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sexta-feira, 28 de julho de 2023

Estudo da Parashá Vaetchanan - 2022-2023 - A importância da Toráh na atualidade.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 45 – Vaetchanan (E eu supliquei)

Devarim/Deuteronômio Dt 3:23-7:11,

Haftará (Separação) Is 40:1-26; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 6:1-71; Tg 2:14-26


Tema: A importância da Toráh na atualidade.


Nesse estudo veremos a sabedoria que há na Toráh do Eterno, a responsabilidade que temos em guardar e seguir as Leis de HaShem e a importância dela na atualidade. E mais uma vez confirmaremos que Yeshua, o messias, aprendeu, praticou e ensinou essa Torá com a sabedoria advinda do Eterno, e as pessoas reconheciam isso, mesmo que o perseguissem. E entenderemos que isso não é diferente nos dias modernos.


A PARASHÁ DA SEMANA


Resumo desta porção da Torá, a parashá “Vaetchanan”, que continua o relato de Moshêh no discurso a respeito de tudo o que o povo de Yisrael viveu até aquele momento, e acerca das palavras que o Eterno havia dito como mandamentos. Entre outras coisas, Moshêh fala ao povo que suplicou a D’us para permitir sua entrada na terra de Yisrael (erets Yisrael), mas o Eterno recusou seu pedido.

Moshêh então, continua a exortar e advertir o povo a obedecer à Toráh e seus mandamentos, não aumentando nem subtraindo de suas mitsvot. Diz-lhes para lembrarem-se sempre da incrível revelação que viveram no Monte Sinai, passando aquela memória de geração em geração.

Moshêh adverte o povo de Yisrael sobre o prolongado exílio que viverão se abandonarem a Toráh, e como D'us ao final os levará de volta à terra de Yisrael. Após designar as três cidades de refúgio na margem oriental do Rio Jordão, ele repete as Dez Palavras, conhecidas como os Dez Mandamentos, e ainda descreve a revelação do Criador no Monte Sinai, enquanto ao mesmo tempo, continua a admoestar o povo a manter sua observância da Toráh.

Moshêh ensina-lhes então, o primeiro parágrafo do Shemá, a passagem fundamental que recitamos pelo menos duas vezes ao dia, expressando nossa crença de que D'us é um, e declarando nosso compromisso de amá-Lo e servi-Lo.

Mais uma vez, Moshêh exorta o povo a confiar em D'us, permanecer fiel à Toráh, e ficar sempre consciente das ciladas da prosperidade e do sucesso. Após ordenar ao povo de Yisrael que ensine seus filhos sobre o milagroso Êxodo do Egito, a porção conclui com alguns mandamentos adicionais e avisos a respeito da conquista próxima da terra de Yisrael.

Ensinamentos há para cada um de nós nesta porção, que possamos aproveitar a oportunidade, e avançar no conhecimento de D’us e de suas palavras, pois podemos perceber que no decorrer dos capítulos desta parashá Moshêh continua a exortar e a advertir o povo de Yisrael a obedecer à Toráh e aos mandamentos de D’us.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ


Essa parashá, como todas as outras, contém muitos ensinamentos importantes para a vida do povo de Yisrael e para nós, toraístas hoje. Vamos nesse estudo abordar alguns tópicos, tomando por base os versos de Devarim 4:6-8, abaixo:


Portanto, guardem-nas e sigam-nas; então todos os povos os considerarão possuidores de sabedoria e entendimento. Quando eles ouvirem sobre todas essas leis dirão: Esta nação é, com certeza, um povo sábio e detentor de conhecimento. Pois que grande nação existe com um Elohim tão próximo como o Eterno nosso Elohim, está sempre que chamamos por ele? Que grande nação existe que detenha leis e regras como as de toda esta Torah que ponho diante de vocês hoje? Dt 4:6-8


Ao iniciar o estudo desta porção semanal, preciso trazer à memória a situação da sociedade moderna, que se acostumou a viver afastada dos mandamentos do Eterno. O que por si só, já nos faz compreender, de acordo com o que lemos na Toráh, o motivo das coisas estarem como estão no mundo.

Então chegamos na porção passada, onde vemos o Eterno comunicando a Moshê que ele não entraria na terra. E muito me chama a atenção, o fato de mesmo depois dele ter ouvido o Eterno lhe falar que não entraria na terra com o povo, e ainda assim, ele insiste e suplica a HaShem para que lhe permitisse entrar na terra. Porém, o Eterno enfaticamente manda-lhe que parasse de suplicar, com os seguintes termos:“...Basta! Não me diga mais nada a respeito deste assunto!” Dt 3:26. HaShem não queria mais ouvir nada sobre aquilo, e se manteve distante nesse sentido.

Entretanto, nos versos que lemos acima, ainda assim, vemos Moshêh, o homem de D’us, exaltar a sabedoria do Eterno, e da sua Torah, bem como do povo que se aproxima de D’us e segue a seus mandamentos. E ele faz isso mostrando como as pessoas das nações veriam aqueles que seguem aos mandamentos do Eterno. Embora isso possa parecer contraditório, tanto para o fato de Moshêh que não teve seu clamor atendido, como para os dias de hoje, em que nem todos pensam que os que servem ao Eterno são sábios. Muito pelo contrário, para as pessoas da atualidade, os que obedecem aos mandamentos do Eterno são incomuns, para falar o mínimo dos pensamentos deles. Será que a Torá está errada? Será que o Eterno se enganou? Ou será que Moshêh se equivocou?


A sabedoria das leis do Eterno

Neste primeiro tópico vamos analisar como as leis de D’us, que foram dadas a Yisrael no Sinai, e repetidas por Moshêh nesta parashá, são um sinal de sabedoria e entendimento para o povo. Não é à toa que Moshêh disse nos versos lidos acima que, “...então todos os povos os considerarão possuidores de sabedoria e entendimento…” O Eterno o havia feito entender isso desde o tempo em que o chamou, lá naquela sarça.

Para compreender melhor a perspectiva da sabedoria das leis do Eterno, vejamos os seguintes pontos:

- As leis de D’us são um reflexo do seu caráter santo, justo e também amoroso. Elas revelam a vontade do Eterno para o seu povo e para todo aquele que deseja se aproximar e se tornar povo. Elas mostram como D’us se importa com todos os aspectos da vida, seja moral, social, espiritual ou familiar.

- As leis do Eterno são um meio de bênção e proteção para o povo. Elas prometem recompensas para os que as obedecem e advertências para os que as desobedecem. Elas ensinam o povo a viver em harmonia com D’us, consigo mesmo, com o próximo e com a criação.

- As leis de HaShem são um testemunho para as nações. Elas demonstram a superioridade e a singularidade de Yisrael como o povo escolhido por D’us. Elas despertam a admiração e o respeito das outras nações, que reconhecem a sabedoria e o entendimento de Yisrael.

Todo esses três pontos são facilmente observáveis no texto dessa parashá. E ainda mais, é fácil encontrar mais paralelos em outros textos, vejamos alguns:


Disse então ao homem: No temor do Eterno está a sabedoria, e evitar o mal é ter entendimento. Yov 28:28


A lei do Eterno é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Eterno são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes. ⁸ Os preceitos do Eterno são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Eterno são límpidos, e trazem luz aos olhos. ⁹ O temor do Eterno é puro, e dura para sempre. As ordenanças do Eterno são verdadeiras, são todas elas justas. Salmos 19:7-9


O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina. Pv 1:7


Será que você não sabe? Nunca ouviu falar? O Senhor é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica exausto, sua sabedoria é insondável. Is 40:28

Sendo assim, estamos compreendendo o motivo de Moshêh exaltar a sabedoria das Leis do Eterno e de quem a observa, dizendo que as pessoas reconheceriam isso. E realmente esse reconhecimento ocorre principalmente, em relação à pessoas que vêm do povo de Yisrael, pois são influentes na sociedade e trazem contribuições que beneficiam às nações. Temos vários exemplos de judeus que contribuíram para o avanço da ciência, da tecnologia, da arte e da cultura ao longo da história. Vejamos alguns:

- Albert Einstein: um dos maiores físicos de todos os tempos, famoso pela sua teoria da relatividade e pela equação E=mc². Ele recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1921 por sua descoberta do efeito fotoelétrico. Ele também foi um pacifista e um defensor dos direitos humanos;

- Sigmund Freud: conhecido como o pai da psicanálise, uma teoria que revolucionou o estudo da mente humana e do comportamento. Ele desenvolveu conceitos como o inconsciente, o complexo de Édipo, o id, o ego e o superego. Ele também influenciou a literatura, a filosofia e a arte;

- Jonas Salk: um médico e pesquisador que desenvolveu a primeira vacina contra a poliomielite, uma doença que causava paralisia e morte em milhões de crianças no mundo. Ele recusou-se a patentear sua descoberta e a tornou disponível gratuitamente para todos. Ele também fundou o Instituto Salk para pesquisas biológicas;

- Steven Spielberg: um dos mais aclamados e influentes cineastas da história, revolucionou a indústria cinematográfica ao ser responsável por filmes como E.T., Jurassic Park, A Lista de Schindler, Indiana Jones e O Resgate do Soldado Ryan. Ele ganhou quatro Oscars e é considerado um pioneiro dos efeitos especiais e da tecnologia digital no cinema. Ele também é um filantropo e um ativista social; e

- Mark Zuckerberg: o fundador e CEO do Facebook, a maior rede social do mundo, com mais de 2 bilhões de usuários. Ele também criou outras plataformas como Instagram, WhatsApp e Oculus VR. Ele é um dos homens mais ricos e influentes do mundo, e também um doador generoso para causas como educação, saúde e inovação.

Estes são alguns exemplos de judeus que criaram coisas significativas e tecnológicas para a humanidade. Existem também muitos artistas judeus, que se tornaram famosos, se destacaram em diferentes áreas da arte, como pintura, escultura, cinema, música e literatura. Podemos destacar Amedeo Modigliani, pintor e escultor italiano, ganhou fama por seus rostos nus e retratos com rostos alongados, que marcaram seu estilo. Ainda temos Marcel Marceau, um dos mais famosos mímicos do mundo, ele era um judeu francês que sobreviveu à Segunda Guerra Mundial graças à sua habilidade de imitar os soldados nazistas. Ele criou o personagem Bip, um palhaço melancólico que expressava as emoções humanas sem palavras. Ele também foi um ativista pelos direitos humanos. O famoso Woody Allen, um dos mais aclamados e controversos cineastas da história, ele é um judeu americano que começou sua carreira como comediante e roteirista. Ele é famoso por seus filmes que misturam humor, drama, romance e filosofia, como Annie Hall, Manhattan, Hannah e Suas Irmãs e Meia-Noite em Paris. Ele também é um músico de jazz e um escritor. E ainda podemos citar Scarlett Johansson, uma das atrizes mais populares e bem pagas de Hollywood, ela é uma judia americana que começou sua carreira aos nove anos de idade. Ela é conhecida por seus papéis em filmes como Encontros e Desencontros, A Jovem Rainha Vitória, Os Vingadores e outros. Ela também é uma cantora e uma ativista social.

E a título de curiosidade, os criadores do Google também são judeus. Larry Page e Sergey Brin são dois estudantes do curso de doutorado da Universidade de Stanford que fundaram o Google em 1998. Eles são descendentes de famílias judaicas que imigraram da Europa para os Estados Unidos.

Também, o criador do pendrive é judeu. O seu nome é Dov Moran, um engenheiro elétrico israelense que teve a ideia de criar um dispositivo portátil de armazenamento de dados em 1998. Ele fundou a empresa M-Systems, que desenvolveu o primeiro pendrive em 2000, em parceria com a IBM, que é uma empresa de judeus.

Claro que nem todos estes judeus mencionados acima eram religiosos exemplares, mas em suas famílias aprenderam a Toráh de HaShem, e isso os levou a fazer a diferença na sociedade a seu redor. Até porque, o conceito de religião aplicado pela sociedade é deturpado e pagão, quando é passado pelo crivo justo e sábio da Toráh.

Então, vimos com apenas alguns nomes mencionados que, as palavras ditas por Moshêh nessa passagem que estamos estudando, se cumpriu, se cumpre e continuará se cumprindo, pois os que observam aos mandamentos do Eterno, por menores que sejam, são sábios, e são destacados na sociedade.


A responsabilidade de guardar e seguir as leis do Eterno

Agora podemos buscar entender um pouco melhor como o povo de Yisrael tinha a obrigação de guardar e seguir as leis de D’us, como parte da aliança que fizeram com Ele. Porém, devemos nos lembrar que essa responsabilidade não é apenas dos que nascem do povo, mas também de todo aquele que se aproxima do povo e principalmente do Eterno, através de suas Leis, a Toráh, e do messias Yeshua. Observemos alguns pontos importantes a respeito da responsabilidade de cada um de nós como integrante do povo de D’us, naturais ou enxertados, guardar e seguir as Leis de HaShem:

- Guardar as leis do Eterno significa memorizá-las, estudá-las, praticá-las, ensiná-las e transmiti-las às gerações futuras. É uma forma de honrar a palavra de D’us e preservar a sua identidade como povo da Toráh. Conforme ouvimos pela Toráh oral a respeito do significado das luzes de Shabat e podemos compreender. E também, de acordo com o que lemos no primeiro verso do capítulo 4 dessa parashá:


E agora, ó Israel, ouça os decretos e as leis que lhes estou ensinando a cumprir, para que vivam e tomem posse da terra, que o Senhor, o Deus dos seus antepassados, dá a vocês. Dt 4:1


Nesse ponto a respeito de guardar as leis do Eterno temos também o exemplo do mashiach Yeshua, que aprendeu, estudou, praticou e ensinou, e elas são transmitidas através de seus talmidim até os dias de hoje.

- Seguir as leis do Eterno significa praticá-las diariamente, aplicá-las nos mínimos detalhes em nossas vidas, cumprí-las e observá-las em todas as situações da nossa vida. É uma forma de amar a D’us e demonstrar a sua fidelidade à aliança. Na verdade, quando lemos a respeito de amar ao Eterno, com certeza é uma referência à prática do Torá. Confirmamos isso através de vários textos como os que coloco abaixo:


Quem é o homem que teme o Eterno? Ele o instruirá no caminho que deve seguir. Sl 25:12


Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você. Sl 32:8


O amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão. Sl 85:7


- Guardar e seguir as leis de D’us é um ato de obediência, gratidão, adoração e serviço ao Eterno. É uma resposta ao que D’us fez por Yisrael ao libertá-lo do Egito, ao escolhê-lo como seu povo, ao revelar-se a ele no Sinai e ao dar-lhe a Terra Prometida. Também ao fazer promessas que serão cumpridas através dos seguidores do messias e através do próprio messias Yeshua.


² Nos últimos dias o monte do templo do Senhor será estabelecido como o principal; será elevado acima das colinas, e todas as nações correrão para ele. ³ Virão muitos povos e dirão: "Venham, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacó, para que ele nos ensine os seus caminhos, e assim andemos em suas veredas". Pois, a lei sairá de Sião, de Jerusalém virá a palavra do Senhor. Isaías 2:2,3


Com tudo isso, podemos perceber que a responsabilidade de guardar e seguir a leis de D’us é muito grande, uma vez que nossas práticas de justiça, ou seja, de obediência, podem revelar a verdade do Eterno para outras pessoas, pois somos observados a todo tempo, e é esse testemunho real que leva as pessoas a declararem a grandeza do Eterno. E através disso, entrarem no caminho da teshuvah, que é arrependimento, retorno, conversão, como sempre falamos.


A relevância das leis de Deus para nós hoje

Neste estudo, já falamos acerca do que pessoas do povo de Yisrael já fizeram pelo mundo, ou seja, pela nossa sociedade. Agora, vamos ampliar um pouco mais, e verificar como as leis do Eterno ainda têm valor e significado para nós hoje, mesmo vivendo em um contexto diferente do antigo Yisrael.

Os sistemas religiosos da atualidade, seja o judaísmo, cristianismo ou qualquer outro “ismo”, através de tantas práticas de religiosidade, acabam atrapalhando a observância das pessoas acerca da verdadeira relevância das leis de D’us. Isso porque as pessoas ficam fixadas nas práticas humanistas dos sistemas, tais como: os tipos de culto, os exageros e criar leis de cumprimento, como fazer determinada comida, os dogmas religiosos e falsos ensinos, etc.

Assim, para conseguirmos observar como realmente as leis de D’us são relevantes na atualidade, em confirmação ao que Moshêh disse na parashá, vejamos ainda os seguintes pontos:

- As leis de D’us, a Toráh, expressam princípios eternos e universais imutáveis, que se aplicam a todas as épocas e culturas. Elas revelam o padrão moral e ético de D’us, que serve para toda a humanidade, desde que as aceitem. Elas nos orientam sobre como devemos nos relacionar com o Eterno e com o próximo. Por isso, é tão absurdo observarmos os ensinos teológicos cristãos afirmarem que Yeshua aboliu a Toráh. Os profetas nunca disseram que o mashiach iria decretar leis que seriam superiores às leis do criador do universo, ou que o mashiach iria anular as leis decretadas pelo Eterno. Podemos questionar o seguinte: Pode um filho chegar na casa de seu pai e dizer que, agora quem manda é ele, e que as regras que seu pai estabeleceu foram por ele anuladas e estabelecidas novas regras? É claro que não! O mashiach veio como mensageiro do Eterno, ensinar a cumprir a Torá de forma correta, pois ela é imutável. E o próprio messias disse que veio para cumprir as leis de D’us, veja:


Não pensem que vim abolir a Torá ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Mt 5:17


Digo-lhes verdadeiramente que nenhum escravo é maior do que o seu senhor, como também nenhum mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Jo 13:16


- As leis de D’us apontam para Yeshua, o Messias prometido a Yisrael. Ele cumpriu perfeitamente as leis do Eterno em toda sua vida e até na morte, por isso foi ressuscitado por D’us. Ele nos ensinou o verdadeiro sentido das leis de HaShem: ...amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos… Yeshua não apenas cumpriu, ele tornou as leis do Eterno plenas ao cumprir e ensiná-las em toda a verdade, e distante de tantas halachot que os judeus haviam criado. Não é sem motivo que Bruno Summa, autor judeu, em seu livro Pirkei Shimon – Um comentário judaico da Epístola de Pedro, diz que as maiores discussões de Yeshua com os fariseus, abordavam justamente as leis rabínicas, praticamente em todos os evangelhos, os debates eram referentes aos costumes judaicos da época e nada tinham a ver com a Toráh em si.

Por isso, reafirmamos que é tão absurdo o que as teologias do sistema religioso ensinam, por pura falta de entendimento do contexto judaico, que Yeshua ensinava o contrário da Toráh.

- As leis do Eterno são vivificadas pelo Ruach HaKodesh em nós. Ele nos capacita a guardar e seguir as leis de D’us não por imposição ou legalismo, mas por convicção e liberdade. O mover do Eterno através da Toráh nos transforma à imagem de Yeshua, que é a sabedoria, a justiça e o entendimento de D’us.

Assim, na atualidade em que muitos desobedecem a Toráh, crendo que Yeshua a teria anulado, é de extrema relevância, que observemos às leis do Eterno. E muito além disso, que nossas vidas diárias possam ser um testemunho vivo para as pessoas que ainda estão presas nos sistemas religiosos. Nosso testemunho de vida de justiça, ou seja, prática dos mandamentos, deve falar mais alto do que palavras ditas pelos nossos lábios, a fim de que, mostremos a importância da Toráh para as vidas das pessoas na atualidade. E com isso, tanto os que acreditam que a Toráh foi abolida por Yeshua, como os que não acreditam que ele seja o messias, bem como os de outros sistemas religiosos do mundo, possam se aproximar realmente do Eterno.

Nossa intenção deve ser o de resgatar as ovelhas perdidas da casa de Yisrael, o mesmo propósito que tinha o mashiach, pois se fizermos isso, junto com eles virão também remanescentes das nações para se tornar povo e se aproximar do Eterno, através do testemunho da vida justa de Yeshua.

Sendo assim, nesta parashá, com as palavras de exortação de Moshêh ao povo de Yisrael, temos a oportunidade de refletir que mesmo em meio à situações adversas ao que desejamos, o Eterno sempre faz o melhor não apenas para nós, mas para o cumprimento de seus propósitos. Pois como dizem os sábios do povo, o que aos olhos do mundo aparenta ser uma “punição”, no caso de o Eterno não deixar Moshêh entrar na terra, o Eterno usou para bênção! Eles dizem que se Moshêh tivesse estabelecido os filhos de Yisrael na terra de K’naan, eles nunca poderiam ter sido exilados dela. Se Moshêh tivesse construído o Templo Sagrado, ele nunca poderia ter sido destruído. Se Moshêh tivesse estabelecido o povo de Yisrael em sua terra natal como “luz para as nações”, não haveria necessidade para o envio do Messias. Em outras palavras, o Eterno se manifesta ao mundo através da história de Yisrael, e de todos os que obedecem aos seus mandamentos.

É importante ainda destacar, ao mostra o que disse acima, que o rabino Shaul, ao ensinar ex-gentios de Roma sobre a história e propósito de Yisrael, diz que: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Dus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Rm 8:28.


O povo de Yisrael, o qual D’us chamou e predestinou para Sua honra e glória, não teve uma história totalmente perfeita. No entanto, até mesmo os “altos e baixos” cooperam para o bem, pois o Eterno sempre está no controle de tudo. Shaul é ainda mais específico ao fazer a seguinte declaração:


Pergunto, pois: porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes. Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude! (...) Porque, se o fato de terem eles rejeitado ao Messias trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos? Rm 11:11-12,15


O Eterno está no controle da história, especialmente a história de Yisrael, é o palco para contemplar-se a atuação de D’us. E isso está de acordo com o que Moshêh afirmou no texto em estudo. Porque, nada acontece sem a permissão de D’us, e nada foge ao Seu controle. Se parte de Yisrael, principalmente os religiosos, não tivesse rejeitado a Yeshua há 2000 anos, a mensagem das Boas Novas não teria sido divulgada pelo mundo. De certa forma, os que estão no sistema cristão, tem uma bíblia graças a tudo o que aconteceu. E segundo as profecias, sabemos que o evangelho voltará para Sião e sairá de Jerusalém mais uma vez para abençoar o mundo. Yisrael será salvo, ou seja, os remanescentes se voltarão para Yeshua e para a Toráh limpa, e pessoas das nações serão abençoadas através de seu maior representante: Yeshua, o Messias. Nele, todas as promessas de D’us constantes na Toráh e nos profetas estão se cumprindo, nos provando a cada dia sua importância na atualidade.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr./Rav Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshêh Ben Yosef)