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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Estudo da Parashá Vaerá - Yeshua é divino?

 



Estudos da Torá


Parashá nº 14 – Vaerá (Apareci)

Shemôt/Êxodo Ex. 6:2 – 9:35

Haftará (Separação) Ez 28:25-29:21 e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mt 24:1-51; Rm 9:14-17


Tema: Yeshua é divino?


RELEMBRANDO


Na última semana estudamos a 13ª parashá da Torá, que é a primeira do Sefer Shemôt (livro de Êxodo), e falamos bastante a respeito do nome do Eterno, seu significado e o que realmente é. Essa semana em nosso estudo, observando o contexto da parashá, vemos que Moshê era como D’us para Aharon e este como mensageiro para Faraó, e compreendemos que nem por isso ninguém considerou Moshê divino. Assim, estudaremos sobre o conceito errôneo da divindade de Yeshua, e veremos se ele era realmente divino, se ele foi realmente adorado.

A PARASHÁ DA SEMANA


Vamos então ao resumo da parashá como temos feito toda semana. A parashá começa com D’us afirmando a Moshê que redimirá o povo hebreu da escravidão e o conduzirá a liberdade, a Terra que prometeu a Avraham, Yistchac e Yaacov por herança. D’us incumbiu Moshê e Aharon de irem ao encontro do faraó e pedir que liberte o povo de Israel.

Instruiu-os a realizar um milagre, caso o faraó quisesse colocá-los à prova, de tomar a vara e jogá-la para que se transformasse em serpente. E procederam conforme Suas instruções. O faraó chamou seus sábios e feiticeiros e pediu que fizessem o mesmo através de suas magias. Mas a vara de Aharon tragou todas as outras varas enfurecendo o faraó e endurecendo seu coração, não permitindo o povo hebreu partir. Iniciam-se então as dez pragas do Egito.

A primeira transformou as águas do Nilo em sangue, causando mal cheiro, morte dos peixes e impossibilitando os egípcios de beber de seus mananciais. Cada vez que o faraó recusava-se em libertar o povo hebreu do Egito, D’us enviava uma nova praga. Desta forma sucederam-se as pragas enviadas "com mão forte e braço estendido" de D’us, sobre o Egito: após o sangue, as rãs, os piolhos, animais selvagens, cobras, escorpiões e serpentes, a peste, a sarna, chuva de granizo (gelo e fogo), a cada praga o faraó declarava que se a mesma se extinguisse, deixaria o povo partir. Mas novamente, assim que Moshê rezava para D’us para que parasse de ferir os egípcios, novamente o faraó mudava de ideia não permitindo ao povo partir.

Vejamos então, o que o Eterno nos preparou nesta porção de estudo de sua santa Torá.

Estudo do Texto da Parashá


Quando o cristianismo foi criado, no momento em que a igreja romana iniciou seus passos, fundada pelo imperador Constantino, á partir do século III da E.C, seu objetivo era fazer com que todos os súditos do seu império se convertessem. Seu império já vinha dando sinais de decadência, tanto política quanto religiosa, e o politeísmo romano já não era tão aprazível para seus planos de controle das massas. Por isso Constantino pôs em prática a ideia de uma nova religião, uma que seria única, em que todos aderissem, e assim, talvez conseguisse conter a decadência iminente do seu império. Para constatar tudo isso, basta fazer uma rápida pesquisa de história na internet ou mesmo em livros.

Devemos entender que não seria fácil para o imperador fazer as pessoas que seguiam uma multidão de deuses pagãos, pessoas que seguiam o rito mitráico por exemplo, a deixar de adorar seus deuses que eram venerados há séculos, por isso havia a necessidade de transferir a adoração pagã a vários deuses para a adoração a pessoas tidas como santas. Assim, foi introduzida a adoração e veneração de santos na dita igreja cristã, a religião cristã, através de estabelecimento de dogmas, como o da trindade, nascimento virginal, divindade de JC e a consequente adoração a ele como se fosse o próprio D’us. Tudo isso e muito mais, ocorreu à partir do concílio de Nicéia, no ano 325 da E.C, e os monges e padres católicos passaram a adulterar os Ketuvim Netsarim (escritos nazarenos) conhecido popularmente como Novo Testamento, com o propósito de respaldar os dogmas e heresias criados. Com isso, as traduções de textos hebraicos, aramaicos e gregos eram feitos de maneira tendenciosa, modificando o sentido, encobrindo e escondendo o verdadeiro significado das palavras originais.

O objetivo deste estudo é mostrar que apesar de Yeshua ter realizado grandes feitos, ministrado ensinos verdadeiramente edificantes, e manifestado poder entre os de sua época, que ele não fazia nada através de seu próprio poder, nada vinha dele mesmo, nada que ele fazia era para seu próprio louvor, mas que ele manifestava o poder do Eterno e seguia os planos estabelecidos pelo Eterno. Entender isso é um grande passo para compreender a verdade a respeito da pessoa do messias, e devemos fazer isso através de comprovações textuais extraídos do TaNaK e dos Escritos Nazarenos, a fim de comprovar que os ensinos criados pelos sistemas cristão e judaico messiânico acerca do messias são contrários às Escrituras.

Devemos nos perguntar: como é possível o Ungido ser HaShem? Como é possível aquele que é enviado, ser ao mesmo tempo aquele que o enviou? E porque as Escrituras não falam sobre isso? Isso faz sentido?

Podemos perceber através de estudos no contexto original que, em nenhum momento encontramos nas Escrituras, Yeshua afirmando que Ele era o Eterno, pelo contrário, ele sempre ensinou que se devesse adorar e obedecer a D’us, conforme lemos em Lucas 4:8 e Mt 4:10. Além de confirmar o que também nos fora ensinado, a saber: HaShem é Echad (um).

Entre os que crêem em Yeshua como o messias enviado pelo Eterno, existem várias crenças diferentes. Existem os cristãos que o adoram como JC por ser ele Deus, há os judeus messiânicos que louvam a Yeshua como se ele fosse divino porque ele nasceu de uma virgem, existem os unicistas que dizem ser Yeshua o próprio D’us, entre outros. Porém, algumas dessas práticas está correta? O que o TaNaK e a Brit Hadashá ou Escritos Nazarenos dizem?

Muitas pessoas pegam versos isolados, como é o costume do sistema religioso cristão, e mal interpretados, acabam levando a entendimentos errados, e segundo essas pessoas esses versos mostram a divindade de Yeshua. As Escrituras Sagradas, ou seja o TaNaK , nos mostram que o messias Yeshua não é onipresente, onisciente e nem onipotente, isto é, ele não é um ser divino, e muito menos um semideus. Vejamos alguns desses versos:


Então, Yeshua aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Mateus 28:18.


5 Ele perguntou: Adon quem és você? Respondeu: Eu sou Yeshua, a quem tu persegues. Duro é para ti chutar contra os aguilhões. Atos 9:5


17 Quando o vi, caí a seus pés como morto. E ele colocou sobre mim a sua mão direita, dizendo-me: Não tenha medo; eu sou o primeiro e o último,

18 e aquele que vive, e estive morto, mas saibam que estou vivo para todo o sempre. Assim seja. E tenho as chaves da sepultura e da morte.

19 Escreve as coisas que viste, e as coisas que são, e as coisas que hão de acontecer depois destas. Ap 1:17-19


Como conciliar essas passagens? Em que os versos acima corroboram para que se possa afirmar que Yeshua seja onipotente, onisciente e onipresente, isto é, que ele seja D’us? Vamos analisar alguns pontos a respeito deles.

Essas características, segundo a teologia cristã são atributos incomunicáveis do Eterno. Incomunicáveis quer dizer que não podem ser passadas a outro ser. E se sabemos que Yeshua não é o Eterno, então ele não tem esses atributos, e se não os têm, ele não é divino. E isto de acordo com a lógica da própria teologia cristã.

Em relação aos versos é preciso ler cada um deles em seus contextos, olhando sempre para o TaNaK, ou seja, Torá (pentateuco), Neviím (profetas) e Ketuvim (escritos).

Sobre Yeshua ter declarado ter recebido todo o poder há em meu canal um vídeo em que falo sobre esse assunto, mas trataremos um pouco disso a seguir. Algumas pessoas pensam que nesses casos dos versos acima, tanto o apóstolo Sha’ul/Paulo quanto Yochanan/João ou foram elevados por sonho ou arrebatados e estiveram na presença de Yeshua. Ou que Hashem tenha concedido a Yeshua se fazer ouvir pelos dois...E isso os deixa sem conseguir compreender bem os contextos.

Vamos então, fazer uma leve verificação dos contextos dos versos. Como disse, eles não apontam para o fato de Yeshua ter os atributos de divindade. Sabemos que em nenhum lugar das Escrituras e nem mesmo nos Escritos Nazarenos, chamado Novo Testamento, Yeshua é tido como divino, mas ele representa o Eterno, e isso é diferente.

O que ocorre muitas vezes entre os que seguem os sistemas religiosos é uma grande falta de entendimento quanto aos contextos dos textos. Vamos rever os versos mencionados.


Atos 9

5 Ele perguntou: Adon quem és você? Respondeu: Eu sou Yeshua, a quem tu persegues. Duro é para ti chutar contra os aguilhões.


Pergunto, porque esse texto revelaria uma divindade em Yeshua? Nós sabemos que ele foi ressuscitado pelo Eterno. Não ressuscitou por si mesmo, e há vários textos que mostram, e isso por si só, já demonstra a dependência dele em relação ao Eterno. E o fato dele aparecer a Shaul em uma visão não faz de Yeshua um ser divino. Se consideramos isso, outros anjos que apareceram a outros homens na história de Yisrael também seriam divinos, no entanto sabemos que não são. Nesse verso de Atos, Shaul está tendo uma visão, dada pelo Eterno, de Yeshua falando com Ele, para que entendesse que, quando estava a perseguir os seguidores do caminho, estava na verdade perseguindo a Yeshua, pois eles são os enviados dele.


Então, Yeshua aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Mateus 28:18.


Em relação ao que Yeshua disse aos discípulos antes de ser recebido no céu, sobre lhe ter sido dado poder, conforme vemos em algumas versões da Bíblia, é uma alusão justamente à autoridade de representante do Eterno, não que ele tenha retornado a ser o Eterno, ou que tenha virado o Eterno ou um ser divino. Vejamos agora os versos de apocalipse abaixo.


17 Quando o vi, caí a seus pés como morto. E ele colocou sobre mim a sua mão direita, dizendo-me: Não tenha medo; eu sou o primeiro e o último,

18 e aquele que vive, e estive morto, mas saibam que estou vivo para todo o sempre. Assim seja. E tenho as chaves da sepultura e da morte.

19 Escreve as coisas que viste, e as coisas que são, e as coisas que hão de acontecer depois destas. Ap 1:17-19


Os versos de apocalipse devem ser avaliados a partir dos primeiros versos desse livro. Veja:


Revelação de Yeshua HaMashiach, que D’us lhe deu para mostrar aos seus servos o que em breve há de acontecer. Ele enviou o seu mensageiro/anjo para torná-la conhecida ao seu servo Yochanan/João, Apocalipse 1:1.


O verso 1 diz que a revelação de Yeshua, foi dada pelo Eterno para ser passada a Yochanan/João. Só aqui já acaba com a dúvida sobre a divindade. Um ser divino não precisaria que o Eterno lhe desse uma revelação, pois ele já saberia. O que prova que Yeshua é um homem, que foi adotado pelo Eterno como filho, e que por ter vivido uma vida justa conquistou o status de vir a ser o rei e o representante do Eterno, e ser a primícia dos que ressuscitarão.


Os versos 17 a 18 que coloquei ali acima, mostram quando Yeshua estava revelando a Yochanan/João que era ele mesmo. Veja quando ele fala que é o primeiro e o último, o que vive mas esteve morto, ou seja, estava revelando que é o primeiro a ser ressuscitado para a Eternidade e o último, pois ele encerrará a ressurreição quando executar a dos santos do Eterno. Nesses versos não provam divindade, mas a autoridade do Messias como a primícia dos ressuscitados.

E há ainda outro verso que mostra que Yeshua recebeu autoridade e não divindade, e é dito pelo apóstolo Paulo.


Então virá o fim, quando ele entregar o Reino a D’us, o Pai, depois de ter destruído todo domínio, autoridade e poder. Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque ele "tudo sujeitou debaixo de seus pés". Ora, quando se diz que "tudo" lhe foi sujeito, fica claro que isso não inclui o próprio Deus, que tudo submeteu ao Messias. Quando, porém, tudo lhe estiver sujeito, então o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, a fim de que D’us seja tudo em todos. 1 Coríntios 15:24-28


E esses versos complementam o que já mencionei antes. Moisés mencionou o messias, e os profetas o mencionaram, mas nenhum deles disse que ele seria divino ou o próprio D'us. Sempre falaram que ele seria o representante.

Algumas pessoas alegam que Yeshua recebia adoração, pois aceitava que pessoas vinham e se prostrassem diante dele. É imprescindível entendermos o significado de adoração no contexto de Yeshua em sua época.

Vamos levar em consideração alguns fatores de ordem étnica, sociocultural e judaica. Yeshua viveu, morreu e foi ressuscitado em um ambiente monoteísta, em que a cultura judaica dá época jamais permitiria um ser humano, ou melhor, um judeu adorar outro ser humano ou outro ser que não o criador de todas as coisas. Como exemplo, já vemos o episódio claro, na pessoa de Mordekai, veja o que está escrito:


Vendo, Hamã que Mordekai não se inclinava nem se prostrava diante dele, encheu-se de furor. Hadassah (Ester) 3:5


Aqui está um relato de tempo aproximadamente 484 a.E.C já neste período os judeus não adorariam qualquer criatura, seja ela pessoa ou animal, contrariando assim a Torah Sagrada, que proíbe terminantemente um israelita adorar qualquer outra divindade que não seja o Eterno. Eles estavam em exílio também por conta dessa desobediência, e não iriam mais cometer o mesmo erro. Veja se não foi justamente essa fidelidade que levou os três companheiros de Daniel, os jovens Ananias, Misael e Azarias a serem jogados na fornalha de fogo ardente, por se recusarem a adorar uma imagem de ouro levantada por Nabucodonosor:


E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro duma fornalha de fogo ardente. Por conseguinte, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da shofar, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, e de toda a sorte de música, se prostraram todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o melech Nebukadnesar tinha levantado. Ora, nesse tempo se chegaram alguns homens Casdim, e acusaram os yehudim. E disseram ao melech Nebukadnesar: ó melech, vive eternamente. Há uns homens yehudim, que tu constituíste sobre os negócios da província de Bavel: Sadraque, Mesaque e Abednego; estes homens, ó melech, não fizeram caso de ti; a teus elohim não servem, nem adoram a estátua de ouro que levantaste. Daniel 3:6-12


A palavra adoração em hebraico é “avodah”, a raiz dessa palavra é “avod”, que significa “servir, serviço, trabalhar”. A palavra pra “adorar a D'us é a mesma para “trabalho ou serviço”. A adoração é um serviço a D’us, trabalhar para D'us ou prestar serviço a D’us. Todo serviço prestado a D'us conforme seus mandamentos e realizados com amor, humildade, excelência, coração puro e mãos limpas, é adoração a D'us. É isto que nos referimos a prestar serviço religioso, ministrar culto em função de, servir a um ser supremo, e não a uma criatura, como no caso do messias Yeshua, o homem, como bem diz o Shaul HaShaliach:


Porque há um só D’us, e um só Mediador entre o Eterno e os homens, o messias Yeshua, homem. I Timóteo 2:5


A palavra grega “proskuneo” usada em relação à pessoa de Yeshua, é do grego koiné e aponta literalmente para “reverenciar” ou “homenagear”. É utilizada cerca de 59 vezes nos Escritos Nazarenos (Novo Testamento) para indicar a homenagem que se dá a uma pessoa ao prostrar-se aos seus pés. A sua tradução literal seria: “beijar a mão ou o piso diante de”. Neste sentido fica claro que o vocábulo usado no TaNaK (Antigo Testamento) mais de 170 vezes para indicar reverência, “Shachah” e que se traduz literalmente como “inclinar-se”, “cair diante de”, “prostrar-se”, “ajoelhar-se” ou “beijar”, denota contato, aproximação, relação. Pode-se reverenciar ou homenagear à distância, mas o beijo requer aproximação, contacto. Essa é a mesma palavra traduzida para o grego “proskuneo”. E estamos vendo que isso não é adoração, mas reverência, respeito à uma autoridade.

É importante também notar outros dois termos gregos usados nos Escritos Nazarenos para indicar “Adoração”. O primeiro termo é sebomai”, que é usado somente para o Eterno, que tem a sua raiz na palavra “sebas” que quer dizer temor e o segundo termo é latreia”, que tem o sentido de culto a uma divindade. Daí também vem o termo "Eidol-Latreia" (IDOLATRIA) que significa “culto aos ídolos”.

Dessa forma, podemos perceber claramente, que muitos dos textos em que dizem apontar para adoração, na verdade está falando de sinal de respeito. Vejamos alguns versos:


"Então o rei Nabucodonosor caiu prostrado diante de Daniel, e prestou-lhe honra (proskuneo), e ordenou que lhe fosse apresentada uma oferta de cereal e incenso." Dn 2:46


Quando Judá e seus irmãos chegaram à casa de José, ele ainda estava lá. Então eles se lançaram (proskuneo) ao chão perante ele. Gn 44:14


Porém, depois da morte de Joiada vieram os príncipes de Judá e prostraram-se (proskuneo) perante o Rei; e o rei os ouviu." 2Cr 24:17


Há muitos outros versos aos quais poderíamos mostrar o uso da palavra prostrar como um sinal de respeito e não como adoração. Porém, estes versículos que citamos demonstram a tendência dos tradutores trinitários que traduzem o termo “proskuneo” como bem lhes agrada ou convém, a fim de procurar manter seus dogmas. Notamos a dualidade de critérios no uso dessa palavra, e essa dualidade é aplicada de acordo com o interesse dos tradutores. Se porventura está diante de pessoas, usam a palavra “prostrar”. Mas se querem forçar ou impor a sua doutrina, deturpam os contextos históricos usando a palavra “adorar” como referência à pessoa de Yeshua, para a mesma palavra “proskuneo” que foi diversas vezes aplicada a reis e autoridades humanas em toda a Escritura. Vejamos também outro texto nos Escritos Nazarenos, agora no texto de Mattithiahu/Mateus, referindo-se a Yeshua.


Então disse-lhe Yeshua: Vai-te, satan (adversário), porque está escrito: ao Eterno teu Elohim adorarás (proskyneseis), e só a ele servirás (latreuseis).” Mt 4:10


No texto de Mateus que vimos acima, vemos de forma clara que a adoração é somente ao Eterno, e nem mesmo os mensageiros/anjos, não poderiam receber adoração, assim, pelo mesmo princípio, Yeshua também não deve ser adorado, somente o Eterno. Note o contexto desse verso, e perceba que o assunto era prostrar para adorar, e isso são dois atos, por isso duas palavras diferentes, por esse motivo vemos proskuneu e latreia. A palavra para prostrar foi traduzido erroneamente para adorar.

Podemos ver também nos profetas que o messias receberia autoridade, mas isso nunca indicou que ele seria adorado, mas sim honrado, respeitado. Veja em Ageu:


"Fala a Zerubavel/Zorobabel, governador de Yehudah/Judá, dizendo: Farei tremer os céus e a terra; e transtornarei o trono dos reinos, e destruirei a força dos reinos dos gentios; e transtornarei os carros e os que neles andam; e os cavalos e os seus cavaleiros cairão, cada um pela espada do seu irmão. Naquele dia, diz o Eterno Tzevaot, tomar-te-ei, ó Zerubavel/Zorobabel, servo meu, filho de Shealtiel/Sealtiel, diz o Eterno, e far-te-ei como um anel de selar (kachotham); porque te escolhi, diz o Eterno tzevaot." Haggay/Ageu 2.21-23


O contexto dos versos acima certamente é messiânico, até porque, a referida profecia não se cumpriu nos tempos de Zerubavel, mas sim, se cumprirá em um descendente de Zerubavel. Está realmente falando sobre o messias Yeshua e o que ele se tornou. Observe que este descendente será como um anel de selar, ou seja, uma marca. Mas que marca é esta?

Os selos eram usados por reis e governantes para dar sua marca. Onde havia a marca do rei, ali estava o próprio rei. Ou seja, uma carta enviada com o selo do rei, era como se fosse o próprio rei diante daquelas pessoas pronunciando aquelas palavras. Vemos isso nas parashiot passadas, quando Yosef recebeu o anel do Faraó, e por isso em todo o Egito só quem era maior que Yosef era o próprio Rei do Egito, conforme Gn 41:41-44.

Observe ainda, em outro texto, o quão poderoso poderia ser um selo apenas analisando os versículos abaixo.


"Então escreveu cartas em nome de Achav/Acabe, e as selou (bechothamo) com o seu sinete; e mandou as cartas aos anciãos e aos nobres que havia na sua cidade e habitavam com Naboth/Nabote. (...) E os homens da sua cidade, os anciãos e os nobres que habitavam na sua cidade, fizeram como Izavel/Jezabel lhes ordenara, conforme estava escrito nas cartas que lhes mandara." Melakhim alef/1 Reis 21.8;11


Observe nos versos acima que Isavel utilizou o selo de Achav para mandar sua carta. A carta que ela enviou continha toda a autoridade de Achav. Do mesmo jeito Zerubavel, que no caso é uma referência ao messias Yeshua, se tornou um selo do Eterno, marcando aqueles que fazem Teshuvah através das boas novas anunciadas por Yeshua. Assim, aqueles que rejeitam o chotham/selo do Eterno, estão rejeitando o próprio Eterno. E Yeshua fala sobre isso.


O que me rejeita, a meu Pai também rejeita.” Jo 15:23


Yeshua por ser esse selo do Eterno, o seu representante, não é D’us, por isso, não deve ser adorado, porém devemos entender que precisamos aceitar o seu testemunho para sermos aceitos pelo Eterno. Assim, como rejeitar a carta selada com o selo do rei, era o mesmo que rejeitar o próprio rei, quem rejeita o seu enviado, o messias Yeshua, também rejeita o Eterno.

Não vemos nenhuma palavra dos talmidim de Yeshua a respeito de adorá-lo, ou a respeito de seu nascimento virginal que lhe confere o status divino, e nem mesmo sobre sua divindade ou sobre ele ser o próprio Eterno. Se fosse assim, haveria nos seus escritos alguma menção clara, mas não há.

Yeshua é o messias, segundo as escrituras. É nosso irmão mais velho, e nosso rei. Porém nosso D'us é o mesmo de Yeshua. HaShem o criador dos céus da terra.  Yeshua é o Nosso Sumo-Sacerdote, e mesmo os Sumo-Sacerdotes tinham um Deus. O Eterno, o Todo-Poderoso, somente ele deve ser o alvo de culto e de adoração. Yeshua é sim o Nosso Rei, a quem devemos honrar e submetermo-nos à sua administração, pois ele é o escolhido pelo Pai Celestial para governar sobre nós, e administrar o Reino do Seu Pai durante o Milênio.

Que possamos ter em mente que Yeshua é homem, que foi recebido pelo Eterno como filho em sua imersão por viver em total obediência e justiça, e não que já era filho. Entender também que ele não é D’us encarnado e que muitas interpretações de textos são feitas fora do contexto original.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Dicionário Português-Hebraico e Hebraico-Português, Abraham Hartzamri e Shoshana More-Hartzamri, Editora Sêfer

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