Páginas

Boas Vindas

Seja Bem Vindo e Aproveite ao Máximo!
Curta, Divulgue, Compartilhe e se desejar comente.
Que o Eterno o abençoe!!

domingo, 13 de outubro de 2019

Estudo da Parashá Haazínu (Dêem ouvidos)


Estudos da Torá

Parashá nº 53 – Há’azínu (Dêem ouvidos!)
Devarim/Deuteronômio Dt 32:1-52
Haftará (Separação) 2Sm 22:1-51; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Rm 10:14-21; Jo 20:1-31; Hb 12:28 e 29.


1 - INTRODUÇÃO
                  
               Essa parashá (porção) é na verdade a continuação da porção passada, pois aqui está a canção que havia sido mencionada em Devarim/Deuteronômio 31:16-19.
               Ela é um poema chamado Haazínu, que começa invocando a terra e o céu juntando-os a este final de trajetória de Moshê em Devarim, transportando-nos do início de Bereshit/Gênesis até este momento do livro.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
              
               O significado do termo hebraico “Há’azínu” é “ouvi, ouça ou deem ouvidos”. É a primeira palavra que aparece no texto hebraico.
               Disse anteriormente, que essa porção era a continuação da anterior, a parashá “Vayelech”, isso porque nela Moshê introduz o poema Haazínu informando ao povo a principal função dele:

               "E disse o Eterno a Moshe: Eis que tu estás para jazer com os teus pais, e levantarse-á este povo, e errarás atrás de deuses estranhos...e violará a aliança que fiz com ele. Então crescerá o Meu furor contra ele, naquele dia; e o abandonarei, e ESCONDEREI o meu rosto dele...E agora, escreverei para vós este cântico, e tu ensina-o aos filhos de Israel...para que este cântico Me seja por testemunha contra os filhos de Israel..." (Devarim 31:16-19)
                  
                   Ou seja, o propósito do poema é guiar o povo durante os tempos difíceis e nas provações, em que se pudesse pensar que D’us os tenha deixado, para que se lembrem de que no momento em que se arrependerem e fizerem teshuvá (retorno/conversão) o Eterno os livraria.
               Este cântico de Moshê fala de toda a história de Israel, desde o princípio até ao final. De acordo com o site “Emunah a fé dos santos”, pode-se resumir o seu conteúdo segundo a leitura desse capítulo, da seguinte forma:

1-6 O Nome e a obra de YHWH por Israel e pelo mundo;
7-12 A origem de Israel;
13-18 A prosperidade a apostasia de Israel;
19-26 A perda de Israel após a apostasia;
29-30 A dispersão de Israel entre as nações; e
40-43 A salvação de Israel e a sua influência mundial.
              
Ouvi, ó céus, e falarei
               O primeiro verso diz:

“Ouvi, ó céus, e falarei, e ouça a terra os ditos da minha boa.”

               Sobre este verso o comentário da Torá diz que nessa parashá, Moisés se dirige aos céus e à terra para que ouvissem as suas palavras. Segundo o Midrash (Ialcut 942), a razão desta magnífica invocação foi a seguinte: Eu – disse Moisés – sou um ser de carne e osso, sujeito a morrer; os meus sucessores também o serão; se o povo de Israel vier esquecer a Lei e transgredir a Divina aliança, quem lhe fará lembrar a sua desobediência e infidelidade? Eu vou chamar contra eles testemunhas permanentes, os céus e a terra. (...) É a vós que eu invoco; eu chamo os céus e a natureza inteira para encaminhar Israel no caminho do bem e desviá-lo da via do mal e da ingratidão humana. Que os céus e a terra sejam os eternos censores do povo de Deus. Nós, os condutores dos povos, passamos, e vós ficareis para sempre.
               Podemos entender que Moshê, inspirado por D’us, chama duas testemunhas pelo povo de Israel, os céus e a terra, para que eles se lembrassem da aliança que fora firmada nessa Lei. E podemos ver Yeshua lembrando-os do compromisso dessas duas testemunhas, quando afirma que não veio abolir a Lei, mas veio cumprir. E relembra que enquanto existirem céus e terra, nada da Lei passaria até que tudo se cumprisse, veja Mt 5:17-18.
               Os céus e a terra são duas testemunhas contra Israel, conforme Dt 30:19; 31:28, porque testemunham toda a sua história. Na verdade são três testemunhas, porque a palavra hebraica para céus “shamayim”, está escrita na sua forma plural, ou seja, um par de céus. A história de Israel, de acordo com o site, está escrita tanto nos céus como na terra. Estas duas ou três testemunhas, serão os primeiros a “atirar pedras” contra Israel se cometerem infidelidade contra o pacto, em conformidade como que lemos em Dt 11:17 e 17:7.
               Por isso podemos entender que YHWH tem que criar novos (ou transformar os atuais) céus e terra depois do milênio, para que estas duas testemunhas nada tenham a apontar a Israel, lembrando a sua história de desvios e pecados.
               Em Isaías 65:17-18 está escrito:
              
               “Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, gozo.”
              
               Em apocalipse 21:1 diz:

“E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.”

               Os céus e a terra são tomados como testemunhas por causa da sua firmeza, conforme Jeremias 31:35-37. O rolo da Torá pode ser queimado, mas não as estrelas nem as pedras (Os Dez Mandamentos). São testemunhas muito firmes.
              
A importância da Torá
               “Goteje a minha doutrina como a chuva, caia como o orvalho meu discurso;”
               A chuva representa a Torá Escrita, que vem diretamente do céu em quantidades que não se podem medir. O orvalho pode representar a halachá, o passar da teoria à prática, o caminhar em conformidade com a Torá.
               O site Chabad.org também dá uma interpretação para o fato de Moshê ter comparado a Torá com a chuva. Diante de vários motivos estão os abaixo relacionados:
               - Assim como a água é vital para a sobrevivência do universo, assim é a Torá;
              - A água é um purificador muito importante. Da mesma forma, a Torá purifica e eleva aqueles que a estudam e cumprem pelo mérito do Céu;
          - Assim como a chuva não cria uma nova planta, mas apenas desenvolve e amadurece uma semente ou planta já existe, também a Torá desenvolve as sementes no coração da pessoa. Explica-se ainda que, uma pessoa deve primeiro dedicar seu coração e mente ao estudo da Torá, e então seus estudos serão frutíferos, ou seja, primeiro conheça a Torá para que todo o resto frutifique. E aqui pode-se entender o que Yeshua diz em Mt 6:33: “Busquem,pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” Para que sua vida seja frutífera, é preciso buscar o Reino de Deus e a justiça dele, que é a Torá e o que ela instrui.
               - Um judeu jamais se cansa de estudar Torá. Assim como os peixes vivem num ambiente aquático, podem continuar sedentos e procuram cada gota de chuva, assim a pessoa mergulhada em Torá deseja ouvir ainda outra explicação de Torá. Esse deve ser um modelo também para nós que fomos aproximados a Israel pelo messias, desejar a cada dia aprender mais da Torá de HaShem.
               Moshê ainda disse mais no verso 2, ele disse: “...minhas caia como orvalho o meu discurso;...”
               Depois de comparar a Torá com a chuva, ele também a comparou ao orvalho. A chuva pode até aborrecer algumas pessoas, pois pode incomodar viajantes nas estradas e as pessoas com barris de vinho abertos, cujo vinho poderia se estragar. No entanto, para que não se tenha uma ideia errônea a respeito da Torá, e de que talvez ela possa fazer alguém infeliz, Moshê explicou que não é este o caso. A Torá, a esse respeito, é como orvalho. Todos, sem exceção, se alegram ao ver o orvalho cair. Sendo assim, devemos entender que a Torá traz apenas felicidade.
               Moshê estava dizendo aos filhos de Israel que, assim como ele arriscou sua vida quando permaneceu quarenta dias no Monte Sinai entre os anjos, eles deveriam também estar preparados para se sacrificarem pela Torá. E que sacrifício seria esse? A renúncia à suas próprias vontades a fim de obedecer a vontade de Adonai, escrita na Torá.
               Essa declaração de Moshê também continha uma prece, que esta mensagem não deveria ser ignorada, mas entrar nos corações do filhos de Israel: “Que meus ensinamentos sejam agradáveis a Bnei Ysrael, como a chuva; que minhas palavras sejam bem aceitas por ele como orvalho; como os ventos soprando nas campinas no outono; e como a chuva de primavera que irriga os campos no mês de Adar.”
               Segundo os ensinamentos do site “Chabad.org”, pode-se assim, também dizer que “meus ensinamentos” refira-se à Torá Escrita, e que “minhas palavras” à Torá Oral.
               Que possamos desejar tanto e cada dia mais aprender da Torá, que esse desejo nos leve a buscar, a escavar mais e a pesquisar mais. Que bebamos cada dia dessa fonte que é a Palavra do Eterno, a qual Yeshua disse à mulher samaritana em Jo 4:6-15.


Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/53-_haazinu_ouam.pdf
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/923532/jewish/Tor-Chuva-e-Orvalho.htm
- https://tanach.org/dvarim/hazprt.doc

Nenhum comentário:

Postar um comentário