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sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Estudo da Parashá Mikets (Ao fim de ) - A fé verdadeira

 


Estudos da Torá


Parashá nº 10 – Mikets (Ao fim de)

Bereshit/Gênesis Gn. 41:1 – 44:17

Haftará (separação) 1ºReis 3:15-4:1 e

B’rit Hadashah (nova aliança) 1Co 2:1-5; Atos 7:9-16


Tema: A fé verdadeira


RELEMBRANDO


Na semana passada vimos a parte inicial da vida de Yosef e todo o sofrimento que passou, mas se manteve firme no Eterno. Falamos também sobre “a confiança no Eterno”, algo que é primordial para aquele que se diz servo de HaShem, e que infelizmente é muito mal compreendido. No estudo de hoje vermos um assunto que é correlacionado com a confiança, falaremos sobre o conceito original que encontramos no TaNaK a respeito da fé.


A PARASHÁ DA SEMANA


Iniciemos nosso estudo desse shabat, com um resumo dessa parashá extraído do site Chabad.

A parashá Mikets inicia-se com o famoso sonho do faraó sobre sete vacas esqueléticas devorando sete vacas gordas, seguido por sete magras espigas de cereal devorando sete espigas saudáveis.

Quando seus conselheiros e necromantes foram incapazes de resolver adequadamente a intrigante charada, o copeiro Mor se lembra de alguém que conheceu anos atrás, então faraó chamou Yossef, que havia estado na prisão por doze anos, para interpretar seus sonhos. Creditando seu poder de interpretação unicamente a D'us, Yossef diz ao faraó que, após viverem sete anos de extraordinária abundância nas colheitas, o Egito seria assolado por sete anos de uma escassez devastadora.

Yossef aconselha o faraó a procurar um homem sábio para presidir a coleta e o armazenamento de grande quantidade de alimentos durante os anos de fartura. Impressionado pela brilhante interpretação, o faraó designa o próprio Yossef para ser o vice-rei do Egito, fazendo dele o segundo homem na hierarquia do país.

A mulher de Yossef, Asnat, dá à luz dois filhos, Menashê e Efraim, e os anos de fartura e escassez acontecem como Yossef havia predito. Com a fome abatendo também a terra de Canaan, os irmãos de Yossef vão ao Egito para comprar alimentos. Como não reconhecem seu renomado irmão, Yossef põe em ação um plano para determinar se eles se arrependeram totalmente pelo pecado de tê-lo vendido quase vinte anos atrás.

Yossef age com indiferença e os acusa de serem espiões, mantendo Shimon como refém, enquanto o restante dos irmãos retorna com os alimentos para Canaan. Yossef, ainda não sendo reconhecido, conta-lhes que Shimon será libertado apenas quando retornarem ao Egito com o irmão mais novo. Relutante a princípio, mas confrontado pela escassez crescente, Yaacov finalmente concorda em permitir aos filhos que levem Binyamin com eles. Ao chegarem ao Egito, Yossef testa ainda mais os irmãos, tratando bem a todos, mas mostrando um grande favoritismo por Binyamin.

Quando os irmãos finalmente voltam para casa com os baús repletos de cereais, Yossef esconde sua taça na sacola de Binyamin e este é acusado de ter roubado o precioso objeto.

A porção termina com a ameaça pendente de que Binyamin será feito escravo do governante egípcio.


Estudo do Texto da Parashá


Como disse acima a confiança está lado a lado com a fé. Uma vez que na semana passada estudamos sobre confiança, é justo que hoje falemos sobre “fé” em seu contexto original.

A palavra “fé”, é uma das mais usadas nos meios religiosos, mas na maioria das vezes não sabem muito bem o seu significado. As pessoas, geralmente tem um entendimento um pouco distorcido sobre o que verdadeiramente seja fé. Para eles, segundo o dicionário, “´fé” é a crença baseada em argumentos não racionais, mas isso não está correto à luz das Escrituras. A distorção ocorre devido à interpretações errôneas a respeito dessa palavra em textos isolados de seus contextos originais. Por exemplo, costumam dizer que “...o justo viverá pela fé.”, com base no texto de Hc 2:4, crendo em um milagre, acreditando que a pessoa que tiver fé conquistará muitas coisas. O problema é que quando buscamos a conceito original dessa palavra, nós vemos algo diferente.

Vasculhemos assim o TaNaK em busca do entendimento correto da palavra “fé”. Vejamos o texto completo do verso do profeta Havaquq citado acima:


Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé (beemunatho) viverá.” Havaquq/Habacuque 2:4


Repare na palavra hebraica da qual foi traduzida para fé. No hebraico בֶּאֱמוּנָתֹ֥ו  - beemunatho é uma variação da raiz אֱמוּנָה - emunah, que por sua vez significa além de fé e crença, firmeza, constância, fidelidade, lealdade; segurança, função, cargo; honestidade e verdade. Retornaremos nesse verso mais à frente em nosso estudo. Além disso, notou como o seu significado é muito amplo em comparação ao que geralmente se acredita e ensina no sistema religioso?

Podemos encontrar a palavra “emunah” pela primeira vez no TaNaK, no sêfer Shemot (livro de Êxodo), e ela não foi traduzida como fé ou crença, veja:


"Porém as mãos de Moshê eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Aharon e Chur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes (emunah) até que o sol se pôs." Shemot/Êxodo 17.12


Será que poderíamos dizer ao ler o texto acima que as mãos de Moshê tiveram fé? Creio que não!

De acordo com o site Yeshua Melekh, a palavra “emunah” como foi traduzida no texto, traz o significado de firmeza, já que as mãos de Moshê foram sustentadas por Aharon e Chur, e por isso se mantiveram firmes – emunah. Estamos vendo que a palavra está indo além do simples sentido de fé e crença. Algo que podemos conferir na vida de Yosef durante seu tempo no Egito.

Vejamos então outro texto na Torá que trás uma definição bem interessante.


"Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Elohim é a verdade (emunah), e não há nele injustiça; justo e reto é." Devarim/Deuteronômio 32.4


Neste verso, a palavra “emunah” é traduzido como a verdade de Elohim. Os dois conceitos que vimos até agora estão intimamente ligados, pois a verdade é firme e não pode ser abalada. Segundo o já mencionado site, esse verso não apenas diz que Elohim é verdade, mas que também é firme em sua justiça.

Você está percebendo como a palavra fé – emunah e confiança – batach em seu contexto original são muito íntimas apesar de diferentes. Por isso, vemos confiança e fé na vida de Yosef, mas é muito mais do que meramente acreditar e crer. Este filho de Yaakov era um homem que confiava realmente em HaShem, e mantinha sua firmeza e lealdade naquilo que aprendeu dele. Está entendendo o motivo de estarmos estudando sobre estes assuntos aqui nas parashiot relacionadas a Yosef? É porque precisamos ver além do que o sistema tem ensinado e pregado no decorrer de tanto tempo, mantendo pessoas presas a dogmas e crenças errôneas por falta de conhecimento dos contextos corretos. Leiamos outro texto.


"Confia no Eterno e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente (emunah) serás alimentado." Tehilim/Salmos 37.3


Vemos neste texto de Salmos, uma ocasião onde a palavra “emunah” foi traduzida para a palavra verdade. Isso porque aqui, podemos compreender que a palavra firme não caberia neste verso, pois ficaria “...e firmemente serás alimentado”. Não combina muito não é? Porém, de acordo com o contexto do verso de Salmos podemos ver que “emunah” representa uma garantia, pois poderia ser traduzido também como “certamente”.

Já dissemos antes que a palavra “emunah” também pode ser traduzida como verdade. Sabemos ainda, que em hebraico a palavra verdade também é conhecida por “emet” – אֱמֶת, essa palavra é constituída literalmente da primeira letra (aleph), da letra intermediária (mem) e da última letra (tav) do alfabeto hebraico. Dentro do povo de Yisrael, há midrashim com a explicação de que “a verdade é sempre completa, ou seja, ela tem começo, meio e fim”. Note que todas as letras dessa palavra possuem duas pernas, fazendo com elas tenham firmeza, isto é, emunah. E o entendimento delas se misturam, pois a verdade se sustenta, ela nunca cai. Ao contrário da palavra mentira, que em hebraico é “sheqer” – שקר, cujo adágio popular diz que “tem perna curta”, podemos ver isso de forma muito clara através do hebraico. Veja o traço pequeno da letra “kuf” ק, que o impede de permanecer em pé sozinho, pois se a tornássemos física, certamente não ficaria em pé sobre uma superfície horizontal. Bem como nenhuma das outras letras da palavra mentira em hebraico tem duas pernas para a manter firme.

Depois dessas informações leiamos um outro texto em Tehilim, onde encontramos “emunah” sendo traduzido como verdade.


Todos os teus mandamentos são verdade (emunah). Com mentiras me perseguem; ajuda-me. Tehilim/Salmos 119:86


Basta buscar o texto hebraico desse verso para confirmar que ali verdade foi traduzido como “emunah”.

Sendo assim, vamos seguir em frente em nosso estudo a fim de descobrir o verdadeiro significado e entendimento da palavra fé ou “emunah”. De acordo com o estudo no site “Emunah a fé dos santos”, sempre ouvimos que a fé não se questiona, que ela é de exclusiva responsabilidade de cada pessoa. E estamos vendo que esta não é uma informação verdadeira.

Dessa forma, podemos ver também alguns entendimentos a respeito dessa palavra, extraídos dos escritos nazarenos, vulgo Novo Testamento, e compreender que ao contrário do que se pensa, não é diferente do que vimos até agora no TaNak. Hebreus 11:1 é um dos textos cujo entendimento tem sido mal interpretado ao longo dos séculos pelos que estão no sistema religioso. Vejamos:


Ora, a fé (emunah) é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” Hb 11:1


Repare que esse verso transcrito acima é o que está na maioria das bíblias, é uma tradução comum. Agora vejamos a tradução mais dentro do contexto judaico, o contexto original, a tradução da Bíblia Judaica Completa de David H. Stern, e poderemos notar como fica mais claro o entendimento.


A confiança (emunah) é a certeza do que esperamos, convencidos das coisas que não vemos.” Hb 11:1 (BJC)


Viu como o texto observado da forma correta de se entender fica mais claro e amplo o entendimento! Se você observar o contexto em que o verso está inserido poderá perceber que ele vem a partir da explicação de um midrash feito pelo autor aos Hebreus, ou seja, ele fez uma referência que leva a um ensino, e isso tirado dos profetas, no caso, o profeta Havakuk/Hc 2:3-4, vamos ler para entender o que esse autor escreveu e comparar com o texto do mencionado profeta:


...Há pouquíssimo tempo! Aquele que está por vir, virá, e não demorará. Mas a pessoa justa viverá a vida baseada na confiança; se ela retroceder, não me agradarei dela.” Hb 10:37-38 (BJC)


Escreva claramente a visão em tábuas, para que mesmo um corredor possa lê-la. Pois a visão objetiva um tempo específico; ela fala do fim e não mente. Pode demorar um pouco, mas espere por ela; com certeza, ela virá, não se atrasará. Olhem o orgulhoso: ele não é interiormente justo; mas o justo obterá a vida por meio da fidelidade (beemunato) confiante.” Hc 2:3-4


Ao ler os textos de Hebreus e de Habacuque, podemos perceber dentro do contexto da profecia que está sendo falado de confiança e firmeza em aguardar o cumprimento da profecia, mesmo que não a veja cumprida. Por isso o autor aos Hebreus inicia o capítulo 11 desenvolvendo sobre essa “emunah”, a qual ele havia mencionado no capítulo anterior, falando do texto do profeta Habacuque. E o autor aos Hebreus continua no verso 2 dizendo que através da emunah que as Escrituras, ou seja, o TaNaK, atestou o mérito dos antigos. E então começa a citar a criação de todas as coisas pela palavra do Eterno e também cita os personagens que viveram de acordo com a “emunah” que tinham no Eterno.

Assim, estamos compreendendo com um pouco mais de profundidade o contexto da fé em seu sentido original. O Rav Sha’ul (apóstolo Paulo) em sua epístola aos efésios nos leva a entender que se deve guardar a unidade do ruach (espírito) através da união da shalom, e também nos mostra o que temos em comum, ou seja, uma “emunah” – fé. Veja:


Como prisioneiro no Adon (Senhor), rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam todo o esforço para conservar a unidade do ruach ( espírito, mover, poder) pelo vínculo da shalom (paz). Há um só corpo e um só ruach (espírito, mover, poder), assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Adon (Senhor), uma só emunah (fé, confiança, firmeza, verdade, lealdade, fidelidade...) uma só imersão (batismo), um só D’us e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos. Efésios 4:1-6


Nessa linha de raciocínio que o apóstolo segue, com base nas Escrituras Sagradas, a TaNaK, podemos entender que a “emunah” em todo o seu amplo aspecto que estamos vendo hoje, é fundamental no nosso crescimento e comunhão com HaShem, pois o autor aos Hebreus nos mostra em outro verso que, “sem emunah (fé, confiança, firmeza, verdade, lealdade, fidelidade…) é impossível agradar ao Eterno.”, dessa forma, se o nosso anseio é agradar ao Eterno, temos que praticar a fé ou seja, a “emunah” da forma correta.

Seguindo o raciocínio do autor aos Hebreus, veremos um outro bom exemplo da “emunah” aplicada verdadeiramente na prática e o entendimento dos autores bíblico vai se confirmando.


Pela confiança (fé, emunah, firmeza, verdade, lealdade, fidelidade), Hevel ofereceu a D’us um sacrifício maior que o de Kayin; por isso, ele foi reconhecido como justo, ao receber de D’us esse testemunho com base em suas ofertas. Pelo fato de ter confiado, ainda continua a falar, mesmo estando morto.” Hb 11:4


Veja que o autor dessa epístola, se baseia na Torá para dar sua instrução, veja o texto em que o Eterno adverte a Kayin:


Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4:7


Você pode perceber que o Eterno fala sobre “fazer o bem”, isto leva-nos ao cerne da questão, ou seja Kayin sabia que estava a fazer mal ao oferecer aquele tipo de oferta? Antes de responder, entenda que a oferta tratada aqui é muito mais ampla, do que meramente oferecer animais ou vegetais, oferta aqui é obediência, vida justa. A resposta a pergunta é sim, uma vez que o Eterno o recrimina, assim Kayin, sabia por antecipação que o que ele fazia era mal, suas práticas diárias eram más, já que o Eterno em Sua justiça, nunca reprende, sem primeiro advertir.

Isto é muito importante para todo pai ao educar seus filhos, não reprender antes da advertência, pois devemos imitar o proceder do Eterno. No entanto, em relação ao nosso estudo, existem informações aqui para se entender. Porque é que foi mais excelente o sacrifício de Hevel? E porque é que Hevel é usado pelo autor aos Hebreus como um exemplo de Fé - “emunah”? A resposta está na instrução dada pelo Eterno ao ter demonstrado previamente a Sua vontade, a Torá, ou seja, seus mandamentos, isso era o tipo de sacrifício agradável, Hevel seguia as instruções de HaShem ao pé da letra, e demonstrava isso oferecendo os primogênitos das suas ovelhas, que representavam sua própria vida de justiça. Enquanto Kayin cometia o erro dos seus pais, ao desobedecer a palavra de instrução dada e viver na desobediência, o que fazia com que o Eterno não aceitasse os frutos da terra que ele trazia. Por isso, o autor aos Hebreus mostra que Hevel, pela sua atitude de Fé, lembre o que temos dito aqui o que é! Ele ofereceu um sacrifício mais excelente ao Eterno.

Assim podemos entender que “emunah” é conhecer a vontade do Eterno, confiar nela e proceder em conformidade com suas instruções. Coloca-se a questão, Por isso,emunah” não pode ser definida só por “Crer”, mas há que se conhecer a vontade do Eterno executar essa mesma vontade. Crer somente sem atitudes e práticas não é suficiente como definição de “emunah”, pois até os shedim creêm e estremecem conforme podemos ler em Tiago 2:19.

E se olharmos atentamente cada um dos personagens citados em Hb 11, obteremos o mesmo resultado, e chegaremos a mesma conclusão. Veja que ele també fala do personagem dessa parashá, Yosef, no verso 22 de Hebreus 11, o autor demonstra que a “emunah” de Yosef o fez lembrar da promessa de saída do Egito e retorno a K’naam, de forma que deu instruções de como procederem os filhos de Yisrael com seus ossos.

Poderíamos falar ainda muitas coisas e demonstrar outros versos, mas acredito que já deu para você começar a entender que durante muito tempo o conceito de fé que te passaram estava deturpado e longe da verdade.

Concluindo então, fé a palavra que vem de “emunah” significa entre outros firmeza, verdade, certeza, fidelidade, confiança, etc. E de maneira nenhuma quer dizer acreditar em milagres e maravilhas, mas viver uma vida de retidão e justiça nos caminhos do Eterno.

Que possamos viver assim, em retidão e justiça, trilhando um caminho de “emunah” verdadeira no Eterno.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Dicionário Português-Hebraico e Hebraico-Português, Abraham Hartzamri e Shoshana More-Hartzamri, Editora Sêfer

- El Midrash Dice Bereshit – O Midrash disse

- Nos Caminhos da Eternidade, Rabino Isaac Dichi

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771013/jewish/Resumo-da-Parash.htm

- https://www.yeshuamelekh.com.br/o_conceito_tanaico_de_fe

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/emunah---feacute.html


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