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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Você sabe o que é a Aposta de Pascal?


Certa vez, eu estava no meu Facebook e um ateu resolveu me cutucar. Aliás, a história de como eu tenho esse ateu no meu grupo de amigos daquela rede social é muito engraçada, mas não vem ao caso agora. Então, voltando, ele veio e fez um comentário em uma postagem feita por mim, que prontamente eu respondi com toda boa vontade. Sendo que, logo, ele passou a me pressionar com todas aquelas argumentações a respeito da inexistência de Deus e de como os cristãos são tolos de acreditarem da Bíblia, em resumo, como gostam de fazer todos os ateus. E conversa vai, conversa vem, ele chama um amigo seu pra participar da conversa, que também era ateu, e em um desses momentos, eu disse o seguinte: “...Sabe, pense no seguinte, se você estiver certo e Deus não existir, então eu não terei perdido muita coisa, apenas terei deixado de curtir as coisas dessa vida. Porém se eu estiver certo e Ele existir, você terá perdido muita coisa, terá perdido a oportunidade de viver uma eternidade com o Senhor...” Então ele respondeu, vocês crentes são todos iguais, sempre se utilizam de respostas prontas, não sabem pensar por si mesmos. E eu respondi, que não, esse era realmente meu pensamento, mas ele disse que isso era a aposta de Pascal. A conversa prosseguiu, mas quando ele viu que eu era meio duro na queda, acabou desistindo. E eu por minha vez fiquei com aquilo na cabeça, e agora fiz uma pesquisa sobre o assunto e resolvi postar aqui.

A Aposta de Pascal é uma proposta argumentativa de filosofia apologética criada pelo filósofo, matemático e físico francês do século XVII Blaise Pascal. Ela postula que há mais a ser ganho pela suposição da existência de Deus do que pelo ateísmo, e que uma pessoa racional deveria pautar sua existência como se Deus existisse, mesmo que a veracidade da questão não possa ser conhecida de fato.
Pascal formulou a questão em um contexto cristão, e foi publicado na seção 233 do seu livro póstumo "Pensées" (Pensamentos). Historicamente, foi um trabalho pioneiro no campo da teoria das probabilidades, marcou o primeiro uso formal da teoria da decisão, e antecipou filosofias futuras como existencialismo, pragmatismo e voluntarismo.1

A aposta
Este argumento tem o formato que se segue:2
  • se você acredita em Deus e estiver certo, você terá um ganho infinito;
  • se você acredita em Deus e estiver errado, você terá uma perda finita;
  • se você não acredita em Deus e estiver certo, você terá um ganho finito;
  • se você não acredita em Deus e estiver errado, você terá uma perda infinita.
Incapacidade de acreditar
Pascal referenciou a dificuldade da razão posta para a crença genuína propondo que "agir como se acreditar" pudesse "curar da descrença":

Mas ao menos reconheça sua incapacidade de acreditar, já que a razão te trouxe a isto, e você não consegue acreditar. Esforce-se para convencer a si mesmo, não através de mais provas de Deus, mas pela redução de suas paixões. Você gostaria de ter fé, mas não sabe o caminho; você quer se curar da descrença, e pede um remédio para isto. Aprenda com aqueles que estiveram presos como você, e que agora apostam todas as suas posses. Existem pessoas que sabem o caminho que você vai seguir, e que se curaram de todas as doenças que você ainda será curado. Siga o caminho através do qual começamos; agindo como se acreditasse, recebendo a água benta, assistindo missas, etc. Até mesmo isto vai te fazer acreditar naturalmente, e acabar com sua resistência.
Pensées Secão III nota 233, página 402 , Tradução por Rafael S. T. Vieira

Pascal propõe que se siga um caminho que ele próprio já teria passado, e que é possível se ter autêntica com o exercício da mesma.

Análise através da teoria da decisão
As possibilidades definidas pela aposta de Pascal podem ser pensadas como uma escolha em indecisão com os valores da matriz de decisão seguinte:


Deus existe (G)
Deus não existe (~G)
Acreditar (B)
+∞ (ganho infinito)
-1 (perda finita -- 1 vida)
Não acreditar (~B)
−∞ (perda infinita)
+1 (ganho finito -- 1 vida)

Assumindo estes valores, a opção de viver como se Deus existisse (B) domina a opção de viver como se Deus não existisse (~B), enquanto alguém assumir a probabilidade positiva de que Deus exista. Em outras palavras, o valor esperado de se escolher B é maior ou igual àquele de escolher ~B. A perspectiva do ganho infinito é suficiente para Pascal fazer seu ponto, como ele afirma:

...Mas existe aqui uma infinidade em uma vida infinitamente feliz a se ganhar, uma chance de ganho contra um número finito de chances de perda, e aquilo que você aposta é finito. Tudo é dividido; aonde quer que esteja o infinito, não existe um número infinito de chances de perda contra a chance de ganho, não há tempo para hesitar, você deve apostar tudo.
Pensées Secão III nota 233, página 392 , Tradução por Rafael S. T. Vieira

De fato, de acordo com teoria da decisão, o único valor que importa na matriz acima é o +∞ (infinito não negativo). Qualquer matriz do seguinte tipo (em que f1, f2, and f3 são todos números finitos positivos ou negativos) resultam em (B) ser a única escolha racional.1 . Jeff Jordan argumenta que a aposta também pode ser reescrita como uma tabela de decisão sem considerar os valores infinitos,3 e segundo Edward McClenen existem, na verdade, 4 versões diferentes para o argumento em Pensées3 .


Deus existe (G)
Deus não existe (~G)
Crença (B)
+∞
f1
Descrença (~B)
f2
f3

Crítica
Existem tanto autores que defendam o argumento de Pascal e considerem-no um argumento válido4 3 5 , como existem autores que consideram-no inválido1 . Alguns dos argumentos mais comuns usados contra a aposta de Pascal são:

Argumento do Apelo ao Medo
Alguns documentos na internet argumentam que é uma falácia do tipo Argumentum ad metum (ou Argumento pelo/do medo), uma vez que ela afirma que ao não se acreditar no Deus cristão, a perda infinita implicaria ser severamente punido após a morte.6 Embora popular na internet, o argumento é sem fundamento, pois Pascal prevê que a decisão pela crença em Deus seja uma escolha baseada em chances e não motivada pelo medo. O argumento de Pascal não tem como objetivo provar que Deus existe ou não, mas convencer o descrente que é uma escolha razoável apostar na sua existência. De fato, o uso do argumento do Apelo ao Medo por críticos apenas reforça a aposta de Pascal, já que este afirma em Pensées:

Os homens desprezam a religião; eles a odeiam, e temem que ela seja verdade. Para remediar isto, nós devemos começar por mostrar que a religião não é contrária a razão; que é venerável, para inspirar respeito a ela; então devemos torná-la amável, para fazer com que bons homens esperem que seja verdade. Finalmente, devemos provar que é verdade.
Pensées Secão III nota 187 página 312 , Tradução por Rafael S. T. Vieira

Segundo Jeff Jordan7 todo o argumento de Pascal se estrutura na forma de uma aposta, uma decisão tomada em um momento de indecisão. Ainda segundo ele, Pascal assumia que uma pessoa, apenas pela virtude de estar neste mundo, está em uma situação de aposta, e esta aposta envolve sua vida sobre a existência ou não de Deus em um mundo em que Deus pode existir ou não.

Argumento do Custo
Outro argumento popular na internet contra o argumento de Pascal, é do Custo. A aposta tentaria nos levar a acreditar em Deus, com o pressuposto que isto é muito vantajoso você estando certo e insignificante se estiver errado. E o preço a pagar por crer não é insignificante, pois a pessoa pode precisar seguir lideres religiosos, seguir dogmas e tradições, e contribuir financeiramente para manter a religião. E mesmo que uma pessoa não tenha religião, mas mantenha fé na existência de algum deus, esta fé poderá ter consequências. Pode ser citado como exemplo o caso de Steve Jobs, que era zen-budista e acreditava na ideia do pensamento mágico, e por isso, segundo seu biógrafo,8 tomou uma decisão errada em relação ao tratamento do seu câncer que levou a sua morte.9 (contudo, exite quem afirme que muitos boatos foram criados sobre sua morte, e que ele recebia tratamento para sua doença10 ).

O custo, contudo, de viver-se acreditando em Deus já é considerado na aposta, pois o objeto de aposta é a sua vida. Quando Pascal fala em custo zero em sua aposta, ele se refere ao custo referente a felicidade (entre outros custos específicos que ele cita e lida) na nota 233: "E quanto a sua felicidade? Vamos pesar o ganho e perca em apostar que Deus existe. Vamos estimar essas possibilidades. Se você ganhar, você ganha tudo; se perder, você não perde nada" E ao final de seu discurso na nota 233 ainda afirma:

-Agora, que danos podem cair sobre você ao escolher seu lado?...eu argumentaria que você irá ganhar nesta vida, e que cada passo nesta estrada, você terá cada vez mais certeza do ganho, e muito mais ainda do vazio do que você aposta, que você irá ao menos reconhecer que você apostou por algo certo e infinito, pelo qual você não precisou entregar nada.
Pensées Secão III nota 233, página 40, Tradução por Rafael S. T. Vieira

Pode-ser perceber que em sua aposta, supõe-se que o ganho infinito de apostar em Deus supera qualquer custo que possa existir em vida. Pascal ainda argumenta que quanto mais se dedica-se a crer em Deus, menos você enxerga valor nos objetos do mundo que são passageiros e portanto o custo se torna insignificante.

Argumento dos Vários Deuses
Um dos argumentos usados contra Pascal é a objeção dos Vários Deuses, e implica que o argumento de Pascal usa da falsa dicotomia, quando reconhece a existência de apenas duas opções, acreditar ou não no deus cristão — ignorando, porém, que existem milhares de outros sistemas de crenças a serem considerados como existentes ou não. A crença no deus errado, de acordo com a maioria das religiões, é punida da pior maneira possível, segundo as escrituras religiosas. Outro fato que se considera, é a existência de "deuses não-documentados" com propriedades bem diferentes do que as estipuladas pelas Escrituras, tambem: onipresença, onisciência, onipotência, benevolência etc. Portanto, as chances de acertar, acreditando no Deus judaico-cristão como sendo o verdadeiro, são muito menores do que o estipulado por Blaise Pascal, que é de 50%. Se devidamente calculado a probabilidade fica próximo a 0%.

Contudo, já foi defendido por Jeff Jordan que não há como formular a objeção dos Vários Deuses de forma a realmente refutar o argumento de Pascal11 . Robert Peterson argui que esta objeção quando colocada no contexto da Aposta de Pascal se torna vazia, pois considera apenas 5 páginas de Pensées (com a aposta) e esquece o restante das quase 300 páginas do livro (o número de páginas varia de acordo com a tradução/edição), em que Pascal defende apenas o Deus cristão e dedica um capítulo exclusivo para falar da falsidade de outras religiões. Jeff Jordan ainda arguiu que ao se atribuir uma probabilidade quase nula a todos os outros Deuses, a probabilidade de existência de Deus continua sendo 50% e cita o caso do lançamento de uma moeda11 :

...Quando alguém lança uma moeda considerada justa, é possível que ela aterrise em seu meio, continue suspensa no ar, desapareça, ou qualquer outro evento bizarro aconteça. Ainda assim, como não há nenhuma razão para acreditar que esses eventos são plausíveis, nós negligenciamos todas essas possibilidades e consideramos apenas a chance da moeda aterrisar sobre o lado da cara ou o lado da coroa
Jordan, Jeff. “The Many-Gods Objection” in Gambling On God, Tradução por Rafael S. T. Vieira

A aposta acaba por favorecer o deus com o maior contraste entre o prêmio pela observância e a punição pela mera descrença. O Deus cristão é favorecido em comparação com um Deus alternativo, "não ciumento", para quem não seja importante que as pessoas creiam nele, e sim que façam o bem e se privem de fazer o mal às outras pessoas; ou em comparação com outro "mais justo", que não dê prêmios ou punições infinitas, mas proporcionais ao bem e ao mal que se faça. Por outro lado, se alguém vier a postular uma variante do Deus cristão que, por exemplo, estenda o prêmio e/ou a punição também a pelo menos um descendente do indivíduo avaliado, independentemente do desempenho deste, este será o Deus a escolher de acordo com a lógica da aposta.

Argumento da Crença Desonesta
Alguns críticos argumentam que a aposta de Pascal pode ser um argumento para a Crença Desonesta. Além disso, seria absurdo pensar que um Deus, justo e onisciente, não seria capaz de ver atrás da estratégia da parte do "crente", portanto anulando os benefícios da aposta.12
Já que essas críticas não estão preocupadas com a validade da aposta em si, mas com o possível resultado -- uma pessoa que foi convencida pelo argumento e que ainda não consiga acreditar sinceramente --, elas são consideradas tangenciais ao argumento. Aquilo que estes críticos estão questionando é tratado posteriormente por Pascal que oferece um conselho para o descrente que concluiu que o único método racional é apostar na existência de Deus, já que apostar não o torna um crente.
Outros críticos arguem que Pascal ignorou que o tipo de caráter epistêmico de Deus certamente valorizaria mais criaturas racionais se ele existisse. Mais especificamente, Richard Carrier apontou uma definição alternativa de Deus que prefere que suas criaturas sejam pesquisadoras honestas e reprova os métodos da Crença Desonesta:

Suponha que exista um Deus que está nos observando e escolhendo que almas dos mortos deve trazer para o céu, e este Deus quer que apenas aqueles que são moralmente bons habitem no céu. Ele provavelmente vai selecionar somente aqueles que fizeram um esforço significante e responsável para descobrir a verdade...Portanto, apenas estas pessoas podem ser suficientemente morais e sinceras para merecer um lugar no paraíso — ao não ser, que Deus deseje preencher o céu com os moralmente preguiçosos, irresponsáveis ou desonestos.
The End of Pascal's Wager: Only Nontheists Go to Heaven13

Como já foi exibido acima, em nenhum ponto da aposta Pascal reforça a crença desonesta; Deus, sendo onisciente, não sucumbiria para um truque e inocentemente recompensaria o enganador. Ao invés disso, depois de estabelecer sua aposta, Pascal refere-se a uma pessoa hipotética que já pesou racionalmente a crença em Deus através da aposta e está convencido da possibilidade, mas ainda não conseguiu acreditar. De novo, como notado acima, Pascal oferece uma maneira de escapar do sentimento que o compele a não crer em Deus depois que a validade da aposta tenha sido firmada. Este caminho é através da disciplina espiritual, estudo e comunidade.

Em termos práticos, portanto, o cenário alternativo em que Deus valoriza apenas a crença racional e dúvida honesta que é proposta por Carrier e outros críticos não é realmente diferente do argumento de Pascal. Na verdade, Pascal é bastante incisivo em sua crítica contra pessoas que são apáticas sobre considerar o problema da existência de Deus. Na nota 194, ele afirma: "Esta despreocupação em um assunto que diz respeito a eles mesmos, sua eternidade, seu tudo, causa-me mais raiva do que piedade; Impressiona-me e surpreende-me; é para mim monstruoso." Longe de aprovar a crença cega, um dos principais argumentos de Pascal em Pensées era mover as pessoas fora da sua apatia complacente para que elas pudessem pensar racionalmente sobre esse problema crucial da existência segundo ele. Pascal afirma na nota 225: "O ateísmo demonstra força intelectual, mas apenas até um certo ponto." Descrentes que persistentemente começam um esforço racional e honesto de procura pela verdade são elogiados por Pascal, excluindo aqueles que são enganosos.

Referências
  1. Ir para: a b c Alan Hájek (02-05-1998, revisado em 04-06-2008). Pascal's wager (em inglês). Stanford Encyclopedia of Philosophy. Página visitada em 23-10-2012.
  2. Ir para: a b c d Pascal, Blaise. Pensées
  3. Ir para: a b c Jordan, Jeff. Pascal's Wager Revisited 1998
  4. Ir para cima ↑ Brown, Geoffrey. A Defence of Pascal's Wager 1984
  5. Ir para cima ↑ Hacking, Ian. The Logic of Pascal Wager 1972
  6. Ir para cima ↑ | Young, Chien. Article: Pascal’s Wager- Too Much Fear and Too Little Faith
  7. Ir para cima ↑ Jordan, Jeff. Pascal's Wager: Pragmatic Arguments and Belief in God. 2006.
  8. Ir para cima ↑ Steve Jobs se recusou a fazer cirurgia que poderia ter salvado sua vida, afirma biógrafo
  9. Ir para cima ↑ [1]
  10. Ir para cima ↑ Morre Steve Jobs, fundador da Apple
  11. Ir para: a b Peterson, Robert. Pascal’s Wager: Logical Consistency and Usefulness as an Argument for the Existence of God
  12. Ir para cima ↑ Dawkins, Richard. The God Delusion pp. 104.
  13. Ir para cima ↑ The End of Pascal's Wager: Only Nontheists Go to Heaven
Extraído de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aposta_de_Pascal em 18OUT2013.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Palavras de Sabedoria

À partir do versículo 20 do Livro de Provérbios, Salomão afirma o seguinte:

Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido.
Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no íntimo do teu coração.
Porque são vida para os que as acham, e saúde para todo o seu corpo.
Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.
Desvia de ti a falsidade da boca, e afasta de ti a perversidade dos lábios.
Os teus olhos olhem para a frente, e as tuas pálpebras olhem direto diante de ti.
Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados!
Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal.

Quando ele escreveu, estava falando das palavras que seu pai Davi lhe havia falado desde à infância,
podemos perceber isso nos versos anteriores ao trasncrito aqui. No entanto é um texto que nos mostra
como o Espírito Santo quer que façamos em relação à Palavra de Deus, seus estatutos e sua vontade.
Devemos seguir nossa vida sempre dentro da vontade do Pai para nós. E a vontade Dele é que estejamos
atento a tudo que sai de sua boca, que gaurdemos o nosso coração, pois é dele que sai as coisas da vida.
Nossos desejos, vontades, ira, perdão, amor, etc., tudo procede do coração, Por isso Jesus disse que não é
o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai, pois vem do coração, por que a boca fala do
que está cheio o coração.

O texto ainda tráz outras informações importantes, como o fato de precisarmos olhar para o Senhor, e observar
o que fazemos e que decisões tomamos, para que não façamos escolhas erradas, pois a Bíblia diz que o coração
do ser humano é enganoso. Portanto, sejamos constantes em seguir as orientações do sábio Salomão, pois foi
inspirado por Deus para escrever essas palavras, que como mostrei estão em concordância com outros textos
Bíblicos, e por isso, representam a verdade.

Bom fim de semana,

A paz seja com todos.

Marcelo Santos da Silva

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O choro de Baruque e o consolo do Senhor (Jr 45)

 Estava lendo essa passagem na minha Bíblia e resolvi dar uma pesquisada se encontrava algum comentário a respeito desse caípulo de Jeremias, então achei esse texto maravilhoso. Segue abaixo o texto na íntegra com o nome do autor e o endereço do site.



O choro de Baruque e o consolo do Senhor (Jr 45)

Elben M. Lenz César

Baruque era contemporâneo de Jeremias (600 a.C.) e seu secretário,
escriba, porta-voz, companheiro e amigo. Foi ele quem escreveu a primeira
e a segunda edição do livro que registrava tudo o que Deus havia dito a
Jeremias a respeito de Judá, Israel e várias outras nações, desde o 13° ano
de Josias (626 a.C.) até o 4° ano de Jeoaquim (609). Jeremias ditava e
Baruque escrevia. Foi Baruque também que leu o livro duas vezes,
primeiro para o povo reunido no templo em dia de jejum, e, depois, para
um seleto grupo de líderes em lugar mais reservado.
Depois de ter escrito o livro, Baruque teve uma crise e desabafou:
“Ai de mim! O Senhor acrescentou tristeza ao meu sofrimento. Estou
exausto de tanto gemer, e não encontro descanso” (Jr 45.3).
Notas introdutórias
1) Este é o menor dos 52 capítulos de Jeremias. É uma passagem
muito humana e atual. O primeiro versículo mostra que esse capítulo
deveria ser colocado logo depois do capítulo 36. O curto oráculo de
Jeremias dirigido a Baruque aconteceu no ano 605 a.C.
2) Há um conflito entre “O Senhor diz” (v. 2) e “Você diz” (v. 3). O
que o Senhor diz é muito mais importante do que o que eu digo. Nem
sempre pedimos o que Deus quer. Nem sempre oramos como Jesus orou.
“Não seja como eu quero, mas sim como tu queres” (Mt 26.39).
3) Depois de um trabalho muito importante (colocar num livro tudo o
que o Senhor tinha dito até então) e de uma oportunidade maravilhosa (ler
o conteúdo do livro duas vezes, uma para o povo e outra, para um grupo
selecionado de líderes), Baruque entra numa crise emocional séria.
2
4) Baruque se declara exausto de tanto gemer. A exaustão emocional
(da mente) dói mais do que a exaustão física (do corpo) e a exaustão
espiritual (da alma) dói mais do que a exaustão emocional. Em alguns
casos e em alguns momentos, uma pessoa pode sofrer exaustão física,
exaustão emocional e exaustão espiritual. Seria o caso de Jó.
5) No caso de Baruque, a crise o levou à oração, e oração de
desabafo, a mais indicada no caso de exaustão. O desabafo é o ralo por
onde se escoam as lágrimas.
6) Baruque estava exausto de tanto gemer. Não é o único. Tão
exausto como Jó: “As minhas forças estão exaustas” ou “Meu rosto está
rubro de tanto eu chorar” (Jó 16.7, 16). Tão exausto como Davi: “Canseime
de pedir socorro” (Sl 69.3). Tão exausto como Agur: “Fatiguei-me, ó
Deus, e estou exausto” (Pv 30.1, RA). Tão exausto como os seus
contemporâneos: “Estamos exaustos e não temos como descansar” (Lm
5.5). Tão exaustos como as multidões no tempo de Jesus: “Ao ver as
multidões, [Jesus] compadeceu-se delas porque estavam aflitas e exaustas
como ovelhas que não têm pastos” (Mt 9.36). Tão exausto como o próprio
Jesus: “A minha alma está profundamente triste até a morte” (Mt 26.38).
7) Baruque queixa-se de que o Senhor não diminuiu seu sofrimento,
mas o aumentou. “O sofrimento é o emblema do Messias e de seus
discípulos” [a comunidade messiânica], diz Stott (A Bíblia Toda, O Ano
Todo). Hoje há entre 200 e 250 milhões de cristãos perseguidos e outros
400 milhares vivendo sob sérias restrições.
O choro de Baruque
1. Baruque teria chorado porque alimentava a mesma expectativa de
Deus e de Jeremias quanto ao resultado da leitura do livro
3
O povo poderia se converter de sua má conduta e, então, receber o
perdão do Senhor (Jr 36.3, 7). Mas nada aconteceu. Ao contrário, quando o
livro foi lido pela terceira vez, na presença de Jeoaquim, em seu
apartamento de inverno, “cada vez que Jeudi terminava a leitura de três ou
quatro colunas, o rei cortava com uma faquinha aquele pedaço do rolo e
jogava no fogo... até que o rolo inteirinho virou cinzas” (Jr 36.23-24,
NTLH). O mesmo tipo de dor tem atingido muita gente, inclusive Jesus
(Mt 23.37-39), Paulo (Rm 9.2) e o próprio Jeremias (Lm 3.48-51).
2. Baruque teria chorado porque corria risco de vida
Após a segunda leitura, ele foi aconselhado a se esconder em algum
lugar seguro e desconhecido (Jr 36.19). Após a terceira leitura, Jeoaquim
ordenou a sua prisão (Jr 36.26). Pouco mais tarde Baruque e Jeremias
foram levados para o Egito (Jr 43.6).
3. Baruque teria chorado porque, ao escrever o livro, teve uma
percepção clara da condição espiritual do povo
O povo não queria se arrepender, não queria se converter, não queria
parar de pecar, não queria ouvir as palavras dos profetas, não queria
acreditar na iminência do juízo de Deus. Famílias inteiras (o pai, a mãe e os
filhos) preparavam e queimavam incenso à Rainha dos Céus (Jr 7.17-18).
Atribuíam a sua prosperidade e a sua segurança a esse culto idólatra e não
ao Senhor (Jr 44.17-18).
4. Baruque teria chorado porque, ao escrever o livro, tomou
conhecimento das desgraças que Deus planejava trazer sobre o povo (Jr
36.3)
O derramar do cálice da ira do Senhor já tinha começado e não iria
parar tão cedo. Jesus também chorou pelo mesmo motivo (Lc 19.41-44).
4
5. Baruque teria chorado porque, mesmo não participando da
corrupção generalizada, ele também estava ao alcance das desgraças que
iam se sucedendo
O cerco de Jerusalém, a língua dos bebês grudada ao céu da boca de
tanta sede (Lm 4.4), crianças e bebês desmaiando de fome nas esquinas de
todas as ruas (Lm 2.11-19), rapazes e donzelas, mortos e insepultos no
meio das ruas (Lm 2.21), mulheres solteiras e mulheres casadas sendo
violentadas na cidade e no interior (Lm 5.11), mães anteriormente
amorosas cozinhando seus próprios filhos para matar a fome (Lm 4.10),
água e lenha outrora de graça agora pagas (Lm 5.4) etc.
O consolo do Senhor
1. Deus explica a Baruque que ele não deveria buscar “coisas
especiais” para si próprio
Baruque queria ser tratado de maneira especial, queria ir para uma
sala VIP, queria uma espécie de salvo-conduto, queria ter uma guarda
pessoal, queria construir uma redoma ou um abrigo onde pudesse se
proteger da famosa tríade (a guerra, a fome e a peste), e encontrar água e
comida à vontade e por muito tempo.
A mesma expressão “coisas especiais” pode ser traduzida por
“grandes coisas” (BH, BJ), “grandes favores” (EPC), “grandes projetos”
(TEB), “coisas grandiosas” (CNBB), “milagres” (BP) etc. Na NTLH lê-se:
“Será que você está querendo ser tratado de modo diferente?” Na BV, o
texto é mais rude: “Você pensa em ajuntar riquezas? Não estamos na época
de pensar nisso. Pare de correr atrás do dinheiro”.
2. Deus reafirma sua intenção de destruir o que antes havia
edificado, e arrancar o que antes havia plantado (Jr 45.4).
5
O Senhor havia dado a Jeremias autoridade “para arrancar,
despedaçar, arruinar e destruir”, mas também “para edificar e plantar” (Jr
1.10). Deus estaria disposto a reverter o quadro, reedificar o que havia
derrubado e replantar o que sido arrancado (Jr 31.4, 28 e 40), mas não
agora. O momento atual era de derrubar e arrancar, pois o cálice de sua ira
estava cheio e precisava ser derramado. Afinal, “que mais se poderia fazer
pela vinha que [ele] não tinha feito?” Como a vinha produziu uvas azedas,
depois de todo cuidado, o dono da vinha só tem um caminho: derrubar a
cerca e fazer dele um terreno baldio (Is 5.1-7).
3. Deus promete proteger a integridade física de Baruque
“Eu o deixarei escapar com vida onde quer que você vá”. Todos os
judeus que foram residir no Egito foram mortos por aquela tríade que
percorre todo o livro de Jeremias: a guerra, a fome e a peste (Jr 42.17 e 22).
Entre os poucos sobreviventes estavam Baruque e Jeremias.
____
Notas:
1) Recentemente foi achado num sítio arqueológico em Israel um
selo de argila com a inscrição “Baruque, filho de Nerias, o escriba”, que
deve ter 2.600 anos de duração (Dicionário Ilustrado da Bíblia, p. 179).
2) A palavra “talvez” aparece duas vezes no cap. 36 de Jeremias (nos
versos 3 e 7).
3) A mulher de Zebedeu também pediu “coisas especiais” a Jesus:
“Declara que no teu reino estes meus filhos se assentarão um à tua direita e
outro à tua esquerda” (Mt 20.21; Mc 10.37). O salmista, por sua vez,
confessou que “nunca se envolvera com coisas grandiosas nem
maravilhosas demais para si” (Sl 131.1).

Extraído de http://www.ultimato.com.br/file/arquivos/choro_baruque_elben.pdf em 02/10/2013.