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segunda-feira, 22 de abril de 2019

Estudo da Parashá Semini (Oitavo)


Estudos da Torá

Parashá nº 26 – Shemini (Oitavo)
Vayicrá/Levítico Lv 9:1-11:47,
Haftará (Separação) 2Sm 6:1-7:17, e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mc 14:1-72

1 - INTRODUÇÃO
                  
               Os últimos versos da porção passada nos diz o seguinte:
E da entrada da tenda da reunião não saireis sete dias, até o dia de cumprir-se os dias de vossa consagração; pois por sete dias Ele vos consagrará. Como se fez neste dia, assim ordenou o Eterno fazer, em expiação por voz. E à porta da tenda da reunião permanecereis dia e noite, sete dias, e guardareis a prescrição do Eterno, e não morrereis, pois assim me foi ordenado. E fizeram Aarão e seus filhos todas as coisas que ordenou o Eterno por meio de Moisés.” (Vayicrá/Levítico 8:33-36)
               Lendo esse texto percebemos que ainda estamos nos dias da consagração do Mishcan (tabernáculo) e dos sacerdotes. E nos primeiros sete dias de consagração, segundo a tradição judaica, Moshê montou o Mishcan e o desmontou todos os dias. A cada dia ele oferecia os corbanot (ofertas) ordenadas por D’us.
               Enfim chegou o Shemini (oitavo) e último dia de dedicação! Era Rosh Chôdesh Nissan (início do mês de Nissan). E segundo a tradição do povo do Eterno, D’us ordenou a Moshê: “Hoje deves armar o Mishcan, mas não o desmontes novamente. Também, pela primeira vez, Aharon e seus filhos oferecerão corbanot. “Enviarei um fogo do céu para consumir seus corbanot.” O fogo que Adonai enviaria para consumir as ofertas demonstraria que Ele tinha perdoado os pecados do bezerro de ouro e que Sua Shechiná (presença) repousava no meio deles novamente.
              

2 – ESTUDO DAS PALAVRAS
              
               Essa porção começa Assim: “Vaihi bayon hashemini - E foi no oitavo dia...”. O comentário da Torá nos diz que, o Midrash Rabá comenta que o termo “Vaihi” “E foi”, usado neste versículo, indica aflição (enquanto que o termo “Vehaiá” prenuncia alegria). Durante todo o período de construção do Tabernáculo, os filhos de Israel viviam em constante tensão, pois não sabiam com certeza se a Shechiná (presença) de Deus repousaria entre eles, e se esta obra erguida para servir como centro espiritual do povo seria do agrado do Eterno, pois não se podiam livrar do pesadelo do abominável ato do bezerro de ouro, receando talvez não terem ainda conquistado o perdão de Deus. Apesar de Moshê os ter acalmado dizendo que a ordem de construir o Mishcan lhe fora determinada por Deus como sinal do Seu perdão, tiveram medo do que aconteceria.
               A porção dessa semana trata sobre o início do período sacerdotal, de fato, e também sobre os primeiros erros cometidos por homens que quiseram estabelecer o seu padrão ditado pelo Eterno. Tratando-se em termos proféticos, os acontecimentos dessa parashá apontam para o que ocorre após o retorno do Messias de Israel. Ou seja, o início do período em que o Sumo Sacerdote Supremo, o Rei de todas as nações iniciará seu ministério-reinado.
               De acordo com o site ShemaYsrael.com, é interessante notarmos que Moshê chama Aharon e seus filhos para fora da tenda da congregação justamente ao oitavo dia. Na hermenêutica judaica o oito é o número da ressurreição, do novo recomeço. Percebemos isso já na criação, quando o Eterno criou tudo em seis dias, ao sétimo descansou e no oitavo dia iniciou as atividades de Adão no Paraíso. Ou seja, quando o ciclo de sete fecha-se, ao oitavo tudo inicia-se novamente. É quando, após o descanso (shabat), dava-se início a uma nova caminhada em todos os aspectos da vida. E quando olhamos para isso, no sentido profético, vemos Yeshua, como o apóstolo Paulo o chama de segundo Adão, restaurando todas as coisas no início de Shemini, no oitavo milênio, após o sétimo milênio, quando ele já implantou seu reino e já derrotou todos os inimigos. Será nesse período que haverão novos céus e nova terra! No sentido espiritual, o shemini (oitavo) vai significar um início revigorado, com todas as potencialidades recuperadas no dia anterior, o shabat. A revelação, a unção e a glória já vieram, agora o novo homem se levanta e reinicia seu andar em comunhão com HaShem!
               Outra informação importante sobre o oito, na cidade de Jerusalém há oito portões, destes sete estão abertos até o dia de hoje. O portão que está fechado é chamado de “Portão Dourado”, ele esteve aberto quando o Messias Yeshua, passou por lá, hoje porém, está fechado com pedras.
 
 









               Este portão será aberto quando o Mashiach vier para reinar com seu povo! Aí teremos então um novo começo, um recomeço para a cidade de Jerusalém e também um recomeço para toda a humanidade! Isso nos demonstra que o Eterno sempre nos dá uma nova chance para recomeçarmos. Não é incrível como a Torá nos instrui em diversos aspectos? No aspecto da Palavra em si, no aspecto espiritual e também no aspecto profético.
               Depois destas informações são dadas determinações ao povo de Israel para que se preparassem com sacrifícios – santificando-se – pois o Eterno apareceria à eles naquele mesmo dia! “E disse a Aharon: Toma um bezerro, para expiação do pecado, e um carneiro para holocausto, sem defeito; e traze-os perante o IHVH. Depois falarás aos filhos de Israel, dizendo: Tomai um bode para expiação do pecado, e um bezerro, e um cordeiro de um ano, sem defeito, para holocausto; também um boi e um carneiro por sacrifício pacífico, para sacrificar perante o IHVH, e oferta de alimentos, amassada com azeite; porquanto hoje o IHVH vos aparecerá. Então trouxeram o que ordenara Moshe, diante da tenda da congregação, e chegou-se toda a congregação e se pôs perante o IHVH” (Lv 9:2-5). Moshe estava informando a Aharon e ao povo algo que aconteceria de forma extraordinária: O Eterno estaria entre eles com sua presença! Ou seja, Aquele que os guiara pelo deserto agora literalmente “desceria” para estar entre eles! Quando Moshe diz “também um boi e um carneiro por sacrifício pacífico, para sacrificar perante o IHVH, e oferta de alimentos, amassada com azeite; porquanto hoje o IHVH vos aparecerá” no original temos alguns detalhes muito importantes. O primeiro é que a palavra que define o Eterno é o tetragrama (IHVH)! Isso nos diz que o Eterno se tornará aquilo que seu povo necessita naquele momento! Um segundo detalhe muito importante é que a palavra “aparecerá” em hebraico é ra´â e significa “ver, olhar, inspecionar”. Mas o que significa isso? Significa que o Eterno estaria vendo, contemplando aquilo que seu povo faria para então liberar sua bênção sobre eles!
               Novamente seguem-se instruções exatas daquilo que deve ser feito para o povo de Israel possa então “ver a glória do Eterno”. “E disse Moshe: Esta é a coisa que o Senhor ordenou que fizésseis; e a glória do IHVH vos aparecerá” (Lv 9:6). Devemos perceber duas coisas: Novamente a palavra que define o Eterno é o tetragrama e isso significa que “Aquele que se torna o que precisamos” já havia emitido ordens que precisavam ser cumpridas;quando isso acontecesse Ele então permitiria que sua glória fosse vista entre o povo! A obediência aos mandamentos do Eterno atrai a presença d´Ele para o meio de seu povo!
               Veremos agora um outro princípio sobre os líderes. “Então Aharon se chegou ao altar, e degolou o bezerro da expiação que era por si mesmo” (Lv 9:8). Interessante notar que Aharon chega-se ao altar. Altar é lugar de sacrifício, lugar de morte. Ali ele chega com o bezerro da expiação. Em nosso texto bíblico em português faltou uma palavra que viria após o termo “expiação”. Esta palavra seria o termo “pecado”, que em hebraico é hata’ que significa “errar, sair do caminho, pecar, tornar-se culpado”. Significa ainda “errar o alvo”, “ficar aquém do padrão”. Aqui Aharon dá exemplo público de algo que já era uma realidade em sua vida. Ele e seus filhos já haviam passado sete dias diante do Senhor. Porém agora Aharon torna pública sua humanidade quando vai ao altar e leva seu sacrifício pela culpa (pecado) e o oferece ao Senhor para poder capacitá-lo à oficiar à face do povo! Mesmo os santos precisam pedir perdão!
               Quando se peca, é preciso então do sacrifício expiatório! Então, veremos que “expiação” em sua raiz tem múltiplos significados:
Kapar – Expiação – fazer expiação, fazer reconciliação, purificar.
Koper – resgate, dádiva, obter favor.
Kippur – expiação (perdão) usado na expressão IOM KIPPUR (Dia do perdão).
               Isso nos demonstra que a expiação deve ser feita em primeiro lugar pelos líderes (que com esse ato dirão ao seu povo: eu também sou pecador!), para que haja reconciliação com o Eterno, e então possa haver o resgate de si mesmo, obtendo-se assim o favor do Eterno! Disso vem o fato de alcançarmos o perdão e de termos também a obrigação de perdoarmos aqueles que nos ofenderam! Temos a confirmação deste princípio implícito aqui numa declaração explícita de Yeshua no Evangelho de Mateus: “Então Kefa, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Yeshua lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete” (Mt 18:21-22).
               A continuação deste princípio vem a seguir: “Mas a gordura, e os rins, e o redenho do fígado de expiação do pecado, queimou sobre o altar, como o IHVH ordenara a Moshe” (Lv 9:10). A gordura (que simboliza fartura, abundância) é queimada no altar! As entranhas indicam também o centro das emoções, o afeto e a mente que estavam sendo oferecidas sobre o altar do Senhor! Após a vítima ter sido morta, oferece-se então sua gordura e suas entranhas! Mas percebemos que esta entrega é puramente pessoal! A fé era ingrediente indispensável nessa ocasião! Quando isso era feito – conforme o que fora estabelecido e ordenado pelo Eterno – então novamente Ele se tornava aquilo que seu povo precisava (IHVH)! E isso continua sendo assim até o dia de hoje, e será sempre.

3 – RESUMO

               A Parashá Shemini começa discutindo os eventos que ocorreram no oitavo e último dia de melu'im, serviço de inauguração do Mishcan. Após meses de preparação e antecipação, Aharon e seus filhos são finalmente instalados como cohanim, em um serviço elaborado.
Aharon abençoa o povo, e toda a nação se rejubila quando a presença de D’us paira sobre eles. Entretanto, o entusiasmo é interrompido abruptamente quando os dois filhos mais velhos de Aharon, Nadav e Avihu, são consumidos por um fogo celestial e morrem no Mishcan, enquanto ofereciam ketoret, incenso, sobre o altar. A Torá declara que eles morreram porque trouxeram um "fogo estranho" no santuário interior do Mishcan, cujo significado é discutido pelos comentaristas à exaustão.
Aharon recebe ordens de que os cohanim são proibidos de entrar no Mishcan enquanto impuros, e a Torá continua a relatar os eventos que ocorreram imediatamente após a morte trágica de Nadav e Avihu. A porção termina com uma lista dos animais casher e não-casher, e várias leis sobre tumá, impureza.

Bibliografia:

- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.