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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Estudo da Parashá Tetsave - 2023-2024 - Seja luz do mundo!


 

Estudos da Torá

Parashá nº 20 – Tetsavê (Ordena!)

Shemôt/Êxodo Ex 27:20-30:10,

Haftará (Separação) Ez 43:10-27, e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Hb 13:10-16 e Fp 4:10-20


Tema: Seja luz do mundo!


No estudo dessa semana veremos um pouco sobre os apontamentos que podem ser encontrados na Torah sobre o óleo ou azeite de oliva para o remanescente que vive segundo os mandamentos do Eterno, bem como sua ligação com a menorah e com os ensinos do messias.

RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA


Através de um resumo dessa parashá podemos perceber que seguindo-se aos mandamentos detalhados da porção da última semana a respeito da construção do Mishkan, a parasha Tetsavê começa com a mitsvá diária dada a Aharon e seus filhos de abastecer a menorá no Mishkan com puro azeite de oliva.

D'us descreve a Moshê as vestes especiais que devem ser usadas pelos Cohanim durante o serviço, tecidas e adornadas com materiais doados pelo povo. Os Cohanim comuns envergavam quatro vestimentas especiais, ao passo que quatro vestes adicionais deveriam ser vestidas exclusivamente pelo Cohen Gadol.

A porção da Torá então transfere sua atenção aos mandamentos de D'us referentes ao melu'im, inauguração ritual para o Mishkan recentemente construído, a ser realizada exclusivamente por Moshê por sete dias.

A porção Tetsavê também inclui as instruções detalhadas de D’us para a iniciação de sete dias de Aharon e seus quatro filhos, Nadav, Avihu, Elazar e Itamar no sacerdócio, e pela construção do Altar de Ouro sobre o qual o ketoret (incenso) era queimado. Todas estas ordens são na verdade realizadas na porção conclusiva de Shemot, a Parashat Pekudê.

ESTUDO DO CONTEXTO LITERAL, PRÁTICO E PROFÉTICO


Na Parashá passada, de acordo com o site Shema Ysrael lemos que o Eterno deu a Moshê instruções detalhadas sobre como construir o santuário e coletar com os israelitas os materiais para construí-lo.

E esta Parashá começa com o mandamento para os filhos de Yisrael trazerem o puro azeite de oliva para a menorah que ficava no Mishkan (Santuário), a fim de que as lâmpadas na tenda da reunião queimem continuamente, conforme podemos ler no texto abaixo:


Tu pois ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido para a menorah; para fazer arder as lâmpadas continuamente. Êx 27:20


A importância da menorah


Precisamos compreender que o Eterno através da Torah quer nos ensinar que cada ato feito pelas pessoas justas naquela época está refletido nesta ordem! Muito além daquela época, o mesmo pode ser dito para nossos dias. De acordo com o site já mencionado, vemos aqui os dois lados da questão: do lado do Eterno a bondade e o carinho no trato com seus filhos, e de outro lado a responsabilidade de quem tem autoridade, pois ser-lhe-á cobrado no futuro como essa pessoa exerceu aquilo que lhe foi confiado pelo Eterno.


Mantenha sempre em ordem as lâmpadas da menorah de ouro puro perante o Eterno. Levítico 24:4


A ordem do Eterno no verso da parashá e no que acabamos de ver, nos mostram a obrigatoriedade e a necessidade de haver o azeite puro para alimentar a menorah, e para os que se dedicam no estudo, mostra também seu apontamento profético. Note que sem o azeite a menorah não dá luz, e consequentemente não ilumina! O Eterno aqui nos ensina que a menorah com azeite é indispensável em nossa caminhada com Ele! Alguns tem a menorah, porém sem azeite; outros tem o azeite, porém não tem a menorah! Temos aqui demonstrada a interdependência daquilo que recebemos de HaShem. Ou seja, precisamos do Espírito mas também da sua unção! Não adianta querermos ter somente o poder do Eterno sem atuarmos em comunhão e sob a sua direção. Isso seria algo extremamente danoso para o Corpo do Messias. Mas é isso que geralmente estamos vendo no meio daqueles que professam ser servos de D-us. Falta-nos a instrução a fim de entendermos quais são os processos usados pelo Eterno a fim de caminharmos com Ele! E para adquirir essa instrução, somente através da observância da Torah com práticas, uma vez que ela é a instrução, orientação e ensino do Eterno.

Para alguns falta o entendimento de que o Eterno estabeleceu sua vontade por meio de sua Torah, que continua em pleno vigor e foi ensinada pelo messias Yeshua. Para outros que até tem a Torah, mas lhes falta o entendimento de que o messias já veio e cumpriu parte das profecias, ou seja, compreender e aceitar que Yeshua é o messias e ensinou a Torah e como cumpri-la de forma limpa, sem halachot ou dogmas que gerem peso sobre seu povo.

O óleo também foi usado na cerimônia de ordenação dos sacerdotes. Conforme outro estudo dessa parashá no mencionado site, não foram só as cabeças dos sacerdotes ungidos com ele, mas eles também apresentaram ao Eterno uma oferenda movida dos pães ázimos, preparados com óleo. Para a oferta da manhã, os sacerdotes ofereciam um cordeiro de um ano com a melhor farinha, óleo de olivas prensadas e vinho.


Apontamentos do Óleo para a vida do povo

O óleo representa a unção, que em hebraico tem a mesma raiz de Mashiach, (Messias), que significa, o ungido. Como lemos a seguir:


Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos se mancomunam contra o Eterno e contra o seu ungido (M’shichoh). Sl 2:2


A unção tem estreita ligação com o fluxo do azeite puro, que representa duas coisas:

1) a árvore verde de oliva, que representa paz, ou em hebraico shalom; e

2) o óleo de oliva puro que é extraído das azeitonas trituradas para remover os sucos amargos.

Podemos também aprender com a colheita da oliva.

A produção de azeite em Yisrael é um processo interessante que tem trazido a vida a muitos e também lições sobre seu potencial latente. Os trabalhadores vêm e espalham grandes folhas debaixo das árvores e em seguida, usando varas, batem nos ramos até que caiam as azeitonas. Então reúnem aquelas folhas com as olivas recolhendo-as, e a transformam em puro azeite.

Assim como as olivas são espancadas para fora das oliveiras, e depois são reunidas para depois serem espremidas ou trituradas para obter o óleo, da mesma forma, somos nós, através de diversas provações e dificuldades em nossas vidas.


Denominou-te o Eterno oliveira verde, formosa por seus deliciosos frutos. Jr 11:16.   


Assim como é preciso uma batida grande para tirar as azeitonas dos ramos, às vezes, parece que estamos levando uma surra na vida, também. Para fazer as azeitonas palatáveis e obter o puro azeite de oliva, o amargo suco é retirado depois de espremido em uma prensa de azeite. Desde que as olivas verdes produzem um óleo mais amargo, eles permanecem sob a pedra do moinho por 30 ou 40 minutos, ou em algum momento numa rocha pesada, para extrair a amargura e melhorar o sabor.

Então, assim também se faz, naquelas sucos amargos, ou pessoas que precisam ser pressionadas e espremidas para os colocar em ordem, a fim de que possamos ser usados pelo Eterno. E assim como levou o melhor e mais puro azeite para acender as lâmpadas no Mishkan, temos também o óleo puro da unção para queimar brilhantemente para o Senhor.

Segundo o Shema Ysrael, apesar da surra, a prensagem e moagem que experimentamos, devemos ser pacientes e não desistir da esperança. A epístola de Tiago diz que é preciso permitir ter paciência para fazer o seu trabalho quando somos testados, para que nós sejamos completos e inteiros, sem nada mal em nossas vidas (Tg 1:2-4). Só então, nós acabaremos com suficiente azeite puro para manter nossas lâmpadas acesas até o raiar do dia.


Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. Pv 4:18


Como seguidores, devemos nos preparar para que tenhamos óleo suficiente em nossas lâmpadas para durar até o retorno de Yeshua. Podemos nos lembrar de uma história que se passou com o povo de Yisrael, que envolve o azeite, que gerou a tradição da Festa de Chanuká, pois em meio á uma grande aflição e de vitória sobre um inimigo poderoso, houve um milagre que fez o óleo durar tempo suficiente para a produção de mais. E assim, também ocorre com cada um de nós.

Nos momentos difíceis, mesmo que nós tenhamos apenas um pouco de azeite, ou seja, um pouco de unção, apenas o suficiente para luz, HaShem pode fazer um milagre e o óleo de nossa lâmpada poderá durar até que Ele faça com que Mashiach venha para nós. Como lemos na parábola das cinco virgens prudentes contada por Yeshua em Mateus 25:1-13, precisamos de sabedoria para nos preparar para o tempo que temos de esperar, especialmente se o Noivo parece demorar.


Yeshua disse, “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. Mt 24:13


Ainda podemos aprender mais sobre o óleo da oliva.

O Azeite usado para a menorah era extraído da primeira prensa, a primícia do óleo da oliva. Aprendemos uma grande lição do fato de que utilizava-se apenas as primeiras gotas de óleo para o acendimento da menorah, enquanto que, para oferendas, o óleo da segunda prensagem também era permitido.

Um judeu observante da Torah, em geral, procura garantir que o alimento que sua família consome seja kasher. Mas este mesmo indivíduo, está bem menos preocupado com o “alimento para o intelecto” que entra em sua casa sob a forma de literatura ou mídia.

De acordo com o mencionado site, do ponto de vista da Torah, o “óleo para a menorah”, que representa o intelecto, deve ser o mais puro possível. O azeite para a menorah é superior ao óleo da oferenda (simbolizando nutrição). A Torah insiste que nossas mentes devem ser nutridas apenas com informações que sejam as mais puras e refinadas.

Reflitamos na seguinte questão: Por que D’us escolheu o óleo de oliva para o acendimento das luzes do santuário, em vez de qualquer outro tipo de óleo?

A resposta é que o povo de Yisrael é comparado à oliva, por alguns motivos:

- A oliva emana seu precioso líquido apenas depois de ter sido processada através de prensagem e batidas. Similarmente, como resultado de terem sido banidos de um lugar para outro pelos outros povos e terem sido perseguidos, o povo de Yisrael purifica seus corações e retornam a D’us, através da teshuvah. A essência interior de um judeu precisa ser pura. É só sua má inclinação que o impede de servir a D’us. Uma vez que a camada exterior é removida por pressão externa, sua natureza de santidade se reafirma, assim como o primeiro óleo da oliva.

- Todos os líquidos, quando misturados, mesclam-se numa mistura homogênea. O óleo de oliva é uma exceção; não se mistura, mantendo-se separado. Assim também, o povo de Yisrael é a única nação na história que não foi engolida pelos povos mas, guardou, e continuará guardando para sempre, sua identidade distinta. Ainda que a Casa de Yisrael tenha sido espalhada pelo e tenha sido assimilado, sempre há os remanescentes que continuam com as características do povo. A Casa de Judá se manteve firme em algumas características, mas ainda assim também se afastaram por causa do grande números de halachot que criaram, mas sua essência mantém. E o povo de Yisrael, conforme já dissemos é a junção das duas Casas, sendo formados por judeus, remanescentes que estavam nas nações e ex-gentios.


A luz da Torah

Segundo o site Chabad, Rabi Moshê Feinstein comentando sobre a ordem de ter azeite para a menorah, explica que esta é uma tradição bem conhecida, que a menorah representa nossa mais preciosa fonte de sabedoria e direcionamento, a Torá. Assim como a menorá era uma constante e infalível fonte de luz nos mais recônditos do santuário o palácio terreno de D'us, assim também a Torá deve servir como uma tocha corajosa a nos guiar através dos abismos de nossa existência. É por essa razão que a mitsvá do acendimento da Menorá foi separado dos outros comandos sacerdotais, para nos ensinar que as lições que são inerentes e simbolizadas por ela dizem respeito a todo aquele que está em teshuvah, ou seja, voltado para o Eterno e suas leis. A Menorá nos ensina muitos métodos importantes de aprender a preciosa Torá de D'us, bem como divulgar sua sabedoria a outras pessoas.

Por exemplo, a Torá nos exorta que o azeite usado deve vir de azeitonas que foram "katit", explicado pelo Rashi que devem ser prensadas à mão, em vez de uma prensa mecânica. Este detalhe aparentemente menor nos ensina que para adquirir verdadeiramente o aprendizado da Torá, a pessoa deve utilizar todas suas energias e potencial, e empenhar-se realmente na firme busca do dom da sabedoria concedido por D'us ao povo de Yisrael.

Não há atalhos ou seminários relâmpago para atingir-se um verdadeiro entendimento da Torá. Também, assim como uma vela é acesa mantendo-se a chama no pavio por tempo suficiente para que o fogo pegue e queime por si mesmo, assim também um professor deve imbuir seus alunos com sabedoria até que eles sejam capazes de apreender a informação e desejar ainda mais conhecimento por sua própria iniciativa, o supremo objetivo do professor. E cada um de nós que estamos em teshuvah, aprendendo, praticando e vivendo a Torá somos em algum momento professor ou tutor de alguém. Por isso devemos estar sempre prontos e pra isso é necessário dedicação ao estudo da Torá, pois para sermos luz devemos ter luz em nós mesmos. Uma frase no site Chabad me chamou atenção por estar ligado com nosso tema, veja: “A Torá é eterna e lá está para que a estudemos a qualquer tempo - e agora é o tempo de abri-la e vermos os tesouros que ela contém.” Eu pessoalmente lhes digo, há tesouros escondidos nela! E muitos, pois já há quase dez anos de teshuvah, e ano a ano tenho aprendido muito e sempre me surpreendo ao iniciar novamente.


O ensino de Yeshua sobre a luz


No estudo d
a parashá Behaalotechá de 2022, expliquei sobre o significado dessa palavra, que literalmente quer dizer quando fizeres subir, fazendo referência às chamas de fogo do candelabro que faziam subir, ou que ardiam. Também se entende que, quando iam acender a menorah, subia-se em uma plataforma com escadas para facilitar o acendimento das lâmpadas, por isso, o termo quando subires.

Aharon acende a menorah conforme a ordem de Adonai. Podemos perceber que o conjunto que proporciona luz está aceso de acordo com a ordem daquele que é o Eterno, que deseja ser a luz para todos os homens através de seu Mashiach. Observe que a palavra “ordenar” em hebraico é “TSAWA” significando ordenar, incumbir. A raiz dessa palavra designa a instrução de um pai para seu filho, de um fazendeiro a seus lavradores, de um rei a seus servos, ou seja, de alguém que tem autoridade sobre outro. O acendimento da Menorah era uma incumbência que fora dada pelo Eterno aos levitas, pois a eles seria dado o privilégio de trazerem a luz ao Mishkan, iluminando assim a Palavra do Eterno. E do mesmo modo que aos levitas foram designadas esta incumbência, a nós hoje como sacerdotes do Eterno em Yeshua, devemos também trazer luz à Palavra do Eterno, para que as pessoas possam vir ao conhecimento dessa Palavra que é a luz a todos os homens, conforme lemos em:


Sl 119:105 - A tua palavra é lâmpada para os meus passos e luz que clareia o meu caminho.


Mt 5:14-16 - Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.


Voltando ao termo Behaalotechá, mesmo não sendo a parashá dessa semana, mas a palavra tem muito em comum com o que estamos estudando. O Eterno usou esse termo, que não é muito usual no contexto de acender a menorah, dizendo: “Behaalotechá – quando você fizer subir” em vez de “behadlicchá – ao acender”. Dentre outras implicações, este termo denota: “Você será elevado” cumprindo a mitsvá (mandamento), os servos do Eterno tornam-se espiritualmente elevados. Mas e o porquê disso?


Segundo a tradição, Moshê não conseguia compreender porque D’us desejava que uma menorah fosse acesa no Santuário, pois toda vez que ele entrava, encontrava o Mishkan brilhando com o esplendor da Shechiná (Presença) do Eterno. Então, como poderiam as luzes da pobre menorah terrestre serem comparadas ao esplendor que a Shechiná irradiava? Por esse motivo o Eterno disse a Moshê a palavra “Behaalotecha”, ou seja, você se tornará espiritualmente elevado acendendo a menorah. Ou seja, a menorah não era para o Mishkan, mas para o próprio homem.

Assim, nunca pense que o Eterno precisa de nossa luz! Pelo contrário, nós precisamos da luz dele. Dessa forma, para demonstrar isso, o Todo Poderoso, ordenou que os três braços de cada lado fosse inclinado para o centro e não para fora. Demonstrando assim, que nós dependemos dele, mas também como falamos, que nós precisamos trazer luz sobre a Torah do Eterno para que os outros a vejam.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr/Rav. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)