Muitas pessoas da cristandade consideraram ofensiva a referência a Pai Noel. Mas, tirando isso, estão de acordo em que essa declaração do bispo representa cabalmente o ensino atual. Se Yeshua era realmente Elohim, ou um anjo poderoso que vivia no céu, então ele nunca foi um homem de verdade mas uma pessoa celestial disfarçada com carne humana. Inevitável conclusão!! Mas o Novo Testamento não está de acordo com essas opiniões. O chamado  Novo Testamento descreve Yeshua  como homem. 

Esta é AQUI.  a primeira razão para considerar que o ponto de vista comum sobre Yeshua ESTA ERRADO. O nascimento de Yeshua  . 
A sua mãe era uma jovem mulher desposada de excelente caráter. As coisas aconteceram assim: “…O anjo lhe disse: Miryan , não temas; porque achaste Rezed diante de Adonay. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Yeshua. Examinemos estas palavras em detalhes. Há muito que aprender delas. O menino seria filho de Mirim.

 O anjo não disse que ela ia reproduzir um corpo de carne para que um ser celestial habitasse nele. O anjo disse: “…conceberás e darás à luz um filho…”. Estas palavras evidentemente deviam ser tomadas literalmente. Descrevem o início de uma nova vida humana — não a vinda de um ser celestial à terra, para habitar num corpo de carne. 
Além disso, se Yeshua tivesse sido uma pessoa celestial, milhões de anos mais velho que Miriam, poderia ter sido realmente seu filho? E no entanto,Yeshua era filho de Miriam, e não uma espécie de filho adotivo extraordinário. Todos os evangelhos referem-se à Maria como mãe de Yeshua, e nunca como sua mãe adotiva. 

 Lucas refere-se a Yeshua  assim: “Era, como se cuidava, filho de Yosef”. [Lucas 3: 23]. Yeshua era verdadeiramente filho de Mirian, não uma pessoa celestial fingindo ser filho de Miriam. Como todos os filhos, ele se parecia com a sua mãe de muitas formas. Isso era o que fazia de Yeshua um homem real. Os homens reais não vivem no céu antes de nascer, e este homem, Yeshua, não viveu no céu também. 

A sua concepção foi o início da sua existência como pessoa. A natureza humana é débil, e está cheia de tentações. Yeshua herdou de sua mãe a debilidade da natureza humana. Mas isso é só parte da história. O anjo estabeleceu muito claramente que o filho de Mirian era também Filho de Elohim, Eu serei seu Pai, e ele será meu Filho, mesmo no tempo em que tiver que padecer pela iniquidade dos homens, Eu mesmo o punirei e açoitarei com o castigo dos humanos, aplicado por intermédio de homens.: “Descerá sobre ti o Espírito do Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Elohim”. [Lucas 1: 35].  

A infância de Yeshua 
Nas Escrituras encontramos muito pouco acerca da infância deYeshua. Mas o que encontramos é muito importante. Lucas descreve a forma em que Yeshua cresceu nos seguintes termos: “E crescia Yeshua em sabedoria, estatura e graça, diante de Adonay  e dos homens”. [Lucas 2: 52]. Aqueles que crêem que Yeshua era realmente Elohim  ficam um pouco perplexos com este versículo. Como pode Adonay  crescer em sabedoria e graça ante si mesmo? A idéia é completamente absurda! 

É obvio que Lucas não cria que Yeshua  era  Elohim que estava a habitar de forma temporal em um corpo de um menino. E em relação à outra idéia — que Yeshua  era um poderoso anjo celestial que residia no corpo de um menino em crescimento, esta idéia não é melhor que a anterior. 

Esse anjo, sem lugar para dúvidas, tinha sido perfeito muito antes de viver na terra. Um anjo num corpo de um moço não podia “crescer em sabedoria… e em Rezed diante do Eterno”. Este versículo descreve o crescimento de um verdadeiro menino. O seu corpo desenvolveu-se. A sua provisão de sabedoria incrementou-se gradualmente. 

 A sua vitória sobre a tentação A “Bíblia”descreve como  Yeshua  lutou uma tremenda batalha contra as tentações humanas. Lutou contra a tentação todos os dias, e sempre saiu vencedor. Todos sabemos o que é a tentação. Se Yeshua  era um homem verdadeiro, podemos entender o tipo de luta que ele suportou. 

Mas se ele era um ser celestial, usando um corpo humano, então não teria havido qualquer luta — tudo teria sido um engano. É impossível que Hashem  ou um anjo, sejam tentados como nós. A Bíblia diz que “Hashem não pode ser tentado pelo mal” [Tiago 1: 13]. 

No entanto acerca de Yeshua  a Bíblia nos diz: “…temos sumo sacerdote que… foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. [Hebreus 4: 15]. 

Em certa ocasião, quando Yeshua  estava a lutar contra a tentação, ele disse: “Não se faça a minha vontade, e sim a tua”. [Lucas 22: 42]. Evidentemente Yeshua  tinha uma vontade própria que tinha que ser dominada para que a vontade de D-us fosse feita. Se ele era um homem verdadeiro podemos entender esse versículo. Mas o versículo não tem qualquer sentido se Yeshua  na realidade era Elohim  ou um anjo em forma humana.

 Como Yeshua alcançou a perfeição? Yeshua  nunca foi imperfeito no primeiro sentido da frase. Não havia nada de mal nele. Ele nunca pecou. 

No entanto, o seu caráter tinha que se desenvolver gradualmente, como uma casa em construção, até que estivesse completo. Neste sentido, ele tinha que chegar a ser perfeito, como o demonstram as seguintes passagens bíblicas: “Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna”. [Hebreus 5: 8, 9].

 “Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles”. [Hebreus 2: 10]. Novamente é evidente que existe algo de errado com a idéia popular de que Yeshua  era um ser celestial vestido com um corpo humano. Podemos imaginar esse ser aprendendo a obediência através do que sofreu? Podemos conceber a idéia de um ser assim alcançando a perfeição através do sofrimento? Claro que não. Temos na escritura  a descrição de um homem verdadeiro adquirindo um caráter perfeito, passo a passo. 

Se Yeshua  fosse Adonay, ou mesmo um poderoso anjo, seria perfeito muito antes de vir ao mundo. Mas as coisas não foram assim. A Bíblia diz enfaticamente que Yeshua só alcançou a perfeição através dos seus sofrimentos na terra. A sua morte no madeiro. 
A morte de Yeshua apresenta um problema adicional para aqueles que mantêm os pontos de vista mais comuns acerca da sua natureza. Elohim  não pode morrer, diz a Bíblia (Daniel 12: 7; 1Timóteo 6: 16). 

O mesmo é certo a respeito dos anjos (Mateus 22: 30). Todos sabemos, no entanto, que Yeshua  morreu na Estaca. Há quem considere ter a resposta para este problema. Dizem que só o seu corpo morreu. O ser espiritual interior continuou a viver. Mas esta explicação não serve. A Bíblia diz que não foi só o corpo de Yeshua  que morreu, “…derramou a sua alma na morte” [Isaías 53: 12].

“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Mshyah morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras”. [1Coríntios 15: 3]. E mais ainda, a Bíblia mostra que Yeshua  temia a morte tanto como nós. 
A morte era uma pavorosa experiência para ele, assim como para nós. “Ele, Yeshua , nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade”. [Hebreus 5: 7]. 
Isto é também forte evidência de que Yeshua  não era nem o Eterno nem tampouco um anjo em forma humana. 

Poderia tal ser ter sofrido grande ansiedade ante a perspectiva de perder o seu corpo humano temporário? Sem dúvida alguma que só um homem verdadeiro, que estava a ponto de morrer na realidade, se sentiria como Yeshua  em relação à morte. 

Porque Yeshua  está à direita do Pai? Na atualidade Yeshua  está sentado à destra de Adonay (Salmo 110: 1, Hebreus 1: 13). Com estas palavras, e em varias outras formas, a Bíblia diz-nos quão grandioso é Yeshua . Ele é a pessoa mais importante de toda a criação, tirando Adonay — o Criador. Suponhamos agora que se faça a pergunta: Por quê? Por que é Yeshua  tão grandioso? Por que o Eterno lhe deu um lugar tão exaltado?

Os que acreditam que Yeshua  é Elohim, ou um anjo, têm uma resposta simples. Dizem que Yeshua  sempre foi grandioso, era um espírito grandioso no céu antes de vir à terra. Depois regressou ao lugar que lhe pertencia por direito. Regressou ao lugar exaltado de onde tinha vindo. Mas essa não é a resposta da Bíblia. A Bíblia diz que Yeshua se tornou grande depois da sua vida na terra. Diz que Yeshua  se fez grande porque o Eterno lhe deu essa grandeza. E diz-nos também que Adonay  lhe deu grandeza porque Yeshua  a mereceu por causa do que fez na terra. “Vemos, todavia… Yeshua , por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra” [Hebreus 2: 9]. “A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Adonay  o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome”. [Filipenses 2: 8, 9].

Esta é sem dúvida alguma, a prova final e conclusiva que Yeshua  é um homem verdadeiro. Um homem verdadeiro, mas no entanto um homem muito especial. É o único homem em toda a história que derrotou a tentação humana por completo. É por isso que agora está sentado à destra de Hashem.
As coisas desde o ponto de vista de Hashem
No início deste artigo, consideramos as palavras de Yeshua  “desci do céu”. Vimos também que este tipo de linguagem pode-se entender facilmente no sentido figurado e não literal. Agora podemos chegar a uma conclusão mais concreta. À luz de todos os ensinamentos claros que temos estudado, podemos estar seguros de que Yeshua  era um homem de verdade. 

Se isto é assim, a sua declaração de que desceu do shamaym  só pode ser tomada no sentido figurado.  Podemos ter certeza disto. Ele evidentemente queria dizer que a sua vida começou quando Adonay do céu fez com que na terra acontecesse um poderoso milagre com a sua mãe, Mirian. Este milagres tambem acontece  com todo  o homem, pois o nascimento e um  milagre Isto todavia deixa um certo número de versículos enigmáticos. Temos, por exemplo as palavras de João 17: 5 em que Yeshua se refere à “glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” e outras passagens bíblicas onde ocorrem expressões similares. Podem estas expressões estar em linguagem figurada? Certamente que podem estar em linguagem figurada. Mas para apreciar o significado destes ditos devemos fazer um esforço especial para ver as coisas desde o ponto de vista de Hashem.

Existem muitas diferenças entre Adonay  e nós. A diferença que nos ocupa neste momento é esta. Para nós o futuro é desconhecido, só podemos tentar adivinhar o que irá ocorrer amanhã. Mas Hashem conhece o futuro, para ele o amanhã é tão real como o presente para nós. É por isso que a profecia bíblica sempre se cumpre. Paulo comentou sobre isto em Romanos 4: 17.

Ele chamou a atenção para o fato de que Hashem disse a Abraão em (Bereshitr)Gênesis: “Por pai de muitas nações te constituí”. Há de se notar que diz “te constituí” e não “te constituirei”. Nessa época Abraão tinha um só filho. Mas quando o Eterno faz uma promessa, essa promessa é certa. Pode-se considerar como se já estivesse cumprida. Quando um homem faz uma promessa diz: “Farei isto ou aquilo”. Mas Hashem, através dos seus profetas, com freqüência diz acerca do futuro: “fiz tal e tal”, quando o que quer dizer é que sem dúvida o fará. Na segunda parte de Romanos 4: 17, Paulo tira a mesma lição e diz: “…e chama as coisas que não são como se já fossem”. Para Hashem  o futuro é real
Com um pouco de ajuda do Mensageiro saulo, estabelecemos um princípio importante. Para nós, só o passado e o presente são reais. O futuro está escondido de nossa vista. Mas Hashem é diferente. Ele pode ver o futuro perfeitamente. O futuro é tão real para Hashem como o presente o é para os homens. Hashem pode falar do futuro como se já tivesse acontecido. Existem muitas passagens na Bíblia onde  Hashem faz isto. A seguir temos três exemplos:

(1) “A mim me veio, pois, a palavra do ETERNO, dizendo: Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações”. [Jeremias 1: 4, 5]. Portanto, o Eterno conheceu Jeremias antes que Ele nascesse. Obviamente, esta linguagem é figurada. Não significa que na realidade Jeremias existia antes do seu nascimento. Significa que Hashem pode ver o futuro e ver Jeremias antes que nascesse. Por outras palavras, antes que Jeremias nascesse ele já existia na mente do Eterno.

(2) “Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Yeshua ha  mashyah, segundo o beneplácito de sua vontade”. [Efésios 1: 4, 5]. Não só Jeremias; Adonay  também conhecia os filhos de Israel [Jacó] antes que nascessem. Isto, também é linguagem figurada, baseado no conhecimento de Hashem do futuro. Na segunda frase desta passagem, Saulol[Paulo] mostra claramente o que queria dizer em linguagem literal: “segundo o beneplácito de sua vontade”.

(3) “Conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós”. [1Pedro 1: 20]. É interessante que a palavra “conhecido” nesta passagem no original grego significa “conhecido com antecipação”. Desta palavra chegou-nos ao português a palavra prognóstico.

Prognóstico é uma palavra associada em geral com a medicina. É um conhecimento antecipado de algo. Por exemplo, um médico pode dizer: “Este paciente tem câncer no estômago. O meu prognóstico é que continuará sangrando e possivelmente morrerá dentro de cerca de um mês”. Os médicos, sem dúvida cometem erros. Admitem que os seus prognósticos, assim como os prognósticos do tempo, com frequência estão errados. Adonay  é diferente. Ele certamente conhece as coisas com antecipação. O prognóstico de Hashem é completamente exato.

Um dos versículos citados anteriormente, então, nos diz que antes de criar o mundo o Eterno sabia tudo acerca de Yeshua. Isto é de esperar. Também em outras passagens que Yahu sabia tudo acerca dos filhos de Yisrael [Jacó]antes da criação do mundo. Jeremias, os Remanescentes de  Ysrael  e o adony Yeshua . Todos estavam já na mente e propósito de Hashem, desde o início do tempo. Portanto não é de surpreender que Yeshua  dissesse a seu Pai celestial: “E, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” [João 17: 5]. Agora pois sabemos o que ele queria dizer com estas palavras. 

O Eterno o grande planificador
Quando o homem se propõe a fazer algo importante, começa com o desenvolvimento de um plano. Antes de lançar um ataque o comandante de um exército prepara um plano de batalha e revela-o aos seus generais. Antes que se construa um edifício importante, um arquiteto tem que fazer os planos. Os planos dos homens com frequência não se levam a cabo. O inimigo pode realizar um movimento de surpresa que torne impossível que os generais comecem o ataque. O edifício pode tornar-se demasiadamente caro e os planos do arquiteto têm que ser abandonados. Mas nada pode prevenir que Hashem realize o seu plano para com o mundo. Como já vimos, fala do seu plano como se já estivesse  consumado, ainda antes de o por em prática. O  Torah  tem um nome para o plano do Eterno. Que é denominado por: a sabedoria do Eterno. Um dicionário bíblico descreve a sabedoria no  Tanah como “o irresistível cumprimento do que Hashem  tem em mente”. Essa é uma boa definição. Encaixa-se perfeitamente com a seguinte passagem do Tanah: “Não clama, porventura, a Sabedoria, e o Entendimento não faz ouvir a sua voz?… junto às portas, à entrada da cidade, à entrada das portas está gritando:…

 O ETERNO me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo da terra”. [Provérbios 8: 1, 23]. Por outras palavras, antes que D-us começasse a sua obra com este mundo ele tinha o seu plano — a sabedoria, como os judeus a denominavam.

Os gregos — que acreditavam em muitos deuses, mas não no Eterno  da Bíblia — davam a este plano um nome diferente: logos, que se traduz como “Verbo” ou “Palavra”. O mesmo dicionário bíblico descreve “logos” como “o plano de Hashem e o poder criativo do Eterno”.
Isto é muito útil, já que nos ajuda a compreender o primeiro capítulo das boas novas deYohananm [João]. Yohanan parece ter combinado a idéia grega da Palavra do Eterno com a idéia judaica da sabedoria de Hashem. As Boas novas  de Yohanan começa assim: “No princípio era o Verbo”.

Existe muita gente que não consegue entender o sentido desta passagem. Outros acreditam que podem entendê-la mas chegam a uma conclusão errada, já que consideram que o Verbo é um ser vivente ao lado de Hashem,. As palavras Verbo e Palavra têm diferentes gêneros, uma é masculina e a outra é feminina. No original em grego a palavra “logos” é neutra.
Se pensamos no Plano em vez de Verbo (ou Palavra), isto é o que tiramos de João 1: “No princípio já existia o Plano, e o Plano era com D-us, e o Plano era D-us. Este era no Princípio com D-us. Todas as coisas pelo Plano foram feitas, e sem o Plano nada do que tinha sido feito, foi feito. No Plano estava a vida, e a vida era luz dos homens… E aquele Plano tornou-se carne, e habitou entre nós (e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai), cheio de Resed [Graça] e de verdade”. Yochanan 1;1,2,14.[João 1: 1, 2, 14].

Estas palavras de Yohanan resumem o ensino bíblico de forma especial. Yeshua existia no céu desde o princípio mas não como pessoa. Ele existia como uma grande idéia na mente do Soberano, como parte central do plano do Eterno. Ele não existiu como pessoa até que nasceu em Belém. Então, comoYohanan  diz: o plano tornou-se carne (ou seja, nasceu). A honra que é devida a Yeshua.

Agora que já vimos o que a Bíblia realmente ensina acerca de Yeshua  podemos começar a dar-lhe honra, como talvez não o fazíamos antes. Porque isto assim se torna evidente se reconsiderarmos o que temos proposto.
Vimos que existem dois tipos de linguagem na Bíblia. Existe a linguagem literal, que significa exatamente o que diz. E existe a linguagem figurada, que tem um significado mais profundo do que parece à primeira vista.

 Quando Yeshua  disse que tinha descido do céu ele nunca tinha estado pessoalmente no céu. As suas palavras não podiam ser literais por isso tinham que ter um significado figurado. Já que Hashem sabe tudo ele pode ver o futuro. Quando Hashem todo-poderoso decide fazer algo já se pode considerar como feito. Antes que criasse o mundo Deus fez um plano. Yeshua  foi o início desse plano, e a parte mais importante dele. Os seguidores de Yeshua  também formam parte desse plano. As Escrituras referem-se tanto a eles como ao seu Senhor como se existissem antes da criação do mundo. Claro que nem Yeshua nem os seus seguidores estavam vivos nessa altura. Só existiam na mente de Hashem como parte do seu plano. Neste sentido figurado todos eles estavam no céu desde o princípio da criação.

 Mas a vida real de Yeshua só começou quando nasceu em Belém. Sua concepção foi um milagre. Yosef foi o seu Pai, e Miriam, uma almah( jovem mulher), foi sua mãe. Ela foi verdadeiramente a sua mãe, e Yeshua foi tanto filho verdadeiro dela como o era de Yosef. Devido a isto  Yeshua  foi um homem de verdade. Isto significa que sofreu as mesmas tentações de pecar como qualquer outra pessoa. Mas ele conquistou a vitória sobre a tentação de forma absoluta. Ele levou uma vida livre de pecado, e desenvolveu um caráter perfeito. Como recompensa por isto, Hashem o ressuscitou de entre os mortos e tornou-o a pessoa mais importante do universo, depois de si mesmo. Se Hashem agradou-se de dar tal honra a yeshua , nós também devemos honrá-lo pelas mesmas razões. Devemos estar na capacidade de dirigir a nossa vista para o céu e dizer ao Eterno : Pai celestial, Yeshua  teve que lutar contra a tentação, o mesmo que eu tenho que fazer. Ele sabe como me sinto. Mas ele ganhou todas as batalhas que teve contra a tentação, enquanto que eu com frequência as perco.

Shalom Alechem Chaverim

Por: Yochanan Ben Yaakov 
Página Restaurando as Raízes Hebraicas da Fé, no Facebook.

domingo, 23 de agosto de 2020

Comentários de Eusebio de Cesarea sobre epistolas

 Eusebio de Cesarea, em seu livro História Eclesiástica, diz que em sua época se discutia a repeito da autoria da chamada segunda epístola de Pedro, pois tinha-se dúvida se ele tinha mesmo escrito essa segunda carta. Também se tinha questionamentos a respeito sobre autoria das segunda e terceira João, bem como o Apocalipse, pois em Éfeso, cidade em que viveu o apóstolo João durante muito tempo ao final de sua vida, também havia outro João, e esse era presbítero.

Qual meu objetivo em mostrar isso? Você vê algum professor de EBD ou revista de EBD comentar algo sobre isso?
Claro que meu objetivo não é fazer vocês desacreditarem nesses textos, até porque o próprio Eusébio diz que eles tem um valor de instrução. E eu creio que se eles estão conosco foi porque o Eterno permitiu. Meu objetivo é mostrar que por mais que você bata no peito com orgulho dizendo que é protestante, evangélico, pentecostal ou neo pentecostal, no fim das contas você é seguidor da igreja católica.
O cristianismo em todas as facetas que se vê atualmente vem da igreja de Roma, quer você goste ou não. E para descobrir isso, basta ler a história e a própria bíblia. Na bíblia não vemos muito do que existe na religião cristã, e na história encontramos tudo o que existe nessa religião.
A bíblia com os 66 livros que usamos foi montada pelo cristianismo romano. Eusebio deixa isso bem claro, além do que vemos na própria história dos concílios ecumênicos da igreja católica. Esse autor também atesta que os livros que eram tidos como sagrados na época dos apóstolos, que eram todos judeus, era a torá (os 5 primeiros), os profetas e os escritos (os livros poéticos). E disso Flávio Josefo também dá testemunho.
Sobre a autoria das 2 e 3 carta de João e o Apocalipse, veja o que diz um comentário de rodapé da Apostila de História da Igreja do Centro Avançado de Teologia Ensinando de Sião - CATES..
Há que se destacar aqui a existência de uma controvérsia sobre o verdadeiro autor do Apocalipse, mas uma tradição representada por Justino e amplamente difundida no século II Irineu de Lyon, Clemente de Alexandria, Tertuliano, o Cânone Muratori, identifica o autor como sendo o apóstolo João, o autor do quarto
evangelho. Mas até o século V as igrejas da Síria, Capadócia e mesmo da palestina não pareciam ter incluído o apocalipse no cânon das escrituras, prova de que não o consideraram como obra do apóstolo. Apresenta inegável parentesco com os escritos joaninos, mas também se distingue claramente deles por sua linguagem, seu estilo e por seus pontos de vista teológicos – referentes, sobretudo à parúsia de Cristo –, comentário de introdução ao apocalipse na Bíblia de Jerusalém.
E conforme mencionei no post anterior, o objetivo é despertar para a verdade, além do que a mera religião ensina. Busque a verdade nas Escrituras, na cultura do povo da bíblia e na história. Os ensinos constantes nos referidos livros bíblicos, conforme mencionei anteriormente, estão em concordância com o que, na época era considerado Escrituras Sagradas, a saber, o que se conhece hoje como antigo Testamento.
Sendo assim, meu objetivo é apenas que você abra seus olhos e se preocupe menos em seguir uma religião, frequentar uma igreja, e mais em estudar as Escrituras em seu contexto original e procurar agradar ao Eterno, obedecendo seus mandamentos e fazendo sua vontade revelada na torá, pois foi isso que Yeshua, os apóstolos e os antigos profetas fizeram. Recomendo a você que está lendo esse post que busque sempre a verdade, não fique apenas recebendo o que vem dos púlpitos sem verificar. Aprenda por si mesmo, pois o Profeta Oséias já mencionava, que o povo perece por falta de conhecimento. Esse conhecimento que ele se refere é das Escrituras.

Restauração já!

sábado, 15 de agosto de 2020

Estudo da Parashá Reê (Observe ou veja)

 

Estudos da Torá


Parashá nº 47 – Reê (Observe ou veja)

Devarim/Deuteronômio Dt 11:26-16:17

Haftará (Separação) Is 54:11-55:5; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 7:1-8:59; 10:9-10.


1 - INTRODUÇÃO

Desde o início do Sefer Devarim (Livro de Devarim) percebemos Moshê (Moisés) relembrar as histórias vividas pelo povo no deserto, bem como todas as leis, estatutos e mandamentos que o Eterno deu em todo o tempo vivido no deserto até aquele momento.

Na parashá (porção) desta semana temos a oportunidade de ver uma série de instruções dadas ao povo para que fossem vividas, e assim pudessem demonstrar através de suas vidas, que eram o povo de Adonay. Vejamos abaixo, um pequeno resumo antes de entrarmos no estudo.

Nessa porção Moshê continua a exortar o povo a seguir os caminhos da Torá, e a confiar em D’us, declarando que seriam abençoados se cumprissem a Torá, e amaldiçoado se não o fizer.

Ele começa então uma longa revisão de várias mitsvot, compreendendo a maior parte do livro de Devarim. Primeiro discute alguns dos mandamentos que são relevantes à iminente conquista da Terra de Israel pelo povo, conclamando-os novamente a remover qualquer vestígio de idolatria. Após ensinar-lhes certos detalhes sobre a oferenda e o consumo de corbanot (sacrifícios), a Torá ordena que o povo do Eterno se abstenha de imitar as nações que os circundam. A eles é dito que permaneçam atentos aos falsos profetas e outras pessoas que poderiam afastá-los de D’us, e ensinar-lhes as leis das cidades cananéias que tornaram-se tão corruptas, que a maioria de seus cidadãos sucumbiu à idolatria, recebendo por isso a pena de morte.

A Torá faz uma revisão sobre quais animais são casher (puros), permitidos para consumo, e quais não o são, seguida pelas leis de ma’aser sheni (o segundo "dízimo"), que é consumido por seus proprietários, mas apenas na cidade de Jerusalém.

Após ordenar que todas as dívidas sejam canceladas ao final de cada sétimo ano (Shemitah), e que devemos ser calorosos e caridosos com nossos irmãos, a Torá repete as leis relativas ao servo. Ele deve ser libertado incondicionalmente no

sétimo ano e coberto de presentes generosos por seu antigo amo.

A Parashá Reê conclui com uma breve descrição das três festas de peregrinação – Pêssach, Shavuot e Sucot – quando todos deveriam ir a Jerusalém e ao Templo com oferendas, para celebrar sua prosperidade.

Que o Eterno nos dê graça de aprendermos com mais esta porção da santa Torá e de toda a Escritura, e acima de tudo, colocarmos em prática o que aprendermos aqui.


2 - ESTUDO DO TEXTO

O significado do nome da porção

A porção dessa semana é introduzida pela palavra “רְאֵה - Re’eh ou Reê”, que significa “observa” ou “veja”. Ela é tão profunda quanto a palavra “shemá” que fala de ouvir e obedecer. Perceba que esta palavra está em modo imperativo, demonstrando pra nós a importância de obedecer o que seria dito. Ela tem relação com uma percepção mais profunda, uma visão interior, com os “olhos” do coração. Veja o texto de Devarim (Dt) 11:26-28:


Observa(reê) que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.”


Podemos perceber que Moshê continua sua exortação ao povo para que sigam o caminho da Torá, e confiem no Eterno. Por isso, disse antes, que ela trás uma relação mais profunda, pois para que se possa exercer emunah (confiança, firmeza, fé) é necessário que o homem olhe para dentro de si, note sua incapacidade, e tenha certeza que precisa confiar no seu criador.

A escolha que podemos e devemos fazer

“...hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos de YHWH, vosso Elohim,...”(Dt 11:26-28)


Moshê coloca os mandamentos e instruções do Eterno em perspectiva, apontando a benção como consequência da obediência, e a maldição caso não as obedeçam. Com isso, vemos Adonai apresentando, por meio de seu servo, duas opções para o homem, a fim de que ele tenha a oportunidade de escolher. O que nos mostra que o Criador permitiu ao homem usufruir do livre arbítrio, ou seja, poder de escolha. Ele pode escolher viver desligado ou ligado ao Eterno. Por isso, essa parashá inicia com a palavra “Reê” ou seja, “observa”. O que temos que observar é as opções que nos são colocadas à frente, e tomar a decisão correta. Se o homem tivesse sido criado sem o poder de escolha seria um autômato, como uma máquina, porém, cada um de nós temos o poder ou a liberdade de escolher. Ninguém é obrigado a obedecer ou a pecar (desobedecer), porque o Eterno nos criou para sermos pessoas que podem escolher servi-lo de livre e espontânea vontade. E penso, que na verdade, esse é seu maior desejo.


O homem pode optar pelo caminho da transgressão, do pecado, no entanto essa liberdade não o isenta da responsabilidade e das consequências de suas escolhas.


Os Montes Gerizim e Eival e a paciência do Eterno

Quando, porém, YHWH, teu Elohim, te introduzir na terra a que vais para possuí-la, então, pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim e a maldição sobre o monte Eival.” (Devarim11:29)


Segundo o site “Shema Ysrael.com”, os montes Gerizim e Eival serviriam como referenciais para o pronunciamento das bênçãos e maldições para que o próprio povo escolhesse o caminho por onde deveriam seguir.


É importante destacar que não podemos atribuir a benção ou a maldição à montanha, mas entender que foi uma forma de ilustrar as duas realidades.


As bençãos eram pronunciadas por aqueles que estavam no monte Gerizim, enquanto as maldições pelas pessoas que estavam no monte Eival.


Segundo o site “Emunah a fé dos santos.com”, os rabinos discutem se realmente se pode falar de uma montanha de maldição e outra de bênção. E diz também, que segundo Rashí, isso se refere ao fato da bênção e da maldição serem anunciadas sobre estes dois montes respectivamente. Nachmánides, escreve que a bênção e a maldição não estão ligados a uma montanha específica.


Assim, perceba uma coisa, o povo tinha que pronunciar a bênção numa montanha e a maldição em outro. O monte Eival, onde se pronunciaram as maldições, era mais alto que monte Gerizim. Isso é uma relação interessante, pois o fato de que o topo do monte, representa juízo sobre a pessoa a qual cai a maldição. Ou seja, a maldição é aplicada após uma jornada mais longa do que a jornada que se percorre para subir o monte Gerizim. Isso quer dizer que, possivelmente, essa relação demonstra que o Eterno espera até ao último momento para que o ímpio se arrependa. O Eterno dá-lhe o máximo de tempo possível para que possa vir a se arrepender, mas se isso não ocorrer, ao final de sua jornada, a maldição ou juízo recairá sobre ele.


Dessa forma, o mencionado site nos diz que, existe uma forma simples de entender a “montanha”, visto que a bênção e a maldição, são ambas metas de dois percursos diferentes; uma caminhada, uma subida pela montanha, que representa uma conduta de vida santa, ou uma conduta de transgressão. Ainda segundo o site, no final dessa caminhada, a pessoa alcançará a bênção, ou a maldição, consoante a escolha que fez como padrão de vida, uma vida pautada pela santificação, ou pelo pecado.


O estudo da porção “Reê” ou “ver” implica em compreender não só o aspecto da escolha, mas o que está revelado, o caminho correto para a vida, assim também, como crer e ter consciência de que, esta bem-aventurança procede de Deus.


Outra implicação, é que consiste ainda, em considerar as consequências desastrosas, conforme já mencionamos, da desobediência, como também as recompensas que o cumprimento dos mandamentos proporcionam, para que através delas o homem possa ter uma vida plena e abundante e servir melhor ao Eterno.


Yeshua fala sobre estes dois caminhos, da obediência e da rebeldia e suas consequências “Eu sou a porta, se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância;” (Yochanan/João 10:9-10). O site britolam.com.br no estudo dessa parashá diz que, estes são como dois caminhos alegóricos que se localizam no meio exterior, ao longo de toda a extensão da vida humana, onde obrigatoriamente se escolhe uma opção em detrimento da outra em meio a constante luta interior, na submissão do ser à vontade Divina.


Em nossas vidas muitas destas opções que surgem diariamente, são de fácil escolha, ou seja, podemos prever suas consequências benéficas ou maléficas com muita clareza e evidência, sem haver uma tensão, um conflito interno, pois trata-se de uma escolha que condiz com o nosso caráter ou com nossa visão de mundo, como por exemplo, a escolha entre roubar ou não roubar. Contudo algumas escolhas não são tão simples assim, e dessa forma exigem certo discernimento espiritual para saber qual é o caminho certo a seguir, a fim de estar de acordo com a justiça de D’us. Isto portanto, requer o conhecimento das Escrituras, como também um relacionamento mais íntimo com o Eterno, com o exercício das disciplinas espirituais que consta na santidade, na adoração e tefilá (oração), no estudo da Torah, e comunhão constante com o povo de D’us.


Com tudo isso, essa porção compreende em retornar à pureza da essência da Torá rompendo com as más tradições que impedem a percepção e o entendimento da vontade Divina expressa nas Escrituras. Veja Marcos 7:9.


E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.”


Retorno à Torá

Depois de alguns assuntos já mencionados aqui, torna-se importante nesse momento, repararmos mais uma vez os primeiros versos da parashá Êkev, que estudamos semana passada, pois trás um princípio importante para todo aquele que serve ao Eterno, principalmente na atualidade. A aliança que HaShem fez com os antepassados é mantida mediante a observância das regras, estatutos que foram entregues. Repare no texto:


Pelo fato de vocês ouvirem essas regras, e continuarem a cumprí-las, Adonai, seu Deus, manterá com vocês a aliança e misericórdia juradas por ele a seus antepassados.” (Devarim 7:12 - Bíblia Judaica Completa)


Repare que a parashá passada Ekev e a Reê, que estamos estudando, estão ligadas pelo mesmo princípio. Assim, é muito importante e urgente que retornemos a observação das prescrições da Torá, considerando que a Palavra de Deus é imutável, e nos garante tomar a opção certa, não para entrada na Aliança, que é concedida pela graça Divina mediante o sacrifício de Yeshua HaMashiach, conforme vimos no estudo passado, mas para permanecer nela, em santidade constante, como o próprio Yeshua disse em Mt 5:18-19.


Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.”


Com estes versos e com o que dissemos acima percebemos a importância que Yeshua deu ao cumprimento da Torá, e isso corrobora com o que a própria parashá nos aponta como instrução.


E sobre a importância do cumprimento da Torá, no estudo da parashá Reê do site “britolam.com.br”, encontrei algo muito interessante. Eles afirmam que a importância do cumprimento da Torá se dá em quatro níveis de obediência. Assim, vejamos cada um deles:


- O primeiro nível é a obediência plena alicerçada no amor a D’us e ao próximo. Este nível implica em um estado de subordinação onde a pessoa cumpre a mitsvá (mandamento), pois tem ciência da autoridade e majestade de HaShem e na sua obrigação de executar a Sua vontade. Desta forma, sua submissão se dá ao fato dele aceitar o jugo do Eterno, independente de sua compreensão ou apreciação de ação.


- O segundo nível está mais elevado que o anterior e consta na obediência da mitsvá tendo não somente o zelo e respeito pela autoridade Divina, mas também existe a apreciação intelectual e o envolvimento emocional com a mitsvá, bem como a compreensão das implicações ocasionadas pela observância destas mitsvot (mandamentos). Portanto, mesmo nos Chukim, os mandamentos que não sabemos plenamente seu pleno significado, estes são cumpridos com grande estima e prazer, mesmo diante da ausência da compreensão e razão.


- O terceiro nível de obediência é o nível da visão, que se refere a mensagem da Parashá. Este é o nível do discernimento espiritual que é concedido como dádiva Divina. Este consiste em não apenas ter submissão e zelo pela Palavra, entendimento e prazer no cumprimento, mas também, valendo-se da habilidade de percepção transcendental, abrangendo não somente os aspectos e consequências físicas, mas também os significados e inferências espirituais. Neste estágio o indivíduo requer maior aproximação da luz Divina, a fim de que possa alcançar maior contato e experiências sobrenaturais com as obras do Eterno.


- O quarto nível, o mais elevado, onde o cumprimento das mitsvot implica na soma de todos os níveis anteriores. Este reflete no amor que contém a entrega total, o se deixar gastar pela Obra de D’us na terra, se envolvendo totalmente com a causa do Reino de D’us por puro amor ao Eterno e as Escrituras. Esta entrega pode chegar ao seu extremo, mesmo diante do que lhe é mais precioso, a própria vida, no ato do kidush HaShem, a santificação do Nome no martírio, que muitos achim(irmãos) sofreram ao longo da história e isso expressa a maior dimensão do amor e obediência a D’us. Portanto, o maior alcance do amor é o auto sacrifício que não poupa nem a própria vida, para que o Nome de HaShem seja honrado e conhecido, esta é a prova extrema da fé.


Vemos prova que essa expressão de amor é divina, quando observamos o amor do Eterno ao entregar seu filho unigênito em resgate da humanidade. Também podemos notar Yeshua nos seus momentos finais no Getsemani nos ensinando com seu ato desprendido e supremo que devemos nos submeter à vontade de HaShem, quanto ao cumprimento de seus propósitos a fim de sermos instrumentos de sua justiça.


Dessa forma, amar a D’us compreende justamente o que essa parashá em toda a sua extensão nos ensina, ou seja, cumprir a Torá, pois é sua bendita vontade.


Conforme disse acima, Yeshua se submeteu a vontade divina em se entregar como corban (sacrifício) ao Eterno, cumprindo a determinação do Pai para que o homem fosse redimido. Veja o que diz Jo 15:9-14:


Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa. O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.


Não devemos comer animais imundos

Nesta parashá também é tratado a respeito de quais animais podemos considerar alimento. Observe o texto abaixo:


Não comam nada que for abominável. Estes são os animais que comereis: o boi, a ovelha, e a cabra. O veado e a corça, e o búfalo, e a cabra montês, e o texugo, e a camurça, e o gamo. Todo o animal que tem unhas fendidas, divididas em duas, que rumina, entre os animais, aquilo comereis” (Dt 14:3-6)

Aqui, o Eterno através de Moshê, repete o que é considerado comida, a fim de que seu povo se alimente. As carnes desses animais poderiam se consumidas de acordo com as demais especificações da Torá que envolvem dentre outras coisas, a forma correta de matá-los.


Disse acima que era uma repetição porque em Vaycrá/Levítico 11 a Torá apresenta esse assunto com tanta clareza quanto aqui. E nesses termos, assim como há animais que são considerados alimentos, há também animais que não são considerados alimentos, pois são imundos. Veja o texto abaixo:


Porém estes não comereis, dos que somente ruminam, ou que têm a unha fendida: o camelo, e a lebre, e o coelho, porque ruminam mas não têm a unha fendida; imundos vos serão. Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será; não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres” (Dt 14:7-8).


Da mesma forma, em relação aos peixes, a Torá nos instrui o seguinte: : “Isto comereis de tudo o que há nas águas; tudo o que tem barbatanas e escamas comereis. Mas tudo o que não tiver barbatanas nem escamas não o comereis; imundo vos será” (Dt 14:9-10). E é importante destacar, que em relação a isso em Lv 11, há mais especificidade, pois fala de “...todas as pequenas criaturas aquáticas...”(Lv 11:10).


Também fala a respeito das aves, e diz o seguinte:“Toda a ave limpa comereis. Porém estas são as que não comereis: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango, e o abutre, e o falcão, e o milhafre, segundo a sua espécie. E todo o corvo, segundo a sua espécie. E o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gavião, segundo a sua espécie. E o bufo, e a coruja, e a gralha, e o cisne, e o pelicano, e o corvo marinho, e a cegonha, e a garça, segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego. Também todo o inseto que voa, vos será imundo; não se comerá. Toda a ave limpa comereis” (Dt 14:11-20).


A Torá nos dá instruções que são corretas para nós a respeito do que comemos, e isso implica com a nossa santidade enquanto povo do Eterno. Quando comemos algo imundo, internalizamos o que é imundo, e consequentemente nos tornamos imundos, enquanto aquilo estiver em nosso ventre. Por isso além do fato de transgredirmos o mandamento, e ficarmos em estado de pecado, também nos tornamos inaptos a estar diante do eterno, por estarmos impuros. Podemos observar, como princípio, em relação ao comer coisa indevida e seus resultados, o que o Rav. Sha’ul (Apóstolo Paulo) diz em 1Co 10:14-22. Claro que o contexto ali é idolatria e comida sacrificada, mas ao comer coisa sacrificada o indivíduo também comete pecado, e faz parte da idolatria pelo que passou o animal oferecido, e consequentemente, fica inapto para servir ao Eterno, por isso o princípio é o mesmo. Devemos nos lembrar que Ele é Santo, por isso, devemos ser santos também, caso contrário não poderemos serví-lo.

3 - CONCLUSÃO

Concluindo nosso pequeno estudo, podemos aprender com a porção “observa” ou “vede” que o Eterno nos dá a liberdade de escolha sobre qual caminho seguir. E devemos ter em mente onde esse caminho nos levará, ou qual será as consequências dele. Adonai coloca para escolhermos o caminho da obediência, cuja consequência são as bençãos, e também coloca o caminho da desobediência, cuja consequência são as maldições ou juízos advindos da desobediência. Devemos saber escolher, pois quando se entra pelo caminho da desobediência, da transgressão, mesmo que depois nos arrependamos e sejamos perdoados, e retornemos para o caminho da obediência, algumas consequências de nossas escolhas erradas nos acompanharão por muitos anos em nossas vidas. Então, como diz o texto: “Cuidem de seguir todas as leis e regras que ponho hoje diante de vocês.” Dt 11:32.


Essa porção traz muito mais instruções, as quais devemos estar atentos, e com o tempo, e em próximas oportunidades poderemos abordar.


Bibliografia:


- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- Bíblia Hebraica. Editora Sefer.

- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/parasha_47-_re.pdf

- https://www.britolam.com.br/parashat-ree

- https://www.shemaysrael.com/parasha-reeh/

- pt.chabad.org

- cip.org.br/regras-rituais-e-morais/

- https://www.cjb.org.br/malhut/ree.htm



Por: Pr. Marcelo Santos da Silva