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quinta-feira, 14 de abril de 2022

Estudo Parashá Especial de Pessach (Passagem)

 Estudos da Torá

Parashá Especial de Pessach (Passagem)

Ex 12:1-28, Lv 23:1-16 e Nm28:16-25

Haftará (Separação) Js 5:2-15; 6:1, 27; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 1:29-31 e Mc 14:12-26


1 - INTRODUÇÃO

Quando pensamos em festas bíblicas devemos estar atentos a uma coisa muito importante, pois as pessoas foram ensinadas, inclusive eu mesmo quando fazia parte do sistema religioso cristão, que as festas são do povo judeu. Porém, quando olhamos para o texto bíblico contido na Torá, temos plena condição de perceber que não é bem assim.

Vejamos os dois primeiros versos de Vayicrá/Levítico 23 para confirmar o que estou dizendo acima.


Disse o Eterno a Moisés: "Diga o seguinte aos israelitas: Estas são as minhas festas, as festas fixas do Eterno, que vocês proclamarão como reuniões sagradas:” Lv 23:1,2


Perceba no texto as partes sublinhadas, como há um direcionamento real do sentido destas festas. Devemos entender que estas festas que são descritas nesse capítulo de Levítico não são festas judaicas, e nem mesmo meras festas bíblicas. Elas são na verdade festas do Eterno. Note que HaShem diz: “...estas são as minhas festas...”. Elas não são meras festas de um povo, elas são “encontros” com o Eterno. Visto que a palavra “moed” em hebraico, que foi traduzido como festa, significa na verdade encontro marcado.

Assim, conforme vimos no estudo da parashá “Achare mot”, as “moedim” são encontros marcados com HaShem. São tempos marcados para renovação e elevação do povo do Eterno. Elas estão divididas em 7 festas anuais e 1 semanal. Falaremos mais sobre elas nos próximos estudos das parashiot.

Com o entendimento de que as festas são encontros com o Eterno. E sabendo que ele espera que seu povo, aqueles que vivem segundo seu propósito, vá encontrar com ele, assim como fizemos na noite de ontem, que foi a noite de pessach, dia 14 de Aviv ou Nissan. Nesse estudo vamos meditar um pouco em algumas coisas a respeito dessa moed, desse encontro com o Eterno, a “festa de Pessach”.


2 – ESTUDO DAS PALAVRAS

Sabemos que nosso messias Yeshua, enquanto viveu aqui nesta terra era um homem obediente aos mandamentos do Eterno, nosso Elohim. Por isso ele é nosso messias, porque cumpriu cada um dos mandamentos que lhe cabia cumprir. Dentre estes mandamentos encontramos as moedim (encontros marcados/festas) do Eterno, cujos princípios estão registrados na Torá de HaShem. E se nosso messias, rei e irmão mais velho cumpria essas celebrações, como seus seguidores devemos entender que também devemos celebrar. E o mais importante, é que além de Yeshua celebrar as moedim, ele mesmo acaba sendo o tema central delas, uma vez que cada uma delas são apontamentos proféticos para a vida e obra do messias.

O Pessach é uma destas festas que Yeshua celebrava anualmente. A festa de pessach é o marco inicial do calendário bíblico e delimita as datas de todas as demais destas do Eterno. Segundo um estudo do site Emunah a fé dos santos, essa festa marca um ponto fundamental do plano de redenção do Eterno para a humanidade. Isso porque ela foi instituída como uma sombra do que Yeshua faria através de sua vida, obras e morte, como o verdadeiro cordeiro do Eterno, que tira o pecado do mundo.

Pessach פֶּסַח é uma palavra hebraica que significa literalmente “passagem” como vemos no texto: “...pois o Eterno passou sobre as casas dos filhos de Israel, poupando-os...” Ex 12:27. A palavra foi erroneamente traduzida para o português como “Páscoa”. No inglês essa palavra é usada como “passover”, que etimologicamente é uma palavra bem mais próxima do sentido original que o termo “páscoa”. Isso porque, de acordo com o já mencionado site, a palavra inglesa “passover” traduzida literalmente significa “passar por cima” à semelhança de “pessach”.

De acordo com o estudo no site Emunah a fé dos santos, esse cordeiro morto cujo sangue foi colocado nas vergas das portas para que o anjo da morte “passasse” direto por suas casas, bem como todos os outros cordeiros que foram sacrificados através dos tempos, apontavam para o verdadeiro cordeiro de Elohim, Yeshua HaMashiach. E profeticamente, esta mesma proteção do Eterno virá sobre seus filhos obedientes, no tempo do fim, ou seja, nos tempos da grande tribulação. E nesse período eles serão protegidos das pragas que estão por vir.

Pessach é uma festa instituída pelo Eterno para ser um memorial para que os filhos de Israel nunca se esqueçam de que foram escravos no Egito, e que o próprio D’us os libertou com mão poderosa, levando juízos contra todos as divindades egípcias, bem como sobre o próprio Faraó que se considerava divino. Segundo o Rabino Matheus Zandona Pessach fala de memória e de identidade.

Fala de memória porque todos os que celebram esta moed precisa reviver os fatos da libertação do povo hebreu do Egito, mas também relembra que já foi escravo do pecado e estava marcado para morrer distante do Eterno. Porém HaShem com mão forte libertou os hebreus, e também libertou a cada um de nós que nos achegamos ao povo e a D’us, através de Yeshua o nosso messias.

E fala de identidade, justamente porque através dos eventos de Pessach, tanto no ponto de vista histórico, quanto no ponto de vista profético, todos os que se identificam com o Eterno e com suas leis e instruções, recebem a benção de ver que o mensageiro da morte passa por sobre suas casas, ou seja, suas vidas, permitindo que assim como muitos não hebreus no Egito fossem libertos com eles integrando-os ao povo, nós também o sejamos, passando a fazer parte do povo, pelos méritos do cordeiro, Yeshua.

O povo de Israel foi liberto do Egito para servir ao Eterno e ser luz para as nações. Por isso, o Pessach é uma festa instituída para que jamais os Israelitas se esquecessem quem foi, quem é e o que devem ser diante do Eterno. Assim também, os que são discípulos do messias Yeshua, recebem a mesma responsabilidade, bem como as mesmas bençãos e promessas, sendo co-herdeiros e co-participantes, pois foram enxertados passando a fazer parte do povo como família de D’us, de acordo com o que lemos em Ef 3:5,6.


Esse mistério não foi dado a conhecer aos homens doutras gerações, mas agora foi revelado pelo Ruach aos santos apóstolos e profetas de D’us, a saber, que mediante o evangelho os gentios são co-herdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e co-participantes da promessa no Messias Yeshua.”


O simbolismo da festa de Pessach é parte da mensagem da B’rit Hadashá/Aliança Renovada, e a obra no madeiro está baseada no evento de Pessach por se tratar de libertação. Yeshua não apenas é morto em Pessach, mas ele próprio simboliza o cordeiro de Pessach, conforme vemos Rav Sha’ul falar em 1Co 5:8, bem como Yochanan diz que ele é o cordeiro que tira o pecado do mundo em Jo 1:29, e cuja vida justa simbolizada pelo seu sangue, nos liberta e nos resgata da escravidão do pecado nos selando como filhos de D’us.

Nos méritos da vida justa de Yeshua somos feitos novas criaturas sem o fermento da maldade e da malícia, usando os termos do apóstolo Paulo. Por isso, se considera que não há meios de entender a obra do madeiro sem o pleno conhecimento dessa festa tão simbólica que o Eterno estabeleceu.

Depois de falarmos algumas características dessa festa, vejamos o texto da parashá:


"Este dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes o comemorarão como festa ao Senhor. Comemorem-no como decreto perpétuo. Durante sete dias comam pão sem fermento. No primeiro dia tirem de casa o fermento, porque quem comer qualquer coisa fermentada, do primeiro ao sétimo dia, será eliminado de Israel. Convoquem uma reunião santa no primeiro dia e outra no sétimo. Não façam nenhum trabalho nesses dias, exceto o da preparação da comida para todos. É só o que poderão fazer.” Êxodo 12:14-16


Nesse capítulo vemos a instituição dessa celebração no aspecto literal e imediato para o povo de Israel que estava no Egito. Notem que o Eterno disse a Moshê que esse dia seria um memorial para todos os filhos de Israel e seus descendentes. Mas também é um memorial para as gerações que viriam a integrar o povo de Israel através do messias. E é por esse motivo que nós celebramos esse encontro com o Eterno anualmente.

Há ainda uma outra característica no Pessach que é o ensino e honra. O Eterno havia dito que eles deveriam instruir todas as gerações a respeito da celebração dessa festa para nunca se esquecerem, conforme já disse antes.


"Obedeçam a estas instruções como decreto perpétuo para vocês e para os seus descendentes. Quando entrarem na terra que o Eterno prometeu lhes dar, celebrem essa cerimônia. Quando os seus filhos lhes perguntarem: ‘O que significa esta cerimônia? ’, respondam-lhes: É o sacrifício da Pessach ao Eterno, que passou sobre as casas dos israelitas no Egito e poupou nossas casas quando matou os egípcios". Então o povo curvou-se em adoração.” Ex 12:24-27


Isso foi muito importante para que o propósito profético da festa na vinda do Messias Yeshua fosse alcançado, pois ele seguiria todas as determinações do Eterno para libertar o Seu povo de toda o pecado, e a memória da celebração faria com que eles o reconhecessem como o cordeiro que trouxe libertação. E vemos isso como verdade, pois Yochanan o imersor o reconheceu como o cordeiro, os talmidim (discípulos) o reconheceram como o cordeiro e também o Shaliach Sha’ul (o apóstolo Paulo), tanto que escreveu em suas epístolas sobre isso.

Infelizmente, depois do Egito, enquanto estavam no deserto, o povo não mais comemorou Pessach, durante os 40 anos, pois eles estavam em peregrinação e, além do fato de muito morrerem no caminho, os que nasciam não eram circuncidados, impedindo-os de celebrar a festa. Eles retornaram a celebrar somente quando Yehoshua (Josué), os levou através do Yarden (Jordão) e todos foram circuncidados, conforme o texto da nossa haftará.


Yeshua: O Cordeiro do Pessach


Segundo Eduardo Carneiro em seu livro Festas e Dias Bons, o plano do Eterno não era transformar somente um povo, mas sim todos os que da humanidade, aceitarem os mandamentos de HaShem e adentrarem a este povo. Porém, essa transformação deveria começar de alguma forma, e foi através de Yisrael que o Eterno decidiu dar início. A Torá nos mostra que HaShem separou Yisrael como uma nação sacerdotal, ou seja, um povo que conduziria todas as outras nações até ele, da mesma forma que os sacerdotes faziam com o povo de Yisrael.

No entanto, mesmo estando tudo relatado na Torá, muitas pessoas do povo de Yisrael não haviam entendido o propósito de toda a celebração e a viam apenas como um memorial, assim como ainda hoje acontece. Por causa da religiosidade, muitos deixaram de ter o Ruach HaKodesh sobre si, e outra parte do povo acabou afastando seus corações do Eterno, e mesmo que continuem a celebrar e seguir as cerimônias descritas na Torá, são meros rituais por não reconhecerem os fatos por trás de cada símbolo e ato da festa.

Vimos essa perda acontecer em vários momentos da história, isso não é de hoje. A celebração de Pessach, assim como outras festas deixou de ser festejada e foi caindo no esquecimento do povo. Alguns reis como Ezequias e Josias, e alguns líderes como Esdras, retomavam o serviço ao Eterno e a obediência aos mandamentos pelo povo, inclusive em relação às festas, porém logo depois eram deixadas de lado novamente, e cada vez mais o povo se afastava do Criador.

Tal afastamento fora anunciado muitas vezes pelos profetas, como Isaías, Oséias, e outros, bem como Jeremias, alertando o povo a retomar o caminho do Eterno, da obediência. E por meio de Jeremias falou sobre a renovação da aliança com a Casa de Yisrael e com a Casa de Judá, no capítulo 31 do seu livro.


"Estão chegando os dias", declara o Eterno, "quando farei uma renovação da aliança com a comunidade de Israel e com a comunidade de Judá". "Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; porque quebraram a minha aliança, apesar de eu ser o Senhor deles", diz o Eterno. "Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias", declara o Eterno: "Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo.” Jr 31:31-33


Essa renovação de aliança prometida pelo Eterno, a fim de restaurar as duas casas de Yisrael, bem como parte das pessoas das nações que quisessem se achegar, precisaria ser iniciada em algum momento. E o Eterno Elohim escolheu justamente as festas para isso. E a festa de Pessach com seu cordeiro, os pães sem fermento e as ervas amargas eram os apontamentos perfeitos.

Agora o messias tinha nascido, crescido em meio a tudo o que os religiosos judeus carregavam de legalismos, mas em tudo ele era obediente à Torá de HaShem. Isso o capacitou a ser recebido como Filho de D’us, na ocasião de sua imersão, configurando-o como o verdadeiro messias esperado que fora profetizado. Além de obedecer a Torá, Yeshua ensinou ao seus talmidim e as multidões que o seguiam por todas as localidades das terras de Yisrael de sua época. Ele era um homem correto, justo, bom, temente ao Eterno, ou seja, era a própria figura do cordeiro inocente, dito na Torá e mencionado pelos profetas.

Nos relatos dos escritores dos evangelhos, vemos a todo o tempo sendo mencionado que Yeshua instruía seus discípulos e seus seguidores. O capítulo 12 do evangelho de João é um claro exemplo disso. Nesse capítulo Yeshua está a seis dias de Pessach. Observe uma coisa interessante, ele chega em Betânia seis dias antes de Pessach, e sabemos que um dia é do por do sol ao por do sol. E naquela noite dão um jantar para ele, ou seja um dia a menos. E ele celebra pessach um dia antes do dia correto, pois ele irira morrer no outro dia, dois dias a menos. Sobram 4 dias. A Torá diz que o cordeiro era separado no dia 10 e dia 14 ele era morto, ou seja, 4 dias depois. Naquela noite Yeshua recebe em seus pés uma unção com nardo puro, e diz que aquilo era preparação para seu sepultamento. Ali ele estava sendo separado, 4 dias antes de sua morte, assim como o cordeiro de Pessach era separado no dia 10. Não há como negarmos, Yeshua é o messias! Yeshua é o cumprimento do cordeiro de Pessach, tudo na vida justa dele aponta para confirmar isso.

Na noite do dia da preparação, Yeshua se reúne com seus talmidim para o jantar onde ele come adiantadamente o Pessach com seus alunos, para dar-lhes instruções. E durante o jantar normalmente, com todos os elementos que qualquer judeu teria em sua mesa, ele pega o matzá que estava à mesa dando graças, ou seja, declarando a benção do pão, depois ele parte e dá aos discípulos dizendo que aquele é o corpo dele. Depois pega o cálice, dá também a benção do vinho, conforme nós conhecemos, e como aquele é o momento do cálice da redenção, ele compara o pão e o cálice ao seu corpo e ao seu sangue, indicando a óbvia comparação de que ele era o cordeiro que seria morto. E diz que o cálice (redenção) é o sangue (vida justa) dele renovando a aliança com o Eterno, conforme Jeremias havia dito. Ele estava ali, iniciando o processo de renovação da aliança.

Com tudo isso, Yeshua estava revelando a respeito de sua morte e a importância de confiar nele para receber a vida eterna. Nesse texto entendemos o simbolismo que Yeshua estava fazendo no jantar de Pessach que ele e seus discípulos estavam comendo, pois ali ele estava reforçando tudo o que já havia instruído, mas muitos ainda não tinham entendido e aceitado. Muitos deles somente tiveram plena convicção e compreensão após a sua ressurreição, quando o ruach veio sobre eles lhes fazendo lembrar tudo o que ele tinha ensinado.

Por isso, para nós hoje, que celebramos o Pessach com plena compreensão dos atos, dos elementos e seus símbolos que se tornaram plenos na vida de Yeshua, é uma benção e uma oportunidade de crescer e receber mais uma porção do Ruach em nossas vidas. Recebemos perdão, recebemos renovo, recebemos redenção através da vida justa do cordeiro Yeshua, que viveu uma vida justa sendo exemplo para nós, morreu sendo inocente, mas no final do shabat semanal daquele dia de primícias ele foi ressuscitado pelo Eterno, tornando-se o caminho da redenção de muitos.

Que cada um de nós que celebramos Pessach possamos nos lembrar de onde viemos, o que eramos, o que somos hoje, e o que seremos no futuro. Que possamos trabalhara arduamente, como nosso messias, para levar a verdade, por mais dura que seja para os que estão longe, a fim de tentar abrir-lhes os olhos. Contemos os 49 dias do ômer meditando dia a dia, em como podemos melhorar na caminhada, para chegarmos em Shavuot renovados e com forças para recebermos a Torá de HaShem mais uma vez.


Chag Pessach Sameach!!!!

Que o Eterno lhes abençoe!


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva)

Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- Nos Caminhos da Eternidade, Isaac Dichi

- Festas e Dias Bons, Eduardo Carneiro

- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

- http://shemaysrael.com/pessach

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/pessach.pdf



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