Páginas

Boas Vindas

Seja Bem Vindo e Aproveite ao Máximo!
Curta, Divulgue, Compartilhe e se desejar comente.
Que o Eterno o abençoe!!

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Estudo da Parashá Noach (Noé) - As leis de Noach

 


Estudos da Torá


Parashá nº 2 – Nôach (Noé)

Bereshit/Gênesis 6.9-11.32

Haftará (separação) Is 54.1-55.5 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Mt 24:36-44 e 1Pe 3:18-22


Tema: As Leis de Noach


RELEMBRANDO


Chegamos à segunda parashá, e esta recebe o nome de Noach, o homem de D’us que recebeu a instrução para construir uma grande arca, algo que ninguém, até aquele momento, nunca tinha visto, ainda mais tão distante do mar.

Noach vivia segundo a vontade do Eterno, obedecia à Torá oral que havia recebido de seus pais. Mesmo em meio à uma sociedade corrupta, ele se mantinha íntegro e bom diante do Eterno, por isso tem sua vida e de sua família salva do dilúvio. Eles reiniciam a humanidade e por dez gerações se mantiveram com a mesma língua, até que uma geração novamente corrupta decide pecar contra o Eterno, desafiando-o, o que levou a divisão das línguas e a separação de povos.


A PARASHÁ DA SEMANA


Vejamos um resumo desta parashá antes de entrarmos em nosso estudo dessa semana.

O Eterno instrui Noach, um homem justo num mundo devastado pela violência e corrupção, a construir uma grande teivah (arca) de madeira, coberta por dentro e por fora com piche. O motivo dessa construção era um grande dilúvio, que o Eterno traria e que varreria toda a vida da face da terra; mas a arca que ele construiria flutuaria sobre a água, abrigando Noach, sua família, que por causa da vida justa dele receberam livramento, e dois membros (macho e fêmea) de cada espécie animal. Dos kasher (limpos) eram 7 pares, conforme lemos em Gn 7:2.

Águas subiram das profundezas da terra, e a chuva caiu durante 40 dias e noites, e as águas irrompem por mais 150 dias antes de se acalmarem e começarem a baixar o nível que tinham atingido, que segundo a Torá, cobriram os montes mais altos, conforme Gn 7:19. A arca chega ao Monte Ararat, e da sua janela Noach envia um corvo, e então pombas, “para verem se as águas baixaram da face da terra.” Quando o solo seca completamente, mais ou menos um ano depois do início do dilúvio, o Eterno ordena Noach a sair da teivah (arca) e repovoar a terra.

Noach constrói um altar e oferece sacrifícios a D'us. HaShem promete nunca mais destruir toda a humanidade por causa de seus atos, e coloca o arco celeste como uma testemunha de Seu novo pacto com o homem. D'us também ordena Noach sobre a santidade da vida: o assassinato é considerado uma ofensa capital, e embora o homem tenha permissão de comer carne, é proibido de comer a carne de um animal vivo e de ingerir sangue.

Noach planta uma vinha, bebeu do vinho e embriagou-se tirando suas roupas. Dois dos filhos de Noach, Shem e Yephet, são abençoados por cobrirem a nudez do pai, enquanto seu terceiro filho, Ham, é punido por tirar vantagem de sua degradação.

Os descendentes de Noach permanecem como um único povo, com um só idioma e cultura, por dez gerações. Então eles desafiam o Criador construindo uma grande torre para simbolizar sua própria invencibilidade e capacidade de chegar até D’us; HaShem confunde sua língua para que “um não compreenda a língua do outro,” fazendo com que abandonem seu projeto e se espalhem pela face da terra, separando-se em setenta nações.

A Parashá Noach finaliza com uma cronologia das dez gerações de Noach a Avram (que mais tarde se tornará Avraham), a jornada de Avraham do local de seu nascimento, Ur dos Kasdim para Kena’an, parando porém em Charan.


Estudo do Texto da Parashá


Quando a terra secou após o dilúvio, um ano após seu início, o Eterno mandou que Noach saísse da arca, e quando saiu, ele construiu um altar e ofereceu sacrifícios de holocaustos de animais puros ao Eterno. E HaShem se agradou do cheiro suave da oferta queimada, conforme podemos ver em Gn 8:20 e 21.


Depois Noé construiu um altar dedicado ao Eterno e, tomando alguns animais e aves puros, ofereceu-os como holocausto, queimando-os sobre o altar. O Eterno sentiu o aroma agradável e disse a si mesmo: "Nunca mais amaldiçoarei a terra por causa do homem, pois o seu coração é inteiramente inclinado para o mal desde a infância. E nunca mais destruirei todos os seres vivos como fiz desta vez.” Gênesis 8:20,21


Depois desse sacrifício que agradou ao Eterno, acontece algo interessante, e isto será o alvo de nosso estudo nessa parashá. A Torá nos mostra o Eterno abençoando a Noach e seus filhos e dando-lhes algumas instruções, como parâmetro para início do repovoamento da terra. O Eterno estava lhes entregando algumas mitsvot, que ficaram conhecidas como “As leis de Noach”. Mas elas constam no texto escrito da Torá? O que elas são, e o que representam? Obedecer apenas essas leis é suficiente para agradar ao Eterno? Se sigo as leis de Noach eu não preciso seguir o exemplo do Messias Yeshua? Mostraremos neste simples estudo como essas mitsvot dadas a Noach e seus filhos são mal interpretadas pelas pessoas dos sistemas religiosos. Porém, vejamos primeiro, um pouco do contexto dessa passagem da Torá, contida nessa parashá.


D’us abençoou Noach e seus filhos, dizendo-lhes: "Sejam férteis, multipliquem-se e encham a terra. Todos os animais da terra tremerão de medo diante de vocês: os animais selvagens, as aves do céu, as criaturas que se movem rente ao chão e os peixes do mar; eles estão entregues em suas mãos. Tudo o que vive e se move lhes servirá de alimento. Assim como lhes dei os vegetais, agora lhes dou todas as coisas. "Mas não comam carne com sangue, que é vida. A todo que derramar sangue, tanto homem como animal, pedirei contas; a cada um pedirei contas da vida do seu próximo. "Quem derramar sangue do homem, pelo homem seu sangue será derramado; porque à imagem de D’us foi o homem criado. "Mas vocês, sejam férteis e multipliquem-se; espalhem-se pela terra e proliferem nela".” Gênesis 9:1-7


Repare que no primeiro verso desse trecho a Torá nos mostra o Eterno abençoando Noach e seus filhos. A palavra que aparece no texto hebraico traduzida aqui para abençoar é “vayvarech”, essa palavra é uma variação que vem do radical “barak”, que significa “dar poder à alguém para ser próspero, bem sucedido, fecundo; abençoar”. Note que quando o Eterno abençoa com a mencionada palavra, ele ainda diz para Noach e seus filhos “frutificarem, serem fecundos e encherem a terra”. A palavra de bênção liberada por D’us era dupla, ou seja, ele ministrou a frutificação e a multiplicação de seus filhos, com o objetivo de encherem a terra. E isso era uma recompensa advinda da obediência em seguir as palavras do Eterno no ato de construir a arca e cuidar dos animais durante todo o tempo em que a inundação ocorreu.

Na mencionada bênção, do verso 2, o Eterno ainda dá a Noach e a seus filhos a autoridade sobre os seres vivos, fazendo uma reafirmação da promessa de governar a todos os animais, dada a Adam no Éden, conforme lemos em Gn 1:28:


D’us abençoou, e lhes disse: sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra.”.


Vemos que no verso 2, o Eterno disse que os animais teriam medo e temor do homem, pois lhes foram entregues, mas repare que essa entrega não estava dizendo a respeito apenas à autoridade do homem em relação aos animais, mas também ao fato de agora eles serem entregues como alimento ao homem. Até aquele momento o ser humano só se alimentava de vegetais, mas agora o Eterno havia dado os animais puros como alimento para o ser humano.

Assim, conforme já mencionamos, esse reinício estava sendo com algumas recomendações, instruções que o Eterno passou a Noach e as seus filhos para que seguissem e ensinassem aos descendentes. Essas instruções ditas pelo Eterno no texto de Bereshit 9 eram expressões da vontade de D’us que deveriam ser seguidas pelo homem, as quais relaciono a seguir:

- Não comer a carne com sua vida, ou seja, o sangue.

Como até esse momento não se comia carne, entendemos que esse era um mandamento que estava sendo dado naquele momento. E o conteúdo que deve ser entendido, não é apenas comer carne crua ou com sangue, nem mesmo o sangue em si, mas o entendimento do texto hebraico e de acordo com os ensinos antigos do povo, é que não se pode comer uma parte do animal com ele ainda vivo. E vemos isso em algumas versões de textos de Bereshit.

- Não derramar sangue, ou seja, cometer assassinato.

Este mandamento ou lei, era algo que já havia sido dado, desde a morte de Abel. Mas os homens transgrediram em muito esse mandamento antes do dilúvio, não é à toa que o texto da Torá afirma que a terra estava cheia de violência em Gn 9:11. Porém, o Eterno estava reafirmando a Noach e a seus filhos, qual sua vontade a esse respeito, e deixa muito claro que ele iria requerer daquele que cometesse assassinato o sangue derramado.

Vemos no texto da Torá mencionado anteriormente, que aparecem apenas esses dois mandamentos, no entanto, o que é conhecido como “as leis de Noach”, são sete leis.

De acordo com o site Chabad, o judaísmo considera alguns princípios como base da fé, ética e moral universais, que devem ser difundidos por toda a humanidade, para garantir a existência pacífica e justa entre as nações. Segundo eles, apesar de existirem inúmeros preceitos divinos, sete deles ultrapassam as fronteiras da fé judaica e foram ordenados por D’us para toda a humanidade. No judaísmo, acredita-se que quando todas as nações do mundo seguirem esses sete preceitos básicos, garantiremos um mundo ideal para viver. Segue então, as sete leis relacionadas abaixo e o seu entendimento básico:

- Não praticar idolatria

O termo idolatria não quer dizer apenas adorar ídolos. Isso era um costume pagão antigo. Não praticar idolatria significa manter a fé e a confiança absolutas em D’us e na sua providência. E nesse sentido, comer coisas sacrificadas também conta como idiolatria.

- Não blasfemar contra D’us

É muito comum que uma pessoa ao passar por dificuldades em primeiro lugar jogue a culpa em D’us. Na verdade tudo o que ocorre vem de D’us, mas Ele é o exemplo máximo de bondade e saberá que com um pouco de treino podemos enxergar como as coisas vêm para o bem e que o Criador deve ser agradecido por Sua benevolência.

- Não cometer homicídio

O contexto é não cometer assassinato, derramando assim o sangue de outro homem.

- Não roubar

Não se apossar daquilo que pertence a outra pessoa.

- Não cometer adultério e não manter relações sexuais ilícitas

O contexto aqui é qualquer relação sexual ilícita, seja dentro ou fora do casamento, com pessoas do mesmo sexo ou mesmo com animais.

- Estabelecer tribunais

Quando existe uma divergência entre duas partes, não se tem o direito de agir por conta própria, nem privilegiar um dos lados no julgamento. Como existe uma forte tendência do ser humano de agir por amor próprio, escondendo seus próprios erros, às vezes é muito difícil identificar quem tem razão. Por isso, para a convivência harmoniosa entre as pessoas, são necessários tribunais justos e honestos. Órgãos neutros, dirigidos por pessoas idôneas que tem o poder de trazer a paz entre os homens, garantindo uma existência saudável entre os homens.

- Não molestar os animais ingerindo um órgão retirado em vida

O Eterno proibiu ao homem maltratar ou torturar um animal, nem fazê-lo sofrer. Portanto, ao extrair a carne ou órgão de qualquer animal para ingeri-lo, deve-se ter certeza absoluta de que ele não sofra, devendo fazê-lo somente após sua completa morte. Quem não se importa com o sofrimento de um animal, desrespeitando a obra da criação, não terá também respeito aos seres humanos que o cercam

Perceba com tudo isso que mostramos acima, e comparando com o texto em estudo, que em Gn 9 trás duas das sete leis de Noach, e mostramos as sete através dos olhos do judaísmo extraídas do site Chabad. Então, de onde se tiram as outras quatro leis, se elas não estão no texto?

Quando olhamos para essas sete leis, podemos perceber que elas estão enquadradas dentro dos 613 mandamentos, porém até aquele momento eles só tinham sido dados pela forma oral, ainda não tinha nada escrito. Assim, entendemos que essas leis vieram da Torá oral, e certamente Noach conhecia essas leis, e nesse episódio o Eterno estaria então reafirmando-as através dessas duas leis ditas no texto.

Essas sete leis são, na verdade, um início do cumprimento da vontade de HaShem, que é expressa na Torá, ou seja, elas são os primeiros passos para entrar no caminho que o Eterno preparou, que é a própria Torá, ou uma vida de obediência. Os judeus dizem que elas são uma herança sagrada universal, um código que toda pessoa na face da terra pode usar como base para sua vida espiritual, moral e pragmática. Mas isso olhando meramente desse jeito, deixa uma série de questões. Já que a Torá é para todos que desejam seguir o caminho do Eterno, e não somente para o povo de Israel ou o povo judeu. E na fala dos judeus, as sete leis de Noach são para as nações não judias, porque a Torá é somente para os judeus. E isso não é verdade, pelo que vemos na própria Torá, nos profetas e nos escritos nazarenos. Veja os seguintes versos:


A mesma Torá se aplicará ao natural da terra e ao estrangeiro residente”. Ex 12:49


Vocês terão a mesma Torá para o estrangeiro e para o natural. Eu sou o Eterno, o D’us de vocês”. Lv 24:22


A mesma Torá e ordenanças se aplicará tanto a vocês como ao estrangeiro residente.” Nm 15:16


Quanto ao estrangeiro, que não pertence ao teu povo Yisrael, e que veio de uma terra distante por causa do teu nome, pois ouvirão acerca do teu grande nome, da tua mão poderosa e do teu braço forte, quando vier e orar voltado para este templo, ouve dos céus, lugar da tua habitação, e atende o pedido do estrangeiro, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome e te temam, como faz Yisrael, teu povo, e saibam que este templo que construí traz o teu nome.” 1Rs 8:41-43


Assim que me ouvem, me obedecem; são estrangeiros que se submetem a mim.” Sl 18:44


E os estrangeiros que se unirem ao Eterno para servi-lo, para amarem o nome do Eterno e para prestar-lhe culto, todos os que guardarem o sábado sem profaná-lo, e que se apegarem à minha aliança, esses eu trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração. Seus holocaustos e seus sacrifícios serão aceitos em meu altar; pois a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.”. Is 56:6 e7


Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de D’us,” Ef 2:19


Note que a revelação vem sendo dada de maneira gradativa, evoluindo até a época do messias e dos apóstolos. De acordo com cada texto que acabamos de mencionar o estrangeiro que deseja ser parte do povo do Eterno deve cumprir a Torá. Infelizmente há algumas pessoas que acreditam que basta seguir as sete leis de Noach que já estarão agradando a HaShem, sem que precisem cumprir seus outros mandamentos. Essas pessoas, muitas vezes ensinadas por judeus, acreditam que a Torá é somente para o povo judeu, como já disse. Mas estamos vendo aqui, que na época de Noach, essas sete leis dadas eram o início, para que a humanidade reiniciasse de forma a começar a seguir o caminho correto, pois no tempo apropriado as demais leis seriam reveladas gradualmente.

Reflita um pouco em algumas coias:

Será mesmo que só as sete leis seriam suficientes?

Como fica o shabat, e as festas que o Eterno instituiu como encontros marcados com ele?

Como ficam os mandamentos do Shemah, do Tsitsit, e outros cabíveis a cada pessoa?

Uma pessoa que obedece apenas as sete leis de Noach, segundo alguns textos que vimos acima, não pode fazer parte do povo da aliança, simplesmente por não pertencer à aliança do Eterno com seu povo. Essa aliança é mostrada através do cumprimento da Torá.

Algumas pessoas também alegam que as sete leis de Noach são uma aliança do Eterno com a humanidade, porém isso é um engano, e demonstram falta de conhecimento do que diz o texto da Torá neste capítulo 9 de Bereshit, veja:


"Vou estabelecer a minha aliança com vocês e com os seus futuros descendentes, e com todo ser vivo que está com vocês: as aves, os rebanhos domésticos e os animais selvagens, todos os que saíram da arca com vocês, todos os seres vivos da terra. Estabeleço uma aliança com vocês: Nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio; nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra". E Deus prosseguiu: "Este é o sinal da aliança que estou fazendo entre mim e vocês e com todos os seres vivos que estão com vocês, para todas as gerações futuras: o meu arco que coloquei nas nuvens. Será o sinal da minha aliança com a terra.” Gn 9:9-13


Vemos que é sim, uma aliança com a humanidade, mas essa aliança diz respeito a não eliminar mais os seres vivos, homens e animais, por meio de dilúvio. Esta não é uma aliança que estabelece promessas para o futuro ou de pertencimento ao Reino do Mundo Vindouro.

Então devemos ter plena compreensão de que as sete leis de Noach, como já mencionei anteriormente, são apenas o princípio do caminho de obediência à Torá, ou seja, o início dos atos de obediência da pessoa que deseja servir ao Eterno, enquanto ela começa o aprendizado da Torá em sua plenitude com suas práticas de justiça. Os apóstolos do messias entendiam dessa mesma forma, pois vemos Tiago, fazendo menção à algumas dessas sete leis em Atos 15, durante o chamado concílio de Jerusalém, observe:


Quando terminaram de falar, Tiago tomou a palavra e disse: "Irmãos, ouçam-me. Simão nos expôs como D’us, no princípio, voltou-se para os gentios a fim de reunir dentre as nações um povo para o seu nome. Concordam com isso as palavras dos profetas, conforme está escrito: Depois disso voltarei e reconstruirei a tenda caída de Davi. Reedificarei as suas ruínas, e a restaurarei, para que o restante dos homens busque o Eterno, e todos os gentios sobre os quais tem sido invocado o meu nome, diz o Eterno, que faz estas coisas’ conhecidas desde os tempos antigos. "Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a D’us. Pelo contrário, devemos escrever a eles, dizendo-lhes que se abstenham de comida contaminada pelos ídolos, da imoralidade sexual, da carne de animais estrangulados e do sangue. Pois, desde os tempos antigos, Moisés é pregado em todas as cidades, sendo lido nas sinagogas todos os shabatot".” Atos 15:13-21


Estava acontecendo um debate entre os shaliachim (apóstolos) e alguns irmãos do grupo dos fariseus que haviam crido que Yeshua é o messias. Esses fariseus estavam ensinando aos gentios, que vinham se achegando ao Eterno, que para serem salvos eles deveriam passar pela brit milah (circuncisão) logo que iniciavam a caminhada. Para uma explicação um pouco mais detalhada sobre esse assunto, procure em nossos canais no YouTtube (Sou Peregrino na Terra e Kahal Teshuvah Brasil), o vídeo da live que fizemos sobre o capítulo 1 da epístola de Paulo aos Gálatas, pois ali eu explico sobre essa passagem de Atos 15.

Entendendo um pouco do contexto dessa passagem de Atos, podemos perceber que Tiago, sabendo do que dizia a Torá oral, e a própria Torá escrita, e também reconhecia a carga de legalismo que havia no meio de alguns líderes judaicos de sua época, falou contra o legalismo que exigia a circuncisão no início da vida com D’us. E assim, propôs naturalmente, como deveria ser, que os gentios que estavam se convertendo a D’us pelo testemunho de Yeshua levado pelos apóstolos, deveriam iniciar essa caminhada cumprindo 4 mitsvot tirados das sete leis de Noach. O entendimento de que aquilo era apenas o início do cumprimento, se dá no final da fala de Tiago, que diz que Moisés é ensinado todo shabat nas sinagogas. Moisés ali, é um adjetivo para Torá, e isso indica que os gentios frequentavam os ensinos nas sinagogas e assim iriam aos poucos aprendendo com o ensino da Torá e praticando os mandamentos até que tivessem entendimento e pudessem fazer a circuncisão com conhecimento e práticas verdadeiras.

Portanto, vimos claramente que as leis de Noach não são em si, a liberação do Eterno para os gentios deixarem de cumprir Torá, pelo contrário, mostramos que a Torá é para todo aquele que quer ser servo de HaShem e pertencer ao seu reino. E que há profecias que dizem que estrangeiros se aproximarão do Eterno e viverão através de seus mandamentos. E nesse contexto as leis de Noach são apenas o início da entrada na aliança do Eterno com seu povo, e não a aliança em si. Mostramos também que a aliança feita com Noach e seus descendentes era quanto a não haver mais dilúvio para eliminar a vida na terra.


Que possamos aprender com essa parashá a viver de acordo com os decretos do Eterno.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- El Midrash Dice Bereshit – O Midrash disse

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771005/jewish/Resumo-da-parasha-noach

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/3312135/jewish/As-Sete-Leis-de-No.htm

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/3558909/jewish/As-sete-leis-universais.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário