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sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Estudo da Parashá Vayetse - 2023-2024 - Partir permanecendo com o Eterno

 


Estudos da Torá

Parashá nº 7 - Vayêtse (E Partiu)

Bereshit/Gênesis Gn . 28:10-32:2

Haftará (separação) Os.11:7-14:9 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Mt 12:1-50; Jo 1:43-51


Tema: Partir permanecendo com o Eterno.


No estudo dessa semana veremos como é importante permanecer com o Eterno, mesmo quando precisamos partir. A permanência com o Eterno é fundamental para que possamos seguir nossa jornada, nosso caminho previamente estabelecido por HaShem. Ele sempre está conosco, pois está em todo lugar, mas e nós, será que estamos sempre com ele?


A PARASHÁ DA SEMANA

A parashá Vayêtse começa com Yaakov fugindo de Esav e deixando a casa dos pais para viajar a Charan, onde seu tio Lavan (Labão) habitava. Ao passar a noite no local onde no futuro seria construído o Templo Sagrado, D'us aparece a Yaakov no sonho de uma escada que descia do céu até a terra, na qual anjos sobiam e desciam. Do topo da escada, D'us promete a Yaakov que seus descendentes herdarão a Terra de Yisrael e seriam tão numerosos quanto os grãos de areia da terra.

Na sua chegada em Charan, após rolar uma imensa pedra da boca do poço da cidade para que os pastores do lugar pudessem dar água aos rebanhos, Yaakov encontra a filha de Lavan, Rachel, e concorda em trabalhar para seu pai por sete anos a fim de conseguir sua mão em casamento. Porém, quando finalmente chega a noite do casamento, Lavan engana Yaakov, substituindo Rachel pela sua filha mais velha, Lea. Após esperar uma semana, Yaakov casa-se também com Rachel, mas não antes de ser forçado a prometer cumprir mais sete anos de trabalho.

No tempo que se segue Rachel percebe que é estéril, enquanto os anos passam, Lea dá à luz a seis filhos e uma filha, e Bilá e Zilpá (as criadas de Rachel e Lea, respectivamente) cada uma tem dois filhos de Yaakov.

Até que, o Eterno a abençoa e finalmente Rachel tem um filho, Yossef. Yaakov torna-se muito rico durante sua estadia com Lavan, amealhando um grande rebanho, mesmo enquanto Lavan continuamente tenta enganá-lo por todos os vinte anos de sua permanência.

Depois de aconselhar-se com suas esposas, Yaakov e a família fogem de Lavan, que o persegue e o enfrenta, aborrecido por Yaakov ter ido embora sem se despedir, e arrogantemente afirma que Yaakov roubou seus ídolos. Após Lavan procurar os ídolos (que Rachel escondeu, sem que Yaakov soubesse, para impedir o pai de adorá-los), sem sucesso, discute com Yaakov. Finalmente assinam um acordo, prometendo permanecer em paz, e a porção se encerra quando eles se separam.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

Vimos nessa semana de estudos da Torah completando com o que vimos na semana passada, que muitas vezes, ocorrem situações que nos fazem sair de onde estamos, da tranquilidade de nossa zona de conforto. A situação em que Yaakov se encontrava agora era semelhante a de seu avô Avraham, que também precisou sair de sua zona de conforto e seguir com o Eterno para outro lugar. No entanto, Yaakov estava fazendo o caminho inverso de seu antecessor, mas isso tinha um propósito. Às vezes devemos compreender que precisamos recuar para ganhar mais impulso no salto. E quando analisamos a partida de Yaakov para Charan com olhos proféticos podemos perceber muitas coisas importantes que servirão de aprendizado para cada um de nós e para nossa própria caminhada enquanto seguirmos na teshuvah.


Partir

E partiu Yaakov de Beer-Sheva e foi para Charan. Gn 28:10


Esta partida de Yaakov da casa de seus pais e do lugar a que estava acostumado, de acordo com alguns rabinos, é a representação profética das três diásporas que seus descendentes viveriam no futuro. E note que diáspora é ser expulso de sua terra natal, também conhecido em hebraico como Galut. E era exatamente o que estava acontecendo com o patriarca. Vejam o verso a seguir:


Assim, Yitschak mandou Yaakov embora...Gn 28:5a


Em uma versão da Torah da Editora Sefer esse mesmo verso diz:


E enviou Yitschak a Yaakov...Gn 28:5a


Historicamente, uma diáspora sofreria o reino do norte (Efraim ou casa de Yisrael) e duas diásporas o reino do sul (Judá ou casa de Judá). A primeira diáspora é a maior, e corresponde às dez tribos de Yisrael, que começou no ano 722 AEC (Antes da Era Comum) com a invasão da Assíria. Essa diáspora continua nos dias de hoje. No entanto, os profetas falam da reunificação, nos últimos tempos das duas casas de Yisrael, as duas varas voltarão a ser uma. Veja os seguintes textos Ezequiel 37:15- 28; Isaías 11:12; Jeremias 3:18; 16:14-16; 23:5-8; 30:3; 31:27-36; Oseias 1:11; 11:8- 11; Zacarias 8:13, 23; 10:8-12. A casa de Judá, isto é, o povo judeu, passou por dois desterros ou diáspora. O da Babilônia, que durou setenta anos, entre os anos 606-537 AEC. E o segundo que começou no ano 70 EC (Era Comum), e conta-se desde a destruição do segundo templo, no entanto, como o serviço no templo não foi retomado, porque ainda não existe templo, esse desterro também ainda não terminou, principalmente porque há muitos membros da Casa de Judá espalhados pela terra, mesmo depois da declaração do Estado de Israel e do retorno de muitos judeus para a terra, ainda há muitos vivendo em outros países.

No decorrer do estudo do texto da Torah podemos ver que o Eterno diz que ele o traria de volta, da mesma forma que foi profetizado através do TaNaK, que o povo seria tirado de sua terra, mas que HaShem os traria de volta no devido tempo.

Yaakov via a devoção e o amor de seu pai pelo Eterno, mas será que ele tinha essa experiência a vivência com o Eterno? A parashá mostra que ainda não tinha. Sabemos que ele era mais justo que seu irmão Esav, que ele estava mais ligado aos ensinamentos da Torah oral que seu irmão, mas ainda não tinha uma real ligação com HaShem. Essa partida para Charan seria o tempo para Yaakov ter esse encontro e experiência com o Eterno.

O Rabino Isaac Dichi, autor do livro “Nos Caminhos da Eternidade”, ao comentar essa parashá, afirma que continuamente, dentro de cada ser humano, atuam duas energias opostas: o bem e o mal, a luz e a escuridão, ou seja, a yetser hatov e a yetser hará. Por mais estranho que possa parecer, estas forças podem agir ao mesmo tempo. Por isso, foram-nos dados poderes espirituais, a cada um de nós, para vencer o mal. Cabe a nós encontrarmos em cada situação a atitude correta, deixando que a luz ilumine nosso caminho na busca da emet (verdade). Esses poderes espirituais são as bênçãos da obediência à Torah do Eterno, pois a cada mandamento obedecido recebemos força para cumprir mais.

Para isso, é indispensável a constância de nosso comportamento, não variando nossas atitudes dependendo do momento que estamos vivendo. Exemplo fiel de constância, encontramos em nosso patriarca Yaakov. Embora tenha passado por tantas dificuldades, sempre manteve sua conduta correta. Seu próprio nome o identifica como uma pessoa ikvi (constante).

Segundo o autor do mencionado livro, Yaakov passou por apuros com seu irmão Esav e posteriormente com Elifaz, filho de Esav, que o perseguiu, por ordem de seu pai, para matá-lo. E isso é confirmado pela Torah Oral. Ele só não o matou, conforme relato de nossos sábios, por ter crescido junto a Yitschak, tendo recebido uma formação que o impedia de tornar-se um assassino.

Yaakov também passou por situações críticas com Lavan seu tio, irmão de sua mãe e seu sogro. Depois ainda teve de enfrentar o anjo (mensageiro) antes de ir ao encontro de Esav. Teve problemas também com sua filha Diná e quando lhe parecia ter chegado o momento de um pouco de tranquilidade, ocorreu um conflito entre seus filhos, que provocou a venda de Yossef. Estamos vendo como a vida de Yaakov foi tumultuada, como ele foi provado em todo tempo e em várias situações. Contudo, em nenhum momento ele perdeu a paz de espírito, não mudou seu modo de agir e sua personalidade permaneceu incólume, ou seja, sua personalidade não sofreu alteração. Sua fidelidade à Torá e às mitsvot não sofreu nenhum abalo e soube superar todos os obstáculos que apareceram à sua frente.

No livro de Melachim I (1Rs 18:21), encontramos um trecho no qual o profeta Eliyáhu chama a atenção do Povo de Israel, dizendo-lhes: “Ad matay atem possechim al shetê hasseifim”, que quer dizer, “até quando vocês ficarão indecisos, pulando de um lado para o outro”. O profeta Eliyáhu conhecia o grande perigo que um indivíduo passa, quando lhe falta constância; pois sua personalidade fica dividida.

É mais fácil para um idólatra convencer-se de que está no caminho errado e fazer teshuvá (arrepender-se de seus erros, voltando para o caminho da Toráh), do que um não idólatra, que também comete erros. O idólatra poderá abrir seus olhos algum dia e arrepender-se de seus pecados, porque está consciente de que tudo o que fez foi contra os mandamentos de D’us.

Entretanto, aquele que está dividido, que tem em seu íntimo as duas forças atuando, às vezes cometendo transgressões graves e às vezes cumprindo alguns mandamentos, pode eventualmente confortar sua consciência enganando-se, ao imaginar que as atitudes positivas estão dando cobertura a seus erros.

De acordo com o mencionado autor, é por isso, que o profeta Eliyáhu dirigiu-se ao povo dizendo-lhes (Melachim I - 1Rs 18:21): “Im Hashem Haelokim, lechu acharav, veim habáal lechu acharav” – Se D’us é o verdadeiro, sigam-No e se (o verdadeiro) é o ídolo, sigam-no. Ele disse isso para que os B’nei Yisrael não se iludissem adorando ídolos, por um lado e por outro, cumprindo alguns mandamentos da Toráh.

Sobre essa constância ou permanência, também há um trecho no Pirkêi Avot que nos ensina, que não devemos achar que nossas boas ações encobrem nossos pecados. No Capítulo 4, mishná 21, está escrito: “Velô micach shôchad” – o Todo-Poderoso não aceita suborno. A explicação do comentarista Rabênu Ovadyá Mibartenura é que D’us não aceita as boas ações como desculpa pelas más, ou seja, recebemos recompensas pelas boas ações que fazemos, mas também recebemos castigos pelas más (mesmo que sejam poucas).


Andando com D’us

Na parashá passada vimos Rivka aceitando seguir El’azar em um caminho que a levaria ao encontro de seu futuro marido, e ela fez isso sem nem mesmo saber qual a sua aparência, nem seu caráter, nem que tipo de homem ele era. Ela aceitou seguir o caminho que El’azar havia dito que tinha sido guiado pelo Eterno. Sua decisão foi a de andar com o mesmo D’us de seu parente Avraham e do servo dele, e consequentemente, de seu filho que seria seu futuro marido. Creio que podemos entender que Rivka decidiu deixar sua terra e seus parentes para seguir o caminho com D’us.

Agora, Yaakov estava seguindo por um caminho também, andando com D’us, pois aquele era o propósito para a vida dele. Andar com o Eterno é uma decisão que deve ser feita por quem deseja servir a D’us. E Yaakov decidiu isso verdadeiramente quando chegou “no lugar” e teve o sonho da escada que da terra ia ao céu.


E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por seu travesseiro, e deitou-se naquele lugar. E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Elohim subiam e desciam por ela; Gn 28:11-12


Temos muitos apontamentos proféticos nessa porção, mas essa passagem aponta para os seguidores de mashiach que tendo entrado no caminho se transformam em uma escada, ou seja tornam-se mensageiros, que levam pessoas ao Reino de D’us através do ensino da Torah. Assim, como Rivka e Yaakov, decidem entrar no caminho e servir ao propósito estabelecido pelo Eterno, cada um de nós deve também seguir os mesmos passos.

É importante destacar que quando se toma a decisão de caminhar com D’us, buscando ser firme no propósito, o Eterno também se mantém firme conosco. Vemos isso bem claro nessa parashá, observe:


Seus descendentes serão como o pó da terra, e se espalharão para o Oeste e para o Leste, para o Norte e para o Sul. Todos os povos da terra serão abençoados por meio de você e da sua descendência. Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi". Gn 28:14,15


De acordo com o site Emunah a fé dos Santos, aqui há uma referência à descendência de Yaakov que seria uma bênção para todas as famílias da terra. Para algumas pessoas, esta profecia tem se cumprido gradualmente, através das invenções tecnológicas, e não só, desenvolvidas pelos israelitas e que os prêmios Nobel são apenas um reflexo.

A descendência de Yaakov é uma bênção para todo o mundo nesses momentos, além de ter entregado ao mundo a Toráh e o Messias para a salvação de todo aquele que se voltar para o Eterno. Por isso está escrito, na tua descendência/semente, como uma referência ao Messias.

Aqui aparece a mesma palavra que e no texto de Gênesis 12:3, “benditas” que no texto hebraico a palavra correspondente é “venivrechu”, e essa bênção que tornarão as pessoas benditas pode ser entendida como “o processo de enxerto no povo”, levando mais pessoas a andarem com D’us através da obediência à Toráh.

Concluindo nosso estudo, de acordo com o que vimos até aqui podemos entender que para permanecermos com o Eterno devemos partir de nossa zona de conforto e andar com D’us em todo o tempo e durante todo o caminho. O exemplo que encontramos na vida de Yaakov é muito claro para nós, e nos leva a refletir na nossa teshuvah, e em como estamos vivendo. Permanecer firme no caminho da Torah do Eterno é estar no centro da vontade do Eterno e ele estará ligado a você enquanto estiver firmado na sua vontade.


Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Pr/Rav Marcelo Peregrino Silva (Marcelo Santos da Silva - Moshê Ben Yosef)

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Estudo da Parashá Chayei Sará - 2023-2024 - Amor, um sentimento ou uma prática de justiça?

 


Estudos da Torá

Parashá nº 5 - Chayêi Sará (A vida de Sara)

Bereshit/Gênesis Gn.23:1-25:18

Haftará (separação) 1Rs. 1:1-31 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Mt 8:19-22; 27:3-10, Lc 9:57-62


Tema: Amor, um sentimento ou uma prática de justiça?


Neste estudo falaremos sobre o amor e o que ele é. O amor é meramente um sentimento, uma emoção, uma afeição ou é algo proveniente da razão? Será que o amor é uma prática de obediência aos mandamentos do Eterno, e assim é um ato de justiça? E qual a ligação do amor com a relação que há entre Yitschak e Rivka e Yeshua e a Congregação Nazarena? Vejamos todas as coisas neste estudo, permaneça até o final deste estudo.


A PARASHÁ DA SEMANA

Em resumo, a parashá dessa semana começa com a morte de Sara na idade de 127, e a busca de Avraham por um local apropriado que fosse digno de sua grandeza. O patriarca recusa-se a aceitar a generosa oferta de Efron, um membro da nação hitita que vivia na terra de Kena’am, de dar-lhe Mearat Hamachpela – a caverna de Macpela, na cidade de Hebron, sem custo algum, e Avraham termina por pagar uma enorme soma de dinheiro pelo lote, onde finalmente sepulta sua amada esposa.

Avraham envia seu fiel servo, Eliezer, de volta a seu país de origem e à sua família, a fim de encontrar uma esposa conveniente para Yitschak. Chegando à cidade de Charam, Eliezer alinhava um plano pelo qual conseguiria selecionar uma moça recatada e generosa, apropriada para o filho de seu amo.

Eliezer ora a D'us para que Ele lhe conceda sucesso nesta missão, fazendo o plano funcionar. Decide ficar à beira do poço da cidade, esperando que uma moça lhe ofereça e a seus camelos, água para beber. Esta pessoa, que dar-se-ia ao trabalho de puxar água para um estranho e seus dez camelos, indo além do cumprimento do dever, certamente possuiria um grande caráter.

Rivka passa pelo teste, e após receber presentes enviados por Avraham, ela leva Eliezer à casa de seu pai. Eliezer conta os eventos do dia à família da moça e pede a Rivca que volte com ele para desposar Yitschak. Ela aceita, e eles se casam.

Com o papel de Avraham como pai do povo judeu completado, e o manto da liderança passado à próxima geração, a porção se encerra com uma breve genealogia dos outros filhos de Avraham com sua esposa Keturá, que alguns comentaristas afirmam ser Hagar, enquanto outros são contrários a essa idéia. Apesar de alguns sábios do nosso povo afirmarem que Kuetura era Hagar, isso é improvável, pois Ketura não era Hagar, já que o nome de Ismael não está na lista de seus filhos, veja o o texto de Gênesis‬ ‭25:1‭-‬2‬ ‭"E Abraão tomou outra mulher; o seu nome era Ketura. E gerou-lhe Zinrã, e Jocsã, e Medã, e Midiã, e Isbaque, e Suá." Ismael não está na lista, logo Ketura não era Hagar. Sem falar que a Torá oral afirma que o Eterno proibira Abraão de voltar ao Egito desde o episódio em que o Faraó ficou doente por causa de Sará. E tem também a própria vontade de Sará confirmada pelo Eterno de mandar a egípcia embora, que Abraão respeitou a decisão e a memória de Sará não voltando a ter contato com Hagar. Por esses motivos cremos não serem a mesma pessoa. Avraham morre com a idade de 175. Ele é enterrado ao lado de Sara pelos seus dois filhos mais velhos, Yitschac e Ismael.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

Depois de vermos o resumo vamos ao estudo específico dessa parashá. Esse estudo irá te ajudar a entender o verdadeiro significado do “amor” nas Escrituras Sagradas e desconstruir o entendimento enganoso a respeito desse termo.

Primeiramente, vamos ao dicionário Oxford, que nos diz o seguinte:

Amor – substantivo masculino.

1. Forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais.

2. Atração baseada no desejo sexual.

No Wikipédia encontramos a seguinte definição: Amor é uma emoção ou sentimento que leva uma pessoa a desejar o bem a outra pessoa ou a uma coisa. O uso do vocábulo, contudo, lhe empresta outros tantos significados, quer comuns, quer conforme a ótica de apreciação, tal como nas religiões, na filosofia e nas ciências humanas.

O Dicionário Bíblico Wycliff nos informa que em várias versões da bíblia o substantivo utilizado é, frequentemente, “caridade”. E o principal verbo hebraico para amor é “aheb”, aparecendo cerca de 225 vezes no TaNaK, embora apareça 18 outras palavras de significado semelhante, que aparecem cerca de 30 vezes no total.

Há ainda diversa informações sobre a palavra amor vindo do grego e de termos como “phileo”, “agapao” e “eros”, mas em muitos casos esses termos acabam não traduzindo o sentido bíblico correto, pois estão carregados da filosofia e da teologia cristã que estão distantes do contexto original. Entretanto, quando olhamos para a Torah, para os profetas e para os escritos encontramos o contexto correto e o ensino perfeito do Eterno a respeito desse termo. Vejamos então em relação à Toráh.


O que é amor?

Encontramos no site Chabad, a informação de que, na porção da Torá desta semana, ouvimos que Yitschak casou-se com Rivka e então ele a amou. Isso é dito por causa do texto de Bereshit/Gênesis 24:67:


⁶⁷ Isaque levou Rebeca para a tenda de sua mãe Sara; fez dela sua mulher, e a amou; assim Isaque foi consolado após a morte de sua mãe.


Parece que o amor está fora da sequência a que estamos acostumados. Não seria mais lógico para Yitschak primeiro amar Rivka e depois casar-se com ela?

Talvez possamos aprender pela Toráh, uma lição sobre o amor das ações de Yitschak e Rivka. Na sociedade atual, dizemos a palavra "amor" de forma tão informal e banal. Usamos o termo indiscriminadamente, tornando-o sem sentido. Conte o número de vezes que você diz a palavra "amor" durante um dia, e ficará surpreso. Frases do tipo: "Amei aquele vestido" ou "Amo sorvete de chocolate com calda quente" são ouvidas a todo momento, segundo o mencionado site. Mas na verdade, pode-se amar um objeto inanimado? Mesmo se dizemos amar uma pessoa, outro ser humano, nós o amamos realmente pelas razões certas? Ou idealizamos nossa própria definição de amor ao pensar: amo-a porque é linda", ou "amo-o pelo dinheiro que tem"?

A Toráh pela atitude de Yitschak e de Rivka está nos mostrando o verdadeiro significado do amor. Muitas vezes, as pessoas se apaixonam, casam-se, e o relacionamento começa a azedar a partir daí. Segundo o Chabad, a parashá nos ensina que ao invés de sermos apanhados pelo amor, deveríamos construir o amor. Um relacionamento entre marido e mulher deveria ser dinâmico. Não deveríamos "mergulhar" no amor, e depois vê-lo cair de intensidade. Este versículo nos diz que quando Yitschak se casou, o amor estava apenas começando. Seu amor por Rivka crescia a cada dia, não conhecendo amarras ou limitações. Seu amor era real; não era estático, nem tornou-se murcho, dependendo do que Rivka estava vestindo ou das circunstâncias em que estivessem. Era um amor duradouro, um amor que deveríamos tentar imitar.


Começando a Entender

Vamos agora aprofundar um pouco mais nosso entendimento. No site Emunah a fé dos santos, no comentário dessa parashá, o autor diz que o capítulo 24 de Bereshit narra a história da procura de uma mulher para o filho de Avraham. E Adotando o segundo nível do PaRDeS, a interpretação judaica, o Remez (o nível alegórico), podemos destacar o seguinte:

- Avraham representa o Pai Celestial, como está escrito em Mateus 22:2:

O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;”


- O servo enviado por Avraham, El’azar, cujo nome significa “Meu Elohim me consola”, representa o Ruach (Espírito) do Eterno, como está escrito em João 15:26: “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.”


- Yitschak representa o Filho de Elohim, como está escrito em Provérbios 30:4b: “Qual é o seu nome? E qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?”


E em Mateus 3:17:

“E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”


- Os demais servos que acompanhou a El’azar guarnecendo os camelos com as provisões e presentes representam os anjos, os profetas, como está escrito em Hebreus 1:1:

Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas,”


E Hebreus 1:14:

Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?”


- Rivka representa a noiva do Messias, a Nação de Yisrael, a Congregação Nazarena, como está escrito em Isaías 62:5:

Assim como um jovem se casa com sua noiva, os seus filhos se casarão com você; assim como o noivo se regozija por sua noiva, assim o seu Deus se regozija por você.”


Cânticos 4:12:

Você é um jardim fechado, minha irmã, minha noiva; você é uma nascente fechada, uma fonte selada.”


E Apocalipse 19:7:

Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou.”


O Eterno enviou o Seu Ruach (Espírito, sopro, mover, poder) à terra para encontrar e selar todos aqueles que com os seus corações, ou seja com kavanah (intenção) verdadeira desejam entregar-se a Ele, como está escrito em 2 Crônicas 16:9a:

Porque, quanto ao Eterno, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele;”


Assim como o damasceno El’Azar (Eliezer) deu testemunho da existência do filho de Avraham que lhe tinha nascido e todas as riquezas que Avraham entregara ao seu filho (Gn 24:36), da mesma forma o Espírito do Eterno dá testemunho acerca do Filho, e que recebeu tudo o que é do Pai, incluindo a autoridade no céu e na terra, como está escrito em João 17:10a:

E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas;”


E em Mateus 28:18:

E, chegando-se Yeshua falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.”


Como Rivka era uma virgem pura, assim também de igual modo deve ser a noiva do Messias, que não se contaminou com outros, como está escrito em 2 Coríntios 11:2: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Elohim; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, ao Messias.”


E em Apocalipse 14:4-5 está escrito:

Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para D’us e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de D’us.”


Nos versos 10-14 do capítulo 24 de Bereshit, vemos El’Azar no cumprimento da promessa firmada com seu senhor Avraham, orar ao Eterno entregando em suas mãos a escolha da mulher para Yitschak. Como um bom servo ele desejava atender a solicitação de seu senhor, no entanto, não era uma tarefa muito fácil. E a emunah de Avraham tocou profundo na vida de El’Azar de tal forma, que isso o fez também confiar que o Eterno o guiaria no caminho certo. Agora perceba o apontamento profético nesse ato do servo de Avraham. Assim como El’Azar entregou nas mãos do Eterno o ato de escolher a esposa para o filho de seu senhor, é o Eterno quem escolhe através das ações do Ruach aqueles que farão parte da Congregação Nazarena, tocando-os para decidirem seguir o caminho.

Compaixão, Empatia e Amor na prática.

E sucedeu que, antes que ele acabasse de falar, eis que Rebeca, que havia nascido a Betuel, filho de Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão, saía com o seu cântaro sobre o seu ombro. E a donzela era mui formosa à vista, virgem, a quem homem não havia conhecido; e desceu à fonte, e encheu o seu cântaro e subiu. Então o servo correu-lhe ao encontro, e disse: Peço-te, deixa-me beber um pouco de água do teu cântaro.” Gn 24:15-17


Aqui encontramos o servo de Avraham pedindo água à Rivka para testá-la. E ver se seria ela a que o Eterno havia de tocar. Mas antes de seguir, observe uma semelhança dessa passagem com uma outra em que há a participação de Yeshua.

A frase encontrada no vs. 17 de Bereshit/Gn, que lemos acima, é semelhante à frase que lemos em Yochanan/Jo 4:7 que diz:

Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Yeshua: Dá-me de beber.”


Ainda, observando novamente, a segunda regra de interpretação do PaRDeS, a regra Remez, que também aponta para a similaridade de expressões, podemos comparar estes dois eventos distintos e distantes no tempo, e chegar a conclusões interessantes. E comprovar o que sempre dizemos que deve ser feito ao se estudar os textos do chamado Novo Testamento, ou seja, as passagens espelho na Torah e nos profetas.

Observe que, da mesma forma que o servo de Avraham procurava uma noiva para o filho, o servo do Eterno, o Messias, procurava pessoas entre os samaritanos que poderiam também ser parte da noiva do Filho de Elohim. Dessa forma, aprendemos que os que não são judeus (Samaria era a capital do Reino do Norte, cujas tribos estão dispersas – ‘as dez tribos perdidas’), também têm a oportunidade de fazer parte da Noiva do Messias, abandonando seu povo e se tornando povo do Eterno, como está escrito, no Salmo 45:10-11:

Ouve, filha, e olha, e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa do teu pai. Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois ele é teu Senhor; inclina-te diante dele.”


Repare que fato interessante a respeito deste Salmo, ele é lido em Yom Teruáh, a Festa das Trombetas, uma das festas solenes do Eterno. Justamente a festa que é o apontamento profético para a vinda do Messias para Reinar. Este Salmo fala das bodas do rei em alusão à boda do Messias com a sua Noiva. O interessante é que essa noiva é apresentada como proveniente de fora do povo de Yisrael. É uma convertida, não à religião, mas ao Eterno. Isso mostra-nos que a maioria das pessoas que fazem parte da noiva, são de origem gentia, ou seja, israelitas, membros da Casa de Yisrael, que perderam a sua identidade ao longo dos séculos, os chamados não judeus. Entretanto, são verdadeiros judeus, pois já aprendemos também, que judeu é uma condição e não meramente ser parte de uma linhagem de descendência sanguínea.

É importante destacar que isso não exclui o judeu natural, mas sim, mostra-nos que infelizmente, o povo judeu está em minoria. A maior parte da congregação, isto é, da noiva, vem dos gentios convertidos, que como Casa de Yisrael, estão cumprindo a profecia de retorno ao Eterno.

Nas Escrituras podemos encontrar várias personagens quando se fala nas bodas do Messias: O Noivo, a Noiva, as virgens e os demais convidados. Nem todos são parte da noiva. Entre os servos de D’us, há três categorias: os convidados, as virgens e a Noiva. Estes são os três níveis de crentes que aparecem nas Escrituras. Para subir de nível deve-se obedecer à Toráh, como disse o Messias Yeshua em Mateus 5:19:


Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.”


Neste texto podemos ver três categorias de pessoas:

1- Aqueles que estão dentro do Reino mas não guardam todos os mandamentos da Toráh do Eterno, esse é chamado de muito pequeno/menor.

2- Aqueles que estão dentro do Reino e guardam os mandamentos, porém não os ensina aos outros, esses não são chamados nem pequenos, nem grandes.

3- Os que estão dentro do Reino, guardam os mandamentos e ensinam aos outros, esses serão chamados de grandes no Reino dos céus.

Para se casar, é necessário ser grande, ou seja adulto. Uma criança pequena não pode se casar. Para ser noiva é preciso guardar e ensinar os mandamentos aos outros, isso demonstra maturidade.

A mensagem que é dada à noiva no Salmo 45, que lemos acima, é que deve esquecer o seu povo e a casa de seu pai, assim como o patriarca e pai da emunah, o qual implica uma total dedicação ao noivo. É exatamente essa mesma mensagem que o Eterno deu a Avraham, dizendo: “saia da sua terra e da sua parentela”, para viver uma vida totalmente focada no Eterno, isto é, por amor verdadeiro. Atendendo às instruções daquele que os chama, obedecendo aos mandamentos, não por medo, não por interesse material, mas simplesmente por amor. Basta olhar o que o Eterno fala ao povo no Sinai:


¹ E D’us falou todas estas palavras:

² "Eu sou o Eterno, o teu D’us, que te tirou do Egito, da terra da escravidão.

³ "Não terás outros deuses além de mim.

"Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra.

Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Eterno teu D’us, sou D’us zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam,

mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e guardam os meus mandamentos. Êxodo 20:1-6


Podemos perceber que, o caminho para ser noiva, passa por três fases, expressadas no Salmo 45:10-11, que já lemos, veja:


Ouve, filha, e olha, e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa do teu pai. Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois ele é teu Senhor; inclina-te diante dele.”


1- “Ouve filha…” – É um apontamento para o “Ouve Yisrael”, de Devarim/Dt 6:4. A palavra hebraica que é traduzida como “ouve” é “shemi”, a forma feminina de “shemá”. Esta palavra significa duas coisas; ouve e obedece. Mas não um simples “ouvir”, e sim “capta isto”, “entenda isto” e “internalize isto”.

2- “…olha…” – É uma indicação da observação de como viver uma vida segundo a instrução da Toráh e que veio a ser confirmada e aprofundada pelo testemunho de Yeshua.

3- “…inclina o teu ouvido…” – Tem a ver com a humildade de coração para poder receber a Toráh ensinada por um povo com uma cultura, forma de pensar, e de se comportar, muito diferente. Especialmente, no que diz respeito aos mandamentos, que não tem uma explicação humana lógica, ou seja, é necessário que a noiva se humilhe e aceite os mandamentos mesmo que não entenda o seu propósito. Da mesma forma como vemos Rivka fazer nessa parashá, isto é, por amor. Esses mandamentos são os que definem mais intensamente o carácter, porque exigem mais humildade que os mandamentos que têm uma explicação lógica. E essas três categorias de crentes estão expressas em vários textos em toda a Bíblia.

Muitas pessoas que dizem estar em teshuvah ficará no átrio, ou seja, do lado de fora da cidade santa. Outro grupo grande estará no Lugar Santo, mas um pequeno grupo, que será a Noiva, entrará no lugar santíssimo, como está escrito em Mateus 22:14: “Muitos serão chamados, mas poucos serão escolhidos.”


E no livro de Cantares 1:4b está escrito: “O rei conduziu-me aos seus aposentos”. Entre os remidos existirão vários tipos de galardão, os que tiverem a benção de fazer parte da noiva, receberão o maior galardão, são esses que farão parte da primeira ressurreição.


E apressou-se, e despejou o seu cântaro no bebedouro, e correu outra vez ao poço para tirar água, e tirou para todos os seus camelos. E o homem estava admirado de vê-la, calando-se, para saber se o Eterno havia prosperado a sua jornada ou não.” Gn 24:20-21


Segundo o site Emunah a fé dos santos, um camelo pode armazenar mais de 54 litros de água em seu organismo. Os recipientes que eram usados na época para transportar água, levavam cerca de 10 litros cada. Isso significa que Rivka, para atender ao pedido do homem, teve que fazer várias viagens de ida e volta para saciar os camelos. Por essa razão o servo de Avraham, El’azar ficou “admirado”, pelo seu excelente trabalho e dedicação.

Essa atitude de amor incondicional a um estrangeiro capacitou-a para ser a esposa de Yitschak. Avrahm e Sará destacavam-se pela sua generosidade e amor por ajudar pessoas, e esta jovem seria um bom complemento para que o casamento entre ela e Yitschak pudesse seguir o mesmo rumo. Com isso devemos aprender que nossa disposição em ajudar, apoiar, dar suporte, ensinar, etc é por amor. Sempre falamos aqui, mas é bom relembrar, o amor é a base da Toráh. São as colunas que sustentam os demais mandamentos.

Dos versos 27 ao 52, toda a história é repetida. E como sempre repetimos nada na Toráh é por acaso. A importância é dobrada pois há claramente um apontamento profético a ser considerado. Primeiro o momento histórico referente ao messias e seu povo, e depois o que ocorrerá no futuro, quando vier a encontrar com a Congregação Nazarena que deu água (Toráh) ao seu próximo.


Casar antes de amar ou amar e depois casar?

E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe.” Gn 24:67


No início deste estudo mencionamos este verso, e agora retornamos a ele. Primeiro vejamos a respeito do que o texto fala sobre a tenda de Sará. A tenda de Sará é uma representação da nova Jerusalém que é nossa mãe, como está dito por Rav Sha’ul (Paulo) e escrito em Gálatas 4:26:

Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós.”


E em Apocalipse 21:2 diz-nos:

E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Elohim descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.”


Observe que assim como Rivka, nessa mesma tenda será introduzida a noiva do Messias, como está escrito nos Cantares 1:4:

O rei conduziu-me aos seus aposentos”.


Ao contrário do ocidente, que primeiro se ama uma mulher para depois se casar, no povo de Yisrael, primeiro se assume o compromisso com a mulher, casam-se e depois vem o amor. Isso é claramente um apontamento para algumas coisa importantes. Vejam que no Sinai o povo disse a Moshê ao receber a Toráh escrita:


Em seguida, leu o Livro da Aliança e o leu para o povo; e eles responderam: “Tudo o que o Eterno ordenou, nós o faremos e obedeceremos!” Ex 24:7


Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele". João 14:21


"Se alguém me ama, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos nele morada. Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são de meu Pai que me enviou. João 14:23,24


Primeiro se pratica para depois obedecer, assim como na passagem de Yitschak e Rivka, primeiro veio a união para depois o amor. No âmbito profético, em relação ao nosso relacionamento com o Eterno e o noivo que ele estabeleceu, também é assim, pois primeiro ouvimos o chamado e como Rivka seguimos sem saber como é o caminho, mas somos conduzidos pelas instruções do Eterno através do noivo, e entramos na câmara nupcial, ou seja, passamos a viver para o Eterno vivendo conforme a Toráh de mashiach. E só então vem o amor, ou seja, o entendimento pleno da Toráh, que é a prática da justiça.


O amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão. Salmos 85:10


Eu me casarei com você para sempre; eu me casarei com você com justiça e retidão, com amor e compaixão. Oséias 2:19


Se vocês sabem que ele é justo, saibam também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele. 1 João 2:29


Filhinhos, não deixem que ninguém os engane. Aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 1 João 3:7


Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Pr/Rav Marcelo Peregrino Silva (Marcelo Santos da Silva - Moshê Ben Yosef)