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domingo, 18 de abril de 2021

Entenda os Textos de Paulo – Parte 5 - Os ex-gentios se tornaram filhos de D’us.

 




Este estudo pretende falar sobre a adoção de filhos que os ex-gentios receberam a qual o Rav Sha’ul (apóstolo Paulo) diz que, aquele que se volta para o Eterno (Santo Bendito seja ele) recebe por meio da fidelidade que vem da confiança no Messias Yeshua, registrado em Gálatas 4. A maioria dos teólogos cristãos entendem que Sha’ul ensinou contra a Torá do Eterno, Santo Bendito seja ele. Mas será que ele realmente pregava e ensinava contra a Torá que HaShem havia dado ao seu povo?


Para termos uma perfeita compreensão das cartas Paulo, devemos aprender principalmente a usar o PaRDeS, que é a hermenêutica judaica, pois Paulo se utiliza muito dessa técnica, além disso devemos nos lembrar que precisamos analisar três pontos:


- Primeiro - Com quem Paulo estava falando ou qual é o destinatário;

- Segundo - Qual era o motivo da carta ou qual era a situação vivida pelo destinatário; e

- Terceiro - Qual era o contexto histórico vivido pela congregação e pelo destinatário.


É importante lembrar também que o apóstolo Paulo usava alguns pronomes para identificar com quem ele está falando. Assim, quando ele usa os pronomes "nós, nosso ou nossos", está falando dele e dos judeus. E quando usa "você, vocês, vosso ou vossos", está falando dos ex-gentios que agora fazem parte do povo do Eterno.


Então vamos ao Primeiro Ponto – Com quem Paulo estava falando ou qual é o destinatário. Talvez você ache estranho começarmos por esse ponto, afinal o nome da carta já define o destinatário. Porém, quem realmente eram os gálatas? Eles eram judeus ou gentios?


Conforme mencionei no estudo anterior, olhando para o texto introdutório da carta, no capítulo 1, poderemos facilmente distinguir o destinatário real.


Como disse, note que na introdução dessa carta, o apóstolo ou emissário, fala de seu chamado e que o Evangelho ou boas novas que anunciou era verdadeiro. Ele falava de acordo com a Torá e os profetas. E que algumas pessoas estavam trazendo um falso evangelho, falamos sobre isso nos estudos anteriores, se não os leu procure-os. Agora, repare de quem e para quem o apóstolo fala. Esta parte ainda é do estudo anterior, para que possamos cumprir os pontos de observação, e então chegarmos ao entendimento do texto em estudo no Capítulo 4 de Gálatas.


Primeiro ele diz que a carta era para as comunidades messiânicas da Galácia. E devemos ter o entendimento que não era uma igreja (prédio) na cidade, como muitos pensam, mas comunidades que se reuniam em vários lugares na cidade, de acordo com o que podemos ler em Rm 16. Eram famílias, irmãos e amigos que se reuniam em casas e que se revesavam nos ensinos e instruções da Torá, que o apóstolo havia lhes deixado. Agora repare também nos pronomes utilizados por ele. Note que no verso 3 ele diz: “Graça e shalom a vocês de D’us, nosso Pai, e do Senhor Yeshua, o Messias,…”, vejam que faz distinção de vocês e nosso. Isso é porque ele está desejando que a graça e a shalom (paz) fossem com esses crentes ex-gentios da Galácia, da parte de D’us que como ele disse, nosso Pai. O Eterno é o Pai do povo de Israel, de acordo com Ex 4:23:


e eu já lhe disse que deixe o meu filho ir para prestar-me culto. Mas você não quis deixá-lo ir; por isso matarei o seu primeiro filho!”


Também podemos ver que ele fala do povo de Israel quando diz: “...se entregou a si mesmo por nossos pecados, a fim de nos libertar do presente sistema mundial maligno, em obediência à vontade de D’us, nosso Pai…Pois aqueles que estão vivendo sob ou debaixo da lei são o povo do Eterno, e como pecado é transgressão da Lei, só pode transgredir quem vive sob a Lei, tentando acertar. Os gentios que não tinham D’us, não tinham a Torá, e nem a promessa do messias, não viviam sob a Lei. Eles são iníquos ou anomos, sem Lei. Por isso podemos entender que Paulo se refere a si e a seu povo.


Mas repare que o destino e objetivo da carta é esse: “A realidade é que certas pessoas estão aborrecendo vocês…” Algumas pessoas estavam vindo a estes ex-gentios, com um ensinamento diferente do que eles tinham aprendido com o apóstolo. Veja, aborrecendo vocês, o pronome mostra. O ensino que estava chegando e aborrecendo, era repleto de legalismos e distantes da verdadeira Torá ensinada por Paulo. Por isso ele chama esses ensinos de falso evangelho ou boas novas que não são boas novas. E quando continuamos a ler os versos seguintes desse primeiro capítulo temos certeza que Paulo está falando a ex-gentios, e que seu evangelho é destinado a gentios ou remanescentes israelitas espalhados entre as nações.


Entendemos então o primeiro ponto, que era a quem a carta é destinada, e também entendemos o segundo ponto, que é: qual era o motivo da carta ou qual era a situação vivida pelo destinatário. Quando dissemos que Paulo estava combatendo um falso ensino que estava adentrando as comunidades naquela cidade.


Agora vamos entrar no contexto do capítulo 4 e buscar o entendimento do que Paulo queria ainda ensinar às comunidades da galácia.


Digo porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo. No entanto, ele está sujeito a guardiães e administradores até o tempo determinado por seu pai. Assim também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos princípios elementares do mundo. Mas, quando chegou a plenitude do tempo, D’us enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: "Aba, Pai".

Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, D’us também o tornou herdeiro. Antes, quando vocês não conheciam a D’us, eram escravos daqueles que, por natureza, não são deuses. Mas agora, conhecendo a D’us, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra vez?

Vocês estão observando dias especiais, meses, ocasiões específicas e anos!

Temo que os meus esforços por vocês tenham sido inúteis. Eu lhes suplico, irmãos, que se tornem como eu, pois eu me tornei como vocês. Em nada vocês me ofenderam; como sabem, foi por causa de uma doença que lhes preguei o evangelho pela primeira vez. Embora a minha doença lhes tenha sido uma provação, vocês não me trataram com desprezo ou desdém; pelo contrário, receberam-me como se eu fosse um anjo de D’us, como o próprio Messias Yeshua. Que aconteceu com a alegria de vocês? Tenho certeza que, se fosse possível, vocês teriam arrancado os próprios olhos para dá-los a mim. Tornei-me inimigo de vocês por lhes dizer a verdade? Os que fazem tanto esforço para agradá-los, não agem bem, mas querem isolá-los a fim de que vocês também mostrem zelo por eles. É bom sempre ser zeloso pelo bem, e não apenas quando estou presente.

Meus filhos, novamente estou sofrendo dores de parto por sua causa, até que o Messias seja formado em vocês. Eu gostaria de estar com vocês agora e mudar o meu tom de voz, pois estou perplexo quanto a vocês.

Digam-me vocês, os que querem estar debaixo da observância legalista Torá: Acaso vocês não ouvem a Torá? Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. O filho da escrava nasceu de modo natural, mas o filho da livre nasceu mediante promessa. Isso é usado aqui como uma ilustração; estas mulheres representam duas alianças. Uma aliança procede do monte Sinai e gera filhos para a escravidão: esta é Hagar. Hagar representa o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à atual cidade de Jerusalém, que está escravizada com os seus filhos. Mas a Jerusalém do alto é livre, e essa é a nossa mãe. Pois está escrito: "Regozije-se, ó estéril, você que nunca teve um filho; grite de alegria, você que nunca esteve em trabalho de parto; porque mais são os filhos da mulher abandonada do que os daquela que tem marido".

Vocês, irmãos, são filhos da promessa, como Isaque. Naquele tempo, o filho nascido de modo natural perseguia o filho nascido segundo o Espírito. O mesmo acontece agora. Mas o que diz a Escritura? "Mande embora a escrava e o seu filho, porque o filho da escrava jamais será herdeiro com o filho da livre". Portanto, irmãos, não somos filhos da escrava, mas da livre.

Gálatas 4:1-31


Agora que já entendemos um pouco do contexto, e já lemos o capítulo 4, vamos procurar entender este ensino de Rav Shaul (Paulo) aquela comunidade, o que ele queria dizer nessa parte da carta, que infelizmente, é muito mal compreendida nos meios teológicos, e acreditem quando falo isso, pois sou formado naquela teologia. E agradeço ao Eterno por ter me aberto os olhos para a verdade do contexto original.

Para buscarmos mais compreensão ainda, voltemos alguns versos no capítulo anterior ao que lemos, vamos ao capítulo 3 verso 26 em diante:



Todos vocês são filhos de D’us mediante a fé no Messias Yeshua, pois os que no Messias foram batizados, no Messias se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um no Messias Yeshua. E, se vocês são do Messias, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa. Gálatas 3:26-29


Veja que o apóstolo está falando que os ex-gentios, repare no pronome “vocês”, tornaram-se filhos de D’us no Messias Yeshua, por causa da confiança ou fé que depositaram na vida justa dele. E diz mais, diz ainda que os que foram batizados ou imergidos, mergulhados no Messias, também nele foram revestidos, ou seja passaram a fazer parte do povo do Eterno como filhos adotivos. Na casa desse Pai celestial, a quem faz parte desse reino, não há distinção de nacionalidade, condição social, sexo, quanto a ser homem ou mulher, por que todos são um povo no Messias. Agora, de acordo com Gl 3:29, os ex-gentios haviam se tornado descendência de Avraham e herdeiros segundo a promessa, assim como os filhos de Israel o são.


Veja como Paulo fala isso também aos Efésios:


E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que estáveis longe e aos que estavam perto; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Yeshua o Messias é a principal pedra da esquina; Ef 2:17-20


Sendo assim, continuemos e vejamos o versos 1 e 2 do capítulo 4 dessa carta aos irmãos da comunidade da galácia. O apóstolo dá prosseguimento ao seu ensino fazendo uma alusão à situação de um herdeiro como exemplo, para deixar seu ensino claro, veja:


Digo porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo. No entanto, ele está sujeito a guardiães e administradores até o tempo determinado por seu pai. Gl 4:1


Reparem que coisa linda a comparação que Paulo faz, mostrando que o herdeiro quando é menor de idade, ou seja, quando ainda não tem condições de receber a herança, é como um servo, precisando de tutores, guardiões e administradores até que chegue o tempo correto de estar preparado para receber a herança. Ele estava dizendo que os que são feitos filhos de D’us, precisam do Messias, o guardião ou administrador, que o ensinará tudo o que ele precisa saber até que chegue o tempo do recebimento da herança, que é o Olam Habá. Maravilha é poder ter o entendimento dos mistérios do Eterno (Hakadosh Baruch hu).


No verso 3, Paulo fala que antes de se aproximarem do Eterno por meio de Yeshua, eles serviam aos espíritos elementares. Veja: Assim também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos princípios elementares do mundo. E aqui muitos seguidores dos dogmas da teologia religiosa, não entendem o que o Rav Shaul está falando. Ele está dizendo que antes, eles seguiam aos elementos da natureza, fogo, água, ar e terra, muitos deles adoravam a esses elementos.


Porém reparem no verso 4: Mas, quando chegou a plenitude do tempo, D’us enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. Quem estava sob a Lei, ou seja, a Torá? Os gentios não, pois eles não tinham a torá, mas os filhos de Israel, sim. E Paulo está confirmando que o Filho de D’us foi enviado para os filhos de Israel para que recebesse a adoção de filhos, que já havia sido dita desde a muito tempo.


Assim, ele continua nos versos 5 a 7.

a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: "Aba, Pai".

Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, D’us também o tornou herdeiro.


Notem que Paulo está confirmando de forma mais explicada o que tinha afirmado antes, que agora os ex-gentios também faziam parte da família de D’us, havia sido enviado o ruach (espírito, mover) de seu filho aos corações deles, e esse ruach clama dentro deles “aba”, que quer dizer Pai.


Então podemos fazer uma pergunta: O que é o ruach do Filho de D’us?


Considerando que ruach, dependendo do contexto pode ser mover, poder, sopro, vento, hálito. Nesse contexto, ruach significa mover. Então, o ruach do Filho de D’us é o mover do Filho de D’us. É o mover da forma de vida obediente de Yeshua na vida daqueles que se convertem ao Eterno pelos méritos da vida justa do Messias, e esse mover clama dentro dessas pessoas “Aba”, confirmando para elas que são filhos de D’us. Você que entra na teshuvah crendo nos méritos de Yeshua como nosso guardião e Messias, e vive obedecendo aos mandamentos, deve sentir que é filho do Eterno. E aí, você sente isso?


Nos versos 8 a 11 encontramos mais algumas preciosas confirmações, e infelizmente no verso 11, muitos tem um entendimento errado, que esclareceremos agora.


Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, D’us também o tornou herdeiro. Antes, quando vocês não conheciam a D’us, eram escravos daqueles que, por natureza, não são deuses. Mas agora, conhecendo a D’us, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra vez? Vocês estão observando dias especiais, meses, ocasiões específicas e anos! Gl 4:8-11


Paulo confirma mais uma vez a adoção de filhos dos ex-gentios. Notem o pronome que ele usa, e que nos indica que está falando com os ex-gentios. Eles não conheciam a D’us antes, eram escravos por natureza, mas agora conhecendo ao Eterno, e o melhor de tudo, sendo conhecido por Ele. Melhor que conhecer a D’us é ser conhecido por Ele. É fazer parte da família do Eterno.


Nesses versos, Paulo ainda pergunta se os Gálatas desejariam voltar a ser escravos do pecado, das divindades elementares que mencionamos antes, pois se obedecessem aos legalistas e cumprissem os dogmas, seria como se realmente estivessem voltando à escravidão. E Paulo diz que eles estavam observando dias especiais, meses, e anos. E muitos entendem que aqui Paulo estava falando das festas ordenadas por D’us na Torá. Contudo, se Paulo não prega contra a Torá, conforme já comprovamos antes, e o contexto desse capítulo e dessa carta é mostrar que os ex-gentios receberam o verdadeiro evangelho, e foram feitos filhos de D’us pelo Messias e obedeciam a Torá, e além disso pelo que o apóstolo estava falando sobre os Gálatas voltarem a ser escravos, então as festas e ocasiões a que ele se refere no verso 11, são eventos pagãos. É muito simples não acha?!


Nos versos 12 até o 19 o apostolo Paulo mostra sua indignação contra os irmãos daquela comunidade, por estarem dando ouvidos aos judeus legalistas. Mas ele exalta a fidelidade inicial e a alegria dos Gálatas.


E no verso 20, repare algo bem interessante!

Sempre vemos teólogos e pegadores dizerem que os servos de D’us devem ser somente mansos, não podem fazer julgamentos, etc. Mas notem o que o apóstolo fala nesse verso.


Eu gostaria de estar com vocês agora e mudar o meu tom de voz, pois estou perplexo quanto a vocês. Gl 4;20


Ele queria mudar o tom de voz! Podemos entender pelo que ele está dizendo, que se ele estivesse frente a frente com os Gálatas, ele elevaria o tom de voz e seria duro com aqueles irmãos. E isso contraria o que muitos pensam por aí, que não se pode ser duro as vezes. Amar o próximo não significa de maneira alguma ser sempre complacente com erros e constantes deslizes.


Dos versos 22 ao 31 Paulo inicia um midrash muito interessante a respeito de filhos, fazendo comparações proféticas entre os judeus que não seguem a Yeshua e os ex-gentios que seguem com o Ismael e Isaque.


Vejamos então esse midrash.


Digam-me vocês, os que querem estar debaixo da observância legalista Torá: Acaso vocês não ouvem a Torá? Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Gl 4:21-22


Ele começa relembrando que a Torá declara que Avraham teve dois filhos. Um era da escrava e outro da livre. Mas prestem atenção, pois no midrash que ele está fazendo o que parece ser não é.


Veja nos versos seguintes, 23 e 24:

O filho da escrava nasceu de modo natural, mas o filho da livre nasceu mediante promessa. Isso é usado aqui como uma ilustração; estas mulheres representam duas alianças.


Notem essa comparação, onde ele diz que Hagar e Sara representam duas alianças. Mas apesar do que se possa entender, ele faz uma comparação diferente do que é a realidade. Uma aliança era a aliança do Sinai, que aqui ele faz a comparação da escravidão, não pelo fato da Lei ter sido entregue ali, mas pelo fato haver observância legalista, de ações meramentes humanas, assim como foi o ato de concepção de Ismael. Utilizou uma escrava para tentar alcançar a promessa do Eterno.


Enquanto a comparação com Sara é feita através do fato de ela era livre, e recebeu a concepção de Isaque no período determinado pelo Eterno, através do milagre, pois ela de forma natural não poderia mais, por ser idosa. E dessa forma, essa aliança era perfeita, e representa os que se achegam ao Eterno através do Messias, sendo eles judeus ou ex-gentios.


Vejam os versos 24 a 26:

Uma aliança procede do monte Sinai e gera filhos para a escravidão: esta é Hagar. Hagar representa o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à atual cidade de Jerusalém, que está escravizada com os seus filhos. Mas a Jerusalém do alto é livre, e essa é a nossa mãe.


Notem as comparações conforme mencionei acima. Quando ele fala que a Hagar do Sinai representa a atual Jerusalém, na época a elite religiosa de Jerusalém estava corrompida e cheia de dogmas com suas chalachots (leis de cercas), por isso a comparação. Já Sara, representa a Jerusalém celestial, pois é pura e não corrompida, pois segue a Torá livremente e sem dogmas.


E no verso 27:

Pois está escrito no TaNak: "Regozije-se, ó estéril, você que nunca teve um filho; grite de alegria, você que nunca esteve em trabalho de parto; porque mais são os filhos da mulher abandonada do que os daquela que tem marido".


Paulo faz em seu midrash uma citação de Yeshayahu/Isaías 54:1. Apontando assim que os Ex-gentios e os judeus que seguiam os passos de Yeshua eram como Isaque, os filhos da promessa.


Nos versos 28 a 31 ele explica essa comparação, tornando claro o entendimento. Ele faz uma citação de Bereshit/Gênesis 21:10:


Livre-se da escrava e de seu filho, porque de forma alguma o filho da escrava herdará com o filho da mulher livre.


Note que com o midrash e com a referência Paulo sugere que aqueles crentes, ex-gentios se livrassem da escrava e de seu filho, ou seja, daqueles legalistas.


Isso porquê, ele conclui, são filhos da livre e não da escrava. Apontando para o fato de que os filhos de D’us, são os que vivem de acordo com a Torá que o Messias ensinou, são filhos da livre, da Jerusalém celestial. Fazem parte do reino verdadeiramente os que não se deixam dominar pelo legalismo. Esse foi o ensino de Paulo.


Por isso no capítulo que se segue, o capítulo 5, ele fala da verdadeira liberdade, conforme vimos no estudo anterior.


Que o Eterno nos abençoe!

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