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sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Parashá nº 2 – Nôach (Noé)

 Estudos da Torá - Parashá Noach


Parashá nº 2 – Nôach (Noé)

Bereshit/Gênesis 6.9-11.32

Haftará (separação) Is 54.1-55.5 e 

B’rit Hadashah (nova aliança) Mt 3.1-4.25


1 - INTRODUÇÃO


 No final da primeira porção semanal, a parashá Bereshit, vimos no início do capítulo 6, que Adonai estava muito insatisfeito com o ser humano, pois a maldade do seu coração era muito grande e aumentava a cada dia. Por isso, o Eterno resolveu reduzir o tempo de vida do homem a um limite de cento e vinte anos. E a corrupção do homem estava tão grande e cada vez mais aumentava, somado a isso havia também o fato de os Filhos de Deus se encantarem pelas filhas dos homens, por isso Adonai resolveu eliminar todos os homens da terra, e não somente os homens, mas também todos os seres vivos.

 Nesta segunda porção ou parashá falaremos sobre Noach (Noé) e sua vida justa, falaremos também um pouco de sua geração, a geração que viveu antes do Mabul (dilúvio), olhando para o que a tradição judaica nos diz a respeito, e com base no que vamos ver na Torá veremos como podemos viver de forma justa em tempos como os atuais, que muito se igualam aos tempos de Noach. Qual deve ser nossa conduta como servos do Eterno, Hakadosh Baruch Hu, redimidos pelo Messias Yeshua? Poderemos refletir um pouco sobre isso e levar o aprendizado para nossas vidas diárias.

 Como já temos aprendido a Torá tem informações nas entrelinhas de seus textos, e muitas vezes há mensagens escondidas em letras ou palavras, e essas mensagens são proféticas, nos encaminhando para a compreensão de coisas que iriam acontecer no futuro de quem as escrevia, para o futuro dos contemporâneos de Yeshua e dos talmidim, bem como, algumas são para o nosso futuro também, e assim podemos saber mais sobre o nosso porvir com o Messias.


2 – ESTUDO DAS PALAVRAS


 Para que possamos compreender bem o contexto histórico desse período ou época, devemos procurar analisar o que estava acontecendo, como as pessoas viviam nesse período e como afetaram o ambiente em que estavam. Assim, vejamos o que podemos encontrar dentro dos conhecimentos do nosso povo sobre esse tempo. 

 No Midrash Bereshit (O Midrash disse - El Midrash Dice, em espanhol), nessa parashá os rabinos nos dizem que, apesar de os seres humanos já não viverem mais no Gan Éden, seu estilo de vida anterior ao dilúvio ainda se assemelhava ao que tinham no Gan Éden. A vida era boa. Na verdade era muito boa, diz o midrash. Era uma vida de ininterrupta serenidade e prazer. Por exemplo, ainda segundo o midrash, os filhos eram concebidos e nasciam no mesmo dia, e um recém nascido se levantava e começava a caminhar imediatamente, bem como era capaz de falar. Além disso, nenhuma criança morreu enquanto seus pais estavam vivos; na verdade, todos os pais viveram para ver, não apenas seus filhos, mas também seus netos. 

 Talvez por isso, a Torá nos conte com tanta clareza, na parashá passada, sobre a morte de Hébel (Abel), porque isso era algo que não era comum quando aconteceu, e nem mesmo tempos imediatamente depois.

 Essa geração anterior ao dilúvio possuía uma força física enorme, como diz o verso 4, “...os gigantes estavam na terra naqueles dias...”. Eles eram capazes de extrair a raiz de cedros inteiros e consideravam leões e panteras tão inofensivos quanto pulgas. Sua força não diminuía, ao invés disso, aumentava com a idade. E daí nós podemos entender, como Noach e seus filhos construíram uma Arca tão grande. 

 Eles viviam centenas de anos, conforme pudemos ver nos textos bíblicos da parashá passada, no capítulo 5 de Bereshit, porém quando começaram a pecar HaShem proferiu as palavras do verso 3 do capítulo 6, e daí em diante o homem viveria cento e vinte anos. 


“Então disse o Eterno: Por causa da perversidade do homem, meu ruach (espírito) não contenderá com ele para sempre; e ele só viverá cento e vinte anos.” Gn 6:3


 E à partir daí eles passaram a viver menos tempo a cada dia.

 O referido midrash diz também que, os homens daquela época semeavam o solo uma vez a cada quarenta anos e a terra produzia a quantidade suficiente para os quarenta anos seguintes. Eles não precisavam suportar nem calor e nem frio excessivo, já que não havia variação de estações e o estado do tempo era como uma contínua primavera suave e prazerosa, somente após o dilúvio que passou a ter variações nas estações como podemos ver no verso 22 do capítulo 8.


“Enquanto durar a terra, plantio e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite jamais cessarão.” Gn 8:22

 

 De acordo com os relatos do midrash podemos perceber que o ser humano, mesmo depois que foi expulso do Gan Éden ainda era muito forte, era de alta estatura, com uma inteligência muito acima do que vemos atualmente, e até mesmo a natureza era bem diferente do que vemos hoje. Mas se eles tinham todas essas condições favoráveis, então o que levou o Eterno a tomar a decisão de reduzir o tempo de vida, que vimos no verso 3, mencionado anteriormente? Que espécie de corrupção ou transgressão os homens cometeram para gerar tal reação de HaShem?

 Para responder essas questões, e ainda continuar a compreender o contexto, precisamos continuar nos debruçando sobre o que os antigos nos falaram, sobre o que vem sendo passado de pai para filho, dentro do povo de Israel. E perceba que o conteúdo do midrash, vem sendo confirmado com o texto da Torá.

 Segundo o midrash, como consequência de todos os benefícios que os homens tinham, abandonaram a autoridade de HaShem, dizendo que não precisariam do Eterno, pois eles conseguiam tudo o que precisavam sem a ajuda do Senhor, eles se perguntavam porque precisariam de chuva se podiam dispor de toda água que precisavam das fontes, dos rios e poços da terra. 

 Outras transgressões maiores eles cometiam. Ainda de acordo com os midrashim, os antigos nos contam que aquelas gerações começaram a dizer ao Eterno para se apartar deles, pois não sentiam necessidade de conhecer os “caminhos do Eterno”, e sabemos que “caminhos” é uma alusão clara à Torá de HaShem, e sendo assim, estavam rejeitando a viver de acordo com a vontade do Eterno. E pioravam ainda mais, questionando quem era o “Todo Poderoso para que lhe servissem?” ou “porque devemos rezar a ele?” E se afastavam ainda mais de HaShem adquirindo experiências com feitiçaria, segundo o midrash.

 Eles se tornaram muito violentos, por isso o texto hebraico fala de “chamás” ou violência no verso 11 do capítulo 6. 


“Ora, a terra estava corrompida aos olhos de D’us e cheia de violência.”Gn 6:11


 O mesmo midrash Bereshit nos diz que eles eram assassinos, e que sua depravação era similar ao que leremos sobre a perversa cidade de Sodoma, mais tarde. Eles eram imorais, haviam rechaçado o mandamento dito a Adan, para crescer e multiplicar. Tanto que suas metas eram agradar seus instintos mais primitivos, e por isso reduziram o número de filhos ao mínimo, aumentando assim, as atrocidades que faziam naqueles tempos, como algumas mencionadas abaixo:

 - Os homens tomavam as esposas da seguinte forma: uma com o propósito de criar filhos, e outra para prazer;

 - Eles trocavam de esposas;

 - Arranjavam contratos matrimoniais entre seres humanos e animais, legalizando desta forma relações proibidas; e

 - Os juízes eram corruptos.

 A situação estava tão deturpada que a natureza estava corrompida pelo homem, e os animais já estavam seguindo o caminho de corrupção dos seres humanos, misturando as espécies entre si, de forma que por exemplo, o cachorro se unia sexualmente ao lobo e o galo ao pato. E muitas outras coisas cita o midrash a respeito das gerações antes do dilúvio, a geração de Noach.

 Agora que compreendemos um pouco o contexto histórico da época e o que levou ao dilúvio, vamos prosseguir e ver um pouco sobre Noach.  

 A Torá nos relata em Bereshit/Gênesis 6:9, que Noach foi um homem justo, perfeito nas suas gerações, diz também que ele andou com D’us. Sabemos que foi o fato de ser ele temente a Elohim, e seu padrão de vida, que permitiu que a humanidade fosse salva da morte e da completa extinção. Foi sua vida e conduta que levaram ao Eterno escolhê-lo para, através da arca, ele e sua família fossem preservados a fim de darem continuidade à raça humana.

 Sabendo de tudo isso sobre Noach e que a Torá nos diz que ele era justo, podemos meditar acerca do contraponto. Vemos que o testemunho da Torá é que ele era justo nas suas gerações, e já sabemos como eram as pessoas da geração antes do dilúvio. Aprendemos o que eles fizeram para que o Eterno considerasse que eles deveriam ser condenados à morte e somente Noach e sua família vivessem para renovar à humanidade.

 Assim, lemos o seguinte no texto da Torá:

“E o Eterno viu que era grande a maldade do homem na terra, e que todo impulso dos pensamentos do seu coração era exclusivamente mau todo dia. E arrependeu-se o Eterno de ter feito o homem na terra, e pesou-lhe em seu coração. E disse o Eterno: Farei desaparecer o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até o quadrúpede, até o réptil e até a ave dos céus; porque Me arrependi de os haver feito. E Noé achou graça aos olhos do Eterno.” (Gn 6:5-6)


 Continuando nosso assunto, vamos nos aproximar mais do texto para que vejamos com um pouco mais de detalhes, algumas partes dos textos dessa porção. Voltemos um pouquinho nos últimos versos da parashá passada mais uma vez e observemos primeiro o termo “arrepender” que aparece nos versos acima. 

 Talvez você se questione: D’us pode se arrepender de algo? 

 O Eterno não se arrepende, mas a Torá é muito didática, e nos traz essa expressão que conhecemos bem, para que possamos ter uma clara compreensão do que Ele quis dizer. O objetivo de Elohim é sempre se revelar para nós, por isso se preocupa em como passar as informações para o homem entender através de suas próprias linguagens. Esse é um texto figurativo. Elohim procede ou age de acordo com as atitudes dos homens, segundo as decisões que eles tomam, e as ações que praticam, conforme lemos em Ezequiel 18:1-4


“Esta palavra do Senhor veio a mim: "Que é que vocês querem dizer quando citam este provérbio sobre Israel: " ‘Os pais comem uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotam’? "Juro pela minha vida, palavra do Soberano Senhor, que vocês não citarão mais esse provérbio em Israel. Pois todos me pertencem. Tanto o pai como o filho me pertencem. Aquele que pecar é que morrerá.” Ezequiel 18:1-4 


 Com tudo o que foi exposto até aqui, podemos entender o porquê de Noach se opor à forma de vida de sua época, e o motivo de Adonai ter agido com graça para com Ele. Noach vivia de forma justa, conforme a vontade de D’us. 

 Em Gn 6:8 lemos que, “Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor” Apesar de muitos hoje pensarem que a graça vem apenas no chamado Novo Testamento, vemos que o Eterno sempre ofereceu graça (chessed - misericórdia) aos homens que se arrependem do mal e O buscam. Um midrash diz: “Noach foi salvo, não porque merecia, mas sim por causa da graça do Eterno.” O conceito de graça, como favor imerecido, é um dos pilares mais importantes da fé no Eterno, embora o próprio texto da Torá nos mostre o Eterno dando testemunho da vida justa de Noach, conforme veremos um pouco adiante.

 Também nós devemos em nossa época viver diferente da forma como as pessoas vivem, nos afastando da vida pecaminosa e nos prevenindo de transgredir a Torá de HaShem. Devemos obedecer as palavras do Eterno, a Torá, e viver de forma justa, pois também fomos alcançados pela graça. A arca que é um apontamento profético para Yeshua, livrou Noach e sua família da morte, e também nos livrará da morte que tocará esse mundo, e isso é a graça ou misericórdia do Eterno para nós.


 Segundo o site judeu.org, podemos comparar esses dois textos: 


 “E viu YHWH que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.” (Bereshit/Gênesis 6:5) 


 “E YHWH sentiu o suave cheiro, e YHWH disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz.” (Bereshit/Gênesis 8:21) 


 Reparemos que o motivo de o Eterno enviar o dilúvio foi a maldade do homem que se multiplicou, conforme apontamos acima. E de acordo com esse site, podemos nos questionar: Como pode o mesmo motivo que fez com que o Eterno destruísse a terra ser alegado para afirmar que o Eterno não mais destruiria a terra? 

 A resposta deles é que:

 “Quando comparado com o 6:5, a linguagem está consideravelmente modificada, e não é mais totalmente inclusiva. A afirmação não é um juízo, mas uma observação de que há uma inclinação para o mal, tecida no pano da natureza humana. 

 Em outro lugar encontramos:

 A frase chave é ‘desde a sua juventude’, não desde o nascimento ou desde a concepção, implicando que a tendência ao mal pode ser refreada e redirecionada através da disciplina das leis. Assim, a próxima seção lida com a imposição de leis sobre a humanidade pós-diluviana.” (Nahum Sarna, Comentário da JPS sobre Gn. 8:21) 


 Com isso, é nos ensinado a importância de criar um ambiente saudável, e de promoção da disciplina, para que o ser humano possa sujeitar suas paixões. Desde cedo podemos fazer isso com nossos filhos, isto é, ensinando-os a guardar a Palavra do Eterno, e a viver não segundo o curso deste mundo. Nós mesmos devemos nos esquivar da Yetser Hará (inclinação para o mal), que a todo tempo nos rodeia de perto, devemos ir para os pés do Senhor, e como fez Noach, caminhar com Elohim.

 E a grande lição da Torá é que, após um certo ponto de estabelecimento da barbárie, torna-se quase impossível voltar atrás e consertar a situação. E o resultado é que o ímpio será destruído perpetuamente, conforme lemos em Salmos 92:7: 


“Quando o ímpio cresce como a erva e quando florescem todos os que praticam a iniquidade, é que serão destruídos perpetuamente.”


 Em Bereshit (Gênesis) 6.9, que é o verso inícial da parashá desta semana, encontramos o seguinte texto, e repare no grifo em vermelho:


 “9 Estas são as gerações de Noach(Noé). Noach homem justo e perfeito nas suas gerações; com Adonai andou Noach.”


 Note que o nome de Noach repete três vezes, e isso não é algo comum de acontecer em textos da Torá. Os rabinos afirmam que quando isso ocorre devemos parar e observar, pois com certeza haverá uma mensagem escondida. E nesse caso, quando paramos para olhar mais de perto, realmente encontramos algo. 

 Lembra o que o pai de Noach disse quando ele nasceu, ao falar seu nome? 


 “Aos 182 anos, Lameque gerou um filho. Deu-lhe o nome de Noach e disse: "Ele nos aliviará do nosso trabalho e do sofrimento de nossas mãos, causados pela terra que o Eterno amaldiçoou".” Gênesis 5:28,29 


 Noach significa consolo, conforto, alívio. Por isso seu pai disse que “...ele nos aliviará do nosso trabalho e do sofrimento…”, e isso é um apontamento profético para o messias, veja o que diz o profeta Yeshayahu/Isaías:


 “Escutem! Suas sentinelas erguem a voz; juntas gritam de alegria. Quando o Senhor voltar a Sião, elas o verão com os próprios olhos. Cantem juntamente de alegria, vocês, ruínas de Jerusalém, pois o Senhor consolou o seu povo, ele resgatou Jerusalém.” Isaías 52:8,9 


 “Eu vi os seus caminhos, mas vou curá-lo; eu o guiarei e tornarei a dar-lhe consolo,” Isaías 57:18 


 Agora observe o texto do capítulo 7:1, onde encontramos este texto, e repare no grifo em vermelho e no que ele diz:


א ויֹּאמֶר יְהוָה לְנֹחַ, בֹּא-אַתָּה וְכָל-בֵּיתְךָ אֶל-הַתֵּבָה:  כִּי-אֹתְךָ רָאִיתִי צַדִּיק לְפָנַי  בַּדּוֹר הַזֶּה 


 1 vayo’mer Adonay lenoach  bo’-‘attâh vekhol-bêythkha’el-hattêvâh kiy-‘othekha râ’iythyi tsaddyk lephânay baddor hazzeh 


 1 Depois disse o Senhor a Noé: Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque tenho visto que és justo diante de mim nesta geração.

 

 Note que a porção começa com as qualificações de Noé, a Torá afirma que ele era homem justo e perfeito nas suas gerações. E aí está algo que devemos observar, pois enquanto em 6:9 fala das gerações, em 7.1 fala da geração. Será que há algo mais aí? 

 O texto nos mostra as gerações anteriores de Noé, ou seja, desde seu pai, bem como as gerações durante sua vida até que ele tem seus próprios filhos. E veja que Lameque declara uma profecia que nos coloca exatamente onde estamos estudando, o fato de Noé ser um homem justo e que seria usado por Adonai para trazer redenção à humanidade caída. O exato apontamento para o messias Yeshua, conforme falamos antes. Também devemos perceber que nas gerações posteriores a Noé, este também era a referência, pois dele a raça humana voltaria a se propagar na terra. Assim como acontecerá após a volta de Yeshua, a qual trará glorificação para os justos que viveram seguindo os seus princípios, e também redenção para os que viveram sem o messias.

 Dos descendentes de Set, filho de Adão, quando se começaram a invocar o nome do Eterno até Noé, a geração humana foi crescendo, pois também cresciam os descendentes de Caim, e estes eram maldosos e começaram a se misturar com os descendentes de Set, bem como a destruí-los. Os seres humanos justos foram diminuindo, enquanto aumentavam os corruptos, até que chega em Noé, que agora era o único homem justo, junto com seu pai Lameque, que ainda deveria estar vivo.

 No entanto, ainda temos mais a observar no texto em estudo, o verso 1 do capítulo 7, que no grifo em vermelho diz: “tsaddiyq lephânay baddor hazzeh”, ou seja, “justo diante de mim nesta geração”. O foco da Torá agora é específico na geração contemporânea de Noé. Ele estava vivendo em justiça em uma época corrompida, e a torá nos diz que ele andava com Adonai (Gn 6.9). Isso levou ao testemunho de sua justiça e ao reconhecimento de sua vida reta, como podemos ler em Ezequiel 14:13-14. 


“Filho do homem, se uma nação pecar contra mim por infidelidade, estenderei contra ela o meu braço para cortar o seu sustento, enviar fome sobre ela e exterminar seus homens e seus animais. Mesmo que estes três homens — Noé, Daniel e Jó — estivessem nela, por sua retidão eles só poderiam livrar a si mesmos, palavra do Soberano Senhor.” Ezequiel 14:13-14 


 E o mais interessante é que não testemunha somente de Noé, mas o Eterno testemunha também de Daniel e Jó. Aprendemos com este trecho da Torá, que precisamos andar nos princípios do Eterno, pois nossas atitudes testemunharão a nosso respeito, conforme vemos Yeshua declarar em Jo 8.13-18, veja: 


Os fariseus lhe disseram: "Você está testemunhando a respeito de si próprio. O seu testemunho não é válido! " Respondeu Yeshua: "Ainda que eu mesmo testemunhe em meu favor, o meu testemunho é válido, pois sei de onde vim e para onde vou. Mas vocês não sabem de onde vim nem para onde vou. Vocês julgam por padrões humanos; eu não julgo ninguém. Mesmo que eu julgue, as minhas decisões são verdadeiras, porque não estou sozinho. Eu estou com o Pai, que me enviou. Na Torá de vocês está escrito que o testemunho de dois homens é válido. Eu testemunho acerca de mim mesmo; a minha outra testemunha é o Pai, que me enviou". João 8:13-18 

 O testemunho válido é o que deixamos para que outros vejam, e o Pai testifica de nós, conforme podemos ver neste estudo. 

 O fato da vida prática de Noé ser justa diante de D’us é o que deu-lhe a redenção, pela misericórdia, em hebraico, “chessed”, também conhecido por graça, como disse antes. Também, redimiu a sua família, naquele momento de tribulação que viria sobre o mundo. E esse fator é profético, pois o observamos no sermão do Mashiach Yeshua em Mt 24.37-39 e Lc 17.26 e 27. 


“Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores ao dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem.” Mateus 24:37-39 


“Assim como foi nos dias de Noé, também será nos dias do Filho do homem. O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio e os destruiu a todos.” Lucas 17:26,27 


 Ao contrário do que muitos pensam, na comparação que Yeshua faz  sobre os tempos de Noé, no sermão profético, não é para dizer que haverá um arrebatamento de alguém para o céu, mas o termo “levou” em Mt 24:39 é uma referência aos que foram levados pelas águas do dilúvio, ou seja, foram mortos, está intimamente ligado ao “destruiu” de Lc 17:27. O arrebatamento aqui é para a morte, para a destruição, pois os que ficaram vivos estavam na arca. Assim também será no futuro, quando Yeshua viver, os justos estarão vivos e glorificados com ele, enquanto muitos serão levados para a morte, por não terem vivido segundo os padrões da Torá de HaShem.

 Que possamos aprender com essa parashá a viver de acordo com os decretos do Eterno.


Que HaShem lhes abençoe!


Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- El Midrash Dice Bereshit – O Midrash disse

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

- http://shemaysrael.com/parasha-noach/

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/02_noah_no.pdf

- http://judeu.org/pdfs/parashiyot/noah/noahmaldade.pdf

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771005/jewish/Resumo-da-parasha-noach

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/1985154/jewish/Minimiza-o-milagre


Marcelo Santos da Silva

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